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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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etnográfica “centrada na construção de um olhar compartilhado, resultante<br />

da interação e do confronto entre universos culturais distintos” 5 , característica<br />

nem sempre visível no próprio filme, remetendo, por sua vez, aos<br />

processos específicos de sua realização.<br />

É o antropólogo e cineasta Jean Rouch a inspiração maior dessa proposta<br />

de uma ‘observação compartilhada’ que hoje motiva um grande número<br />

de pesquisadores, destacando-se no Brasil o trabalho de Rose Satiko Hikiji<br />

e suas reflexões sobre as experiências de produção audiovisual e o ‘cinema de<br />

quebrada’, nas quais vem consistentemente e constantemente reelaborando<br />

sua investigação sobre as autorrepresentações. 6 Um importante panorama<br />

dessas produções, com contribuição significativa ao tema do ‘cinema de periferia’,<br />

foi feita também pela tese de Gustavo Souza. 7 Não nos atentaremos<br />

aqui na diferenciação dos termos considerando os suportes e formatos, tratando<br />

o cinema como conceito que pode incluir outros produtos audiovisuais.<br />

Ressaltamos, entretanto, que essa pesquisa se deteve nos documentários que<br />

constam na base de dados da Agência Nacional de <strong>Cinema</strong> (Ancine).<br />

Certamente essa tendência de autorrepresentação nos documentários<br />

brasileiros contemporâneos já foi identificada em diversos estudos,<br />

sendo relacionada ainda às possibilidades abertas pelas tecnologias digitais<br />

e pelas leis de incentivo, considerados os grandes agentes viabilizadores<br />

de projetos audiovisuais deste porte. 8 Porém, ainda dominam, nesses,<br />

5 Andréa Barbosa e <strong>Ed</strong>gar Teodoro da Cunha. Antropologia e imagem (Rio de<br />

Janeiro: Jorge Zahar, 2006), 51.<br />

6 Cf. Rose Satiko G. Hikiji, Sentidos da imagem na quebrada e na etnografia. 12º<br />

Encontro Nacional da Anpocs, 2011. Disponível em: .<br />

7 Gustavo Souza, “Pontos de vista em documentários de periferia: estética,<br />

cotidiano e política” (tese de doutorado, Escola de Comunicação e Artes da<br />

Universidade de São Paulo, 2011).<br />

8 Cf. dentre outros: Lins e Mesquita (2008). Também muito já se discutiu sobre<br />

conceitos como os de documentários de busca (Bernardet 2005), filmesdispositivo<br />

(Migliorin 2010), além de outros trabalhos que questionaram os<br />

conceitos de representação e identidade no documentário brasileiro recente<br />

(Menezes 2004; Hamburger 2005; Guimarães 2006).<br />

LUTO COMO MÃE E AS POLÍTICAS DE AUTORREPRESENTAÇÃO NO DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO 127

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