07.02.2017 Views

Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

capaz de abrir caminhos para a construção de uma força coletiva, contrapondo-se<br />

às concepções de mundo oficiais.<br />

Nessa encruzilhada estão presentes produtores audiovisuais que,<br />

sempre entre o tempo obrigatório do trabalho e o necessário descanso, encontram<br />

cada vez mais na produção cultural seus instrumentos de luta e<br />

espaços de rara liberdade e coletividade. Para Arlindo Machado, “tudo, no<br />

universo das formas audiovisuais, pode ser descrito em termos de fenômeno<br />

cultural, ou seja, como decorrência de um certo estágio de desenvolvimento<br />

das técnicas e dos meios de expressão, das pressões de natureza<br />

socioeconômica e também das demandas imaginárias, subjetivas, ou, se<br />

preferirem, estéticas, de uma época ou lugar”. 2<br />

Mais do que o mero reconhecimento de algum “centro”, mais do que<br />

por vezes se espera com as novas “oportunidades” que estes lhes oferecem,<br />

na prática esses produtores e seus coletivos parecem estar justamente<br />

questionando e reinventando os termos do binômio centro/quebrada de<br />

uma maneira que seria improvável ao mercado audiovisual hoje. Estes,<br />

por sinal, fazem cada vez mais referências e reverências a isso que hoje se<br />

consolida como uma “cultura da quebrada”.<br />

Mas, para além do olhar sobre os aspectos socioculturais de tais iniciativas,<br />

hoje podemos olhar para essa produção tal como criações artísticas.<br />

Compartilhando da ideia de André Costa,<br />

[…] queremos questionar se o que estamos contemplando aqui não pode ser<br />

compreendido como a produção de uma experiência estética gerada por um<br />

conjunto de saberes, técnicas e atividades específicas. Esse conjunto de instrumentos<br />

(videoteca, mostras, debates, formas de <strong>vídeo</strong> participativo) não<br />

comporia um aparato técnico (e tecnológico) para uma imersão de certo público<br />

no campo estético? 3<br />

2 Arlindo Machado, “A experiência do <strong>vídeo</strong> no Brasil,” in Máquina e imaginário: o<br />

desafio das poéticas tecnológicas (3a ed. São Paulo: <strong>Ed</strong>usp, 2001).<br />

3 André Costa, “Videografias no espaço,” Caderno Sesc Videobrasil 3, 3 (2007), 78.<br />

18 QUEBRADA?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!