Sim & Não (Parte Dois)_Paulo Vitor Grossi (2016)_

amuletos defeituosos de um Cândido, e seu otimismo.
Minha liberdade deve valer muito mesmo pois toda hora
alguém quer me capturar, eu hein! Mas a liberdade de
todos nós sempre foi o alvo do Mal.
Agora quem sabe se estou preso numa zona
árida e pestilenta, nas plataformas à frente que existem
nulas... ou estou num lindo platô vermelho como o de
Marte (Sabem quanto existe pela Via Láctea!?) Acredito
nos sintomas de um declínio geral, o reflexo de uma
música que envolve um desequilíbrio ecológico e
desagradável erosão de todos os solos. Talvez este lugar,
que os viajantes costumam chamar graciosamente de
Durango, este já tenha sido uma civilização próspera, mas
em uma época dessas só se for daquelas distantes. Agora
a vastidão selvagem e tantos mais degenerados aqui
ferrados com sede e ganância estão por toda parte. Não
há tempo que já resolva, é um mistério insolúvel. Barbuc
e essa galerinha são um enxame!
Olho para o que ainda há de meu corpo ao
fundo dessa sala... serei um rei, vou erguer um templo,
depois um muro, e, se mais, me trancarei com medo, ou
será que em um lugar sagrado, mais físico ainda, será que
nada me serviu? Nada disso, seguramente. A Cidade
Cintilá, eu estava lá, e havendo ali aquela gente
barulhenta, bem como fenômenos peculiares; havendo ali
sacerdotes vestidos em peles, chifres, ossos, além de
medonhas máscaras enfeitadas, colares de dentes,
crianças em cabelos desgrenhados, e nuas formas de
Muspel, do Reino de Fogo; Nifl, de Gelo, igual Shamash,
pelo Sol Afortunado... havendo ainda misticismo, onde
fica a intuição por sentir o bem de Deus??