Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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diversificação dos meios de exibição na era digital favorece o surgimento<br />
de circuitos autônomos, com suas próprias contradições e potencialidades.<br />
O Filmagens Periféricas é um entre diversos coletivos oriundos de<br />
experiências em oficinas de formação audiovisual. Em São Paulo, uma das<br />
mais sólidas é a das Oficinas Kinoforum. Braço do Festival Internacional<br />
de Curtas Metragens, desde 2001 promove oficinas de sensibilização em<br />
comunidades de periferia e instituições culturais públicas. O curso rápido<br />
de roteiro, filmagem e montagem funcionou como uma faísca que contagiou<br />
as comunidades e lhes despertou suas potencialidades para a criação<br />
audiovisual. Diversos núcleos de produção e difusão surgiram a partir<br />
dessa e de outras experiências e se equilibram ao longo dos anos com verbas<br />
escassas de programas públicos como, por exemplo, o Programa para<br />
Valorização de Iniciativas Culturais – VAI em São Paulo. As oficinas formaram<br />
também profissionais hoje atuantes na área. A relação entre essas<br />
experiên cias, conhecidas como “de ONGs”, e o universo de realizações a<br />
que se referem as Mostras da <strong>Quebrada</strong> no CINUSP é tensa, mas produtiva.<br />
O número de experiências se multiplica Brasil afora. O interesse pelos<br />
trabalhos realizados também.<br />
O universo da produção cultural, mais que o da política partidária,<br />
se apresenta como via privilegiada de um movimento de inclusão com<br />
ramificações globais, que coloca a cultura em posição estratégica. Fluxos<br />
transnacionais de mídia, capital e drogas, mas também de repertórios culturais<br />
e organizações não governamentais, anunciam os paradoxos de um<br />
milênio dilacerado por conflitos que ressuscitam fundamentalismos geográficos,<br />
étnicos e religiosos. No Brasil, discriminações de gênero, raça e<br />
classe, a devastação do meio ambiente e o descuido para com a qualidade<br />
de vida ganham forma expressiva nas mãos que conquistam o domínio de<br />
tecnologias e expressões estéticas de ponta. Situado nas bordas do mundo<br />
ocidental, em uma situação geopolítica, que ao longo da história favoreceu<br />
a confluência desigual e heterodoxa de línguas, religiões e etnias, podemos<br />
fazer diferença.<br />
Este volume da Coleção cinusp organizado por Wilq Vicente e pela<br />
equipe do CINUSP, atualiza um debate sobre a produção contemporânea<br />
12 QUEBRADA?