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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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Além dos trabalhos já citados, vale mencionar também as teses de Gustavo<br />

Souza 18 e Moira Toledo, 19 entre outros.<br />

O trabalho de Rose Satiko, em forma fílmica e escrita, registrou os<br />

dilemas das relações entre os cineastas emergentes da quebrada e a pesquisa<br />

acadêmica. As realizações da autora, sistematizadas em artigo também<br />

publicado neste volume, buscam construir conhecimento de forma<br />

compartilhada. 20<br />

Algumas realizações audiovisuais – como Defina-se (2002) de Daniel<br />

Hilário, O Último da Fila (2003) de Éder Augusto e Videolência (2009) do<br />

coletivo NCA, entre outros –sugerem potência formal. No Rio de Janeiro e<br />

em São Paulo ocorreram experiências mais institucionalizadas como 5 x Favela<br />

agora por nós mesmos (Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha,<br />

Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcelos e Luciana Bezerra, 2010),<br />

por exemplo. O filme explicita a questão da autoria. O projeto mostra que,<br />

décadas depois, os moradores das comunidades abordadas pelo filme original<br />

– produzido pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional<br />

dos Estudantes (UNE) – dispensam quem fale por eles. Cacá Diegues, diretor<br />

de um dos cinco curtas que compõem o longa de 1962, produziu a nova versão.<br />

O processo de feitura envolveu oficinas, seleção de roteiros e pessoas.<br />

O resultado revela pessoas e situações em pleno processo de integração<br />

social. A linguagem é clássica, comedida. Os roteiros, movidos por relações<br />

de causa e efeito, funcionam como contra plano aos filmes que reafirmam<br />

o cenário de violência e pobreza. Conhecemos, a cada filme, o ponto de<br />

18 G. Souza, “O ponto de vista no documentário,” Significação: Revista de Cultura<br />

Audiovisual 40 (2013b): 167-177; Idem, “Distanciamento e aproximação entre<br />

estética e política no cinema de periferia,” Contracampo 27 (2013a): 89-105;<br />

G. Souza, “Experimentação da narrativa em documentários de periferia,”<br />

Culturas Midiáticas IV (2011): 1-10; G. Souza, “O ponto de vista político no<br />

cinema de periferia,” Galáxia 12 (2012): 115-126.<br />

19 M. Toledo, “<strong>Ed</strong>ucação Audiovisual Popular no Brasil – Panorama 1990-2009”<br />

(tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 2010).<br />

20 <strong>Cinema</strong> de quebrada (2008, Rose Satiko Hikiji); Lá do Leste (2010, Rose<br />

Satiko Hikiji);Rose Satiko Hikiji, Lá do Leste – Uma etnografia audiovisual<br />

compartilhada (São Paulo: Humanitas, 2013).<br />

112 QUEBRADA?

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