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entrevista<br />

JUCERJA: ações para<br />

a desburocratização<br />

Nos últimos meses, a Junta Comercial do Estado do Rio de<br />

Janeiro (JUCERJA) vem implementando medidas com o objetivo<br />

de desburocratizar processos para empresários. O Decreto nº<br />

45.411 de 2015 e as Deliberações da JUCERJA nº 87 e 88 são<br />

algumas das ações neste sentido. A Julgadora Singular do órgão,<br />

Paola Jacob, falou sobre essas mudanças e sua importância.<br />

A JUCERJA está buscando desburocratizar processos.<br />

Qual é a importância disso?<br />

Paola Jacob: É importante para a adequação ao atual cenário.<br />

Diante da crise, o governo do Estado entendeu essa necessidade,<br />

especialmente no tocante às novas sociedades empresariais. Por isso,<br />

foi editado o Decreto nº 45.411, o qual estabelece diversas medidas,<br />

entre elas, a dispensa da Junta em exigir reconhecimento de firma por<br />

autenticidade. Além de determinar que a JUCERJA estava dispensada<br />

de exigir reconhecimento de firma dos atos constitutivos de novas<br />

sociedades empresárias, exceto no caso de uso de procuração, por<br />

força do art. 63 da Lei nº 8.934/94.<br />

Outra medida do Decreto foi a criação do Comitê de Desburocratização<br />

do Estado do Rio de Janeiro, encarregado de fazer estudos e<br />

implementar medidas em todos os órgãos, não só na JUCERJA.<br />

Quais foram as principais medidas implementadas?<br />

PJ: Os vogais da Junta, capitaneados pelo nosso presidente e pelo<br />

nosso vice-presidente, entenderam a importância desse decreto<br />

e foram além. Em reunião plenária, foi decidida a ampliação do<br />

escopo desse processo, e hoje temos duas Deliberações da JUCERJA<br />

no mesmo sentido. Segundo a nº 87, não poderá ser exigido<br />

reconhecimento de firma para qualquer ato societário que chegue<br />

à Junta para arquivamento, salvo quando ocorrer o arquivamento<br />

de procuração, que precisará vir com reconhecimento de firma; já<br />

a nº 88 dispensa o Registro de Títulos de Documentos (RTD) para<br />

documentos oriundos do exterior, especialmente procurações, desde<br />

que traduzidos por tradutores juramentados.<br />

E os benefícios dessas medidas?<br />

PJ: O benefício é a redução do custo para esses novos<br />

empresários e, assim, o incentivo ao empreendedorismo. Para<br />

nós, julgadores, não precisamos mais nos preocupar com o<br />

reconhecimento de firma, mas existem outras formalidades legais<br />

para verificarmos.<br />

Que erros são comumente cometidos em processos por<br />

parte dos profissionais da contabilidade?<br />

PJ: Os erros mais comuns poderiam ser evitados com um pouco<br />

mais de atenção. Hoje, com o computador, o profissional já<br />

possui um modelo do contrato, e o reaproveita para outras<br />

situações. Isso é muito bom por dar mais agilidade ao processo,<br />

mas é preciso cuidado. Às vezes ele esquece de trocar uma<br />

informação e dá divergência.<br />

A JUCERJA prevê outras ações no mesmo sentido<br />

para 2016?<br />

PJ: A perspectiva é que já em janeiro comece a funcionar o novo<br />

sistema eletrônico da Junta. Tudo será eletrônico, desde o envio<br />

do processo até a análise, na tela do computador. No primeiro<br />

momento, será um sistema híbrido, para atender àqueles que<br />

ainda não possuem certificação digital. Vamos ter um setor<br />

específico apenas para digitalizar os processos, mas a ideia é<br />

migrar completamente, visando maior agilidade.<br />

Você lançará um livro em 2016. Que tema<br />

será abordado?<br />

PJ: Sim, ele será lançado em abril pela editora Lumen Juris. Ele<br />

surgiu da minha dissertação de mestrado – sou mestre em Direito<br />

Empresarial pela UERJ – e o grande tema é a Junta. O título do<br />

livro é “Controle dos Atos Societários pelas Juntas Comerciais<br />

– uma visão histórica, estrutural e procedimental”. Abordo<br />

exatamente até que ponto nós, enquanto julgadores, podemos<br />

analisar o mérito dos atos que são levados a registro.<br />

Também explico como funciona a própria estrutura da Junta.<br />

Muitos profissionais da contabilidade desconhecem a existência<br />

de recursos administrativos para facilitar e até mesmo conseguir<br />

a aprovação do ato. Muitos dizem que a Junta é uma “caixa<br />

preta” e eu trago a resposta para muitas questões do dia a dia<br />

desses profissionais.<br />

<strong>MBC</strong> | SET-DEZ | 2015 | 11

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