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Fevereiro 2017

Edição nº 216 - Fevereiro 2017

Edição nº 216 - Fevereiro 2017

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Janeiro <strong>2017</strong><br />

1<br />

Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número 226 | <strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

ACTUALIDADE<br />

Sessão<br />

17<br />

Informativa<br />

Cidadania<br />

Acordo<br />

Ortográfico<br />

Actualidade<br />

24<br />

Concurso<br />

28<br />

Gastronomia<br />

José Paulo Costa foi<br />

ordenado diácono<br />

pelo Arcebispo de Braga<br />

D. Jorge Ortiga<br />

Páginas 6 e 7<br />

foto: GL


2 Lusitano<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

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Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

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Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

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Secção consular: 031 351 17 73<br />

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Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

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Edição anterior<br />

COMUNIDADE<br />

Natália<br />

Couto<br />

Entrevista<br />

Actualidade<br />

Acordos<br />

informações CH-UE 17<br />

Solidariedade<br />

Cabo Verde<br />

Campanaha<br />

Janeiro <strong>2017</strong><br />

| Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número 225 | Janeiro <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal |<br />

4<br />

15<br />

António Guterres<br />

primeiro português<br />

Secretário-Geral da<br />

ONU. Páginas 20 e 21<br />

1<br />

Foto: Xavier Cedeno Farm<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

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Zürich);<br />

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EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC nº31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

EDITORIAL<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />

3<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4 Maria José Bernardo CC nº29<br />

4 Pedro Nabais CC nº 30<br />

4 Joana Araújo CC nº27<br />

4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4 Jorge Macieira CC nº 66<br />

4 Maria dos Santos CC nº 65<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

Editorial<br />

existem algumas organizações que estão a<br />

organizar sessões de esclarecimento no mês<br />

de <strong>Fevereiro</strong>. Uma delas terá mesmo lugar<br />

no Centro Lusitano de Zurique.<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

O que nos traz <strong>2017</strong>?<br />

inda há pouco terminamos um ano que nos deixou a transpirar, com<br />

as várias decisões políticas que foram tomadas na Suíça em relação<br />

aos emigrantes, e já batem à porta novas votações e medidas políticas<br />

que nos farão voltar a estar de olhos abertos este ano.<br />

Para começar bem o ano, entrou em vigor desde o início do ano o acordo que<br />

permite a troca de informação financeira entre países, acordo esse que a Suíça<br />

tinha feito com vários países membros da UE, incluindo Portugal. Assim sendo,<br />

desde Janeiro que, quer a Suíça, quer Portugal podem saber os bens que cada<br />

emigrante tem, podendo assim evitar a fraude fiscal. No entanto esta medida<br />

veio causar muitas dúvidas aos emigrantes que se vêem agora obrigados a declarar<br />

todos os bens e propriedades que tem em Portugal, coisa que muitos até<br />

agora não faziam.<br />

Para esclarecer várias questões que os emigrantes possam ter em relação a<br />

este assunto, existem algumas organizações que estão a organizar sessões de<br />

esclarecimento no mês de <strong>Fevereiro</strong>. Uma delas terá mesmo lugar no Centro<br />

Lusitano de Zurique.<br />

Também é no mês de <strong>Fevereiro</strong> que se inicia a ida às urnas na Suíça para a<br />

aprovação ou rejeição de medidas populares. E neste caso irão a votos duas<br />

medidas que dizem respeito a muitos emigrantes. A primeira medida diz respeito<br />

aos netos de imigrantes (a chamada terceira geração), onde se pretende que<br />

se facilite a nacionalização destes mesmos. São 25 mil, os jovens que poderiam<br />

se nacionalizar mais facilmente, caso esta proposta seja aprovada.<br />

Outra das propostas que de momento possa parecer menos importante, mas<br />

que no futuro pode fazer a diferença é a Revisão do Imposto para Empresas III.<br />

Esta medida propõem que não apenas as empresas estrangeiras que se instalem<br />

na Suíça sejam favorecidas pelos benefícios fiscais, mas que também as próprias<br />

empresas Suíças possam beneficiar da redução de impostos. E como todos sabemos,<br />

se alguém não paga o que deve para o “saco comunitário”, um dia esse<br />

dinheiro vai faltar. E como é habitual nestes casos, quem acaba por pagar essa<br />

falha são os mais pobres, neste caso o povo.<br />

Esperemos que, apesar de <strong>2017</strong> ter começado já a “turbilhar“, ele nos possa<br />

também trazer muitas alegrias e criar oportunidades para todos nós.


4 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

De regresso à competição<br />

JORGE MACIEIRA<br />

O Centro Lusitano de Zurique voltou ao trabalho depois<br />

da pausa do inverno com o objectivo de preparar<br />

o recomeço do campeonato no início de Abril.<br />

Os treinadores também reuniram com os elementos<br />

do departamento desportivo e com o presidente Armindo<br />

Alves depois do jantar do início de ano, com<br />

objectivo de conversar sobre a primeira metade da<br />

época e sobre o início da segunda metade da época.<br />

O Centro vai apresentar dez equipas em competição:<br />

Veteranos, Seniores, Juniores A e B Masculino,<br />

Juniores A e B Feminino, Juniores C, duas equipas<br />

Juniores D e Juniores E e duas equipas em modo torneio<br />

Juniores F e Juniores G.<br />

Em relação à primeira metade do campeonato há a<br />

desistência de uma equipa de Juniores A masculina e<br />

a criação de uma equipa dos Juniores D.<br />

Assim aguarda-se com ansiedade o regresso à competição<br />

das equipas que orgulhosamente usam o símbolo<br />

do Centro Lusitano.<br />

Veteranos – Jorge Rodrigues<br />

Seniores - Hugo Barreiros<br />

Juniores A – Flávio<br />

Feminina – Félix<br />

Feminina – Davide<br />

Juniores B – Zé Ricardo<br />

Juniores B – Victor Fonseca Juniores C- Victor Carneiro<br />

Juniores D1 – Luís e Felipe<br />

Juniores D2 – António<br />

Juniores E –Kalo<br />

Juniores F – Paulo


COMUNIDADE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

5<br />

Comunidade Portuguesa com<br />

cheiro a… Perfume<br />

No passado dia onze de Novembro 2016 a<br />

porta abriu-se e a inauguração ficou marcada,<br />

com a boa gastronomia portuguesa,<br />

onde o pastel de nata, bolo de carne e a<br />

broa entre outros produtos, nomeadamente<br />

o vinho de dominação “Carinho” fizeram<br />

toda a diferença.<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Wohlen é uma cidade do Cantão de Aargau<br />

e que pertence ao distrito de Bremgarten,<br />

cidades sobejamente conhecida e<br />

com uma Comunidade Portuguesas destacada.<br />

Justamente em Wohlen que vamos encontrar<br />

a primeira Perfumaria pública situada<br />

num pequeno centro comercial e onde se<br />

fala português.<br />

Ydentik é já um nome popular entre nós<br />

e que tem como “capitão” o Sr. Vitor Figo<br />

que abraçou este projecto, de um simples<br />

palratório com o amigo Sérgio Rego.<br />

O Sr. Vitor Figo é um pioneiro desta cadeia<br />

situada em Braga e que agora chegou à<br />

Suíça<br />

Um convívio cordial onde não só os portugueses<br />

marcaram presença, mas também<br />

estiveram outras comunidades e<br />

onde puderam conviver, através das fragrâncias<br />

e aromas preferidos.<br />

A gama de todos os produtos desta marca,<br />

está ao alcance de qualquer bolso.<br />

Uma das curiosidade, é que podemos compor<br />

o nosso perfume consoante o grau de<br />

olência desejado e torná-lo personalizado.<br />

Visitado por muitos portugueses que assim<br />

responde ao Ydentik, chefiada pela família<br />

Figo na maioria feminina, realiza assim<br />

um sonho de dar a conhecer à nossa comunidade<br />

a importância que devemos dar à<br />

nossa presença, com uma imagem cuidada<br />

e claro bem perfumada!<br />

Uma das outras curiosidade que me despertou<br />

a atenção é o facto de apenas por<br />

dois francos, poder passar, perfumar-se e<br />

seguir viagem… para o emprego, um passeio<br />

ou tomar um café com alguém que<br />

aprecie a sua companhia!<br />

Velas, micados, body lotion, perfumes entre<br />

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6 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

JOSÉ PAULO<br />

ORDENADO DIÁCONO<br />

José Paulo Costa<br />

foi ordenado<br />

diácono pelo<br />

Arcebispo de<br />

Braga D. Jorge<br />

Ortiga<br />

texto: Luís Varandas - padre<br />

fotos: GL<br />

O<br />

Domingo dia 22 de Janeiro de<br />

<strong>2017</strong> vai ficar em boa recordação<br />

na memória da Missão<br />

católica de língua portuguesa<br />

em Zurique.<br />

Durante a missa dominical o assistente<br />

Pastoral José Paulo Costa foi ordenado<br />

diácono pelo Arcebispo de Braga Dom<br />

Jorge Ortiga, que se deslocou a Zurique<br />

prepositivamente para esta liturgia.<br />

Nesta celebração festiva concelebraram<br />

10 Sacerdotes, entre os quais também esteve<br />

presente o coordenador das Missões<br />

linguísticas portuguesas na Suíça, Pe. Aloísio<br />

Araújo, e os responsáveis pelas missões<br />

linguísticas no cantão de Zurique, Msgr.<br />

Luis Capilla e Artur Czastkiewicz. Entre<br />

os muitos fiéis estiveram presente vários<br />

representantes da igreja local de Zurique,<br />

assim como também de varias paróquias.<br />

Depois da proclamação do evangelho o<br />

candidato ao Diaconato foi apresentado ao<br />

senhor Bispo, conforme indica o ritual para<br />

estas celebrações. Durante a sua homilia<br />

Dom Jorge convidou todos os presentes<br />

a fazer um breve exame de consciência. O<br />

Ministério específico do diácono é servir,<br />

um serviço em caridade. A Caridade não<br />

está somente reservada ao diácono, neste<br />

ponto todos somos chamados a ser diáconos<br />

e servir ao próximo com caridade.<br />

Logo depois da homilia seguiu o questionário<br />

ao Candidato, durante o qual ele se<br />

propôs a servir a Cristo e a sua Igreja conforme<br />

o Ministério para o qual foi chamado.<br />

Depois da promessa de obediência ao<br />

Bispo seu superior foi cantada a ladainha,<br />

durante a qual os Santos são implorados<br />

para auxílio do candidato e da Igreja. Durante<br />

a ladainha o candidato postou-se no<br />

chão como sinal de entrega total. A ladainha<br />

foi seguida pela imposição de mãos,<br />

Dom Jorge impôs as mãos sobre o candidato<br />

e implorou sobre ele o poder do espírito<br />

santo. Depois da oração consecratória<br />

o neo diácono recebeu as vestes litúrgicas<br />

diaconais, a estola e a dalmática. Já vestido<br />

com as vestes litúrgicas recebeu das<br />

mãos do Bispo o livro dos Evangelhos, com<br />

a missão de proclamar a palavra de Deus.<br />

O ritual da ordenação foi concluído com o<br />

abraço da Paz e acolhimento de Dom Jorge<br />

e acompanhado por uma forte salva de<br />

palmas.<br />

Depois da liturgia foi oferecido um aperitivo<br />

riquíssimo, que a comunidade tinha preparado<br />

para festejar o seu novo diácono.


ENTREVISTA<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

“O papa Francisco foi uma lufada de ar<br />

fresco na Igreja. Ele é a prova de que a<br />

idade não é sinónimo de conservadorismo”<br />

7<br />

Entrevista: Armindo Alves<br />

Lusitano de Zurique — Paulo diz-nos<br />

algo sobre ti: origem e percurso<br />

até chegar a Zurique.<br />

Paulo Costa — O Paulo nasceu<br />

numa pequena freguesia do concelho<br />

de Amares, distrito de Braga,<br />

com o nome de Sequeiros.<br />

Decorria o ano de 1979, um ano<br />

de boa colheita.<br />

Tive uma infância normal, tal<br />

como todos nós possivelmente.<br />

Aos 13 anos decidi entrar para<br />

o seminário, em Braga, onde estive<br />

até aos 21 anos. Foi nessa<br />

altura que decidi que não queria<br />

continuar mais no seminário pois<br />

achava que não tinha a vocação<br />

que seria imprescindível ter. Ou<br />

seria um padre com princípios ou<br />

então não seria. E decidi pela segunda<br />

possibilidade.<br />

Depois de sair do seminário conclui<br />

a minha licenciatura e dediquei-me<br />

ao ensino.<br />

Em 2012 surgiu a possibilidade<br />

de vir trabalhar para a Suíça,<br />

mais concretamente na Missão<br />

Católica Portuguesa do cantão<br />

de Zurique. E ainda aqui estou.<br />

Lusitano de Zurique — O que é<br />

ou quem é o diácono? Quais são<br />

as suas funções?<br />

viço da caridade, da proclamação<br />

da Palavra de Deus e da liturgia.<br />

Ele pode presidir a algumas celebrações<br />

religiosas como por<br />

exemplo baptismos e casamentos,<br />

além de poder fazer homilias,<br />

pregações, bênçãos, etc..<br />

Lusitano de Zurique — A tua ordenação<br />

é para ter a missão de<br />

diácono transitório ou permanente?<br />

PC — No meu caso, enquanto<br />

casado, eu sou diácono permanente.<br />

Lusitano de Zurique — Acabas<br />

de ser ordenado diácono pelo<br />

Arcebispo de Braga Dom Jorge<br />

Ortiga. O que te motivou a alcançar<br />

esta etapa na tua vida?<br />

PC — Enquanto cristão todos nós<br />

temos a obrigação de colocar os<br />

nossos talentos a render. Foi<br />

com base neste pensamento, patente<br />

na parábola dos talentos,<br />

que decidi aceitar este comprometimento.<br />

Se podemos dar mais à Igreja e<br />

ao povo de Deus, porque não o<br />

fazer? Além disso, sabia que seria,<br />

também, uma preciosa ajuda<br />

para a Missão Católica Portuguesa.<br />

Lusitano de Zurique —. E o que<br />

significa para ti?<br />

José Paulo Costa<br />

PC — O termo “diácono” vem do<br />

grego e significa “servo”. Então,<br />

podemos dizer que o diácono é<br />

aquele que está ao serviço da<br />

comunidade/ do povo de Deus.<br />

Há dois tipos de diáconos: os<br />

transitórios e os permanentes.<br />

Os transitórios são aqueles que<br />

aspiram ao sacerdócio e têm que<br />

fazer o voto de celibato; os permanentes,<br />

como é o meu caso,<br />

são leigos e não precisam de fazer<br />

esse voto. O diaconado é o<br />

primeiro grau do sacramento da<br />

Ordem. O segundo é o presbiterado<br />

e o último é o episcopado.<br />

Na Igreja o diácono está ao ser-<br />

PC — Significa que me foi dada<br />

uma grande responsabilidade.<br />

Ser diácono não é um título, ou<br />

uma recompensa e muito menos<br />

deve ser visto como uma questão<br />

de prestígio. Como dizia o<br />

Dom Jorge na homilia da minha<br />

ordenação, todos nós somos diáconos,<br />

todos devemos estar ao<br />

serviço do próximo.<br />

Claro que agora tenho responsabilidades<br />

acrescidas. O rito da ordenação<br />

terminou com a entrega<br />

do livro dos Evangelhos onde o<br />

Bispo me disse: “Recebe o Evangelho<br />

de Cristo, que tens missão<br />

de proclamar. Crê o que lês, ensi-<br />

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8 Lusitano<br />

ENTREVISTA<br />

continuação da página anterior<br />

na o que crês e vive o que ensinas.”<br />

Esta é a verdadeira missão<br />

do diácono. É nisto que ele tem<br />

que se concentrar e esforçar<br />

por viver. É esta a responsabilidade<br />

de que falo.<br />

Lusitano de Zurique — A tua ordenação<br />

na Suíça foi algo novo<br />

no seio das comunidades. Esta<br />

prática uma cultura religiosa<br />

especifica. Também vais manter<br />

esta cultura religiosa ou<br />

vais abraçar outras ideias?<br />

PC — Enquanto diácono estou<br />

incardinado na diocese de Braga.<br />

No dia da minha ordenação<br />

prometi ao meu Bispo e aos<br />

seus sucessores reverência e<br />

obediência. Isto significa que<br />

eu estarei onde ele precisar e<br />

onde ele me pedir para estar.<br />

Neste momento sinto-me bem<br />

com a comunidade portuguesa<br />

e espero ficar por cá muitos<br />

mais anos, dando continuidade<br />

ao trabalho que temos feito nos<br />

últimos anos. Mas o futuro a<br />

Deus pertence.<br />

Lusitano de Zurique — O teu<br />

trabalho enquanto diácono<br />

será só direccionado para a comunidade<br />

portuguesa ou para<br />

os católicos em geral?<br />

PC — Na ordenação o diácono<br />

assume um compromisso:<br />

de estar ao serviço do povo de<br />

Deus. Isto quer dizer que ele<br />

não está ao serviço de quem ele<br />

quer, mas de quem dele precisa.<br />

Claro que todos os membros do<br />

clero têm ao seu cuidado uma<br />

ou várias comunidades nas dioceses<br />

onde estão incardinados<br />

ou não. No meu caso, o Dom<br />

Jorge nomeou-me para a comunidade<br />

portuguesa de Zurique.<br />

Lusitano de Zurique — Quais as<br />

suas expectativas e preocupações<br />

como diácono?<br />

PC — Em relação à minha nova<br />

missão eu espero ser capaz de a<br />

cumprir fazendo o meu melhor,<br />

dando às pessoas tudo aquilo<br />

que precisarem.<br />

Enquanto diácono preocupa-<br />

-me aquilo que já antes me<br />

preocupava. Estamos numa<br />

sociedade muito diferente daquela<br />

que existia há 30 ou 40<br />

anos atrás. Seria bom que a<br />

Igreja acompanhasse mais esta<br />

mudança. E para isso basta<br />

uma coisa muito simples: que<br />

seja misericordiosa. Vivemos<br />

no ano 2016 o ano da Misericórdia.<br />

O papa Francisco, nos<br />

seus gestos, tem relevado esta<br />

misericórdia. Ao sermos misericordiosos<br />

estamos a seguir o<br />

exemplo de Jesus Cristo. Ninguém<br />

é dono ou senhor da verdade.<br />

A Igreja estará no bom<br />

caminho quando for um local<br />

onde as pessoas se sintam acolhidas<br />

sem julgamentos apesar<br />

dos erros que cometam. Não<br />

estou a dizer que não o seja.<br />

Tem que ser mais.<br />

NUNCA ABDIQUEM NEM SE<br />

Lusitano de Zurique — Tu vives<br />

em Zurique há já alguns anos<br />

tendo por isso um conhecimento<br />

dos valores da nossa comunidade.<br />

O que gostarias de desenvolver<br />

para melhorar a vida<br />

sociocultural da comunidade?<br />

PC — Este é um tema que não<br />

está directamente relacionado<br />

com o meu trabalho cá. Mas<br />

em todo o caso tenho, como é<br />

óbvio, uma opinião. As várias<br />

associações que por cá existem<br />

têm feito um excelente trabalho<br />

na transmissão e vivência<br />

da nossa cultura. Infelizmente<br />

há ainda sectores culturais que<br />

são pouco queridos e apreciados<br />

por nós. Para ultrapassar<br />

estas dificuldades seria bom<br />

que as várias associações trabalhassem<br />

em conjunto de forma<br />

a promover a nossa cultura<br />

no seu todo. Não pode haver<br />

rivalidades. Já se diz em bom<br />

português não se pode “dividir<br />

para reinar”.<br />

Da minha parte e da parte da<br />

Missão Católica estamos sempre<br />

disponíveis para promover<br />

projectos de integração bem<br />

como projetos de promoção da<br />

nossa cultura, seja de que âmbito<br />

for.<br />

ENVERGONHEM DE SER AQUILO<br />

QUE SÃO. SOMOS E SEREMOS<br />

SEMPRE PORTUGUESES. LUTEM<br />

PELOS SEUS SONHOS… E SEJAM<br />

FELIZES!<br />

Lusitano de Zurique —. Tendo<br />

tu tomado a decisão de abraçar<br />

a diaconia, és certamente<br />

da opinião que a Igreja deveria<br />

acabar com o celibato?<br />

PC — Não necessariamente.<br />

São coisas diferentes. O celibato<br />

é um dos temas fracturantes<br />

dentro da Igreja. Um sacerdote<br />

que faz o voto de celibato, fá-lo<br />

porque entende que tem que<br />

estar ao serviço do povo de<br />

Deus a 100%. Enquanto casado,<br />

um sacerdote nunca poderia estar<br />

a 100% ao serviço da comunidade<br />

e ao mesmo tempo disponível<br />

para a família. Ora, para<br />

Igreja a família é muito importante,<br />

daí entender que não se<br />

consegue estar comprometido<br />

com as duas partes ao mesmo<br />

tempo.<br />

Aqueles que defendem a abolição<br />

deste voto, que existiu<br />

sem limitações na Igreja até<br />

ao século XIII, entendem que é<br />

possível conciliar a vida familiar<br />

com a vocação de sacerdote.<br />

E dão como exemplo os pastores<br />

das igrejas Reformadas e<br />

Orientais.<br />

Se algum dia for abolido este<br />

voto, a mim não me escandalizará.<br />

Mas antes disso há ainda<br />

um grande caminho pela frente.<br />

Lusitano de Zurique — O Papa<br />

Francisco tem tido um pontificado<br />

tido por alguns como<br />

exemplar e corajoso mostrando,<br />

por exemplo, uma abertura<br />

aos divorciados e recasados e<br />

afirmando, entre outras coisas,<br />

que nos padrões actuais o natal<br />

é uma “falsidade”. Pessoalmente<br />

e globalmente que leitura<br />

fazes do seu pontificado?<br />

PC — O papa Francisco foi uma<br />

lufada de ar fresco na Igreja. Ele<br />

é a prova de que a idade não é<br />

sinónimo de conservadorismo.<br />

Mas o que mais me marcou e<br />

marca é a sua simplicidade. O<br />

papa Francisco não é um homem<br />

de muitas e/ou sábias palavras.<br />

É um homem de gestos,<br />

de ação. Ele tem posto o dedo<br />

na ferida. E nós sabemos que há<br />

verdades que doem mais que<br />

determinadas mentiras… É isso<br />

que o torna muito diferente dos<br />

seus antecessores e o seu nome<br />

ficará para sempre nas nossas<br />

memórias. Se tivesse que lhe<br />

dar um cognome seria “Francisco,<br />

o misericordioso”.<br />

Espero que Deus lhe dê forças<br />

para levar avante a sua missão<br />

que não é fácil. Mas eu acredito<br />

que ele vai ainda ser capaz<br />

de fazer grandes mudanças, ou<br />

pelo menos iniciar essas mudanças.<br />

Lusitano de Zurique — Qual a<br />

mensagem que gostarias de<br />

deixar à nossa comunidade?<br />

PC — Que nunca abdiquem<br />

nem se envergonhem de ser<br />

aquilo que são. Somos e seremos<br />

sempre portugueses. Lutem<br />

pelos seus sonhos… e sejam<br />

felizes<br />

n


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COMUNIDADE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

Fim das propinas no ensino do português no<br />

estrangeiro proposto por BE e PCP rejeitado na AR<br />

11<br />

Lusa<br />

O parlamento rejeitou<br />

hoje, com os votos contra<br />

do PSD, CDS-PP e<br />

PS, as propostas do BE<br />

e do PCP nas quais se<br />

defendia a revogação<br />

da propina do Ensino do<br />

Português no Estrangeiro<br />

(EPE).<br />

Estas duas propostas fizeram<br />

parte de um conjunto<br />

de projectos de lei<br />

sobre o ensino na diáspora<br />

apresentados por<br />

vários partidos que estiveram<br />

hoje em discussão<br />

e votação no plenário da<br />

Assembleia da República.<br />

Assim, as bancadas do<br />

PSD, CDS-PP e PS aliaram-se<br />

no voto contra à<br />

proposta dos bloquistas<br />

para revogar "a propina<br />

do ensino de português<br />

no estrangeiro e estabelecer<br />

a gratuitidade<br />

dos manuais escolares"<br />

nestes cursos, tendo votado<br />

da mesma forma<br />

no diploma do PCP que<br />

também pedia o fim da<br />

propina para estes casos.<br />

A rede do EPE inclui<br />

cursos integrados de<br />

português nos sistemas<br />

de ensino locais e ainda<br />

cursos associativos e paralelos,<br />

assegurados pelo<br />

Estado português, em<br />

países como a Alemanha,<br />

Espanha, Andorra, Bélgica,<br />

Holanda, Luxemburgo,<br />

França, Reino Unido,<br />

Suíça, África do Sul, Namíbia,<br />

Suazilândia e Zimbabué.<br />

Segundo o BE, a introdução<br />

da propina levou à<br />

perda de cerca de 9.000<br />

alunos e à dispensa de<br />

cerca de 30 professores,<br />

num contexto em que o<br />

número de emigrantes<br />

aumentou muito, segundo<br />

o Bloco de Esquerda.<br />

Com a mesma votação<br />

contra de socialistas,<br />

sociais-democratas e<br />

centristas, o BE viu igualmente<br />

rejeitado o projecto<br />

de lei que defendia<br />

a redução de alunos por<br />

turma nos cursos de ensino<br />

de português no estrangeiro.<br />

Entre as outras propostas<br />

apresentadas sobre<br />

este tema, o projecto de<br />

resolução do PSD para<br />

o desenvolvimento da<br />

rede do EPE viu rejeitado<br />

o seu ponto 4 - tendo votado<br />

a favor apenas PSD,<br />

CDS-PP e PAN - no qual<br />

defendiam que "para o<br />

desenvolvimento da rede<br />

de escolas portuguesas<br />

no estrangeiro, o Estado<br />

poderá apoiar iniciativas<br />

de grupos de cidadãos<br />

ou de pessoas colectivas<br />

que decidam investir na<br />

criação de estabelecimentos<br />

de ensino que<br />

cumpram os requisitos<br />

de qualidade pedagógica<br />

e científica considerados<br />

adequados para os<br />

objectivos deste tipo de<br />

ensino".<br />

Já o projecto de resolução<br />

do PS para promover<br />

"a melhoria do acesso<br />

aos cursos do EPE e promover<br />

a sua qualidade<br />

pedagógica" foi aprovado,<br />

tendo contado apenas<br />

com a abstenção das<br />

bancadas do BE e do PCP<br />

e os votos favoráveis das<br />

restantes.<br />

Um crédito superior a CHF 10 000,– com uma taxa anual efetiva entre 7.9 % e 9.9 % (intervalo da<br />

taxa de juro) resulta, em 12 meses, num encargo total com juros entre CHF 417,80 a CHF 521,00.<br />

Taxa de juro dependente da qualidade do crédito do cliente. Observação de acordo com a lei:<br />

A concessão de crédito é proibida caso conduza a um endividamento excessivo (artigo 3.º UWG).<br />

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e fale na sua lingua materna 0800 40 40 12<br />

Há sempre uma solução


12 Lusitano<br />

R E C A N T O S<br />

HELVÉTICOS<br />

Zermatt e a sua grandiosidade<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Não queiram deixar<br />

de ouvir esse “grito”<br />

dentro do nosso<br />

ego. Vivam a vida e<br />

sobretudo os sonhos.<br />

No sul da Suíça, Wallis, encontramos a<br />

montanha mais fotografada deste país dos<br />

Alpes! O tão belo Cervin ou Matterhorn<br />

com 4478 metros de altitude. Um dos mais<br />

elevados.<br />

Finalizar 2016 no meio da natureza mãe,<br />

foi para mim o melhor dos presentes . Senti-me<br />

sortuda, pelo simples facto de ter podido<br />

desfrutar da mais bela montanha com<br />

alguma neve e um céu azul radiante.<br />

Deixar o corpo e a alma relaxar perante a<br />

impotência e a potência da força do universo,<br />

que me é tão familiar e ao mesmo<br />

tempo tão estranha, porque tudo deixou de<br />

ter o seu ritmo normal, foi a prenda que me<br />

emocionou! Mesmo assim o ar puro o branco<br />

da neve e as águas cristalinas dos glaciares,<br />

repuseram em mim as energias perdidas,<br />

depois de 12 meses de luta profissional<br />

e pessoal!<br />

A montanha do Cervin conhecida pela sua<br />

dimensão diferenciada, faz-nos sonhar. Majestosa<br />

quando a olhamos, mágica quando<br />

o sol nasce, romântica na despedida do<br />

rei astro, desafiante quando as nuvens a<br />

atravessam e inspiratória durante os dias<br />

plenos de luz, Matterhorn tem todos estes<br />

atributos.<br />

Acreditem ou não dou valor á saúde mental,<br />

emocional e física. É no meio destas<br />

paisagens e a esta altitude que os dois pilares<br />

que comandam a minha vida e a que<br />

chamo de Paz e amor, se acrescentam ás<br />

minhas melhores energias. É este equilíbrio<br />

que faz de mim uma autêntica guerreira.<br />

No início deste <strong>2017</strong> convido-vos a deixar<br />

esse “vazio” que por vezes se instá-la em<br />

dias menos bons e explorem este belo país<br />

que apesar de ser alvo das constantes alterações<br />

climatéricas de que o mundo sofre,<br />

nas suas cores, paisagens e que o torna<br />

frágil e ao mesmo tempo brutalmente<br />

catastrófico, mas que tanto tem para nos<br />

dar. Os seus fragmentos são sólidos, tocam-nos<br />

a alma se estivermos atentos. O<br />

seu silêncio vale ouro, o seu ar platina e<br />

sem a mãe natureza nada somos.<br />

Não queiram deixar de ouvir esse “grito”<br />

dentro do nosso ego. Vivam a vida e sobretudo<br />

os sonhos.


OPINIÃO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

13<br />

Parcerias<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

Conselheiro<br />

das Comunidades Portuguesas<br />

Na Suíça não existe parceria de comunicação<br />

entre as repartições públicas e as associações,<br />

mas existe parcerias entre consulados,<br />

bancos, AICEP, para negócios de jóias de<br />

arte-sacra.<br />

Em Portugal mudam as leis como as estações<br />

do ano. Mas nada muda em quatro estações, nem<br />

em vários anos, pelo menos no que se refere ao<br />

comportamento das nossas repartições públicas<br />

e instituições bancárias.<br />

Sabe-se que estes estão dependentes das teorias<br />

que os governantes produzem. Mas, como<br />

as coisas são postas em prática, deixa muito a<br />

desejar, com principais responsabilidades para<br />

aqueles que têm as competências nesta área,<br />

principalmente nos locais operacionais, sendo<br />

a dedicação, responsabilidade, dever, honestidade,<br />

respeito inexistente, sendo o comodismo,<br />

estatutário-profissional a maior virtude.<br />

Nós portugueses a trabalhar e residir no estrangeiro<br />

estamos muito dependentes destes<br />

dois pilares socioeconómico da sociedade, sendo<br />

que uns prestam serviços aos utentes e outros<br />

aos clientes. Uns utilizam burocracia, hierarquia,<br />

títulos honoríficos, cortesias e cerimónias para<br />

fazem prevalecer o seu estatuto profissional acima<br />

do dever profissional. Os outros usam critérios<br />

suavizadores, lisonjeiros, místicos, para atingirem<br />

os seus objectivos profissionais, deixando<br />

para traz, a coerência humana e social.<br />

Tanto uns como outros usam e abusam da nossa<br />

carolice, do nosso indefinido patriotismo, da<br />

nossa necessidade, responsabilidade familiar e<br />

social, da distância física das nossas raízes.<br />

Dia da defesa nacional<br />

O Sentimento pela pátria é uniforme nas mulheres<br />

e nos homens, mas o dever em servir a<br />

pátria sempre foi pratica obrigatória para os<br />

homens que se iniciava com o recenseamento<br />

militar. Ao contrário do se diz e pensa, o recenseamento<br />

militar existe. É automático e universal<br />

para todos jovens (homens e mulheres) assim<br />

como o dever militar de comparência ao Dia da<br />

Defesa Nacional.<br />

Esta é uma realidade que muito cidadão desconhece,<br />

por uma falta de acesso á informação<br />

e por total falta de incumprimento do dever<br />

profissional de funcionários públicos, que quando<br />

confrontados com a pergunta sobre o tema,<br />

respondem: “existe imensa informação na internet<br />

e para mais é dever do cidadão de estar informado.”<br />

É verdade, o cidadão tem o dever de estar informado,<br />

tem o direito de requerer a informação<br />

aos órgãos competentes. É verdade que em todas<br />

as repartições públicas existe um local para afixar<br />

informações de interesse para os utentes, assim<br />

como em outros locais (oficialmente reconhecidos)<br />

muito frequentado por cidadãos, porquê não<br />

existe, porquê não o fazem,? Porquê, não se envia<br />

uma circular para as associações? Qual é o dever do<br />

funcionário público e de todo o seu colectivo nessa<br />

mesma repartição do estado?<br />

O negócio<br />

No dia um de Janeiro entrou em vigor o acordo<br />

(troca de informação automática para questões<br />

fiscais entre a Suíça e a mais de cem países, incluindo<br />

Portugal). Este acordo não foi feito ontem,<br />

ainda foi negociado pelo anterior governo.<br />

Portanto tivemos tempo suficiente para informar<br />

o cidadão, o contribuinte. Mas na Suíça as<br />

repartições do estado português não divulgaram<br />

esse acordo nem mesmo agora tem informação<br />

á disposição do cidadão, nem a Secretaria de<br />

Estado para a Comunidades não deliberou esta<br />

tarefa, por exemplo, ao Gabinete de Apoio ao<br />

Emigrante (GAE)!?<br />

Por parte das Instituições Bancárias o mesmo<br />

procedimento. Estas, que estão sempre presentes,<br />

atentas, quando existe uma oportunidade<br />

de negócio, quando necessário em clarificar<br />

as obrigações do cliente. Mas neste caso nada<br />

aconteceu, não se fazem ouvir, preferem o silêncio<br />

para demonstrar a sua mística Querência<br />

profissional…<br />

O paradoxo em tudo isto, é que tanto o Estado<br />

Português como Instituições Bancárias<br />

são grandes impulsionadores ao investimento e<br />

envio de remessas para Portugal, pondo muitas<br />

vezes em prática cortesias e cerimónias lisonjeiras,<br />

discursos místicos. Até mesmo, realizam<br />

parcerias - entre consulados, bancos, AICEP -,<br />

para negócios de jóias de arte-sacra. Porque não<br />

se faz este tipo de parcerias destinado á informação<br />

do cidadão, do cliente, sobre o acordo informação<br />

automática de assuntos fiscais?<br />

Agora fica claro, certas coisas só são importantes<br />

para atingirem os seus objectivos pessoais<br />

e profissionais.


14 Lusitano<br />

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DIREITO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

15<br />

Diversas questões de direito<br />

da minha consulta jurídica<br />

DANIEL BOHREN<br />

1.— Caixa de pensões e desemprego<br />

Quem é despedido perde o<br />

seu seguro (não o capital) junta<br />

da Caixa de pensões (Pensionskasse)<br />

um mês após o<br />

final da relação laboral. Quem<br />

no entanto receber subsídio<br />

de desemprego encontra-se<br />

durante esse tempo obrigatoriamente<br />

segurado na caixa de<br />

pensão “Stiftung Auffangeinrichtung<br />

BVG” contra os riscos<br />

de invalidez e morte, quer dizer,<br />

obtém no caso de invalidez<br />

uma pensão de invalidez ou, no<br />

caso da sua morte, os sobreviventes<br />

obtêm os subsídios<br />

correspondentes legais, pensão<br />

de órfãos ou em determinadas<br />

condições uma pensão<br />

de viuvez da Stiftung Auffangeinrichtung<br />

BVG adicional ás<br />

prestações da segurança social<br />

(AHV/IV). Os prémios para o<br />

seguro são deduzidos do subsídio<br />

de desemprego. Trata-se<br />

aí de um seguro contra riscos,<br />

quer dizer, o capital da Caixa de<br />

pensão não é aumentado durante<br />

o desemprego. Portanto<br />

- quem não encontra mais um<br />

emprego antes de ser reformado<br />

não se qualifica de receber<br />

uma rerforma da caixa de pensão<br />

(por falta de seguro para o<br />

risco idade). Só recebe o capital<br />

que tinha na caixa de pensão<br />

quando perdeu o trabalho mais<br />

juros.<br />

Este seguro contra riscos de<br />

invalidez ou morte junto á Stiftung<br />

Auffangeinrichtung BVG<br />

termina, se não houver mais<br />

direito a subsídio de desemprego.<br />

Quem então continua<br />

desempregado, pode voluntariamente<br />

continuar o seguro<br />

para invalidez ou morte junto<br />

da Stiftung Auffangeinrichtung<br />

BVG. O pedido para tal tem de<br />

ser feito o mais tardar dentro<br />

de 90 dias após terminar o direito<br />

ao subsídio de desemprego.<br />

Segurável é o último vencimento<br />

antes do desemprego.<br />

Em caso de desemprego pode-<br />

-se também continuar voluntariamente<br />

a caixa de pensão<br />

para o risco idade e continuar<br />

a aumentar o capital e portanto<br />

também qualificar-se para<br />

receber uma reforma quando<br />

chegar a idade de reforma. Tal<br />

pedido tem de ser entregue<br />

dentro de 1 mês após o fim da<br />

relação laboral junto á Stiftung<br />

Auffangeinrichtung BVG.<br />

O pagamento voluntário da<br />

caixa de pensões também pode<br />

ser continuado noutros casos,<br />

por exemplo, quando se começa<br />

a trabalhar por conta própria<br />

ou quando devido a um salário<br />

pequeno não exista uma caixa<br />

de pensão junto ao empregador.<br />

2. — Reformados que regressam<br />

ao país de origem<br />

e Caixa de assistência<br />

médica<br />

(Krankenkasse)<br />

obrigatória<br />

Quem é reformado,<br />

tem uma pensão de reforma<br />

da Suíça e regressa a Portugal,<br />

tem de continuar a pagar a Caixa<br />

de assistência médica obrigatória<br />

na Suíça. O seguro de<br />

assistência médica daí paga os<br />

tratamentos médicos em Portugal<br />

e na Suíça.<br />

É no entanto possível<br />

entregar um requerimento de<br />

isenção da obrigação de continuação<br />

da Caixa de assistência<br />

médica obrigatória. Para tal é<br />

necessário um comprovativo<br />

de que os tratamentos médicos<br />

em Portugal e em caso de urgência<br />

em outros países da Comunidade<br />

Europeia e na Suíça<br />

se encontrem cobertos por um<br />

outro seguro. O requerimento<br />

de isenção tem de ser entregue<br />

num prazo de 3 meses<br />

após o regresso a Portugal.<br />

3. — Regime de bens dos<br />

cônjuges e dívidas<br />

Quem divorciar-se na<br />

Suíça e não fechou uma convenção<br />

antenupcial encontra-<br />

-se (segunda a lei suíça) vinculado<br />

ao regime de bens suíço<br />

da comunhão de bens adquiridos.<br />

Tal também se verifica<br />

quando o casamento foi feito<br />

no estrangeiro.<br />

Segundo a lei suíça<br />

cada cônjuge administra sozinho<br />

os seus bens/valores próprios<br />

e adquiridos. O outro não<br />

tem nenhum direito de representação<br />

sobre eles. Pertence<br />

aos bens adquiridos de cada<br />

cônjuge o que foi adquirido<br />

depois do casamento, se se encontra<br />

em nome próprio (por<br />

exemplo, a conta bancária) ou<br />

o que foi adquirido como propriedade<br />

própria (por exemplo,<br />

a compra de um automóvel<br />

em nome próprio). Se um dos<br />

cônjuges afirmar que um objecto<br />

ou um valor é de pertença<br />

própria, tem de comprovar,<br />

em como é o único titular. Se<br />

não consegue comprovar parte-se<br />

do princípio de que é um<br />

bem comum. O bem comum<br />

faz parte da administração comum.<br />

No caso de um divórcio<br />

cada um toma posse dos bens/<br />

valores da propriedade própria.<br />

Valores em seu nome e bens<br />

em propriedade própria constituem<br />

os seus bens adquiridos.<br />

Os bens em propriedade<br />

comum recebe o cônjuge que<br />

os pede. Se ambos os cônjuges<br />

pedirem para receber o bem<br />

comum cabe comprovar quem<br />

tem um interesse maior para<br />

recebê-lo. Se nenhum dos cônjuges<br />

pode comprovar um interesse<br />

maior ou se o cônjuge<br />

que receber não poder no final<br />

compensar o outro, vende-se<br />

o bem comum e cada um dos<br />

cônjuges recebe para o seus<br />

bens adquiridos metade do valor<br />

recebido. No final calcula-se<br />

o valor dos bens adquiridos de<br />

cada um dos cônjuges. Quem<br />

tiver um valor maior, tem de<br />

dar uma compensação ao outro<br />

cônjuge, para que no final<br />

ambos possuam o mesmo valor<br />

de bens adquiridos.<br />

O mesmo é válido<br />

para as dívidas. Ninguém é responsável<br />

pelas dívidas do seu<br />

cônjuge, se estas não foram<br />

assumidas conjuntamente. Tal<br />

não é válido, se for comprovado,<br />

que um cônjuge assumiu<br />

as dívidas em representação<br />

do outro. Isso encontra-se regra<br />

geral comprovado, quando<br />

as dívidas foram contraídas<br />

para aquisição de bens, que<br />

são utilizados pela família (por<br />

exemplo para a compra de móveis).<br />

No caso de um divórcio<br />

as dívidas reduzem o valor dos<br />

bens adquiridos do cônjuge<br />

que assumiu as dívidas. Dívidas<br />

comuns reduzem os bens adquiridos<br />

dos dois cônjuges em<br />

partes iguais. Se um dos cônjuges<br />

tiver mais dívidas que bens<br />

adquiridos o valor dos seus<br />

bens adquiridos será negativo.<br />

O outro cônjuge não tem de<br />

compensar o saldo negativo.<br />

Tem no entanto de efectuar um<br />

pagamento no montante correspondente<br />

a metade do valor<br />

dos seus bens adquiridos. Quer<br />

dizer: se os bens adquiridos<br />

dum cônjuge tem um valor negativo<br />

de € 100’000 e os bens<br />

adquiridos do outro cônjuge<br />

um valor positivo de € 8’000 o<br />

cônjuge com os adquiridos de<br />

€ 8’000 tem de pagar ao outro<br />

a metade quer dizer € 4’000.<br />

No entanto não tem de ajudar<br />

a pagar o saldo negativo de €<br />

100’000.<br />

Tem perguntas que digam respeito<br />

ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação<br />

“Lusitano” a:<br />

Bohren Rechtsanwalt, Postfach<br />

229, 8024 Zürich<br />

ou para mail@dbohren.ch


16 Lusitano


INFORMAÇÃO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

17<br />

12 Março<br />

Torneio<br />

Centro Lusitano<br />

de Zurique<br />

Troca automática de<br />

informações fiscais entre<br />

Portugal e Suíça<br />

Venha conhecer questões importantes como:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Quem tem que cumprir o novo acordo?<br />

O que muda na declaração de impostos?<br />

Deve-se declarar as contas bancarias no estrangeiro?<br />

E os bens imobiliários em Portugal?<br />

Compareça!<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48,<br />

8004 Zurique<br />

Sábado 4 de <strong>Fevereiro</strong> 15:30 horas<br />

Associação Portuguesa de Zurique<br />

Birchstrasse 80<br />

8050 Zuique<br />

Sexta-feira 10 de <strong>Fevereiro</strong> 19.30 horas<br />

Organização: Domingos Pereira, Sandra Ferreira, Concelheiros das Comunidades Portuguesas<br />

Marilia Mendes, Responsável pela Mão-de-obra Portuguesa no sindicato Unia<br />

Esclarecimento<br />

Na página 8 da última edição da nossa revista, no primeiro parágrafo<br />

do texto, refere que a festa foi a “festa de Natal para os<br />

sócios” o que pode ser confundido com a real “Festa dos Sócios”<br />

que é anual e realiza-se habitualmente no mês de Março.<br />

A referida festa citada no texto da edição anterior é designada<br />

de “Festa de Natal das actividades do Centro lusitano de Zurique”.<br />

Fica o devido esclarecimento.<br />

A Direcção


18 Lusitano<br />

DESPORTO<br />

JORGE MACIEIRA<br />

António Leitão<br />

CLZ — Qual foi a importância<br />

desta iniciativa<br />

de convívio entre o Centro<br />

Lusitano de Zurique<br />

e o Serzedelo?<br />

António Leitão — Foi<br />

uma iniciativa bastante<br />

importante que deu<br />

a oportunidade que os<br />

jovens de cá convivam<br />

com jovens emigrantes.<br />

Quero dar os parabéns<br />

a quem tornou este dia<br />

possível e agradecer<br />

ao Centro Lusitano de<br />

Zurique por nos terem<br />

convidado.<br />

CLZ — Qual a avaliação<br />

geral deste iniciativa?<br />

AL — Para mim avaliação<br />

é extremamente positiva,<br />

unir todos os emigrantes<br />

aqui na nossa terra, pois<br />

sabemos o quanto os<br />

emigrantes gostam destes<br />

convívios.<br />

CLZ — Como está a evoluir<br />

a equipa dos juvenis<br />

do Serzedelo?<br />

AL — Esta é apenas a<br />

primeira época da equipa<br />

juvenil, ainda está a<br />

formar-se. Os resultados<br />

ainda não têm sido os<br />

melhores, mas o mais importante<br />

para nós é a alegria<br />

deles em competir.<br />

CLZ — Serzedelo é uma<br />

terra com bastante emigrantes.<br />

A equipa sénior<br />

já teve alguma saída por<br />

causa da emigração?<br />

AL — Sim é uma freguesia<br />

que tem bastantes<br />

emigrantes e já tivemos<br />

algumas perdas de jogadores<br />

dos seniores que<br />

emigraram.<br />

CLZ — Se surgir outro<br />

tipo de iniciativa deste<br />

género mesmo em Zurique<br />

aceitam?<br />

AL — Sim claro, ainda há<br />

pouco fomos ao Luxemburgo<br />

a convite de um<br />

sócio emigrante lá. Claro<br />

que se a oportunidade<br />

surgir teremos todo o<br />

gosto. Tanto cá como em<br />

Zurique.<br />

Arminda Macedo<br />

CLZ — Qual a sua função na<br />

equipa dos Juniores B do Centro<br />

Lusitano?<br />

Arminda Macedo — Sou a responsável<br />

administrativa dos<br />

juniores B.<br />

CLZ — Para si o que conta<br />

mais, o convívio ou o próprio<br />

resultado?<br />

AM — Sem dúvida que é o<br />

convívio. Foi importante ver<br />

alegria dos jovens nestas férias<br />

e terem um jogo para poderem<br />

mostrar o que fazem lá [Suíça]<br />

durante o ano inteiro.<br />

CLZ — Há aqui um jogador de<br />

Vila Real. A participação do<br />

pais é imortante?<br />

AM — Certo, o apoio e o interesse<br />

dos pais é bastante<br />

importante, pois sem eles os<br />

jogadores podem perder o interesse<br />

pelo futebol, eu acompanho<br />

esta equipa há sete ou<br />

oito anos e vejo o efeito dos<br />

pais na Suíça durante todo o<br />

ano e agora aqui [Portugal]<br />

também.<br />

CLZ — Este ano a iniciativa [do<br />

jogo] foi com o Serzedelo, mas<br />

poderá vir a realizar-se com<br />

outras equipas do conselho da<br />

Póvoa?<br />

AM — Sim sem qualquer dúvida<br />

pois lá na nossa zona existe<br />

muita gente do concelho da<br />

Póvoa de Lanhoso e será possível<br />

unir mais as pessoas através<br />

do desporto.<br />

CLZ — Que balanço traça desta<br />

iniciativa?<br />

AM — O balanço foi 100% positivo<br />

e aproveito para agradecer<br />

a toda a gente que tornou<br />

possível esta tarde tão bem<br />

passada, independentemente<br />

do resultado.<br />

CLZ — Qual acha que foi o sentimento<br />

dos jovens jogadores<br />

ao virem cá à Póvoa mostrar o<br />

futebol que praticam na Suíça?<br />

AM — Penso que foi um sentimento<br />

de gosto e bastante<br />

ansiedade por terem pela primeira<br />

vez vários familiares a<br />

vê-los jogar pela primeira vez.<br />

Anteriormente, alguns nunca<br />

tiveram a oportunidade de os<br />

verem jogar.


OPINIÃO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

19<br />

À GUERRA<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO<br />

Escritor, vocalista e fundador do mais<br />

antigo grupo de Rock português - UHF<br />

CRESCI A OUVIR QUE<br />

HAVIA HOMENS QUE<br />

BATIAM NAS MULHERES<br />

QUANDO O SEU CLUBE<br />

PERDIA, TRISTE SINA<br />

PORTUGUESA.<br />

Se o futebol<br />

serve para nos<br />

dividir, então não<br />

serve para nada.<br />

Desde ontem que o tecto cinzento baixo,<br />

húmido, e o nevoeiro remetem a paisagem<br />

para os dias sem Sol da Guerra dos Tronos,<br />

uma das poucas séries de TV que me entusiasma<br />

– já quase nada me agrada em televisão,<br />

algum futebol, um confronto político<br />

sério, algumas entrevistas, o Canal História,<br />

o National Geographic e pouco mais.<br />

O futebol.<br />

A imprensa acordou hoje com parangonas<br />

sobre a polémica – a guerra? – que envolve a<br />

classe dos homens que já vestiram de preto,<br />

o negro da autoridade que não se coloca em<br />

causa – juízes, padres, políticos e chefes de<br />

família assim se vestiam e vestem para serem<br />

levados a sério. Os seguranças da noite<br />

também.<br />

Os nossos homens do apito vivem dias difíceis<br />

– e façam-me o favor de não indicar<br />

histórias do passado que o passado assim<br />

medido é tão triste que esconde os falhanços<br />

dos jogadores em campo, os falhanços<br />

das contratações pífias e os falhanços dos<br />

dirigentes que não serviriam para dirigir<br />

uma tasca de bairro. Se os homens do apito,<br />

e suas famílias, vivem sob ameaças de<br />

morte e por isso vão ter de ser protegidos<br />

por dezenas de polícias, batemos no fundo.<br />

Questiono-me se o efeito pretendido por<br />

dirigentes, claques e adeptos exaltados vai<br />

ter sucesso – os homens do apito, sob um<br />

clima de guerra, vão acobardar-se no momento<br />

de uma decisão justa, vão falhar mais<br />

porque têm medo, vão fingir que têm olho<br />

de falcão quando deviam ter o olho multifacetado<br />

da mosca, ou das vinte câmaras de<br />

TV que mostram e repetem até ao vómito o<br />

lance que não é concludente para ninguém<br />

– acontece.<br />

Este país, sem Alepo, sem Bagdad, sem<br />

ameaça nuclear, sem terroristas-bomba, encontrou<br />

um motivo de guerra, o seu motivo<br />

de guerra, essa corja de homens que já<br />

foram de preto, com apito na boca e lata de<br />

spray para graffitis sem génio artístico na<br />

relva.<br />

Num momento em que dois filhos de um<br />

embaixador iraquiano fugiram do país, sob<br />

imunidade diplomática; no momento em<br />

que um adolescente é agredido e filmado<br />

na minha cidade – Playstation de carne e<br />

osso dá muito mais gozo e faz heróis para<br />

ingresso no gangue; num tempo em que<br />

os juros da nossa dívida pública a 10 anos<br />

passaram a barreira dos 4%; num momento<br />

em que os aumentos de pensões são absorvidos<br />

e os nossos velhos se calam porque a<br />

velhice é silêncio; num momento em que o<br />

barco navega alegremente à vista, um perigo<br />

latente se a carta de marear não assinalar<br />

todos os baixios; num momento assim encontrámos<br />

o inimigo dentro do rectângulo<br />

português, esse bando de homens que já<br />

foram de preto, culpados dos penalties falhados,<br />

dos livres directos que dariam pontos<br />

no râguebi, das substituições erradas, de<br />

em cada paragem de jogo, e logo na primeira<br />

parte, a malta vir dessedentar-se – como se<br />

sabe o frio dá muita sede –, enfim, culpados<br />

do estado da relva e das cadeiras vazias, de<br />

haver futebol todos os dias sem certeza de<br />

haver vitórias para os mais crentes (a fé no<br />

futebol é redonda), merecem esses homens<br />

engolir o apito e ser colocados a ferros numa<br />

galera à deriva – lançar a jangada de pedra,<br />

como Saramago anteviu, é muito mais difícil.<br />

Um dia, para acalmar aqueles que viram um<br />

sacrilégio em ter escrito uma canção que<br />

se tornou um hino para o clube que herdei<br />

do meu pai (no seu último ano de vida foi<br />

a prenda final que lhe dei), proclamei com a<br />

frontalidade que viverá comigo até aos últimos<br />

dias: Se o futebol serve para nos dividir,<br />

então não serve para nada.<br />

E desta máxima não abdico, mesmo se toca<br />

os da minha cor. A vida é muito mais que futebol,<br />

e se este nos estupidifica, então vale<br />

mesmo muito pouco.<br />

Cresci a ouvir que havia homens que batiam<br />

nas mulheres quando o seu clube perdia,<br />

triste sina portuguesa. O futebol é espectáculo,<br />

arte e competência, não é uma conta<br />

de somar em folha Excel. E revela à saciedade<br />

a mesquinhez de uns quantos que pelo<br />

voto se assumem dirigentes e instigam as<br />

hostes.<br />

Quando oiço alguém dizer que o seu clube<br />

vale mais que a família ou a vida, desisto,<br />

como há tempos ouvi um presidente dizer<br />

que dava a vida pelo seu clube. Eu não dou<br />

pelo meu. Porque não é isso o futebol, é cegueira<br />

e esta leva à guerra.<br />

Um disco: “The Fillmore East – Last 3 Nites”,<br />

uma caixa com quatro CD que reúne as actuações<br />

de Albert King, J. Geils Band, Edgar<br />

Winter, Beach Boys (um desastre), Allman<br />

Brothers Band, Country Joe McDonal e, sobretudo,<br />

Mountain, uma das minhas bandas<br />

de eleição. O clube nova-iorquino, irmão<br />

gémeo do Fillmore West de San Francisco,<br />

encerrou as portas em 1970. Durante três<br />

noites, os artistas citados prestaram homenagem<br />

ao mentor, Bill Graham, um visionário<br />

da música. A gravação foi retirada de uma<br />

emissão rádio e é um documento histórico.


20 Lusitano<br />

OPINÃO<br />

A Verdade sobre<br />

Mário Soares<br />

CARLOS ADEMAR<br />

e a Descolonização<br />

É escritor e exerceu a actividade de<br />

investigador criminal na Secção de<br />

Homicídios. Actualmente é Professor<br />

na Escola de Polícia Judiciária.<br />

Em@il: cademar@gmail.com<br />

NA PROCLAMAÇÃO DA<br />

JUNTA DE SALVAÇÃO<br />

NACIONAL, FEITA NO<br />

INÍCIO DA MADRUGADA<br />

DE 26, SPÍNOLA NÃO<br />

PODIA SER MAIS CLARO<br />

SOBRE O QUE PENSAVA<br />

EM RELAÇÃO AO<br />

ULTRAMAR<br />

Por ocasião da doença e morte de Mário<br />

Soares, muito dele se falou como o<br />

pai da democracia, mas também como o<br />

responsável pelos males que resultaram<br />

da descolonização. Num caso e noutro,<br />

porém, a paixão falou mais alto do que a<br />

razão. Foquemo-nos na descolonização e<br />

deixemos o lutador pela democracia para<br />

outra oportunidade. Ainda assim, sempre<br />

adiantamos que a luta contra a ditadura se<br />

desenvolveu enquanto esta durou, e neste<br />

combate muitos milhares de portugueses<br />

participaram, muitos morreram, muitos<br />

sofreram atrocidades nas prisões políticas.<br />

São factos: Soares teve um papel de destaque<br />

na resistência a partir de finais dos<br />

anos quarenta, primeiro como militante comunista,<br />

depois como membro de uma corrente<br />

política herdeira do republicanismo,<br />

que se batia pela democracia parlamentar.<br />

Há que reconhecer que também durante o<br />

chamado PREC, a acção de Mário Soares<br />

na luta contra as forças mais extremistas,<br />

que pugnavam por outras soluções, foi importante<br />

para a instauração do regime que<br />

vigora constitucionalmente desde 1976.<br />

Na verdade, o Estado Novo caiu em 25<br />

de Abril de 1974 porque os militares se<br />

cansaram da guerra de África e o regime<br />

não apresentava outra solução que não<br />

passasse pela continuidade do conflito,<br />

contra os desejos de grande parte dos portugueses,<br />

contra as realidades económicas<br />

e o desenvolvimento do país, contra os<br />

ventos da História e assim, de uma forma<br />

geral, contra o mundo.<br />

Quando os oficiais das Forças Armadas<br />

se reuniram com o objectivo de colocar um<br />

ponto final na guerra, sabiam que só havia<br />

um caminho: derrubar o regime. Sabiam<br />

também que o fim da guerra exigia como<br />

contrapartida a independências das colónias.<br />

Naquela altura, depois de treze anos<br />

de guerra, com Portugal a manter-se como<br />

a única potência europeia colonizadora em<br />

África, não havia espaço para a criação da<br />

comunidade lusófona, preconizada por Spínola,<br />

que, no fundo, era anacrónica e uma<br />

forma encapotada de colonialismo. Não<br />

havia sequer espaço para a consulta eleitoral<br />

referendária, também defendida pelo<br />

general, porque só resolveria a questão se<br />

os independentistas saíssem vencedores, o<br />

que não era espectável, daí a pressão dos<br />

mais conservadora para que fosse avante.<br />

A guerra em África continuaria e não foi<br />

para isso que se fizera o 25 de Abril. Acabar<br />

com a guerra era um imperativo de quem<br />

o organizou e de quem elaborou o Programa<br />

do MFA, como se pode ler no seu Nº 8<br />

das «Medidas a Curto Prazo», que de forma<br />

clara estabelecia negociações com os<br />

movimentos de libertação, tendo em vista<br />

o fim da guerra e a autodeterminação das<br />

províncias ultramarinas. No entanto, esta<br />

ambição do MFA esbarrou com Spínola na<br />

noite de 25 para 26 de Abril, na Pontinha,<br />

quando este impôs aos oficiais vencedores<br />

alterações no Programa. A alínea que<br />

referia «Claro reconhecimento do direito<br />

à autodeterminação…» foi substituída por<br />

«Lançamento dos fundamentos de uma<br />

política ultramarina que conduza à paz». A<br />

confusão instalou-se.<br />

Na Proclamação da Junta de Salvação<br />

Nacional, feita no início da madrugada de<br />

26, Spínola não podia ser mais claro sobre<br />

o que pensava em relação ao Ultramar, ao<br />

garantir: «(…) a sobrevivência da Nação soberana<br />

no seu todo pluricontinental», uma<br />

linguagem que o MFA queria que fosse<br />

do passado. A não inclusão do termo «independência»<br />

ou «autodeterminação das<br />

províncias ultramarinas» gerou nos movimentos<br />

de libertação alguma suspeição,<br />

envenenando as relações com o novo poder<br />

político português, quando se pretendia<br />

desde logo ganhar a sua confiança e<br />

abrir as negociações. Com efeito, a guerra<br />

não só não abrandou como recrudesceu<br />

em Moçambique e em Angola, não obstante<br />

o derrube do Estado Novo. O número de<br />

baixas do lado português foi consideravelmente<br />

mais elevado nos meses seguintes


OPINIÃO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

21<br />

do que o verificado até aí. É de Almeida<br />

Santos a expressão: «As indefinições geradas<br />

por essa decisão foram o combustível<br />

para a fogueira que foi a descolonização».<br />

Ou seja, as condições estavam criadas, mas<br />

a nebulosa introduzida por Spínola deu-<br />

-lhes força.<br />

A pressão, porém, continuava a chegar<br />

de África, mas não apenas dos movimentos<br />

de libertação, também as tropas portuguesas<br />

iam dando conta da necessidade<br />

urgente de se iniciarem conversações tendo<br />

em vista o estabelecimento da paz. O<br />

impasse que se verificava na então Metrópole<br />

levou a tensões, que geraram ultimatos,<br />

como o que de seguida se expõe: «Ou<br />

vocês (MFA) fazem o cessar-fogo imediatamente,<br />

ou somos nós a fazê-lo com eles,<br />

independentemente de vocês», terá ameaçado<br />

Pires Veloso, delegado do MFA em<br />

Moçambique.<br />

Também de outras partes do mundo<br />

chegavam sinais de pressão. «O apoio ao<br />

novo regime português continuava condicionado<br />

a uma clara posição descolonizadora<br />

dos novos governantes». Vítor Alves,<br />

em entrevista concedida a O Século, de 16<br />

de Junho de 1974, não deixou dúvidas sobre<br />

o pensamento que perpassava o MFA<br />

relativamente às províncias ultramarinas,<br />

ignorando o «Portugal pluricontinental»,<br />

tão ao gosto de Spínola, afirmou que tudo<br />

se devia fazer para: «… evitar que o caminho<br />

da paz, da descolonização e da autodeterminação<br />

em África seja obstruído…». O<br />

Diário de Lisboa, de 2 de Julho, dava conta<br />

de uma conferência da OUA, de onde saiu<br />

um apelo a todos os países para que não<br />

estabelecessem relações diplomáticas com<br />

Portugal, enquanto «os portugueses não<br />

reconhecerem o direito à independência<br />

das suas colónias».<br />

Só com a Lei nº 7/74, que foi aprovada a<br />

26 de Julho, na vigência do II Governo Provisório,<br />

que reconhecia o direito dos povos<br />

à autodeterminação, ficavam criadas as<br />

condições para que fosse possível a assinatura<br />

dos acordos de paz e o cessar-fogo nas<br />

várias frentes de guerra. A reconciliação de<br />

Portugal com a ONU também só se verificou<br />

após a aprovação desta Lei. No entanto,<br />

no que às relações com o continente<br />

africano respeita, só a assinatura dos acordos<br />

de Alvor, a 15 de Janeiro de 1975, foi<br />

o primeiro passo para a aceitação do novo<br />

regime português por parte dos países de<br />

África. Só então foi decretado o fim do isolamento<br />

diplomático de Portugal naquele<br />

continente. A Lei 7/74 representou o fim<br />

de uma das mais renhidas e prolongadas<br />

batalhas entre Spínola e a Coordenadora<br />

do MFA, que se iniciara na noite de 25 de<br />

Abril, na Pontinha.<br />

E os civis?<br />

E Mário Soares?<br />

Mário Soares sempre foi contra a guerra<br />

e pela independência das províncias ultramarinas.<br />

Após o 25 de Abril foi ministro<br />

dos Negócios Estrangeiros nos primeiros<br />

três governos provisórios, tendo naturalmente<br />

responsabilidades nas negociações<br />

preliminares com os movimentos de libertação.<br />

Mas é preciso que se diga, acima<br />

dos governos e até dos presidentes da República,<br />

a capacidade de decisão passava<br />

pelos militares que haviam feito o 25 de<br />

Abril e prepararam o caminho da sociedade<br />

portuguesa, quando no seu Programa<br />

defenderam com vigor os três D`s -Descolonização,<br />

Democracia e Desenvolvimento.<br />

Em entrevista concedida a Maria João<br />

Avillez, Mário Soares defendeu: «O Governo<br />

dependia da vontade do MFA». As<br />

autoridades norte-americanas são ainda<br />

mais específicas, já que, numa interessante<br />

análise política enviada pelo Departamento<br />

de Estado para Oslo, a 24 de Outubro<br />

de 1974, refere-se que «… o essencial do<br />

poder político está nas mãos da Comissão<br />

Coordenadora do MFA, cuja liderança pública<br />

é protagonizada por homens como<br />

Vasco Gonçalves, Melo Antunes e Vítor Alves».<br />

Mário Soares esteve no MNE menos<br />

de um ano, porquanto, a partir do IV Governo<br />

provisório, que entrou em funções<br />

na sequência do 11 de Março de 1975, foi<br />

substituído por Melo Antunes, como já se<br />

viu um dos homens fortes da estrutura do<br />

MFA, considerado mesmo o seu principal<br />

ideólogo.<br />

Particularmente Angola e Moçambique,<br />

foram dossiês reservados para Melo Antunes.<br />

Foi este quem o afirmou a Maria João<br />

Avillez: «(…) como o essencial do poder estava<br />

no MFA e a questão da descolonização<br />

transcendia o Ministério dos Negócios<br />

Estrangeiros, foi entendido que alguém do<br />

MFA devia ocupar-se prioritariamente da<br />

descolonização. Por exemplo: as conversações<br />

com os movimentos da Guiné, São<br />

Tomé e Cabo Verde, começaram e acabaram<br />

por ser levadas a termo por ele (Mário<br />

Soares), com uma reduzida participação<br />

minha, ao passo que Angola e Moçambique<br />

foi ao contrário».<br />

Para uma análise isenta das decisões relativas<br />

à descolonização, aos erros eventualmente<br />

cometidos por uma camada dirigente<br />

acabada de chegar à ribalta política, terá<br />

de ter em linha de conta as chagas abertas<br />

por uma guerra tão prolongada, atentos às<br />

relações de Portugal com os movimentos<br />

de libertação; a divisão e conflitualidade<br />

que se vivia, «uma certa embriaguez», nas<br />

palavras de Vítor Alves, que marcaram o<br />

período em que a descolonização se deu;<br />

por fim, uma conjuntura internacional desfavorável,<br />

de que a guerra fria é um óptimo<br />

exemplo. Lopo do Nascimento, consciente<br />

das dificuldades, mas com a distância que<br />

lhe confere o facto de ter sido um alto dirigente<br />

do MPLA, pretende ser pacificador:<br />

«Portugal fez a descolonização possível».<br />

Compreendemos que os militantes e<br />

simpatizantes comunistas tivessem alguns<br />

anticorpos relativamente a Mário Soares,<br />

afinal, juntamente com os principais militares<br />

de Abril, ele dificultou a vida ao PCP,<br />

quando este partido parecia dominar o<br />

país. Compreendemos que os fascistas ou<br />

saudosistas da ditadura caída a 25 de Abril<br />

de 1974, não gostassem de Mário Soares,<br />

porquanto ele lutou abertamente contra<br />

a ditadura, aliás com elevados custos pessoais.<br />

Sobre a descolonização, por tudo<br />

quando atrás consta, não só não teve as<br />

responsabilidades que lhe são imputadas<br />

como não encontramos decisões lesivas<br />

do interesse nacional que lhe possam ser<br />

apontadas.<br />

Se houve prejudicados com a descolonização?<br />

Houve, com certeza! Alguns mesmo<br />

muito prejudicados. Existia, contudo, um<br />

guião da História do Ocidente para cumprir<br />

que os governantes do Estado Novo ignoraram,<br />

assim como, é preciso dizê-lo, as<br />

centenas de milhares de portugueses que<br />

por terras africanas faziam a sua vida. O<br />

guião devia cumprir-se, era imperioso, assim<br />

ditavam os ventos que fazem a História<br />

e, apesar do atraso e dos custos inerentes,<br />

cumpriu-se.<br />

SE HOUVE<br />

PREJUDICADOS COM<br />

A DESCOLONIZAÇÃO?<br />

HOUVE, COM CERTEZA!<br />

ALGUNS MESMO MUITO<br />

PREJUDICADOS.


22 Lusitano<br />

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SAÚDE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

23<br />

Alguns alimentos e seus efeitos<br />

no organismo<br />

ZUILA MESSMER<br />

Sabemos que os alimentos são<br />

de suma importância para a<br />

vida e a saúde. Na oportunidade,<br />

segue algumas informações<br />

de alguns alimentos que<br />

fazem parte do nosso dia a dia.<br />

Alho e Cebola: Juntos trazem<br />

muitos benefícios à saúde . Os<br />

dois são conhecidos no mundo<br />

todo e utilizados na medicina<br />

popular como meio preventivo<br />

e curativos de muitas doenças<br />

por possuírem propriedades<br />

antibacteriana, antifúngica,<br />

antiviral, anticancerígena, anti-<br />

-hipertensiva, antioxidante, antiplaquetária<br />

e antitrombótica.<br />

Também previnem e reduzem<br />

o colesterol e a taxa de glicose<br />

alta no sangue. Outra acção<br />

do alho em pesquisa é a sua<br />

possibilidade de inibir o desenvolvimento<br />

de doenças neurodegenerativas<br />

tais como o Alzheimer.<br />

Abacaxi: Tem acção antiviral<br />

e antibacteriano. Ajuda a disseminar<br />

coágulos sanguíneos,<br />

reduz inflamações, acelera o<br />

processo de cicatrização e de<br />

digestão. Previne a osteoporose<br />

e as farturas ósseas por conter<br />

alto teor de manganés.<br />

Abacate: Fonte de vitamina A,<br />

B 1, B 2, E, proteínas, ferro, gorduras<br />

monoinsaturadas, vitaminas,<br />

sais minerais e glutationa —<br />

um poderoso antioxidante. Seu<br />

valor energético está em aumentar<br />

o bom colesterol – HDL<br />

– ou seja, protege as artérias ao<br />

invés de destruí-las.<br />

Dentre os minerais encontrados<br />

nessa fruta estão - o magnésio<br />

que é essencial à vida<br />

pois ajuda no metabolismo,<br />

na nutrição dos nervos e do<br />

cérebro. O cálcio combate a<br />

osteoporose. O ferro combate<br />

a anemia e ajuda a formar as<br />

hemácias. O fósforo, que junto<br />

ao cálcio ajuda na mineralização<br />

dos ossos e nos neurónios,<br />

melhorando o raciocínio.<br />

Alface: É um excelente calmante<br />

e ajuda a combater a insónia.<br />

Ajuda a prevenir osteoporose e<br />

anemia. Rico em vitamina A, C,<br />

cálcio, fósforo, ferro e niacina,<br />

substâncias importante para a<br />

visão e a saúde da pele.<br />

Banana: Rica em substâncias<br />

antidepressiva. Aumenta os<br />

níveis de serotonina do organismo,<br />

melhorando o humor.<br />

Ajuda a evitar a hipertensão,<br />

regula a pressão e tranquiliza<br />

o sono.<br />

Cenoura: É um excelente antioxidante<br />

e anticancerígeno.<br />

Fonte de betacaroteno, um poderoso<br />

antioxidante e anticancerígeno.<br />

Protege as artérias,<br />

favorece a imunidade e combate<br />

as infecções. Importante para<br />

a pele e visão. Previne gripes e<br />

ajuda a baixar o colesterol.<br />

Laranja: Ajuda a proteger o organismo<br />

contra infecções, dá<br />

vitalidade às gengivas e ao corpo<br />

em geral. Auxilia o organismo<br />

a absorver o ferro e combater<br />

alergias e o stresse. Ajuda a<br />

diminuir a taxa de colesterol e o<br />

risco de alguns tipos de cancro.<br />

Limão. Rico em vitamina C.<br />

Eficaz contra alergia, stresse,<br />

fadiga, gripe, dor de cabeça,<br />

congestão, cancro e processos<br />

lentos de cicatrização<br />

Tomate: Tem propriedades antioxidantes,<br />

é laxativo e ajuda a<br />

combater às infecções.<br />

Informação para os homens: uma<br />

xícara de molho de tomate no almoço<br />

e no jantar aumenta as defesas<br />

do organismo contra o cancro<br />

de próstata.<br />

Limão: Rico em vitamina C.<br />

Eficaz contra alergia, stresse,<br />

fadiga , gripe, dor de cabeça,<br />

congestão, cancro e processos<br />

lentos de cicatrização.<br />

Maçã: Os benefícios são inúmeros.<br />

São fonte de vitaminas<br />

B1, B2, B3. A fruta auxilia no<br />

controle do crescimento, evitar<br />

problemas de pele, queda de<br />

cabelo. Melhorar a capacidade<br />

respiratória e protegem os pulmões.<br />

Protege a mucosa gastrointestinal<br />

e auxilia em seu<br />

funcionamento. Reduz problemas<br />

de azia, gastrite, úlceras.<br />

Auxilia no processo de cicatrização,<br />

equimoses e sangramentos.<br />

Ajuda na prevenção<br />

do envelhecimento precoce,<br />

das doenças cardiovasculares,<br />

câncer de cólon, próstata e de<br />

mama.<br />

Brócolos: Este vegetal possui<br />

grande variedade de benefícios<br />

nutricionais e medicinais,<br />

incluindo a capacidade de<br />

prevenir muitos tipos de câncer.<br />

Melhorar o nosso sistema<br />

digestivo, reduz o colesterol,<br />

desintoxica o corpo e maximizar<br />

a absorção de vitaminas e<br />

de minerais, evitar reacções<br />

alérgicas, estimular o sistema<br />

imunológico, proteger a pele,<br />

preveni defeitos congénitos,<br />

regula a pressão arterial, elimina<br />

a inflamação e melhorar a<br />

visão e a saúde ocular<br />

O brócolos é muito recomendado<br />

para dietas com objectivo<br />

de perder peso, isto porque<br />

possui pouquíssimas calorias,<br />

mata a fome e pode ser preparado<br />

de inúmeras maneiras.<br />

As oleaginosas, nos quais estão<br />

inclusos os nozes, amêndoas, castanhas<br />

do Pará, castanha de cajú,<br />

avelã e outros do género, além de<br />

serem excelentes no paladar, são<br />

muito nutritivos, ricos em vitaminas,<br />

minerais e gorduras de<br />

boa qualidade para o organismo.<br />

Combatem os radicais livres responsáveis<br />

pelo envelhecimento<br />

e favorecem também as actividades<br />

cardíacas.<br />

Batata inglesa: é um dos tubérculo<br />

mais consumidos do mundo.<br />

Na América já vem sendo<br />

cultivada há cerca de 7000<br />

anos. A China é o maior produtor<br />

de batatas do mundo.<br />

Rica em carboidratos, possui<br />

baixa quantidade de gordura,<br />

contém vitaminas do complexo<br />

B e C, ferro, potássio, cálcio,<br />

fósforo e amido. Ao natural,<br />

100 gramas de batata possuem<br />

cerca de 70 calorias, esse número<br />

cresce muito se elas forem<br />

fritas.<br />

Seu alto teor em vitamina B6<br />

auxilia o sistema nervoso, pois<br />

as células neurológicas possuem<br />

muitas afinidades com<br />

essa vitamina, que é necessária<br />

na criação de amina para<br />

os neurotransmissores, substância<br />

que o sistema nervoso<br />

utiliza para transmitir mensagens<br />

de um nervo a outro. A<br />

vitamina B6 também aumenta<br />

a performance atlética por ser<br />

utilizada na transformação do<br />

glicogénio, o que influencia na<br />

resistência e no desempenho<br />

atlético.<br />

O consumo da batata reduz o<br />

risco de contágio de inúmeras<br />

doenças. Cura problemas de<br />

úlceras no estômago, reduz a<br />

pressão arterial e o colesterol,<br />

previne contra o cancro de<br />

colo e a constipação (prisão de<br />

ventre), por conter fibras que<br />

aumentam o volume das fezes.<br />

Ajuda a manter o açúcar dentro<br />

dos padrões normais, isso porque<br />

as fibras da batata influenciam<br />

no retardo da absorção do<br />

amido no intestino, mantendo<br />

os níveis de açúcar no sangue<br />

nos limites adequados.


24 Lusitano<br />

CIDADANIA<br />

PETIÇÃO - Cidadãos contra o<br />

“Acordo Ortográfico” de 1990<br />

Para: Senhor Presidente da República; Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhores<br />

Deputados; Senhor Primeiro-Ministro, Senhores membros do Governo; Meritíssimos<br />

Senhores Juízes dos Tribunais. Aos Portugueses; Funcionários públicos; Escolas públicas,<br />

particulares e cooperativas, e respectivos Professores e Alunos; Universidades; Editoras.<br />

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Academia das Ciências de Lisboa; Instituto<br />

de Linguística Teórica e Computacional; Instituto Camões; Imprensa Nacional – Casa da<br />

Moeda, S.A.. A todas as restantes entidades públicas e privadas.<br />

“O ACORDO É<br />

INÚTIL, INEFICAZ,<br />

SECRETISTA,<br />

PREPOTENTE,<br />

IRREALISTA,<br />

INFUNDAMENTADO,<br />

DESNECESSÁRIO,<br />

IRRESPONSÁVEL,<br />

PREJUDICIAL,<br />

GERADOR DE<br />

INSTABILIDADE E<br />

INOPORTUNO.<br />

.../...<br />

COMO SE PODERÃO<br />

“ENSINAR” AS<br />

CRIANÇAS<br />

A ESCREVER<br />

PORTUGUÊS?<br />

A Língua é um património<br />

valioso e um instrumento<br />

determinante para a afirmação<br />

dos povos e das suas culturas,<br />

porque é através dela<br />

que exprimem a sua identidade<br />

e as suas diferenças.<br />

Tal como a espontaneidade<br />

da vida e dos costumes de<br />

cada povo, a Língua é um elemento<br />

vivo, e não pode, por<br />

isso, ser prisioneira de imposições<br />

do poder político, que<br />

limitam a sua criatividade<br />

natural.<br />

O “Acordo Ortográfico” de 1990<br />

(AO90) nasceu de uma ideia<br />

imprevidente do então Primeiro-Ministro,<br />

Cavaco Silva, a pretexto<br />

de “unificar” “as duas ortografias<br />

oficiais” do Português<br />

(sic) - alegadamente para evitar<br />

que o Português de Portugal se<br />

tornasse uma “língua residual”(!)<br />

-, e de “simplificar” a escrita. Na<br />

realidade, o que fez foi abrir<br />

uma caixa de Pandora e criar um<br />

monstro. O AO90 — a que os<br />

sucessivos Governos, com uma<br />

alegre inconsciência, foram dando<br />

execução —, é um fiasco político,<br />

linguístico, social, cultural,<br />

jurídico e económico.<br />

O processo de entrada em vigor<br />

do AO90 nos Estados lusófonos<br />

começou por ser um golpe político:<br />

o AO90 teria de ser ratificado<br />

por todos os Estados. Mas<br />

Angola e Moçambique, os dois<br />

maiores Países de língua portuguesa<br />

a seguir ao Brasil, nunca<br />

o ratificaram. E, dos restantes<br />

países, só três o mandaram “aplicar”<br />

obrigatoriamente: Portugal,<br />

a partir de 2011-2012; Cabo<br />

Verde, a partir de 2014-2015; e<br />

o Brasil, a partir de 2016.<br />

“O que nasce torto, tarde ou<br />

nunca se endireita”. Foi o que<br />

aconteceu com o AO90: os efeitos<br />

que produziu foram exactamente<br />

o contrário do que se<br />

pretendeu.<br />

Senão vejamos: o princípio que<br />

presidiu ao AO90 foi o de que<br />

a ortografia deveria ser determinada<br />

pelo alegado “critério<br />

da pronúncia” (?!), o que gerou<br />

aberrações da maior gravidade,<br />

de que damos apenas alguns<br />

exemplos:<br />

• Ao pretender eliminar as<br />

consoantes “mudas”, o AO90<br />

criou arbitrariamente centenas<br />

de lemas (entradas de<br />

Dicionário), até aí inexistentes<br />

em qualquer das ortografias<br />

(portuguesa ou brasileira):<br />

“conceção”, por “concepção”;<br />

“receção”, por “recepção”, “espetador”<br />

por “espectador” — o<br />

que criou confusões semânticas,<br />

como, por exemplo, “conceção<br />

de crédito”, “receção<br />

económica” ou “espetador de<br />

cinema”.<br />

• No entanto, pela mesma lógica,<br />

o AO90 deveria começar<br />

por cortar a mais “muda” de<br />

todas as consoantes: o “h” inicial.<br />

O que não fez.<br />

• Estabeleceu 17 normas que<br />

instituem duplas grafias ou<br />

facultatividades, assentando<br />

num critério que se pretende<br />

de acordo com as “pronúncias”<br />

(?!): “corrupto” e “corruto”,<br />

“ruptura” e “rutura”; “peremptório”<br />

e “perentório”.<br />

• “Óptico” (relativo aos olhos),<br />

com a supressão da consoante<br />

“muda” “p”, passou a “ótico”<br />

(relativo aos ouvidos), o que<br />

cria a confusão total entre os<br />

Especialistas e o público, que<br />

deixam de saber a que órgão<br />

do corpo humano nos estamos<br />

a referir!<br />

• Em Portugal, a eliminação<br />

sem critério das consoantes<br />

“c” e “p”, ditas “mudas”, afasta<br />

as ortografias do Português<br />

europeu e do Brasil (quando<br />

o que se pretendia era aproximá-las),<br />

criou desagregações<br />

nas famílias de algumas<br />

palavras e provoca insólitas<br />

incoerências: passou a escrever-se<br />

“Egito”, mas “egípcios”;<br />

produtos “lácteos”, mas “laticínios”;<br />

os “epiléticos” sofrem<br />

de “epilepsia”; um “convector”<br />

opera de modo “convetivo”; o<br />

“interrutor” produz uma “interrupção”.<br />

• O facto de as facultatividades<br />

serem ilimitadas territorialmente<br />

(por exemplo, “contacto”<br />

e “contato”; “aritmética”<br />

e “arimética”) conduz a uma<br />

multiplicação gráfica caótica:<br />

por exemplo, o Curso universitário<br />

de “Electrónica e Electrotecnia”<br />

pode ser grafado<br />

com 32 combinações diferentes;<br />

o que é manifestamente<br />

absurdo.<br />

• A confusão maior surgiu<br />

entre a população que se viu<br />

obrigada a ter de “aplicar” o<br />

AO90, e passou a cortar “cês”<br />

e “pês” a eito, o que levou ao<br />

aparecimento de erros, tais<br />

como: “batérias”, “impatos”,<br />

“ténicas”, “fição”; “adatação”,<br />

“atidão”, “abruto”, “adeto”;<br />

“exeto” (por “excepto”); para<br />

além de cortarem outras consoantes,<br />

como, por exemplo, o


ACTUALIDADE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

25<br />

“b” em “ojeção”, ou o “g” em<br />

“dianóstico”.<br />

• No uso de maiúsculas e<br />

minúsculas, o caos abunda;<br />

“Rua de Santo António” pode<br />

escrever-se de quatro formas:<br />

também “rua de Santo António”,<br />

“rua de santo António”<br />

ou “Rua de santo António” (se<br />

acrescentarmos as 4 do Brasil,<br />

com “Antônio”, dá um total<br />

de 8 formas possíveis (!)).<br />

• O AO90 prescreve ou elimina<br />

o uso do hífen de forma<br />

totalmente caótica. Vejamos<br />

alguns exemplos: “guarda-<br />

-chuva”, mas “mandachuva”;<br />

“cor-de-rosa”, mas “cor de<br />

laranja”; zona “infantojuvenil”,<br />

mas “materno-infantil”;<br />

e aberrações como “cocolateral”,<br />

“cocomandante”, “-vegante”,<br />

“corréu”, “coutente”,<br />

“semirreta”.<br />

• Entre outras arbitrariedades,<br />

a supressão do acento<br />

agudo cria situações caricatas.<br />

A expressão popular:<br />

“Alto e pára o baile”, na grafia<br />

do AO90 (“Alto e para o<br />

baile”) dá origem a leituras<br />

contraditórias. A frase “Não<br />

me pélo pelo pêlo de quem<br />

pára para resistir” fica, com<br />

o AO90, escrita deste modo:<br />

“Não me pelo pelo pelo de<br />

quem para para resistir” — o<br />

que é incompreensível, seja<br />

qual for o contexto.<br />

• Em contrapartida, para<br />

“compensar” o desaparecimento<br />

da consoante “muda”<br />

e evitar o “fechamento” da<br />

vogal anterior, imposto pelo<br />

AO90, na escrita corrente,<br />

surgem aberrações espontâneas<br />

como a colocação de<br />

acentos fora da sílaba tónica:<br />

“correção” escrito “corréção”;<br />

“espetaculo” corrigido para<br />

“espétaculo” ou mesmo “letivo”<br />

que passa a “létivo”!<br />

Em suma, com este caos (orto)<br />

gráfico, como se poderão “ensinar”<br />

as crianças a escrever Português?<br />

Mas há mais: o AO90 não incide<br />

sobre os factores de divergência<br />

da linguagem escrita entre<br />

Portugal e o Brasil, nas quais<br />

existem diferenças lexicais (fato<br />

– terno; autocarro – ônibus;<br />

comboio - trem), sintácticas (tu<br />

– você) e semânticas (palavras<br />

com sentidos diferentes: camisola,<br />

por exemplo, que, no Brasil,<br />

significa “camisa de dormir”).<br />

Estamos perante diferenças<br />

atávicas que caracterizam as<br />

duas variantes do Português e<br />

que não se alteram por decreto.<br />

O caos na grafia grassa nos<br />

vários dicionários, correctores<br />

e conversores. Com estas ferramentas<br />

discrepantes, os utilizadores<br />

da Língua Portuguesa,<br />

que já têm dificuldade em<br />

“aplicar” o “Acordo”, ficam ainda<br />

mais confusos e instáveis. Hoje,<br />

ninguém sabe escrever Português<br />

com o “Acordo”.<br />

Sejamos claros: a diversidade<br />

ortográfica — entre apenas<br />

duas variantes do Português: o<br />

de Portugal e o do Brasil — nunca<br />

foi obstáculo à comunicação<br />

entre os diversos povos de Língua<br />

portuguesa; como nunca foi<br />

razão de empobrecimento, mas,<br />

pelo contrário, uma afirmação<br />

da pujança da nossa Língua; o<br />

que, aliás, faz dela uma das mais<br />

escritas e utilizadas do Mundo.<br />

O Inglês tem 18 variantes, e não<br />

deixa por isso de ser a principal<br />

língua internacional; o Francês<br />

tem 15 e o Castelhano, 21.<br />

Por outro lado, as “aplicações”<br />

do AO90 afastam o Português<br />

padrão das principais Línguas<br />

internacionais, o que só traz<br />

desvantagens em termos etimológicos,<br />

de globalização e<br />

de aprendizagem dessas línguas<br />

estrangeiras, em relação<br />

às quais não temos qualquer<br />

vantagem em nos afastar. Por<br />

exemplo, a palavra “actor”: em<br />

todas as línguas, como a nossa,<br />

em que a palavra é de raiz<br />

latina, escreve-se “actor” com c<br />

ou k (excepto em Italiano, mas<br />

em que se escreve com duplo<br />

tt, que tem idêntica função de<br />

abrir a vogal “a”).<br />

É caso para dizer que “foi pior a<br />

emenda que o soneto”.<br />

Mas o AO90 é também um lamentável<br />

exemplo da forma<br />

como o Estado abusou do seu<br />

poder. A “Nota Explicativa”<br />

contém erros crassos, falácias<br />

e falsidades. Mais grave, nunca<br />

foi promovida qualquer discussão<br />

pública sobre o AO90.<br />

Em 2005, foram emitidos 25<br />

Pareceres negativos por parte<br />

de Especialistas e de entidades<br />

consultadas. Porém, esses<br />

documentos foram ocultados.<br />

Todo o processo do AO90,<br />

culminando com a Resolução<br />

do Conselho de Ministros n.º<br />

8/2011, é um péssimo exemplo<br />

de falta de transparência, inadmissível<br />

num Estado de Direito<br />

democrático (artigos 2.º e 48.º,<br />

n.º 2, da Constituição da República<br />

Portuguesa).<br />

Por sua vez, o AO90 dividiu a<br />

sociedade e as gerações, ao impor<br />

uma forma de escrita nas<br />

escolas, Universidades, instituições<br />

do Estado e da sociedade<br />

civil — enquanto a esmagadora<br />

maioria dos Portugueses continua<br />

a escrever com o Português<br />

pré-AO90.<br />

A maioria dos escritores lusófonos,<br />

muitos dos professores,<br />

dos tradutores e da Comunidade<br />

científica têm manifestado<br />

a sua repugnância em acatar o<br />

“Acordo”. Mesmo o grande número<br />

dos que acatam o AO90,<br />

por convicção, pragmatismo,<br />

inércia, subserviência, ou porque<br />

são obrigados a obedecer-<br />

-lhe, na realidade, escrevem em<br />

Português normal, e limitam-se<br />

a deixar que os textos sejam depois<br />

adaptados pelos correctores<br />

ou revisores.<br />

Finalmente, no domínio jurídico,<br />

há vários atropelos que devem<br />

ser denunciados. Desde logo, o<br />

“Acordo Ortográfico da Língua<br />

Portuguesa”, para entrar em vigor,<br />

deveria ter sido ratificado<br />

por unanimidade, e não apenas<br />

por 3 Estados, como sucedeu.<br />

Por outro lado, o AO90 é inconstitucional,<br />

porque o Estado<br />

não pode programar a cultura e<br />

a educação segundo quaisquer<br />

directrizes estéticas, políticas<br />

ou ideológicas (artigo 43.º, n. 2,<br />

da Constituição). E viola também<br />

o dever de defesa e de preservação<br />

do nosso património<br />

cultural (artigo 78.º, n.º 1).<br />

Em suma, o AO90 teve os efeitos<br />

exactamente opostos aos<br />

que se propunha: não uniu, não<br />

unificou, não simplificou. É um<br />

fracasso político, linguístico, social,<br />

cultural e jurídico. E é também<br />

um fracasso económico,<br />

pois, ao contrário do que apregoou,<br />

não fez vender mais nem<br />

facilitou a circulação de livros.<br />

Pelo contrário: as vendas caíram.<br />

O Português pré-AO90 continua<br />

a ser a ortografia utilizada<br />

nos dois Países luso-escreventes<br />

mais populosos (logo a seguir ao<br />

Brasil): Angola e Moçambique;<br />

o que obriga a duas edições de<br />

livros e de manuais escolares<br />

por parte das Editoras: uma com<br />

e outra sem o AO90.<br />

A Língua é o instrumento decisivo<br />

da formação das crianças<br />

e dos jovens. Não podemos<br />

permitir que o arbítrio de decisões<br />

erradas seja transmitido<br />

às gerações futuras, de que<br />

somos cuidadores, separando<br />

filhos e pais, muitos dos quais<br />

escrevem hoje com ortografias<br />

diferentes.<br />

Em 18 de Maio de 1991, durante<br />

a discussão no Parlamento sobre<br />

o “Acordo Ortográfico”, o Deputado<br />

Jorge Lemos declarou, profeticamente:<br />

“O acordo é inútil,<br />

ineficaz, secretista, prepotente,<br />

irrealista, infundamentado, desnecessário,<br />

irresponsável, prejudicial,<br />

gerador de instabilidade e<br />

inoportuno. (…) Por isso, Sr. Presidente<br />

e Srs. Deputados, este<br />

texto que nos foi distribuído,<br />

como sendo o texto do Acordo,<br />

só pode ter uma solução: ser rasgado.”<br />

E, perante a Assembleia,<br />

passou das palavras aos actos —<br />

e rasgou-o.<br />

25 anos depois, é mais do que<br />

tempo de lhe seguirmos o<br />

exemplo.<br />

Em suma, peticionamos a desvinculação<br />

da República Portuguesa<br />

do Tratado do “Acordo<br />

Ortográfico da Língua Portuguesa”<br />

de 1990, bem como do<br />

1.º e do 2.º Protocolos Modificativos<br />

ao AO90 (ou, subsidiariamente,<br />

no mínimo, a suspensão<br />

do Tratado e Protocolos<br />

Modificativos por tempo indeterminado).<br />

Requeremos também a revogação<br />

imediata da Resolução<br />

do Conselho de Ministros n.º<br />

8/2011, de 25 de Janeiro, com<br />

efeitos retroactivos, apagando<br />

os efeitos inconstitucionais e,<br />

por isso, nulos, que produziu<br />

iniquamente.<br />

Nota: Adira ao Grupo do Facebook<br />

«Cidadãos contra o “Acordo<br />

Ortográfico” de 1990», em<br />

https://www.facebook.com/<br />

groups/acordoortograficocidadaoscontraao90/<br />

Lisboa, 23 de Janeiro de <strong>2017</strong><br />

Assine aqui: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=acordoortografico90


26 Lusitano<br />

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COMUNIDADE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

27<br />

WORKSHOP<br />

para crianças dos 6 aos 12 anos<br />

Prenda para o Dia do Pai<br />

Sábado dia 18 de Março <strong>2017</strong><br />

das 15:30 às 17:30<br />

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Tel.: 079 222 09 14


28 Lusitano<br />

CIDADANIA<br />

1º Concurso de Gastronomia<br />

Portuguesa na Suíça<br />

A Embaixada de Portugal, em associação com algumas das mais prestigiadas marcas portuguesas, decidiu lançar o<br />

1o Concurso de Gastronomia Portuguesa na Suíça a decorrer ao longo de <strong>2017</strong>, cujo regulamento se encontra desde já<br />

disponível na página de Facebook oficial da Embaixada de Portugal em Berna.<br />

É um concurso aberto, sem qualquer custo de participação, que contribui para a promoção de Portugal e das centenas<br />

de estabelecimentos que servem gastronomia portuguesa na Suíça. É um concurso pelo qual os nossos restaurantes<br />

abrem portas a novos públicos, demonstrando aos inúmeros turistas suíços que descobrem o nosso país, que a primeira<br />

etapa se pode fazer na Suíça, em qualidade, simpatia, e modernidade.<br />

E será esse mesmo público a decidir quais os melhores restaurantes, pelos comentários deixados ao longo do ano na<br />

plataforma Tripadvisor. Os resultados imparcialmente obtidos, permitirão no final do ano apurar os melhores em três<br />

categorias de preço distintas.<br />

Estão desde já abertas as inscrições para o concurso, promovido pela Embaixada de Portugal em Berna, com o apoio<br />

do escritório na Suíça da aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e das<br />

seguintes marcas e empresas: Delta, Sogrape, Super Bock, Crédito Agrícola, Caixa Geral de Depósitos, TAP Portugal,<br />

Saraiva & Associados.<br />

Os interessados deverão inscrever-se até 31 de julho de <strong>2017</strong>, enviando um e-mail para o correio eletrónico:<br />

portugalsuicagastronomia@gmail.com.<br />

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Contacto: Tlm. 077 403 72 55<br />

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OPINIÃO<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

29<br />

O subsídio do penálti<br />

CARLOS MATOS GOMES<br />

ESTADO, VAI<br />

SUBSIDIAR OS<br />

DIABOS<br />

VERMELHOS,<br />

OS MALUCOS DOS DRAGÕES,<br />

OS RUGIDOS DOS LEÕES, PARA<br />

QUE ELES POSSAM BERRAR,<br />

AMEAÇAR, MANIFESTAREM<br />

O QUE LHES VAI NA ALMA<br />

E “APERTAREM O PAPO” AOS<br />

RESPONSÁVEIS PELAS DERROTAS<br />

DOS SEUS ÍDOLOS<br />

PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />

AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />

COBERTURA CONTA.<br />

SEGUROS DA ZURICH.<br />

PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />

O Estado Português já subsidiou<br />

a fundo perdido os bancos num<br />

valor que deve andar à volta de 12<br />

mil milhões de euros.<br />

O Estado subsidiou com milhões<br />

de euros a fundo perdido alguns<br />

amigos e empresas amigas dos<br />

amigos com quem estabeleceu<br />

parcerias publico privadas, as PPP,<br />

que redundaram sempre em prejuízo<br />

para o Estado.<br />

Subsidiar quem nos delapida o<br />

património, de quem entrega por<br />

tuta e meia as empresas essenciais<br />

à nossa vida, da electricidade aos<br />

transportes, das pontes aos aeroportos,<br />

da saúde à água, dos cimentos<br />

aos monumentos é a filosofia<br />

política estabelecida, ensinada e<br />

incensada nas grandes escolas do<br />

pensamento. Nós, os eleitores em<br />

geral, votámos o “sacanço”!<br />

Sendo esta a ideologia em que foram<br />

formatados os novos bárbaros<br />

Zurich,<br />

Generalagentur<br />

Marcel Strangis<br />

Manessestrasse 87<br />

8045 Zürich<br />

Tiago Costa<br />

044 405 54 90<br />

078 719 64 81<br />

tiago.costa@zurich.ch<br />

que tomaram o poder, e tendo os<br />

portugueses votado nela, parece-<br />

-me muito coerente a notícia de<br />

ontem de que o Estado vai, com os<br />

nossos impostos (havia de ser com<br />

os de quem?) subsidiar penáltis mal<br />

marcados, foras de jogo mal assinalados!<br />

O Estado vai pagar a polícias<br />

e outros agentes de segurança para<br />

protegerem os árbitros dos jogos<br />

de futebol, ameaçados por gangues<br />

coma designação de claques,<br />

que por sua vez são subsidiados<br />

por clubes, os quais são instituições<br />

consideradas de utilidade publica,<br />

subsidiados por desempenharem<br />

um papel de relevo na formação<br />

física, intelectual, cultural e até moral<br />

dos cidadãos! Isto é, o Estado,<br />

vai subsidiar os Diabos Vermelhos,<br />

os Malucos dos Dragões, os Rugidos<br />

dos Leões, para que eles possam<br />

berrar, ameaçar, manifestarem<br />

o que lhes vai na alma e “apertarem<br />

o papo” aos responsáveis pelas derrotas<br />

dos seus ídolos, aos tipos que<br />

não viram uma falta descarada na<br />

grande área! Parece que quanto a<br />

subsidiar estes grupos – dos banqueiros,<br />

dos privatizadores, das<br />

claques – não há nenhum problema<br />

orçamental, nem cultural, nem político.<br />

A comunicação social, sempre no<br />

seu papel de água benta, deu a<br />

notícia do subsídio aos gangues da<br />

bola como uma digna operação de<br />

apoio à comunidade: Os senhores<br />

árbitros têm de ser protegidos.<br />

A actividade futebolística é essencial<br />

à Pátria. O problema é o<br />

subsídio a um grupo de teatro, a<br />

um produtor de filme que diga aos<br />

portugueses que vivem numa terra<br />

que já não é deles, ou é já a dos<br />

gangues como o dos adolescentes<br />

que as televisões exploraram até ao<br />

nojo a agredirem um colega... num<br />

treino para futuros claquistas que o<br />

orçamento irá subsidiar...


30 Lusitano<br />

CULINÁRIA<br />

Trouxas de Ovos<br />

Ingredientes<br />

Para as trouxas: 10 gemas; 1<br />

ovo inteiro. Para a calda: 1 kg<br />

de açúcar; 3,5 dl de água<br />

Preparação<br />

15-1Prepare a calda, levando<br />

ao lume o açúcar com a água<br />

e deixe ferver durante 30 segundos.<br />

Deite a calda numa<br />

caçarola de fundo côncavo<br />

e coloque-a sobre um lume<br />

pequeno e fino, de modo a<br />

só ferver ligeiramente no<br />

meio. Passe as gemas com o<br />

ovo por um passador de rede<br />

três vezes, sem pressionar<br />

e sem bater. Deite na calda<br />

0,5 dl das gemas e dei¬xe-as<br />

alastrar. Com uma colher vá<br />

espalhando com muito cuidado<br />

para que elas formem um<br />

círculo, o mais fino possível,<br />

mas sem rasgar. Deixe solidificar<br />

e, depois, num golpe<br />

rápido mas cuidadoso, com<br />

o auxílio de uma escumadeira,<br />

vire a folhinha das gemas<br />

completamente, sempre com<br />

o cuidado de não a rasgar.<br />

Espere que acabe de cozer,<br />

retire-a da caçarola, sempre<br />

com o auxílio da escumadeira,<br />

e coloque-a num prato inclinado<br />

para escorrer. Repita<br />

a operação até usar todas as<br />

gemas. A feitura das trouxas<br />

exige muita paciência e tempo.<br />

À medida que for fazendo<br />

as folhas, disponha-as sucessiva¬mente<br />

umas sobre as<br />

outras. Enrole-as depois, com<br />

a parte brilhante virada para<br />

baixo, formando as trouxas,<br />

com feitio de tronco de cone.<br />

Coloque-as num prato de<br />

serviço e, no fim, regue-as<br />

com a calda restante, passada<br />

por um passador.<br />

Acompanhe com um vinho<br />

generoso de Carcavelos.<br />

O texto e a receita aqui apresentados<br />

estão publicadas no<br />

Livro «Os Sabores da Nossa Terra»<br />

pela Associação para o Desenvolvimento<br />

e Promoção Rural<br />

do Oeste (LEADER OESTE).<br />

A foto que acompanha este<br />

texto resulta do empratamento<br />

feito pela Escola de Hotelaria<br />

e Turismo de Caldas da Rainha<br />

após confeção de acordo com a<br />

receita tradicional.<br />

A cidade das Caldas da Rainha possui uma<br />

forte tradição na confecção de Trouxas-<br />

-de-Ovos, embora não esteja ligada a nenhum<br />

convento local, o que habitualmente<br />

acontece com este tipo de doces. A receita<br />

poderá ter tido origem no Convento de<br />

Cós, perto de Alcobaça, cujo Mosteiro era<br />

abastecido graças à actividade doceira das<br />

freiras daquele instituição, algumas delas<br />

oriundas de conventos alentejanos, nos<br />

quais a tradição doceira estava, há muito,<br />

bem implantada. Ignora-se, no entanto,<br />

qual o caminho percorrido até a sua receita<br />

ter chegado às Caldas da Rainha. Mas<br />

qualquer que ele tenha sido, no século<br />

XIX, Gertrudes Fausta, considerada grande<br />

conserveira e pasteleira, contribuiu com a<br />

sua actividade para a divulgação das Trouxas-de-Ovos<br />

a partir da loja que possuía na<br />

vila termal, localizada em frente ao Parque,<br />

na antiga rua do Olival, hoje rua Camões, a<br />

Casa Fausta, fundada ainda no século XVIII.<br />

Com sua irmã, ambas exerceram grande influência<br />

nas gerações seguintes de pasteleiros<br />

das Caldas da Rainha. Tendo já passado<br />

pelas mãos de sucessivos donos a partir<br />

de meados do século XX, a Casa Fausta,<br />

agora com outra designação, mantém-se<br />

no mesmo local, continuando a honrar a<br />

herança doceira dos seus fundadores. É aí<br />

que os visitantes das Caldas da Rainha se<br />

dirigem para adquirir essas pequenas maravilhas<br />

que são as Trouxas-de-Ovos, cujo<br />

amarelo vivo atrai primeiro o olhar, seduzindo<br />

depois pelo seu sabor delicioso e requintado,<br />

tão doce!<br />

Peixinhos da horta<br />

Não se sabe a origem do nome nem da confecção, mas afirma-se que<br />

é uma das receitas que deu origem à especialidade japonesa «tempura».<br />

Para os peixinhos da horta o feijão verde é cozido (não demasiado)<br />

com água e sal. Depois de escorridas, as vagens passam por polme,<br />

cuja base é constituída por farinha e ovos e vão a fritar em azeite<br />

bem quente.<br />

Embora na verdade não se saiba ao certo a origem do nome e<br />

até do próprio «petisco», os peixinhos da horta são muitas vezes<br />

associados à cozinha lisboeta. A verdade é que os encontramos<br />

um pou- co por todo o país, nomeadamente<br />

em zonas de interior onde se preparam<br />

também outros legumes como cherovias ou<br />

beringelas, igualmente envoltas em polme de<br />

farinha e ovo. É o caso das que mostramos<br />

aqui e que resultam de um trabalho de<br />

recolha na zona sul da Serra da Estrela.<br />

Os peixinhos da horta podem ser<br />

servida como petisco, entrada ou<br />

acompanhamento de pratos de carne<br />

ou peixe.<br />

Diz-se que esta foi uma das receitas<br />

que deu origem à especialidade<br />

japonesa “tempura”, levada pelos<br />

missionários portugueses.<br />

A tempura<br />

Tempura é um prato clássico da culinária japonesa<br />

e consiste em pedaços fritos de vegetais<br />

ou mariscos envoltos num polme fino. A fritura é<br />

realizada em óleo muito quente, durante apenas<br />

cerca de dois ou três minutos.<br />

A receita do tempura foi introduzida no Japão<br />

por missionários portugueses activos particularmente<br />

na cidade de Nagasaki fundada igualmente<br />

por portugueses, durante o século XVI.<br />

O prato apresentado foi confeccionado<br />

no Restaurante «A Mila» em<br />

S. Vicente da Beira, no concelho<br />

de Castelo Branco e integra a<br />

‘Carta Gastronómica Estrela<br />

Sul’ editada pela ADERES –<br />

Associação de Desenvolvimento<br />

Rural Estrela-Sul.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


SAÚDE<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

31<br />

JASMIM<br />

(espécie do gênero<br />

Jasminum L., da família<br />

Oleaceae)<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

PLANTAS MEDICINAIS<br />

INHAME (Colacasia esculenta): É um<br />

dos alimentos medicinais mais valiosos que<br />

se conhece, pois favorece a limpeza das<br />

impurezas do sangue, dos rins e intestinos,<br />

ajudando a fortalecer o sistema imunológico.<br />

Acredita-se que aumenta a fertilidade<br />

das mulheres, sendo um alimento regulador.<br />

O inhame cru é conhecido por ser um<br />

fabuloso anti-anêmico.<br />

JABORANDI (Pilocarpus jaborandi):<br />

Tem como princípio ativo o alcalóide Pilocarpina,<br />

que age nas glândulas salivares<br />

e sudoríferas. Estimula as secreções gástricas,<br />

por isso é um ótimo digestivo. Seu<br />

princípio ativo já é largamente usado pela<br />

indústria de medicamentos no tratamento<br />

do glaucoma. Era utilizado no passado para<br />

aguçar o faro de cães de caça. Também indicado<br />

no tratamento de doenças do aparelho<br />

respiratório. Vários xampus trazem o<br />

jaborandi em sua fórmula, tido como um<br />

poderoso aliado na luta contra a queda de<br />

cabelo. Há anos, a planta vem sendo extraída<br />

em grandes quantidades para uso<br />

de laboratórios estrangeiros. Suas folhas<br />

são usadas nas afecções ruemáticas, artrite,<br />

gota, hipertensão arterial e no tratamento<br />

de desordens respiratórias.<br />

JAMBOLÃO (Syzygium jambolanium):<br />

As folhas são consideradas adstringentes<br />

e auxiliar nos casos de diabetes. Os frutos<br />

do jambolão também apresentam alta atividade<br />

antioxidante e também, ação hipoglicemiante.<br />

JASMIM (Jasminum officinalis): O famoso<br />

chá preparado com as flores de<br />

jasmim é muito consumido no Extremo<br />

Oriente. Na época da China Imperial, era<br />

bebida exclusiva dos nobres da corte. Suas<br />

propriedades medicinais são muito conhecidas<br />

por aliviar o estresse; diminuir a<br />

ansiedade, a tensão e a exaustão nervosa.<br />

Ajuda a combater os sintomas da depressão,<br />

é excelente calmante e favorece um<br />

sono tranqüilo. Em compressas, auxilia no<br />

tratamento da conjuntivite e problemas da<br />

pele. Na medicina popular é usado para aliviar<br />

dores de cabeça e enxaqueca.<br />

JATOBÁ (Hymenaea courbaril): A casca<br />

e a resina são usadas em afecções das vias<br />

respiratórias, vias urinárias e do aparelho<br />

digestivo. São indicadas também em casos<br />

de bronquite, asma, tosse, coqueluche,<br />

laringite, inflamação da bexiga e próstata,<br />

cistite e flatulência. Famoso no tratamento<br />

contra hemorróidas, fraqueza geral e contra<br />

vermes.<br />

JURUBEBA (Solanum paniculatum):<br />

Estimulante das funções digestivas, do<br />

fígado e baço. Indicado em casos de insuficiência<br />

hepática e prisão de ventre. O<br />

seu suco é diurético e tônico, usado contra<br />

problemas da bexiga, inflamações do baço<br />

e icterícia. Também é indicado popularmente<br />

contra erisipelas e abcessos. O chá<br />

tem uma indicação muito antiga para combater<br />

o amarelão e a hepatite.<br />

LINHAÇA (Linum usitatissimum): Estudos<br />

indicam que a linhaça ajuda a evitar os<br />

sintomas da menopausa e prevenir contra<br />

os tumores de mama e de ovário. A lignana,<br />

presente na linhaça, tem se mostrado<br />

útil ao ajudar a restabelecer o equilíbrio<br />

hormonal durante a menopausa. O óleo<br />

de linhaça é conhecido por ser a principal<br />

fonte de ômega 3, ômega 6, ômega 9<br />

e vitamina E. A carência destes nutrientes<br />

no organismo pode enfraquecer o sistema<br />

imunológico, aumentar o risco de doenças<br />

cardíacas, além de agravar processos inflamatórios.<br />

O óleo de linhaça é conhecido<br />

como um antiinflamatório natural do organismo.<br />

Pesquisadores também acreditam<br />

que o óleo de linhaça pode acelerar a taxa<br />

de metabolismo do corpo e ajudar a queimar<br />

gorduras mais rapidamente.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />

substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


32 Lusitano<br />

TECNOLOGIA<br />

TECNOLOGIA<br />

JOANA ARAÚJO<br />

com Agências<br />

Air Pods anti-perda<br />

Os auscultadores sem fios que a Apple lançou, os famosos Air Pods,<br />

ganham finalmente no novo iOS 10.3 uma funcionalidade que evita<br />

perdê-los. Uma novidade que permite o rastreio através de Bluetooth.<br />

O nome escolhido pela Apple foi de “find my Air Pods”.<br />

O funcionamento utiliza a última ligação Bluetooth para fazer cálculos<br />

de onde possam estar os auriculares sem fios perdidos. No<br />

iPhone do utilizador é de imediato mostrado um mapa com a localização<br />

dos Air Pods.<br />

Robots considerados<br />

“pessoas<br />

electrónicas”<br />

O Parlamento Europeu quer que os robots<br />

passem a ter personalidade jurídica<br />

e sejam considerados “pessoas electrónicas”.<br />

Com o avanço célere da tecnologia e<br />

sendo a robótica uma realidade cada vez<br />

mais presente, os deputados europeus<br />

pretendem garantir que os actos e possíveis<br />

omissões dos robots estejam sob<br />

a responsabilidade legal dos seus donos.<br />

A proposta terá ainda que ser votada em<br />

plenário, o que deverá acontecer neste<br />

mês de <strong>Fevereiro</strong>. Caso seja aprovada<br />

segue como recomendação para a Comissão<br />

Europeia.<br />

Instagram e WhatsApp juntos<br />

a compartilhar fotos e vídeos<br />

Instagram e WhatsApp passarão a trabalhar juntos no compartilhamento<br />

de fotos e vídeos. Os aplicativos, ambos pertencentes ao Facebook,<br />

ganharam uma integração na última semana de Janeiro. Segundo<br />

a rede social, fotos e vídeos publicados no feed, sem restrição de público,<br />

poderão ser compartilhadas usando o mensageiro. Qualquer foto<br />

ou vídeo público no Instagram pode ser compartilhada no WhatsApp.<br />

O recurso chega aos utilizadores “muito em breve”.


HORÓSCOPO<br />

Carneiro<br />

Este mês tem uma energia distinta<br />

na primeira e na segunda<br />

quinzena para o signo Carneiro.<br />

Inicialmente há uma energia<br />

mais lenta, com desafios e dificuldades.<br />

Você deve reflectir<br />

e repensar, especialmente em<br />

questões profissionais. Não<br />

deverá esquecer os aspectos<br />

afectivos, ligados à expressão<br />

de seus sentimentos e também<br />

as questões que envolvem as<br />

suas relações.<br />

Relacionamento, aliás, é um dos<br />

temas mais marcantes de <strong>2017</strong><br />

para o signo Carneiro, com tendência<br />

a mudanças e à necessidade<br />

de você harmonizar a<br />

individualidade e as demandas<br />

da relação.<br />

Neste mês você tende a estar<br />

mais sonhador e fantasioso, o<br />

que pode levar a problemas,<br />

por um excesso de idealização.<br />

O seu grande aprendizado é o<br />

afecto incondicional.<br />

Touro<br />

Crenças, ideais, sonhos e espiritualidade<br />

são temas presentes<br />

intensamente na vida do<br />

signo Touro neste mês. É um<br />

momento interessante para<br />

você reflectir sobre o que acredita<br />

e o que quer conquistar no<br />

novo ano. Aspectos ligados a<br />

viagens, à educação e cultura<br />

também são temas importantes<br />

do período. É uma fase de<br />

reflexões e de reavaliações.<br />

As amizades e a vida social do<br />

signo Touro ganham uma nova<br />

cor neste mês, período em que<br />

você busca pessoas e parceiros<br />

com quem há uma maior sintonia<br />

e identidade.<br />

É um momento também interessante<br />

para começar a pensar<br />

em novas parcerias que serão a<br />

garantia de realização profissional<br />

em <strong>2017</strong>.<br />

Gémeos<br />

Este mês inicia com o seu planeta<br />

regente, Mercúrio, em<br />

movimento retrógrado. Isso<br />

traz uma série de repercussões,<br />

onde a ênfase está em reavaliar,<br />

reconsiderar e rever, o que<br />

pode testar a sua paciência.<br />

É um momento importante<br />

para transformações emocionais<br />

e para uma nova atitude<br />

em relação ao dinheiro e aos<br />

sentimentos. A boa nova para<br />

o signo Gémeos no novo ano é<br />

que haverá muito amor e uma<br />

expressão mais intensa da criatividade.<br />

E se você tem filhos,<br />

eles podem lhe proporcionar<br />

muitas alegrias.<br />

Este mês pede que você repense<br />

a expressão do seu trabalho,<br />

colocando nele mais sensibilidade,<br />

arte, inspiração e criatividade.<br />

É um mês em que você<br />

estará mais imaginativo, mas<br />

deve ter cuidado com as ilusões<br />

e o excesso de idealizações.<br />

Caranguejo<br />

O segundo mês de <strong>2017</strong> traz<br />

ao signo Caranguejo a necessidade<br />

de rever suas atitudes<br />

nos relacionamentos e parcerias.<br />

Inclusive, podem retornar<br />

antigas situações que você<br />

imaginava ter resolvido. Isso é<br />

necessário para que repense<br />

as questões emocionais e os<br />

vínculos que você tem com as<br />

pessoas. É um mês interessantíssimo<br />

para firmar contactos<br />

profissionais, especialmente na<br />

segunda quinzena.<br />

<strong>Fevereiro</strong> é também um mês<br />

importante para o contacto<br />

com pessoas que podem estar<br />

distantes geograficamente,<br />

mas próximas do seu coração.<br />

É um momento que enfatiza<br />

viagens, reflexões, leituras e<br />

cursos com o propósito de autoconhecimento.<br />

Uma das belas<br />

notícias de <strong>Fevereiro</strong>, é que<br />

será um momento de grandes<br />

inovações na carreira do signo<br />

Caranguejo.<br />

Leão<br />

<strong>Fevereiro</strong> propõe um interessante<br />

questionamento ao signo<br />

Leão: qual a qualidade de<br />

sua vida profissional; se você<br />

expressa os seus talentos criativos<br />

por meio do trabalho e se<br />

sente que está se aprimorando<br />

e evoluindo. É também um<br />

mês importante para a saúde,<br />

a qualidade de vida e para que<br />

repense os seus hábitos e atitudes.<br />

Cuidado com a rigidez de pensamentos<br />

e emoções. Emocionalmente,<br />

o mês propõe que<br />

haja uma harmonização maior<br />

entre a ternura e o desejo, o<br />

amor e o sexo, a fim de que<br />

você tenha uma maior plenitude<br />

emocional.<br />

<strong>Fevereiro</strong> também traz uma das<br />

perspectivas mais interessantes<br />

de <strong>2017</strong> ao signo Leão, que<br />

é a aceitação de novos ambientes,<br />

pessoas e pontos de vista.<br />

Esta abertura de mentalidade<br />

poderá lhe trazer novas oportunidades<br />

ao longo do ano.<br />

Virgem<br />

Amor e relacionamento são os<br />

temas enfatizados neste mês<br />

para o signo Virgem. É necessário<br />

que você reflicta sobre<br />

as suas atitudes emocionais<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

33<br />

e que repense a sua postura<br />

nas relações. Inclusive, podem<br />

retornar antigos sentimentos<br />

ou situações mal resolvidas do<br />

passado, que cabe agora a você<br />

resolver, curar e perdoar.<br />

Balança<br />

No segundo mês do novo ano<br />

é preciso que você reflicta sobre<br />

os padrões emocionais que<br />

insistem em se repetir na sua<br />

vida. E é também um momento<br />

importante para reflectir sobre<br />

família, lar e bases emocionais<br />

e estruturais.<br />

<strong>Fevereiro</strong> também traz uma das<br />

grandes questões presentes<br />

em <strong>2017</strong> para o signo Balança,<br />

que é a mudança nos padrões<br />

de relacionamento. Muitas surpresas<br />

e situações inusitadas<br />

tendem a ocorrer em suas relações,<br />

e é necessário que você<br />

expanda os seus horizontes de<br />

relação.<br />

Escorpião<br />

<strong>Fevereiro</strong> mexerá com o coração<br />

do signo Escorpião, pois<br />

teremos os movimentos dos<br />

planetas Vénus e Marte no sector<br />

amoroso. É um período interessante<br />

para você estar mais<br />

ciente dos seus sentimentos e<br />

da maneira como conduz a relação<br />

amorosa. Cuidado com<br />

o excesso de idealização e de<br />

expectativas, achando que o<br />

amor irá lhe “salvar”.<br />

É hora de aprender que amor<br />

é uma energia, um estado de<br />

espírito e não simplesmente<br />

um sentimento direccionado à<br />

alguém.<br />

<strong>Fevereiro</strong> também propõe que<br />

você aprimore conhecimentos,<br />

reflicta sobre as suas relações<br />

e que esteja mais atento aos<br />

seus projectos profissionais. É<br />

na segunda quinzena de <strong>Fevereiro</strong><br />

que as ideias e projectos<br />

ganharão força.<br />

Sagitário<br />

Há um ensinamento de maturidade<br />

emocional, material e profissional<br />

para o signo Sagitário.<br />

É também um mês importante<br />

para estar com a família, comungar<br />

sentimentos, mas também<br />

saber dizer não, quando<br />

você se sentir muito vulnerabilizado<br />

e solicitado emocionalmente.<br />

O ano de <strong>2017</strong> trará grandes<br />

novidades amorosas para o<br />

signo Sagitário e isso já poderá<br />

ser percebido nesse segundo<br />

mês. É o momento de abrir<br />

o coração e a mente a novos<br />

sentimentos e pessoas. Amor e<br />

amizade passarão a ter um significado<br />

completamente distinto<br />

para você no novo ano.<br />

Capricórnio<br />

<strong>Fevereiro</strong> inicia com o movimento<br />

retrógrado de Mercúrio<br />

no seu signo, o que é um claro<br />

sinal de que você deverá reflectir,<br />

repensar e reavaliar várias<br />

questões de sua vida. É um<br />

momento em que as iniciativas<br />

não estão favorecidas, mas sim<br />

a contemplação, a preparação e<br />

a interiorização.<br />

O seu grande desafio, que está<br />

também colocado neste segundo<br />

mês do novo ano, é que haja<br />

um equilíbrio entre as demandas<br />

pessoais e profissionais.<br />

Na segunda quinzena você<br />

perceberá uma mudança nessa<br />

energia, com uma tendência<br />

mais favorável para empreender<br />

e realizar. Uma das grandes<br />

características de <strong>2017</strong> será a<br />

oportunidade de crescimento<br />

na carreira, que poderá vir de<br />

parcerias, viagens e conhecimentos.<br />

Aquário<br />

Os primeiros dias deste mês<br />

caracterizam um período de reflexão<br />

e de interiorização para<br />

o signo Aquário. Por esse motivo,<br />

é uma fase mais delicada<br />

e isso pode, inclusive, se manifestar<br />

na saúde. É hora de resguardar<br />

as suas energias e de<br />

ter um equilíbrio maior entre<br />

trabalho e descanso.<br />

É o momento em que o Sol está<br />

transitando o signo anterior ao<br />

seu e que revela a consequência<br />

de seus actos e pensamentos<br />

anteriores.<br />

Peixes<br />

Você deve ter cuidado com a<br />

tendência a idealizar em demasia<br />

e a esperar demais do afecto.<br />

É o momento de ter também<br />

os pés no chão e isso, principalmente,<br />

em termos das metas e<br />

projectos que quer realizar no<br />

novo ano.<br />

<strong>Fevereiro</strong> é um mês muito interessante<br />

para a vida afectiva<br />

do signo Peixes, já que teremos<br />

a movimentação dos planetas<br />

Vénus e Marte em seu signo, o<br />

que traz uma maior sensibilidade<br />

e emotividade.<br />

Profissionalmente, <strong>2017</strong> trará<br />

uma renovação na forma como<br />

você expressa os seus talentos<br />

e habilidades. Será um período<br />

muito interessante para você<br />

se abrir a uma nova mentalidade<br />

sobre o significado de trabalhar<br />

e evoluir.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


34 Lusitano<br />

”Bacoradas”<br />

“A vítima<br />

foi<br />

estrangulada<br />

a golpes de<br />

facão”. - Ângelo<br />

Bálsamo, Jornal<br />

do Incrível<br />

“Os sete artistas compõem<br />

um trio de talento”. -<br />

Manuela Moura Guedes (TVI)<br />

“Esta nova terapia traz esperanças<br />

a todos aqueles que morrem<br />

de cancro em cada ano”. - Dr. Alves<br />

Macedo, oncologista<br />

“Querem fazer do Boavista o<br />

bode respiratório”. - Jaime Pacheco,<br />

treinador do Boavista<br />

“Se entra na chuva é para se queimar.”<br />

– Denilson, jogador da Selecção<br />

do Brasil<br />

“Haja o que hajar, o Porto vai ser<br />

campeão”. - Deco, ex-jogador brasileiro<br />

do FC Porto<br />

“O difícil, como vocês sabem, não<br />

é fácil”. - Jardel<br />

“Um jogador tem que ser completo<br />

como o pato, que é um bicho<br />

aquático gramático”. - César Prates,<br />

ex-jogador do Sporting<br />

“No Porto é todo mundo muito<br />

simpático. É um povo muito hospitalar”.<br />

-Deco, ex-Jogador brasileiro<br />

do FC Porto, a comentar a<br />

hospitalidade da população<br />

“Tenho o maior orgulho de jogar<br />

na terra onde Cristo nasceu”. -<br />

Djair, jogador do Belenenses ao<br />

chegar a Belém (zona do Restelo<br />

– Mosteiro dos Jerónimos) no<br />

dia que assinou contrato com este<br />

clube<br />

“Finalmente, a água corrente foi<br />

instalada no cemitério, para alegria<br />

da população”. - repórter do<br />

Fundão<br />

HUMOR<br />

Bêbado<br />

Entra um bêbado no autocarro e quando<br />

vai a sentar-se quase que se senta em cima<br />

do colo de uma senhora. A senhora muito<br />

chateada diz-lhe:<br />

- O senhor vá para o Inferno !!!!!<br />

Levanta-se o bêbado e chega-se ao pé do<br />

motorista e diz-lhe<br />

- Olhe podia deixar-me sair? É que eu enganei-me<br />

no autocarro.<br />

Datas Comemorativas de <strong>2017</strong><br />

FEVEREIRO<br />

TERÇA DIA 14<br />

03 SEX Dia de São Brás<br />

04 SÁB Dia Mundial de Luta Contra o Cancro<br />

06 SEG Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina<br />

07 TER Dia Internacional da Internet Segura<br />

11 SÁB Dia Mundial do Doente<br />

12 DOM Dia de Darwin<br />

12 DOM Dia Internacional de Oração pelo Autismo e Síndrome de Asperger<br />

12 DOM Dia Mundial do Casamento<br />

13 SEG Dia Mundial da Rádio<br />

13 SEG Dia de Limpar o Computador<br />

14 TER Dia dos Namorados (Dia de São Valentim)<br />

14 TER Dia do Amor<br />

14 TER Dia Nacional do Doente Coronário<br />

15 QUA Dia Internacional da Criança com Cancro<br />

20 SEG Dia Mundial da Justiça Social<br />

21 TER Dia Internacional da Língua Materna<br />

22 QUA Dia Europeu da Vítima de Crime<br />

22 QUA Dia do Pensamento<br />

27 SEG Dia Internacional do Urso Polar<br />

28 TER Carnaval<br />

28 TER Dia do Engolidor de Espadas


JÚNIOR<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

35<br />

Carnaval<br />

PROPOSTA DE LEITURA<br />

Viagens na<br />

Minha Terra<br />

O narrador faz uma viagem até<br />

Santarém, depois que deixa Lisboa.<br />

Durante a viagem, vai observando<br />

a paisagem e tipos humanos,<br />

neles analisando o que há de pitoresco<br />

enquanto reflecte sobre as coisas e<br />

seres humanos. Chegando ao Vale de<br />

Santarém, conta a história da Joaninha<br />

dos Olhos Verdes, tipicamente romântica:<br />

a moça se apaixonara por seu primo<br />

Carlos que ,não sabendo escolher entre<br />

o amor de várias mulheres, tinha voltado<br />

para a Inglaterra, donde viera. Joaninha ,<br />

caracterizada como “menina dos rouxinóis”,<br />

morreu de desgosto. Desde a sua morte, o<br />

vale perdeu sua exuberância, tornando-se<br />

triste. Acabada a viagem, o narrador retorna<br />

a Lisboa.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


36 Lusitano<br />

POESIA<br />

CARMINDO<br />

DE CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/carmindo.<br />

carvalho<br />

Amor occisivo<br />

Amor, ódio, sentimentos arrogantes<br />

Em mim flutuantes<br />

Segredos de uma vidaPara nós perdida...<br />

Abjurar o amor<br />

É como um filme de terror.<br />

Subsistem os fantasmas<br />

E as almas penadas.<br />

Assombrando, atormentando<br />

Na distanásia porfiando.<br />

Não posso lutar com o destino<br />

Sei que é confronto perdido.<br />

Não consigo enfrentar esse poder misterioso<br />

Contumaz e poderoso!<br />

Nem nas trevas ou no paraíso<br />

Há cura para o amor que occisa.<br />

Que porfende queimando<br />

Como ácido sulfúrico e me torna atónico!<br />

Bolota poliglota<br />

Perguntas-me para que serve o que eu escrevo.<br />

Serve para te dizer por palavras escritas<br />

O que não ouvirias<br />

Por palavras ditas.<br />

Para veres que a língua que em pequeno aprendeste<br />

Com a qual até homem cresceste<br />

Por pouco ou nada leres ou escreveres<br />

Já quase a esqueceste sem te aperceberes.<br />

Misturas o que sabes<br />

E o que não sabes<br />

Andas na corda bamba<br />

E não sais da cepa torta.<br />

Numa inércia<br />

Prenhe de preguiceira aguda<br />

Estás a transformar-te num poliglota<br />

Mais especialista que o Papa.<br />

E como inerte e verde bolota<br />

Entalada num molho de azinho<br />

Para escreveres decentemente uma carta<br />

Qualquer dia tens que pedir ajuda a um vizinho.<br />

Novembro de 2002 -<br />

In , Entre Ondas de Ar e Amar - 2010<br />

Preferia não mais acordar<br />

Até a devastidão terminar.<br />

Prossigo todavia nesta estrada<br />

De sonhos prostrados onde nunca ninguém ganha!<br />

Só me resta a memória<br />

Enlevada nas asas mágicas da recordação<br />

Que me restitui sem condição<br />

Aos nossos momentos de glória!<br />

Quando precisares de silêncio<br />

Para pensares em alguém<br />

Lembra-te que há alguém<br />

Que em ti pensa em silêncio!<br />

In, Entre Ondas de Ar e Amar _ 2010


POESIA<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2017</strong><br />

37<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

https://www.facebook.com/euclides.<br />

cavaco<br />

Rimas do Meu País<br />

As rimas do meu País<br />

Cantá-las faz-me feliz<br />

E inspira em mim nostalgia<br />

Numa linguagem doce<br />

Cada verso é como fosse<br />

Uma perfeita poesia .<br />

Sábias são as de Camões<br />

Feitas de heróicas lições<br />

Que o tornaram imortal<br />

Ilustrando a Epopeia<br />

Cujas rimas patenteia<br />

A História de Portugal.<br />

Os portugueses ausentes<br />

No mundo em lugares diferentes<br />

Em qualquer localidade<br />

Entre eles há sempre alguém<br />

Que exalta a Pátria Mãe<br />

Num poema de saudade.<br />

Se uma voz rimas desgarra<br />

E o trinar duma guitarra<br />

Se encontram lado a lado<br />

As rimas desse poema<br />

Fazem nascer nobre tema<br />

Que a cantar se chama fado !…<br />

Autor: Euclides Cavaco<br />

C A R N A V A L<br />

São no mundo festejadas<br />

Folias de Carnaval<br />

Mas sempre mais celebradas<br />

No Brasil e Portugal.<br />

É quadra de euforia<br />

Liberdade e extravagância<br />

Num misto de idolatria<br />

São festas de relevância.<br />

Aldeias, vilas, cidades<br />

Destes nossos dois países<br />

Fazem das festividades<br />

Momentos assaz felizes.<br />

Fantasiam-se partidas<br />

Forjadas no Carnaval<br />

Ousadas e atrevidas<br />

Mas ninguém as leva a mal.<br />

A crítica mascarada<br />

De máscara fica nua<br />

Pois só assim disfarçada<br />

Tem liberdade de rua.<br />

Do frenético ambiente<br />

Após a festa acabada<br />

Permanece muita gente<br />

Sem máscara...Mascarada!...<br />

Autor: Euclides Cavaco


POESIA<br />

38 Lusitano<br />

CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suiça<br />

AS MINHAS<br />

CANTIGAS<br />

No adro daquela igreja<br />

desde que te fui beijar<br />

eu já não posso parar<br />

de cantar minhas cantigas<br />

porque estas raparigas<br />

têm olhos de matreiras<br />

para não fazer asneiras<br />

o homem tem que cantar<br />

para seus erros tapar<br />

de qualquer destas maneiras<br />

Nos olhos de qualquer menina<br />

que são velas de estearina<br />

de pele branca a brilhar<br />

eu vejo provocações<br />

que em certas ocasiões<br />

nem para elas posso olhar<br />

mas quando as vou beijar<br />

fico louco de desejo<br />

e para esconder um beijo<br />

vou as cantigas cantar<br />

As mães já me avisaram<br />

para eu cuidado ter<br />

mas que posso eu fazer<br />

se só sei cantar cantigas<br />

se eu iludo as raparigas<br />

isso não é culpa minha<br />

até a minha vizinha<br />

á minha mãe se foi queixar<br />

que a filha ia falar<br />

com inveja das amigas<br />

A cantar não aprendi<br />

foi um dom que DEUS me deu<br />

canto ás estrelas do Céu<br />

e canto para ti tambem<br />

nada prometo porem<br />

pois pode sair errado vou<br />

dar isto por terminado<br />

porque fui longe de mais<br />

em igrejas e pinhais<br />

eu tenho muitas beijado.<br />

Este poema foi escrito em 1996.<br />

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