Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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sobre a ABVP deram sentido histórico e político as ações do movimento,<br />
considero, portanto, importante recuperar de forma breve a trajetória do<br />
<strong>vídeo</strong> popular nos anos 1980, em que é possível identificar pontos de contato<br />
e continuidade entre os dois movimentos.<br />
O Movimento de Vídeo Popular no Brasil ganhou força na década de<br />
1980, momento de ascensão de diversas formas de mobilização social. A<br />
luta pelo fim do regime militar, o qual teve início com o golpe de 1964, foi<br />
um dos focos de convergência dos diversos movimentos <strong>sociais</strong> do período,<br />
luta que culminou com as grandes manifestações de 1984 que reivindicavam<br />
eleições diretas para presidente. Com o clima de mobilização social<br />
dos anos 1980, foi crescente o número de entidades atuantes nos movimentos<br />
<strong>sociais</strong> (sobretudo sindicatos e organizações não governamentais)<br />
que passaram a usar os equipamentos de produção e exibição de <strong>vídeo</strong> em<br />
atividades de educação e comunicação.<br />
Uma parte significativa dos <strong>vídeo</strong>s realizados por movimentos <strong>sociais</strong><br />
ou em parceria com os movimentos foi organizada e catalogada pela Associação<br />
Brasileira de Vídeo no Movimento Popular 10 no período de 1984<br />
a 1995. A ABVMP, na década de 1980, articulou realizadores de 22 estados<br />
brasileiros que atuavam junto aos movimentos populares com o objetivo<br />
de fortalecer a produção de <strong>vídeo</strong> popular ao se constituir como espaço de<br />
intercâmbio e formação dos diversos realizadores de <strong>vídeo</strong> junto a movimentos<br />
<strong>sociais</strong>. Suas principais ações foram os encontros nacionais, a publicação<br />
de um boletim (sem periodicidade definida), a formação do acervo<br />
de <strong>vídeo</strong> e a distribuição em âmbito nacional desses trabalhos. Seu acervo,<br />
atualmente guardado na videoteca da Pontifícia Universidade Católica de<br />
São Paulo, é formado por cerca de 490 títulos.<br />
A fundação da Associação Brasileira de Vídeo no Movimento Popular<br />
está diretamente ligada a quatro atividades relacionadas com a questão do<br />
audiovisual nos movimentos <strong>sociais</strong> na década de 1980.<br />
10 Esse é o primeiro nome da Associação que também teve deslocamentos até<br />
chegar em ABVP. Discuto essa alteração de nomenclatura em minha dissertação.<br />
BUSCA DE IDENTIDADE DO COLETIVO DE VÍDEO POPULAR DE SÃO PAULO COMO POSICIONAMENTO POLÍTICO... 63