Revista Dr Plinio 167
Fevereiro de 2012
Fevereiro de 2012
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Dona Lucilia<br />
Fotos: J. Dias; M. Shinoda; G Kralj.<br />
Formadora exímia<br />
Vendo Dona Lucilia tão meticulosa, precisa e exigente — embora<br />
bondosa e suave —, constituiu-se em <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> um essencial aspecto<br />
de sua personalidade: a combatividade contrarrevolucionária.<br />
Dona Lucilia com cerca de 50 anos.<br />
N<br />
o que Dona Lucilia concorreu para que eu fosse<br />
contrarrevolucionário?<br />
Enganar-se-ia quem supusesse que ela fez<br />
discursos, explicando que se deve ser combativo e contrarrevolucionário.<br />
Ela realizou uma coisa muito melhor,<br />
mais límpida, muito mais clara. Foi o seguinte: mamãe<br />
pôs em meu cérebro as seguintes coisas:<br />
Em primeiro lugar, que Deus é o Ser supremo, Criador<br />
de todas as coisas e, portanto, merece nosso amor<br />
primordialmente. Mais do que à mamãe, eu deveria querer<br />
bem a Deus. Isso ela me ensinou muito bem, com o<br />
talento que têm as boas mães de falar aos filhos, de maneira<br />
que estes ouvem a voz delas como ao longo da vida<br />
não ouvirão voz nenhuma.<br />
Antes de minha irmã e eu aprendermos a dizer “papai”<br />
e “mamãe”, aprendemos a dizer “Jesus”. Minha irmã<br />
era um ano e meio mais velha do que eu. Mamãe,<br />
estando de vez em quando em seu quarto, arranjando<br />
alguma coisa, colocava minha irmã nos braços e, apontando<br />
com um dedo para a imagem de Nosso Senhor,<br />
de modo que os olhos da criança acompanhassem, dizia-lhe<br />
sorrindo afetuosamente, meigamente: “Onde<br />
está Jesus? Jesus está ali. Agora repita: Jesus, Jesus.”<br />
Minha irmã, que tinha muita vivacidade, respondia:<br />
“Jesus, Jesus.”<br />
Depois ela fez a mesma coisa comigo. De maneira que<br />
mais tarde, quando chegava a hora, espontaneamente íamos<br />
aprendendo a dizer “papai”, “mamãe”, como todas<br />
as crianças.<br />
Antes e acima de tudo, precisamos<br />
cumprir os Dez Mandamentos<br />
A segunda ideia é que, em relação a Deus, nós temos<br />
deveres os quais são mais importantes do que as obrigações<br />
para com qualquer pessoa na Terra. Devemos obedecê-Lo<br />
antes e acima de tudo, cumprindo os dez Mandamentos.<br />
Já no meu tempo de criança — nasci em 1908 —, a<br />
preocupação principal de um grande número de paulistas<br />
era ficar rico. Ficou rico, acertou na vida. Não ficou<br />
rico, foi um nulo. Perdeu fortuna, tornou-se pobre,<br />
foi um elemento negativo na vida, desprezado por todo<br />
mundo.<br />
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