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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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Uma experimento anterior com audiovisual também iluminava esse<br />

projeto. Durante cerca de um ano, 11 ofereci o <strong>vídeo</strong> como meio expressivo<br />

para minha interlocutora, em um processo de aprendizado e realização<br />

audiovisual que culminou com a realização de dois filmes, um dirigido pela<br />

jovem e outro por mim. 12 Inicialmente pensei em fazer algo semelhante<br />

com meus novos interlocutores, mas percebi que, diferentemente das<br />

experiências anteriores nas quais oferecer o <strong>vídeo</strong> como meio expressivo<br />

era uma possibilidade inédita da pesquisa, na atual situação o <strong>vídeo</strong> já<br />

se constituía como tal para os grupos. Percebi que compartilhar imagens,<br />

agora, seria muito mais que fazer um <strong>vídeo</strong> em parceria com os jovens que<br />

pesquiso. Realizadores de seus próprios <strong>vídeo</strong>s, eles demandavam ter essa<br />

produção reconhecida como um produto de sua reflexão e criação.<br />

Espero que você não me entenda mal. Mas acredito que a quebrada só está pensando<br />

e trabalhando para um dia não precisar mais de intermediários. Na tela,<br />

no texto, na rádio, no palco e na história.<br />

Esse trecho, de um e-mail que recebi de um jovem realizador da zona sul<br />

de São Paulo, evidencia uma situação que precisou ser trabalhada o tempo<br />

todo nesta pesquisa. 13 Em diversos momentos, ouvi questionamentos<br />

11 Na pesquisa de pós-doutorado, realizada entre 2004 e 2005 com apoio da<br />

Fapesp, intitulada Olhar, escutar, criar – Uma análise da criação de sensibilidades e<br />

identidades a partir da performance artística entre jovens das periferias metropolitanas.<br />

12 A jovem em questão é Alessandra Cristina Raimundo, ex-aluna e primeira<br />

violinista da orquestra do Projeto Guri, que estudara em meu doutorado. Ela<br />

protagoniza o filme Pulso, um <strong>vídeo</strong> com Alessandra e dirige o filme Vírus da<br />

Música (2004), disponíveis em www.lisa.usp.br<br />

13 E-mail enviado via um grupo da internet que subscrevo, que reúne produtores<br />

e interessados na produção audiovisual periférica. De maneira geral, o e-mail<br />

questionava a organização do debate “Vídeos da <strong>Quebrada</strong>: Produção Audiovisual<br />

da Periferia”, que mediei em 25 de novembro de 2006, e foi promovido como parte<br />

das atividades em torno do lançamento da revista Sexta-Feira – Antropologias, Artes<br />

e Humanidades, cujo oitavo número tem como tema “Periferia”. Nesse momento,<br />

meu papel como “antropóloga”, alguém “do centro”, que vem para “intermediar” os<br />

próprios realizadores da quebrada, era evidenciado na crítica do jovem realizador.<br />

OS FILMES DA QUEBRADA E O FILME DA ANTROPÓLOGA – ENCONTROS 153

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