Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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Durante a gravação do filme, seus sujeitos<br />
estão em transição, movendo-se rumo a um<br />
futuro que o filme não pode conter.<br />
DAVID MACDOUGALL [Transcultural <strong>Cinema</strong>]<br />
<strong>Cinema</strong> é movimento. Mas fixa momentos. Acabo de apresentar, a partir da<br />
forma como se apresentam para um filme, os personagens que o compõem.<br />
São, no entanto, mais que personagens. Neste exato momento, seguem o<br />
rumo de suas vidas, mais ou menos próximos dos projetos que escolheram<br />
apresentar no momento de construção do filme.<br />
Finalizei a primeira versão deste artigo um dia antes da estreia do<br />
filme <strong>Cinema</strong> de <strong>Quebrada</strong>. Fixei, no texto, impressões e afetos construídos<br />
em um longo processo, que não terminou com o fim do filme.<br />
Antes de finalizar o filme, exibi versões incompletas para alguns dos<br />
meus interlocutores, também personagens do documentário. Peu e David<br />
acharam que o filme iria gerar uma reação nos grupos, que sentiriam<br />
uma necessidade de discutir seus trabalhos e discursos. De alguma forma,<br />
aproximam <strong>Cinema</strong> de <strong>Quebrada</strong> do seu próprio filme, Panorama – Arte na<br />
Periferia, que teria como “papel” a “compilação” de algo cuja importância<br />
histórica começa a se delinear.<br />
Fernando e Daniel, do NCA, mostraram-se mais críticos com relação<br />
ao argumento do filme. Fernando, com quem assisti o filme em uma sala de<br />
aula da PUC-SP, pareceu bastante incomodado, após a exibição, com os discursos<br />
que, percebeu, estavam sendo construídos por alguns dos personagens.<br />
Crítico, Fernando pareceu também um pouco cético quanto aos projetos<br />
de criação e transformação social apresentados no filme. Daniel, que<br />
não assistiu o filme conosco, me enviou o seguinte comentário por e-mail:<br />
[…] só acho que “cinema de quebrada” ainda não é um movimento, os pensamentos<br />
são muito diferentes e as propostas de ação também, mas quem disse<br />
que temos que ter unidade comum, né?! Talvez nós que tenhamos que deixar<br />
de ser chatos, mas é só ânsia de realizar ações que tenham mais poderio político.<br />
OS FILMES DA QUEBRADA E O FILME DA ANTROPÓLOGA – ENCONTROS 171