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Revista - Living Slow

Revista criada a partir do blog http://www.livingslow.com.br como parte do tcc da aluna Isabel Alves. Para todos os créditos, verifique o expediente.

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living slow.<br />

Descobrindo um novo modo de viver


Ser slow living é:<br />

living slow.<br />

Sustentável<br />

com o mínimo de<br />

impacto ao meio ambiente<br />

Local<br />

valorizando a comércio<br />

local e conhecendo quem produz<br />

Orgânico<br />

consumindo naturalmente,<br />

sem agrotóxicos ou transgênicos<br />

Whole (em português: Inteiro)<br />

sem processamento, trabalhando<br />

com a natureza e não contra ela<br />

Desde pequena, sonho em trabalhar<br />

numa revista. Naquela<br />

época, achava que para isso acontecer<br />

bastava apenas querer, que me<br />

tornaria uma jornalista envolvida<br />

em diversas reportagens que poderiam<br />

mudar o mundo. Me senti no<br />

entanto decepcionada e sem esperanças<br />

ao descobrir que o trabalho<br />

dos meus sonhos não existia. Ouvi<br />

nesses 4 anos de faculdade que só<br />

existem dois destinos para trabalhar<br />

com moda: Participando do universo<br />

da moda ou sendo engolido por ele.<br />

Felizmente descobri mais tarde que<br />

a moda pode ser tudo que queremos<br />

e mais um pouco, podemos utiliza-la<br />

como ferramenta para nos descobrir,<br />

empoderar mulheres de todos<br />

os corpos, facilitar a vida de pessoas<br />

com necessidades especiais, valorizar<br />

o trabalho local, entre muitas outras<br />

formas de fazer o bem. Podemos<br />

principalmente criar moda sem destruir<br />

a natureza, aprendendo com ela<br />

a descobrir materiais, tingimentos,<br />

produzindo de maneira única e especial,<br />

retornando aos tempos onde<br />

a roupa era tratada com carinho, zelo<br />

e amor. Foi pensando assim que decidi<br />

criar o <strong>Living</strong> <strong>Slow</strong>, com novas<br />

alternativas respeitando tudo que há<br />

de natural em nós e no ambiente. O<br />

nome escolhido representa o movimento<br />

slow living, que carrega como<br />

base os pilares ao lado, essenciais<br />

para recuperar a valorização do tempo<br />

natural das coisas, tão perdido no<br />

mundo contemporâneo.<br />

Nessa revista, falaremos sobre tudo:<br />

desconstruindo comportamentos, padrões<br />

e aprendendo juntos cada vez<br />

mais a respeitar nossa principal casa,<br />

a terra.<br />

Namastê.<br />

Isabel Alves<br />

Editora


SUMÁRIO<br />

O começo<br />

balanço<br />

5<br />

20<br />

<strong>Slow</strong> fashion<br />

slow beauty<br />

minimalismo<br />

8<br />

marie kondo<br />

22<br />

O despertar para<br />

uma nova vida<br />

10<br />

24<br />

slow travel<br />

12<br />

cuidados<br />

14<br />

sustentabilidade<br />

16<br />

descarte<br />

desapego<br />

editorial<br />

unplugged<br />

26<br />

EXPEDIENTE<br />

Reportagens Isabel Alves<br />

Diagramação Karina Diniz<br />

Imagens sem direitos autorais<br />

EDITORIAL (Páginas 28 à 45)<br />

Stylist e Produção<br />

de Moda Isabel Alves<br />

Fotógrafo Gustavo Cezero<br />

Modelo Thays Vita<br />

Figurino Brechós Garimpo da Gilda e<br />

Limonada da Arabella<br />

Em junho de 2015 realizei minha<br />

última compra em uma fast<br />

fashion. Diferente da maioria das pessoas<br />

que não tem oportunidade ou<br />

interesse em saber como suas roupas<br />

foram parar na loja, por estudar moda<br />

pude muito cedo saber sobre a cadeia<br />

de produção em massa e todas suas<br />

injustiças. Apesar disso, continuei a<br />

não tomar uma decisão sobre, consumindo<br />

por ser bonito, barato ou apenas<br />

pelo prazer de ter algo novo. Comprar<br />

se tornou um modo de passar o tempo,<br />

de se divertir e consequentemente de<br />

esquecer os problemas da vida. Afinal,<br />

quem nunca estava tão decepcionado<br />

com alguma situação e em vez de tentar<br />

resolvê-la, preferiu passar algumas<br />

horas no shopping? Todos nós fizemos<br />

isso em algum ponto da vida. Compramos,<br />

levamos a peça para casa, usamos<br />

algumas vezes e esquecemos que<br />

ela existe ou sentimos de novo aquela<br />

vontade de ter outro item, que trará<br />

a mesma alegria de ter consumido<br />

aquele primeiro que já está esquecido.<br />

Aquela peça que parecia tão certa naquele<br />

momento, muitas vezes deixa de<br />

ser no primeiro uso ou as vezes o uso<br />

nem acontece, pois no momento em<br />

que chegamos em casa já perdemos o<br />

interesse, e ela fica lá no guarda-roupa<br />

com a etiqueta esperando ser usada.<br />

Sendo mulher, ouvi tantas vezes que<br />

nosso gênero determina certas atitudes<br />

e o consumo era uma dessas atitudes.<br />

É normal ouvirmos que a mulher<br />

compra um sapato por semana, tem<br />

um guarda-roupa lotado de itens e sai<br />

gritando que não tem nada para usar,<br />

mas será mesmo que isso é determinado<br />

pelo nosso gênero ou apenas faz<br />

parte da cultura misógina e machista<br />

em que vivemos? Pensava eu que ser<br />

consumista fazia parte de quem eu era,<br />

por ser mulher. A Ana Haddad, escritora<br />

e feminista, fala em seu texto Consumir<br />

Menos Não É Uma Missão Simples<br />

Para As Mulheres porque temos tanta<br />

dificuldade em comprar menos, afinal<br />

somos constantemente bombardeadas<br />

com informações de como devemos<br />

ser e essa mulher inclui ser sexy<br />

porém não tanto, ser arrumada porém<br />

não muito.<br />

Entender que essa mulher idealizada<br />

não existe e que ela não<br />

me representa foi meu primeiro<br />

passo para compreender meu<br />

consumo e tudo que estava de<br />

errado na minha vida.<br />

Três acontecimentos aleatórios em<br />

junho de 2015 foram colocados no<br />

meu caminho para que eu pudesse<br />

mudar e me descobrir. Esses acontecimentos<br />

mudaram todo o trajeto da<br />

minha vida, me ajudaram a entender<br />

o passado e curar sentimentos e feridas<br />

que guardava e poderiam ser a<br />

causa do consumismo que havia se<br />

tornado tão presente.<br />

18<br />

28<br />

Diagramação Isabel Alves<br />

5


Um lugar,<br />

uma exposição<br />

e uma peça.<br />

O LUGAR - ALEMANHA<br />

Por mais breve que a viagem possa ter<br />

sido, a Alemanha me permitiu entender<br />

que existem muitas mais verdades no<br />

universo dentre aquelas que nos ensinaram.<br />

Ir a um lugar aonde o lixo produzido<br />

é uma preocupação geral, aonde<br />

há incentivo para reciclagem, assim<br />

como a liberdade de ser aceita como<br />

pessoa, ter essa tolerância com o diferente,<br />

é muito libertador. Foi o gatilho<br />

que precisava para entender que a vida<br />

pode ser muitas coisas e que não existe<br />

apenas um caminho a ser seguido.<br />

A EXPOSIÇÃO - FAST FASHION<br />

THE DARK SIDE OF FASHION<br />

Exposição organizada pelo MK&G em<br />

que tive o prazer de ver pessoalmente<br />

e me mostrou claramente como a moda<br />

pode ser tantas coisas. Em uma sala, o<br />

fast fashion. Tudo que o envolve, como<br />

por exemplo a exploração em países de<br />

terceiro mundo ou a quantidade massiva<br />

de lixo que é produzido. Na outra<br />

sala, o slow fashion com projetos de estudantes<br />

universitários que estão produzindo<br />

reutilizando, criando de forma<br />

diferente ou apenas valorizando o que<br />

já existe. Uma fila de marcas locais afim<br />

de pensar diferente, pois acreditam que<br />

isso é o futuro da moda. Que lado você<br />

gostaria de estar? Saí da exposição em<br />

choque, me sentindo confusa pois sabia<br />

que meus valores não estavam de<br />

acordo com o que acredito, era tempo<br />

de mudança.<br />

A PEÇA - A SAIA<br />

Mesmo com todas essas informações,<br />

os primeiros passos para mudança<br />

pode ser muito difícil. Nessa mesma<br />

viagem, aonde tive o prazer de conhecer<br />

um outro estilo de vida, ainda me<br />

vi nos mesmos costumes e sucessivamente<br />

consumindo da mesma forma,<br />

uma dessas aquisições foi uma saia.<br />

Ela era muito bonita e custava apenas<br />

alguns euros, mais barato do que meu<br />

jantar do mesmo dia. Eu olhei para ela e<br />

me apaixonei, além disso tinha um caimento<br />

perfeito. Comecei a usar no dia<br />

seguinte, logo no final da tarde já notei a<br />

saia desgastada, cheia de bolinhas. Em<br />

apenas um dia, a peça já estava com<br />

bastante aspecto de uso, me mostrando<br />

mais uma vez a descartabilidade<br />

do fast fashion, com peças feitas para<br />

não durarem e com a única função de<br />

serem bonitas apenas na loja. Essa foi<br />

a última vez que adquiri uma peça de<br />

fast fashion.<br />

Precisei desses acontecimentos para<br />

que finalmente pudesse mudar de<br />

rumo. Parar de consumir foi minha primeira<br />

atitude e logo depois entendi a<br />

força que o consumo consciente, ético e<br />

sustentável pode ter. Cada um terá seu<br />

tempo e seus próprios motivos, mas espero<br />

que de alguma forma falando sobre<br />

minha experiência pessoal te ajude.<br />

ISABEL ALVES<br />

6 PASSA LÁ: http://www.livingslow.com.br/<br />

7


SLOW<br />

FASHION<br />

Sobre o<br />

<strong>Slow</strong> Fashion<br />

e tudo que<br />

ele representa<br />

O slow fashion a cada dia vem sendo<br />

mais citado, ganhando simpatizantes<br />

com o movimento. Mas afinal, o que significa<br />

slow fashion? E porque não usar<br />

uma palavra em português? Te explico!<br />

O slow fashion foi citado pela primeira<br />

vez pela consultora e professora de<br />

design sustentável, Kate Fletcher. Da<br />

mesma forma que surgiu o conceito do<br />

slow food, termo utilizado para incentivar<br />

a cozinhar, comer menos processados,<br />

indo contra tudo que o fast food representa,<br />

Kate percebeu a semelhança<br />

do movimento com o que estava acontecendo<br />

no mercado de moda, relacionando<br />

também pela rapidez na qual<br />

as peças estavam sendo compradas e<br />

descartadas. Dessa forma ela chegou a<br />

conclusão que slow fashion seria uma<br />

nomenclatura nada mais justa para<br />

um movimento que representa os valores<br />

contrários aos apresentados pelo<br />

fast fashion. O slow fashion ganha força<br />

como uma forma de resistência de<br />

alguns designers, artesãos e consumidores<br />

sobre o fast fashion por tentarem<br />

resgatar a essência de criar uma peça.<br />

O fast fashion, motivo pelo qual levou a<br />

existir o slow fashion, foi o que causou<br />

nas últimas décadas uma mudança de<br />

comportamento de consumo em vários<br />

países, atingindo um crescimento<br />

de 500% no consumo a mais de roupas<br />

apenas nos EUA. Ou seja, um americano<br />

que antes adquiria 4 peças por ano<br />

para seu guarda-roupa, em tempos<br />

atuais passou a comprar 20 peças novas.<br />

Esse aumento de consumo atinge<br />

a fabricação das peças que precisa ser<br />

cada vez mais rápida para incentivar<br />

esse número de consumo aumentar<br />

cada vez mais, mas também atinge o<br />

meio ambiente e as pessoas que participam<br />

dessa cadeia de produção. O<br />

modo de produzir e consumir em uma<br />

fast fashion sempre terá como destino<br />

final o seu lucro e crescimento da empresa.<br />

Não é uma preocupação dela se<br />

a qualidade da roupa é boa, se está afetando<br />

o meio ambiente e principalmente<br />

como estão as vidas das pessoas que<br />

produziram as peças.<br />

É muito importante entender que não<br />

existe humanização nessas empresas<br />

sendo as mais conhecidas, Zara, H&M,<br />

Primark, para citar nomes. Todas elas<br />

tem programas de sustentabilidade,<br />

que já se mostraram ineficientes e utilizados<br />

apenas como marketing, pois o<br />

consumidor já se mostrou interessado e<br />

disposto a mudar o seu consumo, o que<br />

podem deixar tais multinacionais um<br />

pouco preocupadas. Nenhuma empresa<br />

que incentiva o consumo inconsciente<br />

pode ser sustentável, pois só por esse<br />

motivo ela está utilizando as fraquezas<br />

humanas (inseguranças, medos...) para<br />

conseguir vender algo, independente<br />

do seu uso posterior.<br />

PRATICAR A CONSCIÊNCIA:<br />

O slow fashion promove que o consumidor<br />

questione ao comprar e adquirindo<br />

um consumo consciente, ele irá<br />

se preocupar com a origem da roupa<br />

e também na usabilidade da mesma<br />

no seu guarda roupa. Consequentemente,<br />

ele será mais consciente sobre<br />

os danos ambientais e sociais que uma<br />

peça pode trazer, para produzir de tal<br />

forma sustentável os valores praticados<br />

nas peças pela marca são maiores<br />

do que em uma loja de fast fashion por<br />

exemplo, mas além de cumprir com<br />

o aspecto ambiental e social que são<br />

esquecidos pelo fast fashion, também<br />

é visto em peças de slow fashion uma<br />

durabilidade e qualidade superior na<br />

peça, fazendo o produto em si possuir<br />

um ótimo custo/benefício. Para uma<br />

marca se considerar slow fashion, ela<br />

precisa não só se identificar com esses<br />

valores, mas também incorporar eles<br />

em sua empresa. Procurar meios de ter<br />

uma matéria-prima vinda de uma mão<br />

de obra honesta, conhecer seu produto<br />

e oferecer durabilidade para que possa<br />

ser usado até sua vida útil, além de<br />

promover uma produção humanizada<br />

com peças atemporais e incentivar um<br />

consumo consciente.<br />

Mas atenção: Por conta da popularização<br />

do tema, muitas marcas estão<br />

se aproveitando disso para enganar o<br />

consumidor. Infelizmente não temos<br />

uma transparência na produção aqui<br />

no Brasil, o que dificulta muito as coisas.<br />

Não existe uma certificação ativa no<br />

nosso país que verifica as marcas para<br />

se nomearem slow fashion, tornando o<br />

processo de pesquisa para o consumidor<br />

mais difícil.<br />

Lembrando que se você está com dificuldades<br />

para encontrar marcas de<br />

slow fashion, existe o guia no site do living<br />

slow com várias marcas de diversos<br />

segmentos. Há as classificações para<br />

facilitar e poder achar marcas que produzem<br />

no Brasil, são veganas ou 100%<br />

naturais, por exemplo. Dá uma olhada!<br />

8<br />

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9


MINIMALISMO<br />

O MINIMALISMO E<br />

SEUS SIGNIFICADOS<br />

Cada vez mais pessoas adotam o minimalismo<br />

como estilo de vida, mas afinal<br />

o que é ser minimalista?<br />

De acordo com o The Minimalists, dupla<br />

formada por Joshua e Ryan, minimalistas<br />

que através da internet propagam<br />

esse estilo de vida, o minimalismo<br />

é uma ferramenta que pode te ajudar a<br />

achar liberdade, com o intuito de focar<br />

no que é realmente importante, para<br />

que você possa encontrar felicidade,<br />

realização e liberdade. Não existem<br />

regras, muito menos uma lista do que<br />

não pode ter ou fazer, o minimalismo<br />

de cada pessoa será diferente pois<br />

a ideia que deve se encaixar em sua<br />

vida e não ao contrário. Diferente do<br />

que pode se pensar, ser minimalista<br />

não é possuir uma certa quantidade<br />

de itens e abdicar de qualquer consumo<br />

existente, o minimalismo não é<br />

um conceito engessado, o que temos<br />

como ideia geral é que um minimalista<br />

irá focar seu tempo no que importa e<br />

não terá como prioridade ter coisas. Já<br />

notou que ao pesquisar sobre o minimalismo<br />

na internet, muitas vezes ele<br />

é apontado como um movimento estético?<br />

Também vemos esse significado,<br />

de acordo com a Wikipédia: “A palavra<br />

minimalismo se refere a uma série<br />

de movimentos artísticos, culturais e<br />

científicos que percorreram diversos<br />

momentos do século XX e preocuparam-se<br />

em fazer uso de poucos elementos<br />

fundamentais como base de<br />

expressão.” Além de ser considerado<br />

um estilo de vida ou de comportamento,<br />

o minimalismo também é associado<br />

a uma estética específica, que pode ser<br />

encontrado em diversas áreas artísticas.<br />

Acredita-se que o minimalismo tenha<br />

se iniciado na década de 60, onde<br />

ele passou a ser tratado como um movimento<br />

próprio. Nessa época surgiu<br />

um grupo de artistas que criavam esculturas<br />

e quadros com uma estética<br />

limpa, impessoal, com poucas cores e<br />

formas. Depois houve uma expansão<br />

do movimento para outras áreas como<br />

a arquitetura, design, moda, entre outros<br />

segmentos. O minimalismo como<br />

comportamento será adotado décadas<br />

depois com o pós-modernismo, nessa<br />

época houveram ideologias contrárias<br />

ao sistema do consumo exacerbado<br />

e da valorização dos objetos. As pessoas<br />

que não se identificavam com o<br />

consumismo inconsciente, passaram a<br />

adaptar suas vidas para ter e comprar<br />

menos, focando em poder aproveitar<br />

os momentos e as pessoas ao seu redor,<br />

se tornando minimalistas. Pode<br />

parecer que os conceitos de estética<br />

e estilo de vida são diferentes, mas na<br />

verdade eles se complementam no<br />

sentido que funcionam a partir de utilizar<br />

o mínimo de recursos possíveis,<br />

focando em simplificar e facilitar seja<br />

a vida ou uma obra de arte.<br />

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<strong>Slow</strong> Travel<br />

<strong>Slow</strong><br />

Traveler<br />

CONHEÇA O NOVO MODO DE VIAJAR<br />

estilo de viver slow começou pela<br />

O comida e se espalhou para diversas<br />

áreas, todas procurando incentivar<br />

uma vida mais próxima à natureza,<br />

conhecendo quem produz e valorizando<br />

a qualidade e não quantidade.<br />

Pensando nisso, já reparou como as<br />

viagens podem ser estressantes e nem<br />

um pouco proveitosas? Uma das coisas<br />

que mais gosto de fazer quando<br />

viajo na verdade é sentar e observar<br />

as pessoas, seus costumes, o que vestem,<br />

como falam. Os lugares turísticos<br />

podem ser maravilhosos, mas não<br />

passam a real sensação de conhecer<br />

o lugar. Me incomoda ainda a pressão<br />

de ter que visitar todos os lugares<br />

e fazer tudo em um tempo limitado e<br />

não valorizando as pequenas coisas<br />

de estar em um lugar novo. Pensando<br />

nisso e para melhorar as experiências<br />

de viagem, o slow travel surge como<br />

uma nova alternativa para quem procura<br />

ir além do turismo conhecido. O<br />

slow travel é um modo mais simples,<br />

fácil e lento de viajar, com o intuito de<br />

se permitir relaxar e realmente conhecer<br />

o lugar pelas pessoas e por sua<br />

cultura. Os praticantes do slow travel<br />

recomendam dois tipos de viagem<br />

para se tornar adapto ao movimento.<br />

A primeira recomendação é passar<br />

uma semana conhecendo um único<br />

lugar e a segunda é apreciar o que<br />

tem perto de onde vivemos. Já notou<br />

como muitas vezes não conhecemos<br />

nossa própria cidade? Com o mesmo<br />

conceito do slow living, para se tornar<br />

slow traveler não é obrigatório fazer<br />

nenhuma das recomendações nem<br />

ser um conhecedor sobre o assunto. A<br />

ideia é justamente se libertar das obrigações<br />

que sentimos ao viajar, de ter<br />

que conhecer todos os lugares senão<br />

não teremos aproveitado o suficiente,<br />

nos sentindo ansiosos por estar perdendo<br />

algo. É muito comum tentarmos<br />

aproveitar o máximo das viagens em<br />

um curto tempo, mas isso faz com que<br />

vire uma obrigação em vez de ser um<br />

período para explorar o lugar de uma<br />

maneira inesperada e natural, muitas<br />

vezes com o pensamento no futuro em<br />

vez de apreciar o presente.<br />

13


Você já<br />

pensou<br />

o jeito<br />

como<br />

você<br />

lava suas<br />

roupas?<br />

Cuidando do seu<br />

guarda-roupa<br />

Muitas vezes achamos que a lavagem<br />

é uma atividade tão básica que não<br />

precisa ser repensada, principalmente<br />

perto do impacto causado pela fabricação<br />

de roupas em indústrias. A verdade<br />

é que por causa disso, não percebemos<br />

pequenas atitudes sustentáveis<br />

que podem ser feitas para transformar<br />

essa atividade. Foi lendo o livro Moda<br />

& Sustentabilidade: Design para mudança<br />

que percebi o quanto esse impacto<br />

que passa tão despercebido diariamente,<br />

na verdade é imenso e pode<br />

ser facilmente diminuído. O livro cita<br />

como exemplo a energia necessária<br />

para lavar uma camisa de poliéster, no<br />

seu tempo de vida útil, é quatro vezes<br />

maior que a energia utilizada para fazer<br />

a peça. Mas isso não significa que<br />

a solução para essas questões seja<br />

apenas adquirir o item novo, há muitos<br />

outros fatores envolvidos como o<br />

lixo produzido e a quantidade de água<br />

utilizada para a produção da peça que<br />

fazem o uso até o final da vida útil do<br />

produto ser o melhor caminho. Felizmente,<br />

em nosso país não há a necessidade<br />

nem o costume de lavar as roupas<br />

com água quente e muito menos o<br />

de utilizar a secadora. Em países mais<br />

frios como na Europa, muitas vezes não<br />

há a possibilidade de secar a roupa no<br />

varal, como fazemos aqui. Essa simples<br />

troca, de não utilizar a secagem da máquina<br />

e também fazer uso da água em<br />

sua temperatura ambiente, nos economiza<br />

bastante energia. Dê preferência<br />

para a lavagem feita da forma mais natural,<br />

ou seja, lavando à mão.<br />

Nem sempre é possível esquecer da<br />

máquina de lavar, mas lavagens menores<br />

e pontuais podem facilmente<br />

serem realizadas de maneira manual.<br />

Outra dica é utilizar a máquina em seu<br />

limite máximo, com menor frequência,<br />

do que realizar pequenas lavagens durante<br />

a semana, essa prática economiza<br />

energia e água. No meu caso lavo<br />

apenas uma vez por semana, dividindo<br />

em dois usos, um para peças claras e<br />

outro para peças escuras, mas isso irá<br />

variar de acordo com sua necessidade.<br />

A frequência também é outro fator<br />

que conta muito quando falamos de<br />

lavagem, é bastante comum aqui no<br />

Brasil lavarmos uma peça depois de<br />

apenas um uso, independente do estado<br />

em que se encontra a peça. Fazendo<br />

uso mais vezes da peça, até ela realmente<br />

precisar ser lavada, economiza<br />

energia, água, produtos utilizados na<br />

lavagem e inclusive aumenta o tempo<br />

de vida útil da peça. A lavagem é um<br />

processo abrangente e para deixar a<br />

peça em estado limpo, passa por um<br />

certo desgaste dentro da máquina, diminuindo<br />

cada vez mais seu tempo de<br />

vida útil, o que pode ocasionar em ter<br />

que comprar uma nova peça em um<br />

tempo menor do que o estimado, para<br />

substituir a antiga que já não apresenta<br />

boas condições. Os produtos utilizados<br />

na lavagem também podem ser repensados,<br />

já que em sua maioria a composição<br />

desses produtos contém químicos<br />

abrangentes, danificando a peça e<br />

também contaminando a água que foi<br />

utilizada. Além desses fatores negativos,<br />

a maioria das marcas populares de<br />

produtos de limpeza realiza testes em<br />

animais, causam alergias e prejudicam<br />

a saúde das pessoas que trabalham na<br />

produção. Como alternativa, já existem<br />

diversas receitas na internet para esses<br />

produtos e que lavam tão bem quanto,<br />

além das marcas que estão produzindo<br />

consciente e naturalmente.<br />

14<br />

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15


Priorizar o<br />

que realmente<br />

importa<br />

O que é ser<br />

sustentável?<br />

termo sustentável tem origem<br />

O no latim: “sustentare”, significa<br />

sustentar, favorecer e conservar.<br />

Sustentabilidade é o ato de praticar o<br />

sustentável, partindo do princípio de<br />

apenas utilizar os recursos necessários,<br />

sempre pensando e produzindo<br />

com a preocupação de não afetar as<br />

futuras gerações. Ser sustentável é<br />

saber que se continuarmos com a sociedade<br />

que temos hoje, não haverá<br />

mais planeta nas próximas décadas.<br />

Sustentabilidade virou discurso para<br />

muitas empresas, marcas e pessoas,<br />

mas será que elas tentam colocar o<br />

conceito em prática? A sustentabilidade<br />

no dia-a-dia pode ser praticada<br />

por todos nós, buscando sempre fazer<br />

o que é possível ou aquilo que está<br />

dentro do nosso alcance. No começo,<br />

eu parei de comprar porque era<br />

algo que estava ao meu alcance. Hoje,<br />

consigo ver diversas maneiras de me<br />

tornar uma pessoa mais sustentável,<br />

não só porque me preocupo com o<br />

meio ambiente, mas também porque<br />

no momento em que me tornei consciente<br />

sobre meu impacto no mundo,<br />

não tive como voltar atrás e ignorar<br />

tudo que está acontecendo.<br />

Há sempre muito mais do que o objeto<br />

em si, gastam-se litros e litros<br />

de águas para produzir, substâncias<br />

tóxicas para tingir e milhares de pessoas<br />

sendo exploradas. Saber o peso<br />

do nosso consumo é o primeiro passo<br />

para uma vida mais sustentável. No<br />

seu tempo, do seu jeito, as mudanças<br />

acontecem. Sem pressa.<br />

maior lição que o slow living me<br />

A ensinou, foi de entender a importância<br />

de priorizar o que realmente<br />

importa. Quantas vezes não apreciamos<br />

o que ou quem está a nossa volta?<br />

Aprendi o quanto é crucial dedicar<br />

meu tempo as pessoas que realmente<br />

me são importantes e traçar objetivos<br />

que realmente me tragam bem estar.<br />

Sempre desejei viajar, conhecer o mundo,<br />

por isso decidi transformar esse<br />

sonho em objetivo. Ao voltar para o<br />

apartamento depois de uma dessas<br />

viagens, notei que viveria apenas com<br />

a mala que carreguei, ver todas aquelas<br />

coisas que não me faziam feliz e não<br />

eram necessárias, foi o que precisava<br />

para entender o quão pouco eu preciso<br />

para viver e ser genuinamente feliz.<br />

Parei de comprar, percebi que não<br />

queria mais gastar horas e horas comprando<br />

roupas, maquiagens, livros ou<br />

qualquer outro objeto do qual não precisava.<br />

Mas parar de consumir não foi<br />

suficiente, passei a doar e vender muito<br />

do que tinha, e a cada item que me desfazia,<br />

era mais um sinal de liberdade. A<br />

cada dia que passa percebo que preciso<br />

de menos coisas do que precisava<br />

no dia anterior e isso me faz estar cada<br />

dia mais perto de conhecer o mundo.<br />

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Descarte correto?<br />

Entenda como fazer<br />

Desde que passei a ter menos, comecei<br />

a desapegar sempre que<br />

fazia limpeza nas minhas coisas. No começo<br />

era apenas uma questão prática,<br />

pois nos últimos anos me mudei várias<br />

vezes. Fazer mudança te obriga a olhar<br />

o que você tem de uma maneira diferente,<br />

pois há um trabalho extra para<br />

carregar os objetos e as vezes até pagar<br />

por esse transporte.<br />

DOAR, VENDER, PASSAR PARA FRENTE:<br />

Muitos desses objetos foram para pessoas<br />

próximas ou doação. Também já<br />

levei algumas peças para serem vendidas<br />

em brechó mas o lucro nesses<br />

lugares é muito baixo. Por isso, acabei<br />

optando por vender o que ainda estava<br />

em ótimo estado pelo Enjoei e para<br />

pessoas conhecidas, que sempre indicam<br />

outras pessoas, aparecendo muitos<br />

interessados devido ao valor baixo<br />

dos objetos. Já as doações, existem várias<br />

instituições legais para ajudar, mas<br />

se você tiver sem tempo ou não tiver<br />

transporte, o Exército da Salvação faz<br />

retirada a domicílio.<br />

REUTILIZANDO, RECICLANDO:<br />

Se tiver algum item sem uso e que<br />

não está em condições para outra<br />

pessoa usar, ele pode ser transformado<br />

e reutilizado de diversas maneiras!<br />

Uma peça de roupa pode ser<br />

pano de chão, brinquedo para seu<br />

cachorro, enchimento para almofadas,<br />

pode ser costurado, recortado e<br />

transformado em muitas coisas. No<br />

Pinterest, há muitos DIY (do-it-yourself,<br />

em tradução livre: faça você<br />

mesmo), sem dúvidas achará uma<br />

nova função para sua peça.<br />

JOGAR NO LIXO?<br />

Para itens que realmente não possuem<br />

outro caminho, existem postos de descarte<br />

para cada tipo de objeto. No site<br />

do eCycle é possível pesquisar pelo<br />

item que você precisa descartar e encontrar<br />

os locais de coleta mais próximos<br />

de você. O eCycle ajuda muito<br />

a entender o que realmente pode ser<br />

reciclado, como reciclar da melhor maneira,<br />

além de entender mais sobre o<br />

lixo e o quanto estamos produzindo<br />

dele. Realmente é um dos sites que indico<br />

para quem, assim como eu, está<br />

querendo mudar os costumes. Lembre-<br />

-se de curtir o processo do desapego e<br />

não descarte sem ter um cuidado antes,<br />

combinado? Aquele objeto não some,<br />

ele vai para algum lugar e demora muito<br />

(muito mesmo) para se decompor.<br />

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Seis meses sem<br />

compras: um balanço<br />

Quando finalmente decidi tomar uma<br />

atitude de não apoiar mais marcas que<br />

compactuassem de alguma forma com<br />

a mão de obra explorada, comecei a<br />

refletir sobre meu comportamento de<br />

consumo. Aos poucos pude perceber<br />

os motivos que me levaram a desenvolver<br />

o consumismo, sendo o principal<br />

deles o ambiente em que cresci,<br />

aonde fui sempre muito incentivada<br />

pela prática, sendo visto como algo comum<br />

desde pequena. Diferente do que<br />

pode parecer, uma pessoa definida<br />

como consumista não é apenas aquela<br />

pessoa que adquire uma quantidade<br />

insana de itens, como passa nos programas<br />

de TV sensacionalistas. Esses,<br />

na minha visão, seriam os extremos do<br />

comportamento. Qualquer pessoa que<br />

passe a realizar compras sem necessidade<br />

ou de maneira inconsciente, já<br />

pode ter uma grande tendência de ser<br />

consumista. Nunca pensei que fosse<br />

consumista, muito menos que me tornaria<br />

uma ex-consumista, pois o modo<br />

como comprava era visto de maneira<br />

normal para aqueles que estavam a<br />

minha volta. Em nossa sociedade, todas<br />

as pessoas são constantemente incentivadas<br />

por amigos, mídia, familiares<br />

e colegas de trabalho a consumirem<br />

de maneira compulsiva. Quanto mais<br />

compramos, mais as empresas lucram<br />

e crescem, o que parece ser o objetivo<br />

da vida contemporânea. Foi preciso<br />

uma jornada de conhecimento pessoal<br />

intensa para que pudesse entender<br />

que tipo de vida eu tinha e qual gostaria<br />

de ter. O mundo da maquiagem e<br />

da moda sempre foram os mais atraentes<br />

para mim e por isso havia decidido<br />

não consumir de ambos por um<br />

ano, apenas utilizando o que já tinha. Já<br />

fazem 6 meses desde que tomei essa<br />

decisão e muita coisa mudou desde<br />

então, meu tempo já não é mais gasto<br />

fazendo listas e entrando em sites ou<br />

lojas, passei a apreciar as coisas que<br />

já possuo, conheci marcas incríveis de<br />

beleza natural e slow fashion que pretendo<br />

consumir quando for necessário,<br />

conheci também um novo universo<br />

de pessoas que acreditam nessa mudança<br />

e aprendi muito com elas. Mas<br />

o principal de todas essas mudanças,<br />

foi ganhar um auto conhecimento que<br />

nunca seria possível de outra maneira.<br />

Consumir menos é um processo onde<br />

cada um tem seu tempo e sua maneira<br />

de fazê-lo, sabemos que nem sempre<br />

é fácil ir em contrapartida e deixar<br />

de ser consumista tem seus momentos<br />

de dificuldade, mas é uma jornada<br />

que fico feliz em ter abraçado. Pretendo<br />

passar um ano inteiro, então aqui é<br />

apenas metade dessa jornada.<br />

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O <strong>Slow</strong> Beauty e tudo<br />

que ele representa<br />

O modo de vida slow começou com<br />

um manifesto para a comida local e<br />

natural, chamada de slow food. Hoje temos<br />

além dele, movimentos em diversas<br />

áreas que compartilham do mesmo<br />

sentimento, priorizando a qualidade em<br />

vez de quantidade, a produção local, fazendo<br />

uso de maneira consciente e<br />

respeitando o tempo da natureza e<br />

do indivíduo.<br />

MAS AFINAL, O QUE É SLOW BEAUTY?<br />

Uma ida rápida a uma loja de cosméticos<br />

e é possível ver a problemática do<br />

mercado de beleza atual: São várias<br />

propagandas, vendedores e todo tipo<br />

de divulgação para vender novidades<br />

que chegam todos os dias, prometendo<br />

resultados rápidos e imediatos<br />

para aspectos do corpo que muitas<br />

vezes são naturais.<br />

O slow beauty surge nos EUA, defendendo<br />

o empoderamento das mulheres<br />

e incentivando-as a se conhecerem,<br />

contrário ao que a indústria cosmética<br />

tem feito nos últimos anos, que sempre<br />

diminuiu a auto estima das mulheres<br />

com o propósito de fazer aumentar as<br />

vendas. Enquanto a mídia nos ensina<br />

apenas um padrão de bonito e certo,<br />

incentivando a compra de seus produtos<br />

“mágicos”, criando uma urgência<br />

para a mulher de atingir tal aparência,<br />

o slow beauty vem em contrapartida<br />

de todo esse sistema e nos mostra que<br />

o cuidado próprio vem como forma de<br />

carinho e não de obrigação.<br />

O movimento está muito conectado em<br />

se conhecer, entender as características<br />

que temos, o que estamos consumindo<br />

naquele produto e sempre consumir<br />

conscientemente. Assim como o<br />

slow food e o slow fashion, o slow beauty<br />

também mostra uma preocupação<br />

com a qualidade dos produtos em vez<br />

de sua quantidade. A pele é o maior<br />

órgão do corpo humano e do mesmo<br />

jeito que nos preocupamos em comer<br />

alimentos naturais e orgânicos, com os<br />

cosméticos não seria diferente. Sendo<br />

assim, os produtos slow beauty possuem<br />

uma composição natural que faz<br />

bem para a pessoa sem atingir o meio<br />

ambiente, além de incentivar uma ligação<br />

mais direta com o produtor, permitindo<br />

um maior controle sobre quem<br />

fez e como foi feito.<br />

Por enquanto, não há um certificado e<br />

nem regras para o slow beauty, cada<br />

pessoa e/ou empresa pode interpretar<br />

de maneira diferente ou aproveitar<br />

como vantagem para vendas, por isso<br />

é muito importante prestar atenção no<br />

que estamos comprando e procurar informações<br />

antes de comprar para ter<br />

certeza de sua origem.<br />

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método KonMari se tornou um<br />

O viral nos últimos tempos. Marie<br />

Kondo, criou o KonMari afim de manter<br />

o espaço organizado sempre e promete<br />

que se você seguir todos os passos também<br />

vai ter um ambiente sem bagunça<br />

para o resto da vida. Em seu livro A Mágica<br />

da Arrumação, ela explica detalhadamente<br />

todo o processo para ter essa<br />

mudança de vida. É interessante ver o<br />

ponto de vista da Marie Kondo sobre<br />

os objetos que possuímos e o livro, apesar<br />

de alguns ensinamentos extremos,<br />

me ensinou muitos pontos importantes<br />

não só sobre a arrumação da casa mas<br />

como devemos tratar e nos comportar<br />

com as coisas que possuímos. Os passos<br />

são bem simples e a ideia geral basicamente<br />

é de apenas manter o que te<br />

trás alegria. No começo, me questionei<br />

como seria aplicado o método para os<br />

objetos de uso utilitário, que nem sempre<br />

são bonitos e me atraem. Depois<br />

notei que se eles são usados e facilitam<br />

minha vida, então sim, me trazem alegria<br />

por facilitar as tarefas diárias. Esse<br />

conceito que a autora prega pode ser<br />

um pouco confuso a primeira vista, pois<br />

objetos não podem nos trazer felicidade,<br />

mas se pensarmos mais a fundo sobre<br />

ele veremos que faz muito sentido. Só<br />

porque um item te trás alegria na loja,<br />

enquanto está na prateleira, não necessariamente<br />

ele irá trazer alegria em seu<br />

ambiente. Podemos sim admirar as coisas<br />

pela sua beleza, mas ter em mente<br />

sempre se aquilo irá ter o seu papel de<br />

uso no ambiente em que viverá, e assim<br />

chegamos a conclusão que precisamos<br />

de muito menos do que imaginávamos.<br />

Apesar do livro ter muitos ensinamentos<br />

essenciais, há uma parte que me incomoda<br />

bastante: A despreocupação com<br />

o descarte das coisas. Imagine se as 2<br />

milhões de pessoas que compraram<br />

seus livros, decidissem seguir o método<br />

KonMari e assim, depois de um dia intenso<br />

de arrumação, decidirem tirar 15<br />

sacos de lixos cheios da sua casa com<br />

coisas que não as trazia alegria? Apesar<br />

de ser mencionado no livro a possibilidade<br />

de doar, ela não é vista como<br />

prioridade. A prioridade é tirar aquelas<br />

coisas da sua casa, não importa o destino<br />

delas. A verdade é que maioria<br />

desses itens jogados no lixo vão para<br />

o aterro, podendo ficar até centenas de<br />

anos no ambiente. Milhares de pessoas<br />

seguiram o KonMari afim de melhorar<br />

a qualidade de suas vidas, mas há<br />

o outro lado, aonde todas elas devem<br />

ter descartado os objetos de forma<br />

incorreta. Descartar corretamente é<br />

essencial para continuar a vida útil do<br />

O que a<br />

Marie Kondo<br />

me ensinou<br />

produto, seja reutilizando, reciclando ou<br />

doando. A autora também menciona e<br />

desmerece as peças de roupa que estão<br />

ficando usadas: “Na maioria das vezes,<br />

quando um botão cai é sinal de que<br />

aquela roupa foi bastante usada e aproveitada,<br />

e agora é hora de dizer adeus”.<br />

Um simples botão caído não é motivo<br />

para uma nova camisa. Entretanto, gostei<br />

muito da leitura e de ver o ponto de<br />

vista da Marie pelo livro e não só pela<br />

internet, ainda não coloquei o método<br />

em prática mas pretendo fazer em breve,<br />

descartando corretamente.<br />

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25


Porque<br />

desapegar<br />

pode mudar<br />

sua vida!<br />

Para muitos o primeiro passo para se<br />

ter uma vida mais leve, simples ou até<br />

mesmo para adotar um estilo de vida<br />

minimalista, é o ato do desapego. Por<br />

mais que essa mudança possa parecer<br />

muito libertadora, notei que muitas<br />

pessoas tem questionamentos fortes<br />

sobre desapegar e duvidam até mesmo<br />

da sua capacidade de aplicar essa<br />

prática no cotidiano. Quando compartilho<br />

da minha experiência pessoal<br />

principalmente, já foram tantos itens<br />

vendidos, repassados e doados que<br />

podem até assustar quem não consegue<br />

desapegar nem de uma blusa.<br />

Acredite quando digo que desapegar<br />

pode mudar sua vida completamente!<br />

Antes mesmo de escolher ter uma vida<br />

assim, fui obrigada a repensar nos últimos<br />

anos sobre os itens que possuía<br />

devido a quantidade de vezes que já<br />

me mudei. Mudar de lugar nos obriga a<br />

rever o que temos de uma forma muito<br />

interessante: Cada item escolhido para<br />

ficar envolve espaço, tempo e dinheiro,<br />

me fazendo questionar se aquele objeto<br />

valia o trabalho que teria para o manter,<br />

de fato isso facilitou muito para que<br />

pudesse aprender a arte do desapego.<br />

Além do mais, sempre vi o processo<br />

como algo renovador e positivo e não<br />

como uma tarefa impossível, é importante<br />

aprender a curtir esse momento!<br />

Deixe sua mente aberta para conhecer<br />

os benefícios de possuir menos, certamente<br />

irá desapegar com mais frequência.<br />

Lembre-se que ter menos coisas<br />

é sinônimo de limpar menos, ter um<br />

ambiente sem acúmulos, saber os itens<br />

que possui e fazer uso de todos eles,<br />

além disso ainda há a possibilidade de<br />

vender os itens com pouco uso, fiz isso<br />

e me ajudou bastante financeiramente.<br />

Meu processo de desapego por mais<br />

grande que possa parecer, foi feito aos<br />

poucos e ainda está acontecendo. Às<br />

vezes vejo um item e decido que está<br />

na hora de passar para frente ou então<br />

reservo um dia (ou vários) para fazer<br />

limpeza da casa. O processo também<br />

se tornou mais rápido e fácil, pois já sei<br />

o que gosto ou utilizo. Acredite quando<br />

digo que vai melhorar e você pode<br />

até pegar gosto pela prática. Agora que<br />

você já leu a matéria sobre descarte<br />

na revista, lembre-se que esses itens<br />

devem ser destinados com responsabilidade.<br />

Mas se você precisa de ajuda<br />

para começar, o método KonMari da<br />

página 24-25 pode te ajudar bastante.<br />

Pessoalmente acredito que cada um tenha<br />

seu ritmo e aos poucos, tenho certeza<br />

que irá descobrir o que funciona<br />

para você. Boa sorte!<br />

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unplugged<br />

Styling e Produção Isabel Alves<br />

Fotos por Gustavo Cezero


moletom<br />

LIMONADA DA ARABELLA


camisa GARIMPO DA GILDA<br />

tricô, calça e tênis ACERVO PESSOAL


macacão LIMONADA DA ARABELLA<br />

sutiã ACERVO PESSOAL


ody e short LIMONADA DA ARABELLA<br />

tênis ACERVO PESSOAL


moletom e calça LIMONADA DA ARABELLA<br />

óculos ACERVO PESSOAL


produtos de ACERVO PESSOAL


camisa e bolsa LIMONADA DA ARABELLA<br />

saia GARIMPO DA GILDA


Modelo Thays Vita<br />

Locação Hostel Sp 011<br />

Brechós Limonada da Arabella e Garimpo da Gilda


MODA MINIMALISTA, VEGANA E SLOW FASHION<br />

+55 51 9829.3533<br />

+55 51 8150.5516<br />

Porto Alegre | Brasil<br />

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www.conceitoada.com

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