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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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Periféricas. Então é muito louco, um projeto que começou lá atrás, que<br />

a gente não tinha uma perspectiva sobre o que aconteceria, tomou uma<br />

proporção grande. Pô, saí daqui da Cidade Tiradentes, e tal né. A gente, de<br />

roupa social, foi lá pra uma reunião no Grupo Pão de Açúcar. A gente fez<br />

o primeiro, agradamos o cliente. Fizemos o segundo. No terceiro já fomos<br />

falar direto com a chefia, fomos chamado pra uma reunião. O NEGRO JC –<br />

eu dou esse mérito a ele – tem a seguinte política: se não tem trabalho,<br />

vamos fazer qualquer outra coisa; mas se tem trabalho, mano, vamos trabalhar,<br />

nisso a gente pode virar a madrugada, nisso a gente pode ficar o dia<br />

inteiro, três, quatro, cinco dias sem ver a família; se tem trabalho, vamos<br />

trabalhar e vamos entregar o serviço no dia e na hora combinada, entendeu?<br />

Faz toda a diferença também pro nosso trabalho final ser procurado<br />

por outras empresas, né. A Filmagens Periféricas foi mais pra essa linha<br />

do institucional agora, isso não quer dizer que a gente não vá mais fazer<br />

outro tipo de trabalho social ou algo do tipo, mas este, hoje, já não é mais<br />

o foco da nossa vida, não dá mais pra ser o foco da nossa vida, né, mano.<br />

WILQ: Mas e os trabalhos autorais, como é que ficam? E os trabalhos<br />

que vocês fizeram lá atrás?<br />

MONTANHA: Eu acho que hoje a gente tem qualidade, tem técnica, tem<br />

equipamento pra realizar um bom <strong>vídeo</strong>, um bom curta, tudo o que a gente<br />

sempre sonhou. Mas hoje, assim, às vezes as pessoas podem assistir um<br />

<strong>vídeo</strong> nosso mais antigo, tipo o Vida Loka, e achar meio clichê, de repente<br />

até mesmo por diversos erros de gravação, enfim. Mas esse <strong>vídeo</strong> era muito<br />

rico pela ideia, que era mesmo de uma ideia na cabeça, uma câmera na<br />

mão. A gente sabe que eles tinham uma essência.<br />

NEGRO JC: Então, tem essa questão também. A gente tá fazendo muitos<br />

trabalhos comerciais, né. Mas a gente não perde a essência. Por exemplo,<br />

todos os trabalhos que a gente desenvolve têm pessoas que estão iniciando<br />

a carreira ou até mesmo tendo o primeiro contato com o audiovisual.<br />

Então, a gente se atenta bastante a isso, por exemplo, pra cada trabalho<br />

que a gente fecha, em vez de procurar grandes profissionais, pessoas com<br />

ENTREVISTAS – FILMAGENS PERIFÉRICAS 197

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