Revista LiteraLivre
Revista Literária que une textos de autores do Brasil e do mundo com textos de todos os estilos escritos em Língua Portuguesa. Acesse nosso site e participe também: http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar
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<strong>LiteraLivre</strong> nº 1<br />
O Diabo, o Bruxo e a Permissão do Deus Todo-<br />
Poderoso<br />
Século XIV, Algum lugar de Portugal<br />
Gerson Machado de Avillez - Rio de Janeiro<br />
Henrique Keystone era valoroso cavalheiro real mesmo após a morte do Rei Felipe e<br />
combatente da heresia no mundo. Não havia inquisição, mas desde quando os execrável<br />
Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici, os templários, foram<br />
entregues por heresia pelo rei Filipe, o Belo, e o papa Clemente V. Henrique tratou de<br />
cumprir os mandatos de prisão na região onde atuava e, ele mesmo, prendeu Jacques de<br />
Molay, o último grão-mestre dos templários.<br />
Da fatídica sexta-feira 13 de 1307, as severas acusações aos templários<br />
suscitaram revolta popular pois eles tripudiariam sobre a cruz e realizariam rituais de<br />
sodomia secretamente e, segundo alguns, até mesmo envolvendo camponeses que lhes<br />
foram vítimas. O fato, porém, é que Henrique pouco acreditava nisso tudo quando<br />
retornou a seu lar, em Portugal, pois suas convicções diziam que eles talvez tivessem<br />
monopolizando economias de modo a colocar em risco a hegemonia do reinado de Filipe,<br />
o Belo.<br />
O Priorado de Sião não se manifestou, mas dias antes rumores diziam que eles<br />
pegaram muitas relíquias os quais os templários guardavam, relíquias estas dentre os<br />
quais a misteriosa lenda do Santo Graal. Fosse fato ou mais um rumor infundado que<br />
permeava a população, Henrique sabia que alguns dos templários fugidos haviam se<br />
escondido em Portugal junto a um líder que era membro do Priorado de Sião, o que não<br />
lhe fazia sentido uma vez que o Priorado que fundou a Ordem Templária, não era<br />
igualmente acusada de heresia e tais crimes insidiosos cometidos pelos infames<br />
cavalheiros.<br />
Era uma sexta-feira quando Henrique perfilou os fugitivos a distância e, em<br />
silêncio, seguiu os acossados cavalheiros extintos.<br />
Havia um distinto homem de capuz branco aparentemente cercado por um mote<br />
desses cavalheiros que estavam descaracterizados de suas vestes padrões, mas<br />
reconhecíveis por alguns apetrechos enquanto se esgueiravam soturnamente pelos vales<br />
da região de Trás-os-Montes de terras lusófonas. Ademais ao cair da noite, Henrique que<br />
havia desviando-se de seu trajeto junto a mais dois cavalheiros que era de sua mesma<br />
região observavam agora no escuro os homens caminharem com tochas acessas até<br />
uma cabana aparentemente abandonada onde acenderam uma fogueira e o qual tons<br />
sinistros esfacelavam qualquer esperança de que não fosse nada austero daqueles<br />
cavalheiros que haviam sucumbido em sua capitulação. Talvez fossem salteadores que se<br />
apossaram de armamentos e armaduras dos cavalheiros, indagou um dos amigos de<br />
Henrique.<br />
Porém, numa olhada mais próxima contemplaram que nove funestos homens<br />
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