Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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produzido pelos próprios grupos e entidades populares, em geral com equipamentos<br />
e equipes próprias. Ficava em segundo plano a então chamada<br />
produção independente, com os <strong>vídeo</strong>s sobre temas de interesse social produzidos<br />
por realizadores ou grupos de produção. Esses produtores trabalhavam<br />
de forma independente ou eram contratados para trabalhos específicos<br />
por organizações <strong>sociais</strong> como sindicatos, associações civis, partidos<br />
políticos, entre outros.<br />
Em nosso livro, procuramos superar essa dicotomia, considerando,<br />
de forma ampla, <strong>vídeo</strong> popular como qualquer produção de interesse dos<br />
movimentos <strong>sociais</strong>. Na definição, incluem-se as produções de integrantes<br />
dos movimentos <strong>sociais</strong>, as que são realizadas por profissionais em conjunto<br />
com os integrantes de movimentos populares e aquelas elaboradas<br />
por profissionais sob a orientação de lideranças populares. Aceitavam-se,<br />
assim, as diferentes formas de produção da época, desde a inserção dos realizadores<br />
dentro dos movimentos populares, até as produções realizadas<br />
a partir de um olhar externo sobre ações e manifestações populares, feitas<br />
por videastas independentes ou contratados. Na verdade, tal definição<br />
procurava acompanhar a realidade, que era multifacetada em função das<br />
diversas modalidades de atuação. Mesmo nos grupos de <strong>vídeo</strong> em que os<br />
próprios integrantes dos movimentos <strong>sociais</strong> participavam da produção,<br />
como na TV dos Trabalhadores do Sindicato dos Metalúrgicos, de São Bernardo<br />
do Campo, havia uma integração na concepção e na realização dos<br />
<strong>vídeo</strong>s com profissionais e intelectuais contratados.<br />
O interesse recente pelo <strong>vídeo</strong> popular<br />
A partir da segunda metade da década de 2000, chama a atenção o novo e<br />
revitalizado interesse pela produção de <strong>vídeo</strong>, sobretudo do <strong>vídeo</strong> popular,<br />
ou de interesse social, em função de alguns indicadores:<br />
• Prefeituras, governos estaduais e ONGs têm realizado cursos e oficinas<br />
de produção em centros culturais e escolas, trazendo novos realizadores,<br />
sobretudo, grupos de áreas periféricas em grandes cidades, para o universo<br />
VÍDEO E MOVIMENTOS SOCIAIS – 25 ANOS DEPOIS 41