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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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foram, por elas, considerados representativos do grupo como um todo (em<br />

termos cronológicos, geográficos, de tipologia), tentámos contar, em conjunto<br />

(equipe técnica e o grupo de mães) as experiências de perda, de luto, os<br />

obstáculos, mas também as conquistas e o companheirismo que caracterizam<br />

todo este percurso, que parece não ter fim 17<br />

Desta forma, de 2006 a 2009, o diretor acompanhou oito personagens principais,<br />

mulheres que filmaram, dirigiram e roteirizaram suas narrativas de<br />

luta por justiça. Carla Afonso confirma a “participação de todos os personagens<br />

na definição de roteiro e na planificação de filmagens e pesquisa<br />

para a contextualização histórica” 18 . Para Nascimento 19 , o filme pretendia<br />

contar essas histórias, servindo “como fonte de informação para a sociedade<br />

e mobilização para a luta delas [mães], podendo desencadear ações<br />

vindas da sociedade, de mobilização colectiva”, podendo desencadear, a<br />

partir daí, uma mudança na realidade. Mas destaca que somente o filme,<br />

por si só, não conseguiria tanto.<br />

Todo o trabalho de pesquisa que o CES e o Observatório sobre Género e Violência<br />

Armada (Universidade de Coimbra, Portugal) vem realizando em parceria<br />

com o CESEC (Universidade Cândido Mendes, Brasil) e todas as outras<br />

actividades paralelas que têm sido realizadas - o trabalho das promotoras<br />

legais, e a rede de apoio jurídico e psicológico, que lhes proporcionam uma<br />

justiça gratuita e o acompanhamento psicológico - vêm mudando pelo menos<br />

a realidade emocional delas, permitindo-lhes manter-se de pé lutando<br />

por justiça. Acho que isso já é um grande passo. O filme, assim como o livro<br />

que foi lançado em Julho, Auto de Resistência. Relatos de familiares de vítimas<br />

de violência armada (<strong>Ed</strong>itora 7 Letras), escrito coletivamente pelo grupo, vem<br />

17 Pressbook. Luto como mãe (Rio de Janeiro: <strong>Cinema</strong> Nosso; TVZero; Jabuti Filmes,<br />

2009), 13-14.<br />

18 Ibidem, 126.<br />

19 Ibidem, 123.<br />

132 QUEBRADA?

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