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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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Thiago Mendonça – que tem muitas particularidades com certo tipo de<br />

cinema também. Eu acho que de certa forma me alinho ao tipo de cinema<br />

que eles fazem, daqueles que eu conheço, acho que tem vários também<br />

que fazem igual. Mas eu acho que esse certo tipo de cinema só teria possibilidade<br />

de estar passando, só teria a possibilidade de existir enquanto<br />

distribuição, principalmente, se houver uma política pública intervindo.<br />

Eu falo muito no gueto, a vanguarda não é o mercado, a vanguarda é o Estado.<br />

É só pelo Estado que a gente pode produzir e distribuir, só o Estado<br />

vai bancar os filmes que a gente faz, é só através do Estado a gente pode<br />

reinventar um tipo de cinema, porque não estamos presos às obrigações<br />

de mercado, vamos dizer assim. Por isso eu acho que a mão do Estado é<br />

fundamental para esse tipo de cinema. Na minha cabeça era fundamental<br />

que investissem em salas públicas de cinema, que é um pouco contrário à<br />

questão do cineclube. Eu acho o cineclube maravilhoso, a gente tem um.<br />

Cineclube é fantástico, é lindo, mas eu acho também que às vezes a gente<br />

fica escondendo ou jogando sobre o cineclube algumas responsabilidades<br />

que ele não tem. Por exemplo, cara, eu também quero ir pra sala cinema<br />

com ar-condicionado, com uma cortina massa, perto da minha casa, levar<br />

lá a minha namorada, minha esposa, meu companheiro, minha companheira,<br />

sei lá, quero namorar na sala de cinema. Seja pra ir lá e dormir. Eu<br />

quero ir pro ar-condicionado, tá calorzão da porra, eu vou e entro e durmo,<br />

sabe? Eu quero ter esse hábito de ir pra sala de cinema, e a gente fica<br />

como se isso não existisse mais. Eu acho que a gente precisa ter políticas<br />

públicas pra salas de cinema, porque você habituaria a ir à sala de cinema<br />

se fosse perto da sua casa, muito mais do que assistir filmes é o hábito de<br />

ir ao cinema, tipo: “Ah, vou quarta-feira ao cinema”, “Ver o quê?”, “Não<br />

sei, vou à sala de cinema ver alguma coisa”. Eu quero uma sala de cinema,<br />

entendeu? E se a gente consegue distribuir e fazer curadorias legais<br />

nas salas, os filmes vêm na sequência, porque é muita pretensão da gente<br />

pensar assim: “Ah, o cara vai à sala ver o meu filme”, sim, eventualmente<br />

também vai ver porque se interessou, porque ouviu uma pesquisa, já<br />

ouviu falar, mas é muita pretensão pensar isso. A gente tem que pensar<br />

em ocupar a sala, no grupo homogêneo que ocupa as salas, não se o meu<br />

220 QUEBRADA?

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