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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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confirma o poder exercido por esse cinema engajado, que se oferece como<br />

um dispositivo aberto ao real.<br />

O filme como agente transformador<br />

Se nas autorrepresentações se evidencia uma busca por eliminar os mediadores,<br />

afirmando somente a mediação da própria câmera, os filmes<br />

transformam-se em materializações estéticas de propostas políticas 30 , reforçando<br />

o cinema como potência de transformação social e a arte como<br />

sistema de ação destinado a interferir no mundo e não somente produzir<br />

significações 31 .<br />

Reconhecemos que os filmes e as narrativas construídas em redes<br />

de apoio, nas associações civis, em escolas de audiovisual, etc., permitem<br />

compartilhar novas dimensões à interpretação da história cultural,<br />

aprofundando a compreensão do universo simbólico32 32 , permitindo interpretar,<br />

avaliar e criar experiências reflexivas críticas a partir da relação<br />

entre os diferentes saberes. Não que se defenda aqui a existência de uma<br />

“pureza” do olhar periférico, cujos discursos também estão carregados<br />

de demarcações políticas que reivindicam a constituição de um espaço<br />

para a periferia hoje no cenário da produção artística. Há de se estar<br />

atento para não “fetichizar a produção desses outros sujeitos do discurso,<br />

relacionados aos territórios da pobreza, nichos e guetos”, conforme<br />

alertou Bentes 33 .<br />

30 Cezar Migliorin, “5 x Favela - agora por nós mesmos e Avenida Brasília Formosa:<br />

da possibilidade de uma imagem crítica,” Devires 7, 2, (jul./dez 2010).<br />

31 Alfred Gell, Art and Agency – an anthropological theory (New York: Oxford:<br />

Clarendon, 1998).<br />

32 Sylvia Caiuby Novaes, “O uso da imagem na antropologia,” in O fotográfico, org.<br />

Etienne Samain (São Paulo: Hucitec, 1998), 116.<br />

33 Ivana Bentes, “Deslocamentos subjetivos e reservas do mundo,” in Ensaios no<br />

real, org. Cezar Migliorin (Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010), 47.<br />

LUTO COMO MÃE E AS POLÍTICAS DE AUTORREPRESENTAÇÃO NO DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO 137

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