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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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arte educador, vindo do hip-hop, o NEGRO JC também: “Vamos fazer, não<br />

é porque eu sou corinthiano que eu não vou gravar no estádio do Palmeiras,<br />

vamos lá fazer”, daí fizemos o primeiro. A primeira vez é algo que,<br />

quando entra no primeiro baile funk você se depara com uma situação<br />

que não tá habituado, mas que é real, que existe. E aí, quando fizemos isso,<br />

fizemos o primeiro, o segundo, o terceiro, enxergamos um nicho de mercado.<br />

Quando eu vou falar pras pessoas que faziam parte do meu círculo<br />

social que eu estava trabalhando com o funk, elas falavam: “Mano, você<br />

é louco!”. Mas vamos lá, né. E hoje tem uma parada que tá pesando aí na<br />

minha vida, sou pai de família, sou arrimo de família e tenho que levar o<br />

pão nosso de cada dia pra nossa casa, não vou viver do vento, né. Fizemos<br />

um trabalho, aí um dia o NEGRO JC: “Mano, vamos fazer um Funk<br />

TV Baile, mano”, a gente já tinha uma ideia do Funk TV, da TV <strong>Quebrada</strong>,<br />

de fazer algo desse tipo, mas a gente só não tinha como, não sabia como.<br />

Quando surgiu essa ideia, a gente pegou a câmera, uma repórter, e fomos<br />

até um baile funk que a gente já tinha uma certa intimidade pra gravar,<br />

depois colocamos na internet e o bagulho bombou, velho. As coisas foram<br />

acontecendo. A Funk TV se tornou conhecida e aí os trabalhos não pararam<br />

de entrar. Pegamos bem a época do começo do funk ostentação, e aí a<br />

gente chega e já lança alguns MCs, já estouram alguns MCs, e outros que<br />

já são conhecidos começam a procurar a Funk TV, daí a gente começa a ir<br />

pros bailes, começa a prestar serviço pra fora. Enfim, foi dessa forma que<br />

nasceu a Funk TV, né, nasce como uma forma comercial mesmo, tipo: “Ó,<br />

existe um nicho de mercado, o nosso público alvo é o funk. Vamos fazer<br />

a Funk TV, que passa na internet, ok?”, “Ok”. Só que, mano, a gente vem<br />

da área social, a gente vem da questão do hip-hop, e alguma coisa estava<br />

incomodando a gente, porque a molecada estava sendo levada a acreditar<br />

que aquilo que estava sendo cantado era o que eles deveriam viver, e<br />

não é bem assim. Nenhum estilo de música faz isso, né, mas a molecada<br />

é muito nova, não tem uma formação criada, própria. A gente meio que<br />

falou: “Mano, precisamos mostrar uma realidade diferente pra essa molecada,<br />

mas que tem que ser contada pelos próprios artistas, né”, e assim<br />

nasce o Funk TV Visita, mano. A gente faz o primeiro, faz o segundo Funk<br />

ENTREVISTAS – FILMAGENS PERIFÉRICAS 209

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