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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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A primeira atividade ocorreu em julho de 1983, quando se realizou<br />

o curso O <strong>vídeo</strong> como instrumento de animação cultural e intervenção social,<br />

organizado pelo Núcleo de Estudos de Memória Popular do ABC, ligado<br />

ao Centro de Pós-Graduação do Instituto Metodista de São Paulo. Essa<br />

foi a primeira ação que possibilitou reunir coletivos de <strong>vídeo</strong> ligados a<br />

movimentos populares no Brasil, gerando a necessidade de intercâmbio,<br />

fortalecimento e ações comuns entre todos.<br />

A importância desse curso, além de seu pioneirismo, está nas consequências<br />

de suas reuniões, onde se evidenciou a necessidade de se desenvolver um<br />

trabalho comum para colocar em prática algumas ideias discutidas pelos 13<br />

grupos participantes. A opção foi pela organização de um projeto coletivo de<br />

documentação do Congresso das Classes Trabalhadoras (Conclat) que iria se<br />

realizar no mês seguinte, em agosto, no pavilhão da falida Companhia <strong>Cinema</strong>tográfica<br />

Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, reunindo mais de cinco<br />

mil trabalhadores do campo e da cidade. 11<br />

O Conclat, que marcou a fundação da Central Única dos Trabalhadores<br />

(CUT), foi documentado por cinco câmeras VHS que gravaram por diversos<br />

ângulos as assembleias, falas e reuniões, registrando diferentes<br />

reações da plateia diante dos acontecimentos. A documentação coletiva<br />

gerou 16 horas de material bruto que resultou em um <strong>vídeo</strong> final de 35<br />

minutos. Outro desdobramento do intercâmbio dos grupos envolvidos<br />

nesse processo foi a publicação do boletim Vídeo Clat 12 que em seu primeiro<br />

número destacou, na matéria chamada “Uma produção coletiva”, o<br />

processo coletivo do <strong>vídeo</strong> da criação da CUT. “O mais valioso na experiência<br />

é o processo pela qual foi concebida e realizada, com amplas discussões<br />

entre participantes e gravações simultâneas, o que garantiu um ví-<br />

11 Luiz Fernando Santoro, A Imagem nas Mãos – o <strong>vídeo</strong> popular no Brasil<br />

(São Paulo: Summus, 1989), 64.<br />

12 O boletim foi renomeado em seu segundo número para Vídeo Popular.<br />

Ele foi publicado até 1995 e teve 30 números sem periodicidade definida.<br />

64 QUEBRADA?

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