Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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<strong>vídeo</strong> de interesse social no Brasil e na América Latina, a exemplo do que já<br />
acontecia com os produtores e os gestores de TVs de Acesso Público e TVs<br />
Locais nos Estados Unidos e no Canadá.<br />
Na segunda metade da década de 1980, os festivais de cinema e <strong>vídeo</strong><br />
do Rio de Janeiro, de Salvador e de São Paulo; o Festival del Nuevo Cine Latinoamericano,<br />
em Havana; os encontros de <strong>vídeo</strong> em Santiago, Montevideo,<br />
Lima e Cochabamba atraíram o interesse concreto de várias ONGs do exterior,<br />
com a intenção de promover o <strong>vídeo</strong> como mais um instrumento para<br />
a democratização da América Latina. Geraram também um número considerável<br />
de material escrito, que teve ampla divulgação na época, levando os<br />
novos realizadores que atuavam nessa área a se integrar ao movimento. Tais<br />
realizadores tiveram posteriormente muita influência na definição de políticas<br />
públicas para o setor audiovisual em diversos países latino-americanos,<br />
como Brasil, Argentina, Chile e Peru.<br />
Na área acadêmica, ainda na década de 1980 e na primeira metade dos<br />
anos 1990, o <strong>vídeo</strong> foi tema de dezenas de pesquisas de mestrado e doutorado,<br />
até deixar de ser o centro de interesse com a chegada da internet – um tema<br />
novo que despertou a curiosidade dos pesquisadores e militantes. A Escola<br />
de Comunicações e Artes da USP, a Universidade Metodista de São Paulo, a<br />
PUC-SP e o Mestrado em Multimeios da Unicamp produziram teses e dissertações<br />
sobre as mais importantes experiências realizadas no Brasil e no<br />
exterior, como pode ser constatado nos sites dessas instituições e no banco<br />
de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do<br />
Ministério da <strong>Ed</strong>ucação (CAPES) 2<br />
Os parâmetros para a definição do chamado <strong>vídeo</strong> popular, como consideramos<br />
no capítulo inicial do livro A imagem nas mãos (1989), ganharam<br />
novos contornos. Na época, a Associação Brasileira de Vídeo Popular<br />
(ABVP), que reunia grupos e realizadores que produziam <strong>vídeo</strong> e atuavam<br />
junto a movimentos <strong>sociais</strong>, abrigava uma intensa discussão sobre o conceito<br />
de <strong>vídeo</strong> popular, considerado pela maioria dos ativistas como o <strong>vídeo</strong><br />
2 CAPES, “Banco de teses,” http://bancodeteses.capes.gov.br/.<br />
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