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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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Essa recente produção de filmes, além de continuar a servir como<br />

instrumento nas <strong>lutas</strong> socioculturais, tem se diferenciado pela adoção de<br />

um regime colaborativo e formativo sob o qual são realizadas todas as<br />

etapas que definem a cadeia de produção audiovisual, desde a formação<br />

de pessoas à distribuição e difusão dos produtos. Hoje, impulsionado pelo<br />

aumento do acesso aos instrumentos digitais, esse crescimento trouxe<br />

consigo uma nova agenda de demandas para o setor cultural e político.<br />

Certamente, dentro de um novo contexto social, político e tecnológico.<br />

Apontamentos de um percurso na cidade de São Paulo<br />

Após a proliferação de movimentos <strong>sociais</strong> na década de 1980 e um contexto<br />

de enxugamento do Estado na década de 1990, as organizações não governamentais<br />

(ONGs) foram fortalecidas como forma importante de organização<br />

da sociedade civil. Temas como inclusão social, educação, diversidade<br />

cultural, infância e adolescência, grupos étnicos e de gênero não hegemônicos,<br />

ecologia, entre outros, passaram a figurar entre os principais campos de<br />

atuação das ONGs. Diferente dos movimentos <strong>sociais</strong>, em vez de organizar<br />

para reivindicar do Estado políticas e direitos, parte significativa das ONGs<br />

passaram a ocupar elas próprias o papel do Estado, atendendo pontualmente<br />

a algumas demandas em campos que estão fora do interesse do mercado<br />

e nos quais o Estado era ineficiente para atuar – ainda assim sem o acesso<br />

universal que é característico do Estado de direito. Inicialmente apoiadas<br />

por recursos de organismos internacionais e empresas privadas, a partir dos<br />

anos 2000 intensificou-se a utilização de recursos estatais. Ações culturais<br />

e educacionais de algumas ONGs se fortaleceram especialmente no início<br />

dessa década. Algumas organizações passaram a realizar oficinas de cinema,<br />

<strong>vídeo</strong> e novas mídias, principalmente com jovens de baixa-renda da periferia,<br />

com o apelo do “desenvolvimento cidadão”.<br />

Em São Paulo, em 2005, no contexto de implantação da recém-criada<br />

Coordenadoria da Juventude da Secretaria de Participação e Parceria da<br />

Prefeitura Municipal, foram criados alguns fóruns voltados para o diálogo<br />

do poder público com diferentes setores culturais da juventude, dentre<br />

20 QUEBRADA?

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