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Revista Dr Plinio 146

Maio de 2010

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Dona Lucilia<br />

Preparando o filho<br />

para vida<br />

Formada nos antigos critérios de respeito, educação e seriedade,<br />

em Dona Lucilia todas as atitudes nunca careciam de profundo<br />

significado. Por isso, irreflexão ou espontaneidade eram contrárias<br />

a seu modo de ser. Assim, baseada em elevadas razões,<br />

Dona Lucilia narrava a seus filhos a admiração e gratidão que<br />

nutria por seu pai, <strong>Dr</strong>. Antonio Ribeiro dos Santos...<br />

Dona Lucilia possuía grande<br />

coerência; os seus gestos,<br />

a sua fisionomia, as inflexões<br />

de sua voz e tudo quanto ela dizia<br />

exprimiam seu pensamento. Dessa<br />

forma ela exercia um ensino permanente,<br />

fazendo-nos ver as coisas<br />

como devem ser, o que verdadeiramente<br />

é a vida. E mostrava como cada<br />

pessoa precisa estar habituada à<br />

dor, porque o sofrimento faz parte<br />

da normalidade da existência.<br />

Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu,<br />

morreu na Cruz por amor a nós<br />

e quis por esta forma nos resgatar.<br />

Assim, Ele implantou a Cruz no centro<br />

de nossa vida; e a Cruz é o símbolo<br />

da dor.<br />

Toda pessoa séria leva uma vida<br />

dolorida, com dificuldades, sofre ingratidões,<br />

pressões, vinganças injustas,<br />

invejas etc. E quem conhece a vida<br />

fica sabendo continuamente que<br />

está sujeito a tais sofrimentos.<br />

Razão da admiração<br />

pelo pai<br />

A enorme admiração que mamãe<br />

possuía por seu pai devia-se ao fato<br />

de ele ter sido um homem disposto<br />

a sofrer.<br />

Meu avô era um excelente advogado.<br />

Trabalhava com afinco,<br />

frequentemente até as quatro horas<br />

da manhã, para que logo no<br />

início do dia seguinte seus empregados<br />

entregassem nos tribunais<br />

o trabalho feito por ele durante a<br />

noite.<br />

Ele era muito bom chefe de família.<br />

Poder ter uma conversa com<br />

os seus durante o jantar ou o almoço,<br />

era para ele a única recompensa<br />

da vida; recompensa que julgava ser<br />

muito boa.<br />

Papel da dor e do<br />

trabalho na vida<br />

do homem<br />

Dona Lucilia gostava de contar<br />

um episódio a fim de ensinar o papel<br />

da dor e do trabalho na vida do<br />

homem.<br />

A família de minha mãe tinha alguns<br />

conhecidos muito ricos que levavam<br />

uma vida de diversão; não<br />

trabalhavam e nem velavam pelos<br />

seus bens, os quais foram sendo consumidos,<br />

e eles sempre se divertindo.<br />

Certa noite, eles vinham andando<br />

pela rua onde morava o meu avô;<br />

já era quase madrugada, e viram que<br />

o escritório ainda estava com a luz<br />

acesa. Meu avô chamava-se Antônio,<br />

e muitas vezes era intimamente<br />

tratado de Totó. Disseram eles<br />

então: “Nós estamos aqui nos divertindo<br />

e o bobo do Totó está trabalhando<br />

até esta hora. Ele acumula<br />

dinheiro, é verdade, porém não o<br />

aproveita. Nós aproveitamos nossa<br />

fortuna gozando a vida!”<br />

Quando o meu avô morreu, ele<br />

estava bem de fortuna, enquanto<br />

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