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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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do filme como possibilidade de construção compartilhada, desde a elaboração<br />

do roteiro até a montagem, pensando também no espectador que, ao<br />

final, articula e interpreta os pontos de vista apresentados. Se os documentários<br />

sempre defendem uma argumentação sobre a realidade histórica,<br />

tal como elucidado por Nichols 13 , os próprios procedimentos de autorrepresentação<br />

são indicadores, nesse estudo, da argumentação pretendida.<br />

Assim, damos foco às experiências que vão além do filme, como projetos<br />

que transcendem a obra audiovisual e colocam em relação identidades <strong>sociais</strong><br />

construídas e temas considerados urgentes, a partir da participação<br />

ativa dos sujeitos fílmicos desde a criação do argumento até a discussão<br />

do produto filme, seja pelos participantes ou espectadores.<br />

Luto como mãe<br />

O documentário Luto como mãe de 2009, de Luís Carlos Nascimento, incorpora,<br />

desde sua concepção, alternativas de participação coletiva e construção<br />

compartilhada. Não pretendemos fazer uma análise fílmica, no sentido<br />

estrito do termo, mas levantar elementos que contribuam com a discussão<br />

do filme como agente transformador. Esse processo parece indicar a necessidade<br />

de aproximação com as construções etnográficas 14 , e foi exatamente<br />

este o caso desse documentário.<br />

A pesquisadora Tatiana Moura, do Observatório sobre Género e Violência<br />

Armada, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra,<br />

explica que a ideia do documentário surgiu a partir de projeto de pesquisa<br />

-ação sobre mulheres e violência armada no Rio de Janeiro, realizado em<br />

parceria com o CESeC/Universidade Cândido Mendes. Em conjunto com as<br />

ações e pesquisas também foi produzido o livro Auto de Resistência: relatos<br />

de familiares de vítimas de violência armada, escrito por todas elas e com<br />

13 Bill Nichols, Introdução ao documentário (Campinas, SP: Papirus, 2005).<br />

14 No sentido mais amplo definido na tese Violência urbana e documentário<br />

brasileiro (2007), e apoiado em Xavier (2000), de uma etnografia audiovisual.<br />

130 QUEBRADA?

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