Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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não mora ao lado 20 (2012), é um retrato da luta dos moradores do bairro<br />
Pinheirinho que violentamente foram expulsos de suas casas em São José<br />
dos Campos (SP).<br />
A produção de <strong>vídeo</strong> dos anos 2000 acontece em um momento de<br />
crescimento de um discurso em torno da diversidade cultural e do direito<br />
à cultura. Tais conceitos conseguem aglutinar em torno de si, por um<br />
lado o discurso oficial do Estado, por outro a sociedade civil na figura dos<br />
movimentos <strong>sociais</strong> e de cultura de hoje, mas também das ONGs. Essa<br />
ambiguidade permite que distintas perspectivas muitas vezes apareçam<br />
aglutinadas dentro das mesmas denominações, ainda que estejam dentro<br />
de um campo de grande tensão.<br />
A produção de <strong>vídeo</strong> dos anos 1980 e 1990 construiu-se em um momento<br />
de elaboração do discurso da democratização e do direito à comunicação,<br />
que, sem ter ganhado espaço para além dos circuitos militantes e<br />
sem ter implicado em mudanças estruturais nos anos posteriores, apesar<br />
de ter resultado em uma série de iniciativas práticas em todo o Brasil, recrudesceu<br />
e perdeu espaço para novas ideias e conceitos, como estes que<br />
ganham força nos anos 2000.<br />
O que está em jogo aqui, portanto, é um processo amplo de acesso<br />
das formas de democratização, que envolve não apenas a redemocratização<br />
do Estado brasileiro, mas de toda a sociedade.<br />
Se por um lado é possível ver um recrudescimento recente das atividades<br />
dos grupos que fizeram parte do <strong>Cinema</strong> de <strong>Quebrada</strong> e do Coletivo<br />
de Vídeo Popular, por outro lado é possível notar, paralelamente, por parte<br />
do poder público, certa preocupação com esse setor do audiovisual. E nesse<br />
sentido, apesar da fragilidade desse coletivo especificamente, é possível<br />
pensar que novos cenários de produção e articulação estejam sendo gestados<br />
com espírito semelhante.<br />
20 Dir. Coletiva. Doc. 15 min. Campinas-SP. HD. Produção do Coletivo de<br />
Comunicadores Populares de Campinas.<br />
O AUDIOVISUAL COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA CIDADE E COMO CRIAÇÃO DE REDES... 33