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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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A noção de pertencimento, no sentido mais amplo, compreendia a<br />

participação da coletividade na transformação das suas próprias condições<br />

de existência. Algumas dessas perspectivas foram resgatadas pelo Coletivo<br />

de Vídeo Popular no momento de sua constituição.<br />

Considerações finais<br />

Após um enfraquecimento em meados da década de 1990, desde dos anos<br />

2000, constatamos uma crescente popularização da prática do <strong>vídeo</strong>. Protagonizado<br />

hoje por uma nova geração e impulsionado pelo acesso aos instrumentos<br />

de produção, bem como por um conjunto disperso de iniciativas<br />

públicas e privadas pontuais, esse crescimento atual do <strong>vídeo</strong>, agora digital,<br />

traz consigo uma nova agenda de demandas para o setor cultural e político.<br />

Essas novas manifestações podem ser identificadas, em especial, por meio<br />

de novos atores <strong>sociais</strong>, movimentos culturais que partem da periferia dos<br />

grandes centros urbanos, em pequenas comunidades populares, e que lutam<br />

pela ampliação de sua representatividade. Como característica dessas<br />

duas fases (1980-1990 e, mais recente, 2000-2014), a apropriação do dispositivo<br />

<strong>vídeo</strong> enquanto processo. De modo geral, os realizadores assumem<br />

uma trajetória comum: emitem a condição crítica da experiência cotidiana.<br />

Essa “retomada”, possibilitada pelo desenvolvimento da tecnologia<br />

da imagem digital e da viabilização da edição em computadores pessoais,<br />

transforma as possibilidades do fazer <strong>vídeo</strong>. Uma retomada, contudo, com<br />

ares de reinvenção, na medida em que se dá em um novo contexto social,<br />

político e tecnológico que favorece maior descentralização dos processos<br />

de produção e difusão. Do cinema para o VHS, do VHS para a câmera digital<br />

e, hoje, a multiplicação dos dispositivos de <strong>vídeo</strong> em aparelhos móveis.<br />

Ao observarmos essas iniciativas podemos pensar na potencialidade<br />

de abordagens e linguagens próprias, sobretudo se considerarmos que<br />

estamos tratando de uma forma peculiar de produção, galgada na criação<br />

coletiva e no compromisso comunitário e que suscita de um repertório<br />

cultural rico e diferenciado: certamente um olhar já diverso em relação<br />

ao seu redor.<br />

O AUDIOVISUAL COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA NA CIDADE E COMO CRIAÇÃO DE REDES... 31

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