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Artigo Por Cirlene Alexandrino | Fotos: Divulgação Ética Desportiva Como o comportamento dos atletas, dentro e fora das competições, pode influenciar a opinião pública e a sua carreira. Falar sobre ética, especialmente ética esportiva pode ser muito, muito chato. O assunto é associado às condutas que demonstram o respeito às regras estabelecidas pelos dirigentes e envolvem assuntos como cláusulas contratuais, acordos com patrocinadores e a observação de comportamentos morais bem definidos. Ou pode ser muito mais simples e até emocionante! Qual espectador de futebol não aplaude quando um jogador adversário mostra compaixão em um lance de falta, por exemplo? Ele pode estender a mão para levantar o colega, ou colocar a bola pela linha de lado… este gesto de coleguismo é o chamado “Fair Play”. E pode ser visto em todos os esportes. Alguns até põem em risco a conquista do título quando entendem que Foto: Divulgação 34 ViagemBrasil | Edição Especial 2016
Foto: Divulgação Foto: Divulgação Diversos sites de notícias divulgam a falta de compromisso com moral e ética fora dos centros de competição e que, pode macular e até destruir a sua imagem como atleta e como exemplo de cidadão. (Acima: Manchete com o jogador de futebol, Neymar. Ao lado: a ginasta Dayane dos Santos.) naquele determinado momento é mais importante ajudar o colega, mesmo na condição de adversário. Essa postura elegante mostra respeito, honestidade, aceitação das regras e, acima de tudo, o entendimento de que os oponentes são apenas adversários esportivos e não inimigos mortais… sejam eles vencidos ou vitoriosos, com a consciência de que o outro é companheiro indispensável na prática do esporte e que existem valores e princípios moralmente mais importantes que a vitória, muitas vezes. É uma atitude simples de compreender mas muito difícil de ser seguida, pelo que parece. Se formos usar o exemplo do esporte mais popular brasileiro, o futebol, o noticiário está cheio de fatos não muito inspiradores. Temos jogadores que são denunciados por falta de pagamento de impostos, outros são flagrados em festas com fartura de bebidas e alguns até vão para a cadeia por falta de pagamento de pensões alimentícias… Fora o mundo dos cartolas, dos contratos de gaveta, a manipulação de partidas, que inclui resultados previamente combinados, alterações no decorrer das partidas e as atividades relacionadas, seja para fins de ganhos financeiros através de jogos de azar ou por razões esportivas (ex.: para evitar o rebaixamento), e ainda os casos de Dopping que é a constatação da presença de substâncias proibidas numa amostra de sangue ou urina do atleta ou simplesmente a recusa a se submeter ao exame. E tem também as várias prisões e indiciamentos no órgão máximo do esporte, a Fifa. Mas… O que tem a ver isso com o trabalho desses atletas em campo? Pode parecer que nada. Mas não se pode esquecer que essas pessoas, que são ídolos para multidões, são também exemplos de conduta para esses Oponentes são apenas adversários esportivos e não inimigos mortais. fãs… Dá para separar o atleta do homem? Fazer bonito nos campos compensa os passos nebulosos na vida cotidiana? Em tempos de operação lava jato, está cada vez mais claro que muitos políticos sempre lançaram mão da infeliz prática do “roubo, mas faço”. As ruas cheias de manifestantes deixam claro que essa conduta não é mais aceita cegamente. O “fair play” entre deputados e senadores, que primava pela gritaria mas pela pouca ação concreta parece estar em colapso. Os “acordos entre cavalheiros”, onde todo mundo leva um pedaço e ninguém dedura ninguém podem estar acabando. Ou, falando em termos mais reais, pelo menos diminuindo… Mas a situação só vai melhorar quando quem vota abrir os olhos e realmente se importar e cobrar o candidato escolhido. Certo? E o esporte, que era nosso assunto inicial, como fica? Ora, a ética é um conceito aplicável a qualquer campo da atividade humana. Tem a ver com bons valores e exemplos a serem seguidos. Dentro e fora dos campos, quadras, piscinas, raias e estádios. Sem falar que a corrupção freia o esporte e ameaça sua saúde financeira. Implantar programas antidoping e de melhores práticas é complexo, custoso e dispendioso, exige tecnologias supermodernas em testes médicos, metodologia sofisticada, processos rigorosos. Tudo isso gera custos altíssimos. Mais um exemplo de que esta política do “Gerson” de querer levar vantagem em tudo, na maioria das vezes pode repercutir muito negativamente e de maneira mais global no esporte e na carreira do atleta. Que tal termos mais atenção para quem dedicamos a nossa torcida? #fica a dica ViagemBrasil | Edição Especial 2016 35
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