Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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<strong>vídeo</strong>s da internet, sabe, tem umas referências de <strong>vídeo</strong>s curtos – que é o<br />
que a gente tá fazendo bastante atualmente – de diretores nacionais como<br />
o <strong>Ed</strong>uardo Coutinho. Enfim, são várias paradas, mas em relação ao audiovisual,<br />
às vezes as referências não vêm tanto do audiovisual, de filme, cinema,<br />
enfim. Eu, particularmente, ainda tenho as minhas referências muito, muito,<br />
muito no rap, cara. Por mais que a gente trabalhe com o funk a milhão,<br />
que a gente desenvolva várias paradas no funk, eu ainda – quando quero<br />
criar alguma coisa, quando eu quero pensar em alguma coisa – sempre vou<br />
lá nos meus CDs, nos meus arquivos e vou ouvir um bom rap, porque tem<br />
várias ideias que me fazem aprimorar muito a minha forma de pensar, a<br />
minha forma de viver. Tem m <strong>vídeo</strong> que eu gostaria de falar, que é o Aqui<br />
Fora, entendeu. Esse é mais um <strong>vídeo</strong> que vem de dentro das realidades, de<br />
mulheres que tem pessoas atrás das grades. Enfim, mulheres e crianças, que<br />
sofrem muito com isso, até mesmo com a distância, com a localidade, com<br />
o desprezo, com o destrato com as pessoas que tem entes queridos presos,<br />
né, meu. Essa retratação foi feita com a participação da Dina Di também,<br />
que é do rap. Teve outro trabalho também, o Assim Que É, que também<br />
teve a inspiração no rap. O grupo RZO, que tinha a música: Assim que é, e o<br />
Ndee Naldinho, que lançou uma música foda: “Povo da Periferia”, né, meu.<br />
“Deus, olhai meu povo da periferia”, essa música batia na gente, falava diretamente<br />
com a gente. E aí cai naquela questão do Filmagens Periféricas, que<br />
veio da nossa ideia de querer mostrar em forma de <strong>vídeo</strong> o jeito que a gente<br />
gostaria que a grande mídia retratasse o nosso bairro, que tinha várias coisas<br />
positivas que eles não falavam.Então, são vários trabalhos que a gente<br />
fez –já tem até um tempo que eu também não assisto, mas é mil grau, mano.<br />
MONTANHA: A principal referência vem do hip-hop. Eu e o NEGRO JC<br />
temos como base de formação ser autodidata, de estudar, de perspectiva,<br />
enfim. O hip-hop aparece nas nossas vidas, porém ele se torna algo maior<br />
depois, né? A gente conhece o hip-hop como o meio de transformação, né?<br />
E é louco, porque a gente poderia ter a referência da própria televisão, da<br />
grande mídia, mas a gente fugia muito disso. Quando eu comecei com <strong>vídeo</strong>,<br />
lá atrás, que eu comecei a estudar um pouco mais, comecei a conhecer<br />
ENTREVISTAS – FILMAGENS PERIFÉRICAS 201