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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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A partir de 2002 diversos filmes e programas de televisão, documentários<br />

e de ficção, apresentam sucessivas interpretações sobre a vida cotidiana<br />

em bairros populares. Em 2014, essa vertente mantém o fôlego.<br />

Notícias conta com a participação de Paulo Lins, que em 1997 publicou<br />

Cidade de Deus, romance produzido a partir de sua experiência como morador<br />

do complexo habitacional, elaborada por sua formação de pesquisador-assistente<br />

de Alba Zaluar. Filme e livro se associam a outros esforços<br />

e compõem uma vertente do chamado cinema da retomada, a qual é composta<br />

por filmes experimentais e industriais – em <strong>vídeo</strong> e em película –,<br />

programas de televisão, curtas, médias e longas metragens que circulam<br />

no cinema, na TV aberta e nas mídias digitais. A filmografia da quebrada<br />

faz parte desse corpus fílmico complexo e heterogêneo, que consubstancia<br />

a força e a fraqueza dos espaços audiovisuais na definição e redefinição dos<br />

contornos da democracia brasileira.<br />

A partir de iniciativas esparsas nas décadas de 1980 e 1990, o novo milênio<br />

se inicia com um boom inédito da temática no audiovisual brasileiro.<br />

A explosão na filmografia sobre o povo, que emerge no início do século XXI,<br />

desloca o trabalho de <strong>Ed</strong>uardo Coutinho. Depois de Santo Forte, o diretor,<br />

que penetrava com originalidade as paisagens populares urbanas do Rio<br />

de Janeiro, ainda fez Babilônia 2000. Sua pesquisa se volta, então, para o<br />

universo de classe média em <strong>Ed</strong>ifício Master (2004), e para sucessivas elaborações<br />

sobre alteridade e encenação, das quais a opção radical pelo cenário<br />

do teatro vazio em Jogo de Cena (2007) talvez tenha sido o ápice de uma<br />

pesquisa ética e estética.<br />

Filmes que abordam situações populares se diversificam e incorporam<br />

também filmes feitos por realizadores populares. Ao romper a relativa<br />

invisibilidade a que estavam condenados cidadãos pobres, paisagens populares,<br />

negros, colocaram em questão as formas da expressão audiovisual<br />

de certas paisagens humanas. Visibilidade como, onde, de quem e para<br />

quem? Quais formas visuais podem abrir possibilidades e quais simplesmente<br />

reiteram situações sem porvir?<br />

É possível reconstituir uma sequência de interlocuções fílmicas:<br />

um filme discute com outro, apresentando pontos de vista discrepantes.<br />

O CINEMA IMAGINATIVO DE ADIRLEY QUEIRÓS 109

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