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Manual Espiritual<br />
Grupo do Divino Coração
Manual Espiritual<br />
Grupo do Divino Coração
Com a aprovação eclesiástica<br />
D. Antonio Vitalino Dantas,<br />
Bispo de beja<br />
Realização: Congregação das Oblatas do Divino Coração<br />
Colaboração: Cónego António Aparício, Diocese de Beja; Frei A.<br />
Matias, o.p.; Pe. Luís Fernandes, Diocese de Beja<br />
Pré-impressão: Lança, Prazeres & Rebocho, lda. - Beja<br />
Impressão e acabamentos: Lança, Prazeres & Rebocho, lda. - Beja<br />
© Maio de 2016, Congregação das Oblatas do Divino Coração<br />
Largo de Santa Maria, 13 - 7800-133 Beja<br />
Tel. 284 324 450<br />
e-mail: oblatasdc@gmail.com<br />
www.facebook.com/oblatasbeja
Índice<br />
Introdução<br />
Capítulo I<br />
Oblatas<br />
Grupo do Divino Coração<br />
Origens<br />
Carisma<br />
Lema<br />
Capítulo II<br />
Quem foi D. José do Patrocínio Dias?<br />
Quem é Beatriz Bandeira de Mello Gâmboa?<br />
Capítulo III<br />
Conceito de Espiritualidade<br />
Espiritualidade do Coração de Jesus<br />
Vida Espiritual<br />
Santos protectores / guias espirituais<br />
Capítulo IV<br />
O Grupo<br />
Capítulo V<br />
O princípio da fidelidade<br />
Ritual do compromisso<br />
Capítulo VI<br />
Grupo em crescimento<br />
Capítulo VII<br />
Leitura Orante da Sagrada Escritura<br />
Itinerário para orar<br />
Capítulo VIII<br />
O mistério central da fé e da vida cristã<br />
Ao Espírito Santo<br />
A Nossa Senhora<br />
Ao Coração de Jesus<br />
A S. José<br />
Outras Orações<br />
Capítulo IX<br />
Síntese de uma vida<br />
Bibliografia<br />
04<br />
05<br />
06<br />
07<br />
07<br />
08<br />
09<br />
12<br />
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17<br />
18<br />
19<br />
19<br />
24<br />
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85<br />
3
Introdução<br />
“Quando for erguido da terra, atrairei todos a Mim.” (Jo 12,<br />
32). Foram estas as palavras com que o Salvador dos<br />
homens anunciou a Sua glória e o triunfo da cruz, diante<br />
daqueles gregos que foram ter com o apóstolo Filipe e lhe<br />
pediram: “queremos ver Jesus”(Jo12, 21). Na mesma<br />
passagem ficou esclarecida a grande missão dos discípulos<br />
de Cristo e a força do seu testemunho: “Se alguém me<br />
serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o<br />
meu servo” (Jo 12, 26). Nessa mesma continuidade, muitos<br />
homens e mulheres ao longo da história da Igreja têm<br />
descoberto, vivido e demonstrado que é no reconhecimento<br />
do seu nada e no abandono total das suas vidas nas mãos do<br />
Oleiro Divino, que a sua existência “dá muito fruto” (Jo 12,<br />
24).<br />
É nessa ininterrupta linha cronológica que se insere D. José<br />
do Patrocínio Dias quando, ao preparar-se para a sua<br />
sagração episcopal em 1921, descobriu que a sua principal<br />
missão seria tornar a Diocese de Beja na “Diocese do<br />
Coração de Jesus”. Para isso importava, como ele mesmo<br />
escreveu, “ser Apóstolo do Coração de Jesus!”. Nas<br />
pegadas do seu fundador, a Congregação das Oblatas do<br />
Divino Coração, nascida na Diocese de Beja nos inícios do<br />
século XX, teve desde sempre “como seu brasão<br />
dedicarem-se sem desfalecimento ao apostolado do Divino<br />
Coração” (Const. 1951§2) e desde cedo sentiu necessidade<br />
de colaboradores para, juntamente com elas, viverem e<br />
difundirem os “influxos do mais vivo e terno amor do<br />
(Pe. Luis Fernandes)<br />
4
Divino Coração de Jesus” (Cons. 1951). Ressurgido em<br />
2006, o Grupo do Divino Coração apresenta-se como<br />
continuador dessa <strong>espiritual</strong>idade no mundo atual, por<br />
meio de um acompanhamento formativo oferecido pela<br />
Congregação e que assume particular relevo quando os<br />
seus membros são admitidos ao primeiro compromisso<br />
(Est. G.D.C. art. 4-6).<br />
5
Capitulo I<br />
Identidade<br />
“Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te<br />
conhecia, antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te<br />
consagrei...” (Jr 1, 5)<br />
“Jesus disse-lhe: `Maria!´ Ela voltou-se e disse-lhe em<br />
hebreu: `Rabboni!´ - que quer dizer `Mestre´”. (Jo 20, 16)<br />
6
Oblatas<br />
Oblatas são as ofertas a Deus, Pão e Vinho, alimento da<br />
nossa vida no tempo e na eternidade. Pão e Vinho, Corpo de<br />
Cristo que por nós se ofereceu para nossa liberdade e<br />
salvação. Corpo de Cristo, corpo da comunidade que se<br />
oferece a Deus para um mundo mais fraterno.<br />
Oblatas são mulheres que se oferecem à Igreja em nome<br />
do Reino de Deus para dedicarem as suas vidas à libertação<br />
e salvação das mulheres e dos homens seus irmãos.<br />
Oblatas são Irmãs que se oferecem a uma Diocese para<br />
que o clero possa ir mais longe na sua ação evangelizadora e<br />
o povo possa ver a luz de Cristo na sua vida.<br />
Oblatas do Divino Coração, do Divino afeto nos<br />
caminhos do mundo na história de toda a Igreja, na Igreja de<br />
Beja, peito aberto à humanidade, comunhão direta e intensa<br />
que não passa pela razão nem pela ciência mas pelo milagre<br />
do amor.<br />
As Oblatas continuam na atualidade a expandir o seu<br />
carisma. Estão a evoluir do modo como nasceram. No<br />
princípio tudo começou com um grupo de jovens que<br />
secretamente viviam o carisma de colaborar na<br />
reorganização da Diocese de Beja. Isso foi nos anos vinte<br />
do século passado. Desde esses tempos, sempre que lhes é<br />
possível e permitido, as Irmãs têm participado em todas as<br />
atividades que implicam o cuidado dos necessitados e o<br />
crescimento da Igreja no Baixo Alentejo. Esse grupo inicial<br />
de jovens veio mais tarde a evoluir para uma Congregação<br />
Religiosa. Destacam-se na fundação desta Congregação,<br />
7
em primeiro lugar o Bispo D. José do Patrocínio Dias, seu<br />
fundador e orientador <strong>espiritual</strong>. Em segundo lugar, mas<br />
não em plano inferior, sobressai Beatriz Gambôa, não só<br />
pelo seu dinamismo mas sobretudo porque foi a única do<br />
Grupo que se decidiu pelo novo estilo de vida.<br />
Hoje as Irmãs são uma pequena Congregação. Pequena em<br />
número, mas não no modo como se dedicam àquilo que<br />
fazem. O que define um carisma não está apenas no<br />
fazer mas na maneira de ser. E a maneira de ser ou poder<br />
ser das Irmãs na Diocese de Beja, veio a ser confirmada<br />
pelo Vaticano II: a abertura da Igreja a uma maior<br />
participação das Irmãs e dos Leigos em várias funções até<br />
aí concentradas no clero. Desse modo, sempre que as Irmãs<br />
se aproximam mais do cerne do seu carisma, melhor<br />
cumprem o que foi definido por esse grande Concílio e<br />
pelos documentos do Magistério que o seguiram. Participar<br />
no cuidado dos necessitados, contribuir para a formação<br />
das gerações futuras, colaborar na expansão da mensagem<br />
de Jesus e da organização da Igreja - estas são funções<br />
indispensáveis numa Diocese como é a de Beja.<br />
Grupo do Divino Coração<br />
Diz-se no início que as Irmãs estão a evoluir para o modelo<br />
das suas origens. É verdade. Assumem a formação de um<br />
grupo ligado à Congregação que partilha o seu carisma e<br />
participa em muitos dos seus trabalhos e funções na Igreja.<br />
É constituído por membros de todas as idades adultas e<br />
muitos deles fazem parte do corpo de trabalhadores das<br />
8
Instituições dirigidas pela Congregação.<br />
A Congregação não só constituíu o Grupo do Divino<br />
Coração, como procura integrá-lo em todas as dimensões<br />
do seu carisma. Um carisma gerado para a Diocese de Beja,<br />
mas sobretudo para que a Igreja cumpra nesta região do<br />
nosso país as instruções que Jesus deixou aos seus<br />
discípulos de todos os tempos e lugares.<br />
Origens<br />
É da origem da Congregação a existência de um grupo de<br />
pessoas que tenham como referência a pertença à<br />
Congregação das Oblatas do Divino Coração, através da<br />
vivência da sua <strong>espiritual</strong>idade. A própria Congregação tem<br />
origem num grupo de jovens que durante anos viveram a<br />
mesma <strong>espiritual</strong>idade e dedicação à Diocese de Beja, antes<br />
de lhes ser proposto por D. José do Patrocínio Dias para se<br />
constituírem em Congregação Religiosa. Pouco depois de<br />
formalizada a Congregação das Oblatas do Divino<br />
Coração, foi organizado o Grupo das “Agregadas” formado<br />
1<br />
pelas colaboradoras próximas das Irmãs.<br />
Fazer renascer esse Grupo na atualidade, foi desejo das<br />
Oblatas e de algumas pessoas que com elas convivem mais<br />
de perto. O Grupo renasce no dia 15 de Maio de 2006 em<br />
3<br />
dois lugares onde existem comunidades de Oblatas: Beja e<br />
Odemira.<br />
1 Cf. Constituições da Congregação das ODC, nº 22<br />
9
Carisma<br />
O Grupo do Divino Coração é chamado a viver no mundo<br />
o carisma pelo qual se identifica e que se inscreve no<br />
espírito do carisma da Congregação das Oblatas:<br />
Reparação: Rezar pelos males do mundo que ofendem o<br />
Coração de Jesus quando ofendem a dignidade humana.<br />
Evangelização/Ação Pastoral: Participar ativamente na<br />
vida pastoral da Igreja Diocesana e das comunidades<br />
locais, “Levando a Boa Nova a todos os lugares onde se<br />
encontrem e transformá-la a partir de dentro, segundo o<br />
2<br />
projeto de Deus”.<br />
O carisma das Irmãs Oblatas assim como o do Grupo do<br />
Divino Coração é muito simples de definir mas talvez dos<br />
mais difíceis de viver. Em 1953, pouco depois da<br />
organização das Irmãs em comunidade, D. José traçava um<br />
rumo para a Diocese de Beja numa Carta Pastoral: “…dar<br />
de comer a quem tem fome, casa a quem a não tem, a fé a<br />
3<br />
toda a diocese de Beja…”. Foi este o rumo da Diocese que<br />
definiu o carisma das Irmãs Oblatas e do Grupo. Isto tudo<br />
aliado à solicitada colaboração com os párocos nos<br />
trabalhos que Congregação e Grupo podiam realizar ao<br />
nível pastoral. E foi assim que o primeiro grupo de jovens,<br />
mais tarde Congregação das Oblatas, lançou mãos à obra:<br />
na sopa dos pobres, no apoio à habitação, nas obras sociais<br />
que ainda hoje brilham e crescem na Diocese, às atividades<br />
pastorais e outras. É bem verdade quando se diz de Beatriz<br />
de Mello Gambôa e de Maria Luísa Cordes da Ponte,<br />
simbolizando nelas toda a Congregação, que distribuíram<br />
2 Evangelii Nuntiandi, nº18<br />
3 D. José do Patrocínio Dias, Carta Pastoral Veemente apelo pastoral; 1953<br />
10
pão e beleza no Baixo Alentejo.<br />
Hoje o carisma das Irmãs Oblatas e do Grupo do Divino<br />
Coração continua atual e ampliou-se com a renovação da<br />
Igreja e a organização das instituições sociais. Se ainda é<br />
preciso atender às necessidades, agora é preciso muito mais<br />
melhorar a qualidade desse atendimento: é preciso saber<br />
ouvir, saber atender com afeto, saber responder com<br />
serenidade. Temos na nossa frente pessoas. E é por serem<br />
pessoas que, acima de tudo, devem ser atendidas com a<br />
graça do Evangelho, com a benevolência de Jesus e de Deus<br />
Pai.<br />
No que se refere à Igreja, já não temos apenas párocos que<br />
necessitam de alguma ajuda no apoio ao exercício da sua<br />
missão: desde o Concílio Vaticano II que os leigos deverão<br />
ser colaboradores dos sacerdotes no exercício da missão<br />
que é mostrar o rosto de Jesus ao povo do Alentejo. O GDC<br />
tem como dever participar na ação evangelizadora dentro e<br />
fora dos templos, na ação pastoral e social, na atividade<br />
litúrgica e nos outros lugares onde as pessoas se movem e<br />
comovem. É por isso um dever de todos motivar novas<br />
vocações. Vocações que, se não seguirem a vida religiosa<br />
dentro da Congregação, poderão seguir a vida cristã<br />
próxima das Irmãs e em sua estreita colaboração.<br />
Continuemos a pensar nas necessidades da Igreja na<br />
Diocese de Beja e nas necessidades do povo alentejano<br />
dentro e fora da Igreja.<br />
11
Lema<br />
“Omnia traham ad me ipsum” (Jo 12, 32)<br />
Atrairei todos a MIM (Brasão das Oblatas e do Grupo<br />
do Divino Coração)<br />
Esta afirmação de Jesus inscreve-se num dos seus discursos<br />
próprios do Evangelho de S. João. Neste Evangelho, Jesus<br />
Cristo é apresentado como glorioso junto do Pai, vencedor<br />
das trevas e da morte. Os acontecimentos históricos e<br />
concretos estão sempre ao serviço dos discursos teológicos<br />
de Jesus.<br />
A expressão “atrairei todos a Mim” refere-se a Jesus no alto<br />
da cruz sobre o mundo. Portanto, uma cruz não de morte<br />
mas de vida, uma cruz vitoriosa. Esta cruz erguida surge<br />
como a árvore da vida no centro da criação, para onde toda a<br />
criação se volta para ser elevada ao Pai.<br />
Os judeus diziam que a cruz era um escândalo. Para eles<br />
tudo em Jesus era um escândalo devido à imagem que<br />
tinham feito de Deus e ao modo como imaginavam a<br />
salvação. A cruz era o lugar mais indigno para qualquer ser<br />
humano, por isso era um escândalo imaginar Deus na cruz.<br />
Quem estivesse na cruz seria alguém desprezado pelos<br />
homens e por Deus. Era portanto um escândalo dizer que<br />
Jesus na cruz era Filho de Deus. Mas Deus Pai encarna<br />
exactamente para elevar a humanidade e isso só é possível a<br />
partir dos mais baixos, dos mais desprezados e<br />
abandonados porque não pode ficar ninguém de fora.<br />
Os pagãos consideravam a cruz uma loucura, porque na<br />
12
imagem que tinham dos seus deuses, jamais se podia<br />
imaginar um deus a sofrer, a ser condenado, derrotado e<br />
morto. Pelo contrário, eram os deuses que tinham o poder<br />
para fazer tudo isso aos homens: castigar ou premiar, fazer<br />
sofrer ou aliviar as dores, ser a favor ou contra eles.<br />
Perante esta loucura e este escândalo, há correntes cristãs,<br />
como os gnósticos, que separam o material do <strong>espiritual</strong>,<br />
dando valor apenas ao <strong>espiritual</strong>. Mas S. Paulo vem dizer<br />
que não há espírito sem corpo, não há ressurreição sem<br />
cruz, e que a cruz é a nossa glória. É através da cruz que<br />
Deus mergulha no mais fundo da degradação e indignidade.<br />
É para esta cruz gloriosa que se devem voltar todos os<br />
olhares, porque é nela que está a salvação. É do alto desta<br />
cruz que Jesus atrai tudo a si. Toda a humanidade e toda a<br />
criação. Mas não atrai tudo a si como se fosse um íman. Um<br />
íman atrai um ferro à força sem resistência. Cristo na cruz<br />
atrai na medida em que se torna a referência central da<br />
salvação, da felicidade e do bem. A cruz, como árvore da<br />
vida no centro da criação, ordena a nova criação em seu<br />
redor. É na cruz gloriosa de Cristo que tudo novamente<br />
ganha sentido.<br />
Porque terá D. José escolhido este lema para a sua vida de<br />
Bispo e porque o atribuiu às Irmãs Oblatas do Divino<br />
Coração, e mais tarde as Oblatas o atribuem ao Grupo do<br />
Divino coração?<br />
A perturbação social e política traz o povo desorientado. O<br />
abandono religioso e a desorganização eclesial provocaram<br />
a dispersão no rebanho dos fiéis. Tudo está por fazer, é<br />
13
preciso começar tudo de novo.<br />
Do ponto de vista da reorganização da Diocese, o Bispo<br />
será o centro à volta do qual tudo passará a ser organizado.<br />
Mas o Bispo não pode nada sozinho, não tem meios<br />
nenhuns para agir. Terá que se socorrer de almas generosas<br />
e cristãs que o ajudem nessa reconstrução. Esse grupo, com<br />
os seus vários recursos materiais e espirituais, torna-se o<br />
centro organizador à volta do qual gira tudo o que vai<br />
acontecendo.<br />
D. José tem a perceção e o conhecimento de que a sua<br />
Diocese só começará a ter vida, a ser um corpo cristão vivo,<br />
quando se organizar em ordem ao conhecimento de Jesus<br />
Cristo, da mensagem cristã. E isso terá que ser feito de<br />
baixo, no contacto direto, atendendo às dificuldades das<br />
pessoas, aos seus problemas, às suas interrogações e<br />
perplexidades.<br />
A cruz gloriosa de Cristo na Diocese de Beja atrairá tudo a<br />
si através dessa acção organizada de almas com fé e<br />
dedicação aos outros. E dar a conhecer que essa dedicação<br />
só é um dom pessoal porque é um dom do Espírito. É a<br />
mensagem de Jesus Cristo para o mundo que leva essas<br />
pessoas a agir em ordem ao bem, ao bem-estar material e<br />
<strong>espiritual</strong>. Sobretudo em fazer renascer a esperança na vida<br />
e a confiança em Deus Pai.<br />
14
Capitulo II<br />
Fundadores<br />
“E eu respondi: «Ah! Senhor DEUS, eu não sei falar, pois<br />
ainda sou um jovem.» Mas o SENHOR replicou-me: «Não<br />
digas: ‘Sou um jovem’. Pois irás aonde Eu te enviar e dirás<br />
tudo o que Eu te mandar. Não terás medo diante deles, pois<br />
Eu estou contigo para te livrar.” (Jr 1, 6-7)<br />
15
Quem foi D. José do Patrocínio Dias?<br />
“…Saudar Beja, é saudar as lindas vilas do sul alentejano,<br />
aldeias esquecidas, herdades, montes, casas, choupanas,<br />
até ao intimo das searas onde palpita um coração, onde vive<br />
uma alma, onde mora esquecido o mais humilde de todos os<br />
seres humanos.<br />
A tudo e a todos se estendem as minhas saudações, que são<br />
bênçãos enternecidas de Paz e votos carinhosos de Pastor.<br />
Caiam fecundas por toda a parte e desçam cheias de graça<br />
sobre todas as gentes, inundem de orvalho perfumado os<br />
4<br />
corações, gerando neles Verdade, Amor e Paz…”<br />
Nasceu na freguesia de S. Pedro da Cidade da Covilhã, em<br />
23 de Julho de 1884, filho de Claudino Dias Agostinho e<br />
Rosa, e de Claudina dos Prazeres. Recebeu o baptismo na<br />
igreja paroquial de S. Pedro, a 7 de Agosto do mesmo ano.<br />
Frequentou os estudos secundários no Colégio de S. Fiel,<br />
nesse tempo ao cuidado dos Padres da Companhia de Jesus.<br />
Matriculou-se na Faculdade de Teologia da Universidade<br />
de Coimbra em 1902, tendo concluído, em 1907, com o<br />
grau de bacharel.<br />
Recebeu a ordenação sacerdotal a 21 de Dezembro de 1907,<br />
das mãos de D. Manuel Vieira de Matos, Bispo da Guarda e<br />
futuro Arcebispo de Braga.<br />
Celebrou missa nova na Igreja do Coração de Jesus, na<br />
Covilhã, a 30 do mesmo mês. Foi nomeado capitular da Sé<br />
da Guarda em 30 de Novembro de 1915. Professor de<br />
Teologia, pároco, orador sagrado e jornalista, ofereceu-se<br />
4 Alocução Pastoral proferida por D. José do Patrocínio Dias, na entrada solene em Beja, 5 de Fevereiro de 1922<br />
16
como capelão voluntário para o Corpo Expedicionário<br />
Português, em França, durante a 1.ª Guerra Mundial. O seu<br />
comportamento em campanha mereceu-lhe grande<br />
prestígio, tendo sido nomeado Chefe dos Capelães<br />
Militares e recebido várias condecorações: Cruz de Guerra,<br />
Comenda de Palma de Ouro da Ordem de Cristo (Classe<br />
Militar), Medalha Militar de Bons Serviços em Campanha,<br />
Cruz de Oficial da Legião de Honra do Governo Francês,<br />
etc.<br />
Regressado a Portugal, cerca de dois anos depois foi<br />
nomeado Bispo de Beja, a 16 de Dezembro de 1920, por<br />
Bento XV, com anuência do Governo Potuguês. Recebeu a<br />
ordenação episcopal em 3 de Junho de 1921, festa do<br />
Sagrado Coração de Jesus. A 5 de Fevereiro de 1922 deu<br />
entrada na sua Diocese, onde foi recebido em ambiente<br />
hostil pelos adversários da Igreja mas bem acolhido pelos<br />
crentes.<br />
Figura de Pastor<br />
O estado em que se encontrava a Diocese era deplorável,<br />
privada de Pastor havia 12 anos, completamente<br />
desorganizada, com falta de clero, sem seminário, sem<br />
catedral e sem recursos económicos. Tudo isto levou o<br />
novo Bispo a consagrar-se por inteiro à restauração da vida<br />
religiosa, por meio da pregação constante, direcção<br />
<strong>espiritual</strong>, visitas pastorais e fundação de obras de<br />
assistência e de apostolado.<br />
Na sua atividade episcopal sobressaem: a adaptação da<br />
17
Catedral, criação do Cabido, aquisição do Seminário de<br />
Serpa, construção do Seminário de Nossa Senhora de<br />
Fátima em Beja, criação do Bairro de Nossa Senhora da<br />
Conceição e Obra do Amparo dos Pobres.<br />
Foi homem de grande estatura moral, intensa vida de<br />
oração e ascese, devotíssimo do Coração de Jesus e de S.<br />
José, muito amigo dos seus padres e do seu seminário,<br />
5<br />
particularmente solícito com os pobres e doentes.<br />
Um Bispo dos pobres<br />
Numa época de grande penúria em todo o país, o Alentejo,<br />
dadas as suas condições agrárias, era particularmente<br />
afetado pelo sistema produtivo, legislativo e até climático.<br />
A grande maioria não tinha terras próprias, o trabalho por<br />
conta de outrem era sazonal, o apoio da parte do Estado era<br />
quase nulo. É neste contexto que, em Dezembro de 1953,<br />
D. José dirige “aos corações bondosos, caritativos e<br />
6<br />
generosos” um veemente apelo pastoral que se resume na<br />
verificação deste facto doloroso: “as condições<br />
económicas dos pobres não têm melhorado, antes se<br />
agravam impiedosamente, de ano para ano, e o estendal da<br />
7<br />
sua miséria é cada vez mais lancinante.” Esse apelo tem<br />
como objetivo concreto lançar uma campanha, com o nome<br />
de Amparo dos Pobres, destinada a socorrer sobretudo “as<br />
crianças, os inválidos, os sem trabalho”. D. José não<br />
pretende dirigir-se aos poderes políticos da nação, mas<br />
sempre vai dizendo que “perante tantos e tão assinalados<br />
progressos no campo da técnica, perante tantas e tão<br />
audaciosas construções levadas a cabo, perante tantos e tão<br />
5 Cf. Constituições da Congregação das ODC, pp. 15-16<br />
6 D. José do Patrocínio Dias, Carta Pastoral Veemente apelo pastoral; 1953.<br />
7 Ibidem<br />
18
porfiados trabalhos públicos que se abrem por toda a parte,<br />
como é possível, inquire-se, que a riqueza pública e<br />
particular aumente incessante e prometedora, e que os<br />
deserdados da sorte sejam cada vez mais numerosos e se<br />
debatam com mais profunda e inclemente miséria? Cresce<br />
a prosperidade para uns e cava-se a indigência para outros”.<br />
Concretamente, o apelo é dirigido aos seus diocesanos,<br />
particularmente àqueles que podem dispensar parte do que<br />
possuem ou colhem para matar a fome presente dos que não<br />
têm trabalho para ganhar o sustento, das crianças que são<br />
vítimas dessas circunstâncias, dos idosos que depois de<br />
trabalharem toda a vida vivem sem recursos de<br />
sobrevivência.<br />
D. José tem a noção de que o problema de fundo é do<br />
sistema económico e político, mas também sabe que não se<br />
pode estar à espera dessas mudanças globais para matar a<br />
fome já existente, porque “enquanto todos vivemos na<br />
expectativa de melhores dias e à espera de medidas<br />
públicas que remedeiem tão apavorantes condições, os<br />
males crescem, o definhamento alastra e a miséria faz<br />
aumentar o cortejo das suas vítimas”. Por isso faz apelo à<br />
caridade e a caridade nestas circunstâncias manifesta-se<br />
através da esmola. A esmola não no sentido que alguns<br />
definem como “um favor de quem dá e um aviltamento de<br />
quem a recebe”, mas como “um dever de misericórdia, que<br />
brota do princípio fundamental da caridade cristã e do<br />
natural sentimento da fraternidade humana”. O desejo era<br />
criar em todas as freguesias uma Sopa dos Pobres ou uma<br />
Cozinha Económica. Mas ainda que isso não tenha<br />
19
acontecido de modo tão completo, o certo é que o seu apelo<br />
foi ouvido. De muitos lados vieram produtos agrícolas para<br />
celeiros e armazéns comuns e também dinheiro para um<br />
fundo que foi iniciado com o “Óbolo Diocesano” oferecido<br />
ao senhor Bispo e que estava destinado para outros<br />
objectivos da Diocese.<br />
Neste mesmo ano há no país uma grande agitação eleitoral<br />
durante a campanha para deputados. A oposição ao regime<br />
estava a crescer. Realiza-se o primeiro congresso nacional<br />
da Juventude Universitária Católica que deu grandes<br />
figuras à Igreja portuguesa e ao país. E no Alentejo o PCP<br />
intensificava movimentações laborais por aumentos<br />
salariais. Acontecimentos sem dúvida importantes onde se<br />
inscrevia o sonho de um país mais livre e mais justo. Mas o<br />
resultado dessa agitação demoraria ainda duas décadas.<br />
Entretanto, muita gente estava à espera do pão de cada dia<br />
com atraso de anos. É nessa base que D. José, Bispo da<br />
Diocese desde 1921, funda a sua ação. São necessárias<br />
mudanças, mas não podemos esperar por elas para cuidar<br />
dos necessitados. Este é o primeiro imperativo dos<br />
evangelhos e “a esmola é um dever de justiça, no sentido de<br />
que todos os bens da terra foram dados por Deus aos<br />
homens para que os homens deles vivessem, o que assinala<br />
a esmola como uma dívida social”.<br />
É importante fazermos memória de uma atitude cristã que é<br />
de ontem, de hoje e de amanhã. Conhecermos expressões<br />
de fé, esperança e caridade noutros lugares e noutros<br />
tempos animam sem dúvida a nossa dedicação àqueles que,<br />
no dizer de Ozanan, citado por D. José, “são a imagem<br />
20
sagrada de um Deus que nós não vemos e, não sabendo nós<br />
amar de outro modo a Deus, amemo-lo na pessoa dos<br />
pobres com quem Ele se confundiu!”.<br />
Quem é Beatriz Bandeira de Mello Gambôa?<br />
Nasceu a 13 de Julho de 1896, em Lisboa, mas cedo foi para<br />
Castelo Novo, terra das suas origens, concelho do Fundão.<br />
De família senhorial, Beatriz Gambôa, cedo revelou<br />
grandes dotes de criatividade e de líder. D. José do<br />
Patrocínio Dias, ainda durante a agitação republicana, era<br />
amigo da família e por isso conhecia as qualidades da<br />
jovem Beatriz. É pois, com toda a naturalidade, que o<br />
vemos convidá-la para ajudar no restauro de uma Diocese<br />
empobrecida. Estávamos em 1926.<br />
Viria por pouco tempo, pensava-se. Apenas o tempo<br />
necessário para dar início a uma obra prometida em<br />
herança, mas com prazo determinado.<br />
Mas o provisório foi-se prolongando e Beatriz Gambôa<br />
ficou para sempre.<br />
Ficou na Diocese até ao fim da sua vida ajudando a dar vida<br />
a uma nova Congregação destinada à Diocese de Beja:<br />
Oblatas do Divino Coração.<br />
Foi ela e mais algumas jovens mulheres que deram início a<br />
muitas Obras Sociais ainda hoje de grande relevo no<br />
Distrito de Beja.<br />
Elas aí estão, como lugar de força e beleza, esteio de<br />
21
segurança e terra mãe onde muitas crianças e jovens podem<br />
sonhar futuros. E também onde muitos velhinhos, nesses<br />
lugares para eles sonhados, esperam a terra da promessa.<br />
22
Capitulo III<br />
Espiritualidade<br />
“O SENHOR falava com Moisés, frente a frente, como um homem<br />
fala com o seu amigo. (…) «Eu mesmo irei adiante de ti, e dar-te-ei<br />
descanso (…) porque alcançaste graça aos meus olhos, e conheço-te<br />
pelo nome.»” (Ex 33, 11.14.17)<br />
“É que eu anseio por vos ver, para vos comunicar algum dom<br />
<strong>espiritual</strong> e assim vos fortalecer, ou antes, para, estando convosco,<br />
ser reconfortado pela fé que nos é comum, a vós e a mim.” (Rm 1,<br />
11-12)<br />
23
A <strong>espiritual</strong>idade do Grupo do Divino Coração é a grande<br />
prioridade, a pedra de toque do seu futuro, é a opção por<br />
uma <strong>espiritual</strong>idade que penetra e ilumina toda a vida e toda<br />
a missão do Grupo. Esta <strong>espiritual</strong>idade não é concebida<br />
num sentido intimista e devocional mas como uma<br />
experiencia profunda de Deus, que mobiliza para a missão.<br />
O Cardeal Hume afirma que a <strong>espiritual</strong>idade é o primeiro<br />
grande desafio de todo o cristão, pois atinge o próprio ser.<br />
Conceito de Espiritualidade<br />
A palavra <strong>espiritual</strong>idade deriva da palavra <strong>espiritual</strong>, que<br />
tem a ver com «vento que nasce do amor». Por isso<br />
<strong>espiritual</strong>idade é um movimento que leva a sair de si, a ser<br />
capaz de colocar o centro de gravidade fora de si próprio. O<br />
que distingue a pessoa dos outros seres vivos é «ser<br />
<strong>espiritual</strong>», tal como podemos imaginar que Deus é:<br />
descentrado em amor. Assim, “<strong>espiritual</strong>idade é sair de si<br />
para uma relação pessoal com o bem, mas o Bem com letra<br />
grande. Portanto, muito diferente de qualquer<br />
8<br />
<strong>espiritual</strong>ismo e diferente de um qualquer esoterismo.”<br />
“Modo de viver a vida cristã, que é vida “em Cristo e no<br />
espirito”, que acolhe pela fé, se exprime no amor, e se vive<br />
na esperança dentro de uma comunidade eclesial”. Falar de<br />
<strong>espiritual</strong>idade não é falar de parte da vida mas da vida toda.<br />
É tratar da ação sob o impulso do Espirito Santo. A principal<br />
referência é Jesus Cristo, a quem a pessoa cristã se converte<br />
e segue.<br />
8 MAGALHÃES, Vasco Pinto in Cuidar da Casa Comum. Revista Mensageiro do Coração de Jesus. Fevereiro 2016.<br />
24
Espiritualidade do Coração de Jesus<br />
“Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e<br />
Eu vos aliviarei […] Aprendei de Mim, que sou manso e<br />
humilde de coração, e encontrareis descanso para o vosso<br />
espírito” (Mt 11, 28-29).<br />
Jesus ao encarnar pelo Espirito Santo no seio da Virgem<br />
Maria (como professamos no Credo) assumiu a nossa<br />
condição humana, ou na linguagem do Concílio Vat. II:<br />
“amou-nos com um coração humano” (GS 22). Mas esta<br />
passagem da Escritura tem algo de relevante: Cristo afirma<br />
não: «ter» mas antes: «Ser um coração». Olhando para Ele<br />
podemos ver como era o coração do homem na Criação,<br />
como ele foi criado por Deus no princípio. O nosso coração<br />
seria assim, foi criado para ser assim, se o pecado original<br />
não tivesse destruído aquela perfeição. Deus não teve outra<br />
«solução» a não ser “formar um corpo”, ou seja, dar-nos o<br />
seu Filho igual a nós para nos salvar. Por isso, Cristo quis,<br />
mais do que «ter», «ser o Coração» dos corações de todos<br />
nós.<br />
Em tempos isto foi esquecido, ou pelo menos, nublado. Nos<br />
finais do século XVI e nos inícios do século XVII, em<br />
França, para além das guerras entre católicos e protestantes,<br />
surgiu uma nova «ideologia» no seio da Igreja, mais uma<br />
heresia, o Jansenismo, que afirmava que o homem entregue<br />
a si mesmo, não pode fazer nada de bom - apenas propaga o<br />
mal e o pecado; que só um pequeno grupo de eleitos será<br />
salvo, pois Cristo não morreu por todos os homens mas só<br />
por alguns.<br />
25
Estas declarações criaram incómodo e confusão na mente<br />
de muitos, com a agravante de se ter desenvolvido uma<br />
<strong>espiritual</strong>idade a ela anexa.<br />
Origem da devoção ao Coração de Jesus<br />
S. João Eudes foi o primeiro que celebrou e dotou de ofício<br />
litúrgico uma festa ao Coração de Maria, a 8 de fevereiro de<br />
1648, com o seguinte invitatório: "Jesus reina no Coração<br />
de Maria: Vinde, adoremo-Lo! é Ele o nosso amor e a nossa<br />
vida!". Em 1668 começou a trabalhar na festa e ofício do<br />
Coração de Jesus, possivelmente celebrada na<br />
Congregação Visitandina em 1671, dois anos antes da<br />
primeira revelação do Coração de Jesus a Santa Margarida<br />
Maria, a 27 de Dezembro de 1673.<br />
Margarida Maria Alacoque, a apóstola do<br />
Coração de Jesus<br />
Depois de uma infância com situações trágicas (morte do<br />
pai, doença prolongada da mãe) e por adolescência<br />
marcada por uma vida fácil e superficial, a jovem<br />
Margarida Maria Alacoque, natural duma aldeia da<br />
Borgonha, decide, não sem muito custo e contra a vontade<br />
dos seus, entrar na Ordem da Visitação em Paray-le-<br />
Monial, a 20 de Junho 1671. Vivendo de modo simples e<br />
sem grandes pretensões, seria a intérprete da linguagem do<br />
amor de Deus para muitos. Dois anos depois da sua entrada,<br />
Deus concedeu-lhe a graça de “revelações extraordinárias”<br />
26
em ordem a uma missão muito especial: recordar aos<br />
homens o amor de Deus e o modo deles corresponderem a<br />
esse amor.<br />
A primeira revelação deu-se a 27 de Dezembro de 1673,<br />
diante do Santíssimo Sacramento. Viveu de tal modo,<br />
durante alguns momentos, uma experiência de união<br />
mística tão profunda, que mais tarde descreverá em poucas<br />
palavras: “[o Senhor] fez-me repousar por longo tempo no<br />
seu divino peito; e ali me fez descobrir as maravilhas do seu<br />
amor e os segredos do seu Sagrado Coração”. Foi então que<br />
Jesus lhe transmitiu a primeira mensagem:<br />
“O meu divino Coração está tão abrasado de amor pelos<br />
homens […] que não podendo mais conter em si as chamas<br />
da sua ardente caridade, quer derramá-las por meio de ti, e<br />
desse modo, manifestar-se aos homens para os enriquecer<br />
com os seus tesouros” (A.53).<br />
Coração de Jesus, coração do homem<br />
No ano seguinte, nas primeiras sextas-feiras do mês, Jesus<br />
continuou a manifestar-se a Margarida Maria por meio do<br />
seu Coração. Eis como ela O descreveu:<br />
“Esse divino coração foi-me representado como num trono<br />
todo de fogo e chamas, mais resplandecente que o sol e<br />
transparente como um cristal, com essa chaga adorável, e<br />
estava circundado por uma coroa de espinhos, que<br />
significava as feridas que os nossos pecados lhe faziam, e<br />
uma cruz em cima que significava que, desde os primeiros<br />
27
instantes da sua Encarnação, desde que esse Sagrado<br />
9<br />
Coração era formado, a Cruz foi nele plantada”.<br />
O pecado, representado neste símbolo dos espinhos, que se<br />
poderiam figurar metálicos, e o Coração de Jesus um íman<br />
que os atrai, para assim os destruir pelo seu infinito e<br />
inimaginável amor, representado naquelas chamas,<br />
naquele crisol purificador. Como nos estimula o nosso<br />
Deus a aproximarmo-nos d’Ele! Ele conhece o coração<br />
humano, não o repele, não espera da nossa parte um amor<br />
de «perfeição». Não! Mostra-se rodeado do nosso pecado,<br />
para assim nos mostrar que sofre connosco a dor do nosso<br />
afastamento de Deus; para assim mostrar que nos ama, ou<br />
na linguagem de D. José, para assim mostrar que “passa a<br />
10<br />
vida atrás de nós, enamorado das nossas misérias!”.<br />
“com uma cruz em cima”, como que a concluir todo este<br />
mistério do amor de Deus, como que a dar-nos a chave da<br />
vida cristã. Ele próprio o disse: “quando eu for levantado da<br />
terra atrairei todos a Mim” (Jo 12, 32). Foi na cruz que este<br />
Coração se abriu aos homens. Sim, esse Coração que<br />
palpita com sangue humano, ficou desde então, para<br />
sempre aberto aos homens de toda a história. A cruz é,<br />
portanto, sinal do Deus que é amor (1Jo 4, 8), ponte entre o<br />
homem e Deus, entre Deus e o homem; é o resumo de toda a<br />
vida de Cristo: a sua haste vertical totalmente orientada<br />
para vontade do Pai; a sua haste horizontal, abraça todo o<br />
homem estimulando-o ao mandamento novo do amor:<br />
“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.<br />
Toda esta representação ou linguagem que nos mostra o<br />
9 AZEREDO, 84<br />
10 AZEREDO, 84<br />
28
Coração de Jesus, serve pois para nos lembrar, conforme<br />
disse um dia o futuro João Paulo I (Albino Luciani), que<br />
Jesus nos ama com alegria: “Jesus exultou de alegria no<br />
Espirito Santo e exclamou: "Eu Te bendigo ó Pai Senhor do<br />
céu e da terra, porque revelastes estas coisas aos<br />
pequeninos»” (Mt 11, 25); mas ao mesmo tempo também<br />
nos ama com dor: chorando sobre Jerusalém, desabafa:<br />
“Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a<br />
galinha recolhe os seus pintainhos debaixo das asas e tu não<br />
quiseste” Mt 23, 37.<br />
Assim compreendemos a revelação de Paray-le-Monial:<br />
Jesus quis revelar o seu amor por nós, usando um meio<br />
visível, uma linguagem acessível a todos: o seu Coração<br />
físico e divino, convidando-nos a uma delicadeza, a uma<br />
atenção especial aos seus “estados de alma” e a “vivê-los,<br />
quanto possível, da mesma maneira, nas situações da nossa<br />
vida” (DI, JPII, 132).<br />
A devoção ao Coração de Jesus ultrapassa o significado de<br />
uma mera devoção popular. É no dizer de S. João Paulo II, a<br />
“grande necessidade” do homem do nosso tempo, pois por<br />
meio d’Ele o homem pode conhecer Deus e conhecer-se a si<br />
mesmo (DI, JPII, 235).<br />
Qual o modo? Como fazer para vivermos dessa maneira?<br />
É necessário aprender do Coração de Jesus uma “cultura do<br />
coração”, como disse João Paulo II. O próprio Jesus é que<br />
afirma que “o que sai do coração do homem é que o torna<br />
impuro” (Mt 15, 11), é aí o laboratório onde se criam as<br />
discussões, as invejas, as rivalidades, e tantas outras coisas,<br />
29
quando não nos deixamos seduzir, quando não nos<br />
colocamos diante de Jesus, reconhecendo a nossa profunda<br />
necessidade d’Ele: “Só Ele conhece o coração de cada<br />
homem!”(Sl 33, 15) ou como disse S. Agostinho: “criastenos<br />
para Vós Senhor e o nosso coração anda inquieto<br />
enquanto não repousa em Vós”. O Coração de Jesus<br />
estimula-nos, ou na linguagem de Paulo: “O amor de Cristo<br />
«urget nos»”(2 Cor 5, 14), ou seja, impele-nos a<br />
corresponder-lhe e a torná-lo conhecido; desperta-nos do<br />
nosso egoísmo, faz-nos sair de nós mesmos para nos tornar<br />
homens e mulheres de “consciência sensível” e<br />
reparadores/reconstrutores do coração de cada homem.<br />
Basta olharmos à nossa volta e vermos os locais em que<br />
Deus permite que estejamos, para sermos irradiação<br />
daquelas chamas, da luz do Coração de seu Filho, e com Ele<br />
sermos, cada um a seu modo, libertadores do homem de si<br />
mesmo.<br />
Contemplar o Coração de Jesus é contemplar a sua própria<br />
pessoa; é no fundo contemplar o amor de Deus que se revela<br />
em Cristo, porque "Deus é amor" (1 Jo 4,8). Um amor que<br />
se manifesta na doação da própria vida para fazer a vontade<br />
do Pai. Um amor que se faz Eucaristia. Contemplar o<br />
Coração de Jesus é adorar a Cristo eucarístico. Por isso,<br />
somos convidados a esta vida de interioridade, de<br />
intimidade ao Coração de Jesus na eucaristia, valorizando a<br />
Santa Missa e a adoração Eucarística, tendo-as como ponto<br />
fundante da nossa <strong>espiritual</strong>idade.<br />
“Junto ao Coração de Cristo, o coração humano aprende a<br />
conhecer o autêntico e único sentido da vida e de seu<br />
30
próprio destino, a compreender o valor de uma vida<br />
autenticamente cristã, a permanecer afastado de certas<br />
perversões do coração, a unir o amor filial a Deus ao amor<br />
ao próximo. Deste modo – e esta é a verdadeira reparação<br />
exigida pelo Coração do Salvador – sobre as ruínas<br />
acumuladas pelo ódio e a violência poderá edificar-se a<br />
11<br />
civilização do Coração de Cristo”.<br />
Vida Espiritual<br />
Faz parte da vivência do “Grupo” uma vida <strong>espiritual</strong><br />
fervorosa intensa. O seu centro deve ser a oração e a união<br />
com o amor do Divino Coração. Conforme as<br />
possibilidades de cada elemento, da sua vida familiar,<br />
profissional ou social, tenham ao longo do dia um momento<br />
de interioridade a sós com Deus, através da leitura e<br />
meditação da Sagrada Escritura, pois não há <strong>espiritual</strong>idade<br />
sem uma leitura orante da Palavra de Deus, como nos<br />
recomenda o magistério da Igreja: “O Sínodo insistiu<br />
repetidamente sobre a exigência de uma abordagem orante<br />
do texto sagrado como elemento fundamental da vida<br />
<strong>espiritual</strong> de todo o fiel, nos diversos ministérios e estados<br />
de vida, com particular referência à lectio divina. Com<br />
efeito, a Palavra de Deus está na base de toda a<br />
12<br />
<strong>espiritual</strong>idade cristã autêntica.”<br />
Para além da fidelidade à oração pessoal, cada elemento<br />
tenha momentos de oração comunitária, sempre que for<br />
possível; tenham como referência a Liturgia das Horas, que<br />
é a Oração comum da Igreja, na família, na paróquia ou<br />
11 JOÃO PAULO II, “Insegnamenti”, vol. IX/2, 1986, p. 843<br />
12 BENTO XVI, Exortação Sinodal Verbum Domini, nº86<br />
31
juntamente com as Irmãs Oblatas.<br />
Recomenda-se a recitação diária de ao menos uma parte do<br />
Rosário, o qual leva à familiaridade na contemplação dos<br />
Mistérios de Cristo com a Virgem Maria.<br />
Cada elemento esteja consciente do valor dos Sacramentos,<br />
procurando viver reconciliado com Deus e com os outros,<br />
sendo assíduo na prática da Reconciliação e na participação<br />
na Eucaristia.<br />
O Grupo do Divino Coração participe pelo menos uma vez<br />
por mês num momento de oração comunitária com as Irmãs<br />
Oblatas e uma vez por ano num retiro <strong>espiritual</strong>.<br />
A primeira referência <strong>espiritual</strong> é sempre Jesus Cristo, nas<br />
suas palavras e atitudes com as pessoas. O Grupo também<br />
deve conhecer a vida <strong>espiritual</strong> de D. José e das primeiras<br />
Irmãs Oblatas, naquilo que disseram e no modo como se<br />
relacionavam com os outros, tendo em conta os costumes e<br />
a mentalidade da época. Nas suas vidas encontra-se a<br />
compreensão e o discernimento do carisma das Oblatas e<br />
do Grupo.<br />
Santos protetores / guias espirituais<br />
Cultivem especial devoção a S. José, padroeiro da Igreja<br />
Universal e da Diocese de Beja.<br />
Terão como mestres seguros na vida <strong>espiritual</strong> S. Francisco<br />
de Sales, Sto Inácio de Loyola, S. João da Cruz, Sta Teresa<br />
de Ávila, Sta Teresa do Menino Jesus e Sta Margarida<br />
Maria.<br />
32
Celebrem estes Santos no seu dia litúrgico e invoquem-nos<br />
13<br />
nas suas orações diárias.<br />
São José ou José, o Carpinteiro – Segundo o Novo<br />
Testamento, José era o esposo da Virgem Maria e o pai<br />
de Jesus. Descendente da casa real de David, é venerado na<br />
Igreja Católica que o celebra como seu padroeiro universal<br />
a 19 de Março. Também a Diocese de Beja tem S. José<br />
como padroeiro principal, sob a invocação de S. José<br />
Operário, solenidade celebrada a 1 de Maio, e lhe presta<br />
especial devoção.<br />
S. José operário é tido como "padroeiro dos trabalhadores"<br />
e, pela fidelidade a sua esposa e dedicação paternal a Jesus,<br />
como "padroeiro das famílias", emprestando o seu nome a<br />
muitas igrejas e lugares ao redor do mundo.<br />
S. Francisco de Sales – Nasceu a 21 de Agosto de 1567 no<br />
Castelo de Sales. Eleito Bispo de Genebra no século XVII,<br />
é honrado como santo e doutor da Igreja. Ficou famoso pela<br />
sua profunda fé e pela sua abordagem amável aos conflitos<br />
religiosos que inflamaram a sua Diocese durante a Reforma<br />
Protestante. Escreveu também muitas obras sobre direção e<br />
formação <strong>espiritual</strong>, particularmente a "Introdução à Vida<br />
devota" – escrita para leigos, onde recomendava<br />
a caridade acima da penitência como forma de progressão<br />
na vida <strong>espiritual</strong> – e a Obra mística: "Tratado do Amor de<br />
Deus".<br />
13 Cf. Constituições da Congregação das ODC, nº 16<br />
33
Juntamente com Stª Joana Francisca de Chantal fundou<br />
a Ordem da Visitação de Santa Maria ("Visitandines") em<br />
Annecy (França) a 6 de Junho de 1610.<br />
São Francisco de Sales é chamado de “Santo da mansidão”<br />
pela sua paciência e delicadeza. Faleceu a 28 de Dezembro<br />
de 1622 em Lyon, França mas celebra-se a 24 de Janeiro,<br />
dia do seu funeral em 1624, em Annecy.<br />
Stº Inácio de Loiola – Nasceu a 31 de Maio de 1491 em<br />
Loyola e recebeu o nome de Íñigo López. Inácio foi o mais<br />
novo de 13 irmãos e irmãs. A sua mãe faleceu ainda ele era<br />
criança e o seu pai quando ele tinha 16 anos de idade. Na sua<br />
juventude levou vida leviana. Gravemente ferido<br />
na batalha de Pamplona a 20 de Maio de 1521, passou<br />
meses inválido, no castelo do seu pai. Durante o longo<br />
período de recuperação, Inácio procura ler livros para<br />
passar o tempo, e começa a ler a "Vita Christi" e a vida dos<br />
santos, cujo autor comparava o serviço de Deus com uma<br />
ordem cavalheiresca. A partir destas leituras, tornou-se<br />
empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus.<br />
Decidiu dedicar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra<br />
Santa. Durante esse período, Inácio desenvolveu os<br />
primeiros planos dos «Exercícios Espirituais» que iriam<br />
adquirir uma grande influência na mudança dos métodos de<br />
evangelização da Igreja. Em 15 de Agosto de 1534 ele e<br />
outros seis companheiros fundaram a Companhia de Jesus<br />
na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, para efetuar<br />
trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém,<br />
ou para ir aonde o papa quiser, sem questionar.<br />
Em 1537 o papa Paulo III concedeu-lhes a aprovação foram<br />
34
ordenados em Veneza no dia 24 de Junho.<br />
É celebrado no dia 31 de Julho, data da sua morte no ano de<br />
1556, em Roma.<br />
S. João da Cruz – Juan de la Cruz (em espanhol) nasceu no<br />
dia 24 de Junho de 1542, em Fontiveros, Castela a Velha,<br />
Espanha.<br />
Místico, sacerdote e frade carmelita espanhol, foi um dos<br />
mais importantes expoentes da Contra-Reforma. Grande<br />
reformador da Ordem Carmelita, é considerado,<br />
juntamente com Sta Teresa de Ávila, o fundador dos<br />
Carmelitas Descalços. Também é conhecido pelas suas<br />
obras literárias e tanto a sua poesia quanto as suas<br />
investigações sobre o crescimento da alma são<br />
consideradas o ápice da literatura mística e destacam-se<br />
entre as grandes obras da literatura espanhola.<br />
Celebra-se a 14 de Dezembro, dia em que faleceu, no ano de<br />
1591, em Úbeda, Espanha. João da Cruz foi canonizado em<br />
1726 por Bento XIII e é um dos Doutores da Igreja<br />
Católica.<br />
Sta Teresa de Ávila – Nasce no dia 28 de Março de 1515,<br />
em Ávila, Espanha.<br />
Freira Carmelita, em religiosa tomou o nome de Teresa de<br />
Jesus. Mística do século XVI, importante pelas suas obras<br />
acerca da vida contemplativa através da oração mental e<br />
pela sua atuação durante a Contra Reforma. Foi a grande<br />
35
eformadora da Ordem Carmelita e é considerada cofundadora<br />
da Ordem dos Carmelitas Descalços, juntamente<br />
com São João da Cruz.<br />
Depois da sua morte, a 4 de Outubro de 1582, o culto a<br />
Santa Teresa espalhou-se pela Espanha e em 1622, 40 anos<br />
depois, foi canonizada pelo papa Gregório XV.<br />
Em 27 de Setembro de 1970, Paulo VI proclamoua<br />
Doutora da Igreja . Os seus livros, inclusive a<br />
autobiografia "A Vida de Teresa de Jesus" e a sua obraprima,<br />
"O Castelo Interior", são parte integral da literatura<br />
renascentista espanhola e do corpus do misticismo cristão.<br />
As suas práticas meditativas estão detalhadas numa outra<br />
obra importante, o "Caminho da Perfeição".<br />
Celebra-se a 15 de Outubro.<br />
Sta Teresa do Menino Jesus – Marie-Françoise-Thérèse<br />
Martin, nasceu no dia 2 de Janeiro de 1873 em Alençon,<br />
França.<br />
Teresa, depois de superar inúmeros obstáculos, conseguiu,<br />
com apenas quinze anos, em 1888, entrar no Convento das<br />
Carmelitas Descalças, em Lisieux e juntar-se às suas duas<br />
irmãs mais velhas. Depois de nove anos, tendo ocupado<br />
funções como sacristã e assistente de mestra das noviças,<br />
Teresa passou os seus últimos 18 meses numa "noite de fé"<br />
e morreu de tuberculose no dia 30 de Setembro de 1897<br />
com apenas 24 anos de idade.<br />
Conhecida como um dos mais influentes modelos de<br />
santidade pelo seu jeito prático e simples de abordar a vida<br />
36
<strong>espiritual</strong>. Juntamente com São Francisco de Assis, é uma<br />
das santas mais populares da história da Igreja. O papa Pio<br />
X chamou-a de "a maior entre os santos modernos". O<br />
impacto da sua obra "A História de uma Alma", uma<br />
coleção dos seus manuscritos autobiográficos, publicados e<br />
distribuídos um ano depois da sua morte, foi tremendo e ela<br />
rapidamente se tornou um dos santos mais populares do<br />
século XX. Além da sua popular autobiografia, Teresa<br />
deixou também cartas, poemas, peças religiosas e orações.<br />
As suas últimas conversas foram também preservadas<br />
pelas suas irmãs. Pinturas e fotografias - a maioria da<br />
autoria da sua irmã Céline - ajudaram a aumentar ainda<br />
mais a popularidade de Teresa em todo o mundo. Pio<br />
XI beatificou-a em 1923 e canonizou-a 2 anos depois.<br />
T e r e s a f o i t a m b é m d e c l a r a d a c o -<br />
padroeira das missões com São Francisco Xavier em 1927 e<br />
nomeada co-padroeira da França com Stª Joana d'Arc em<br />
1944. Em 19 de Outubro de 1997, São João Paulo II<br />
proclamou Teresa a 33ª Doutora da Igreja, a pessoa mais<br />
jovem e a 3ª mulher a ter recebido o título na época.<br />
Celebra-se a 1 de Outubro.<br />
Margarida Maria de Alacoque – Nasce a 22 de<br />
Agosto de 1647, em Paray-le-Monial, França. Após a morte<br />
de seu pai, Margarida e a mãe foram morar com o tio, as<br />
quais sofreram com essa mudança. Margarida conheceu<br />
então a humilhação da necessidade, vivendo ao capricho de<br />
parentes pouco generosos e nada propensos a consentir que<br />
37
ela realizasse o seu desejo de fechar-se no convento.<br />
Finalmente, conseguiu tornar-se monja visitandina e<br />
tornou-se numa mística do seu tempo.<br />
Na festividade de São João Evangelista de 1673, com 25<br />
anos, a Irmã Margarida Maria, recolhida em oração diante<br />
do Santíssimo Sacramento, teve o singular privilégio da<br />
primeira manifestação visível de Jesus, que se repetiria por<br />
outros 2 anos, todas as primeiras sextas-feiras do mês.<br />
Em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus<br />
manifestou-se-lhe com o peito aberto e, apontando com o<br />
dedo o seu coração, exclamou: "Eis o Coração que tem<br />
amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até<br />
exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor.<br />
E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior<br />
parte deles".<br />
No último período da sua vida, foi nomeada mestra de<br />
noviças. Teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao<br />
Sagrado Coração de Jesus e viu os próprios opositores<br />
transformarem-se.<br />
Leão XIII, em 1889, consagrou o mundo ao Sagrado<br />
Coração de Jesus e o Papa Pio XII, meio século depois, nas<br />
suas encíclicas, recomendou esta devoção que nos leva ao<br />
encontro do Coração Eucarístico de Jesus.<br />
Faleceu em 17 de Outubro de 1690, aos 43 anos de idade.<br />
Foi canonizada pelo Papa Bento XV em 1920 e a data da<br />
sua festa é a 16 de Outubro.<br />
38
Capitulo IV<br />
“Renascer de novo”<br />
“Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo:<br />
quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no<br />
Reino de Deus. Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo<br />
que nasce do Espírito é espírito. Não te admires por Eu te<br />
ter dito: ‘Vós tendes de nascer do Alto’. O vento sopra onde<br />
quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem<br />
para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu<br />
do Espírito»." (Jo 3, 5-8)<br />
39
O “Grupo”<br />
1 - Cristãos que se identificam e participam do espírito<br />
da Congregação<br />
Um Grupo é um ser vivo, “que obedece a um ciclo de vida e<br />
tem um ritmo próprio de nascimento, crescimento,<br />
expansão, maturidade, envelhecimento e declinio”. Fazer<br />
renascer este Grupo é regressar ao ponto de partida e<br />
recomeçar um novo ciclo de vida. Fazer renascer o Grupo é<br />
obra do Espírito e isto só poderá acontecer se este se<br />
recolher no “cenáculo”, imbuído pelo Espirito Santo, no<br />
sentido de renovar, de facto todas as coisas: “Renascer de<br />
novo” (Jo 3, 3).<br />
2 - Que descubram a sensibilidade e o amor que nasce do<br />
Divino Coração<br />
No Grupo, como na Eucaristia, encontramos a alegria de<br />
sonhar juntos, de inventar juntos, de aprender com os erros<br />
juntos, de caminhar juntos…<br />
Deus manda através do anjo pão assado sobre brasas e um<br />
jarro de água. Pão era o próprio corpo de Cristo préencarnado<br />
ali. Brasas e água é como o Espírito Santo se<br />
manisfesta a nós. Elias necessitava de brasas do Espírito<br />
para queimar os seus temores; da água do Espírito para<br />
lavar, perdoar e continuar (I Rs 19, 6).<br />
40
3 - Que partilhem os seus bens<br />
A partilha dos bens é determinante para a vida do Grupo do<br />
Divino Coração, como o foi para os primeiros cristãos (Act<br />
4,32). Em primeiro lugar no seu aspecto material concreto.<br />
Haver alguém que partilhe os seus bens com outros é<br />
extraordinário. Mas essa partilha tem também um<br />
significado invisível, simbólico. É que o mais difícil é<br />
partilhar o nosso tempo, o nosso espaço, o nosso esforço, os<br />
nossos desejos, os nossos prazeres e gostos, o fruto do<br />
nosso trabalho.<br />
Fazer belas declarações acerca da partilha de bens, não<br />
passa exactamente de belas declarações. Provavelmente<br />
são desejos honestos que nunca se praticam. Ou talvez boas<br />
intenções que nunca se tornam reais, materiais. Mas pôr em<br />
comum os bens concretos, materiais, visíveis e que podem<br />
ser só nossos, prepara-nos para pormos tudo o resto em<br />
comum: sonhos, desejos, aspirações, ideais, utopias.<br />
4 - Que se disponibilizem para o serviço da<br />
Congregação, da Igreja local e diocesana, segundo o<br />
Carisma do Grupo<br />
Orar: Estêvão, repleto do Espírito Santo e de olhos fixos<br />
no céu, viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita do Pai.<br />
(Act 7, 55)<br />
Servir: Procurai entre vós, irmãos, Homens de boa<br />
reputação, cheios do Espírito Santo e de Sabedoria, e<br />
confiar-lhe-emos a tarefa da Diakonia (Serviço do<br />
41
Evangelho). (Act 6, 3)<br />
Enviar: Entretanto, os que tinham sido dispersos, iam de<br />
lugar em lugar anunciando a Palavra da Boa Nova. (Act 8,<br />
4)<br />
Acolher: Recomendo-vos Febe, Diaconisa da Igreja de<br />
Cêncreas, para que a recebais no Senhor, de modo digno, e a<br />
assistais em tudo o que ela de vós precisar porque também<br />
ela ajudou a muitos. (Rom 16, 1-2)<br />
Evangelizar: Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da<br />
rainha Candace da Etiópia, e superintendente de todos os<br />
seus tesouros que tinha ido em peregrinação a Jerusalém,<br />
regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o<br />
Profeta Isaías. (…) Então, Filipe tomou a palavra e,<br />
partindo desta passagem da escritura, anunciou-lhe Jesus.<br />
(Act 8, 27-28.35)<br />
Baptizar: Disse o eunuco: Eis aqui água! Que impede que<br />
eu seja baptizado? (…) E Filipe baptizou-o! (Act 8, 36.38)<br />
Escutar: Quanto a ti, sê para os fieis um modelo na palavra,<br />
na conduta, na caridade, na fé, na pureza. (…) Não<br />
descuides o dom da graça que há em ti, que te foi conferido<br />
mediante profecia e pela imposição das mãos. (1 Tim 4,<br />
12.14)<br />
Abençoar: Tudo o que Deus criou é bom e nada é<br />
desprezível, se tomado com acção de graças, porque é<br />
santificado pela Palavra de Deus e pela Oração. (1Tim 4, 4-<br />
5)<br />
42
5 – Que apoiem as obras da Congregação com a oração,<br />
a solidariedade e o trabalho<br />
Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração,<br />
quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as<br />
Escrituras?» Levantando-se, voltaram imediatamente para<br />
Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus<br />
companheiros, que lhes disseram: «Realmente o Senhor<br />
ressuscitou e apareceu a Simão!» E eles contaram o que<br />
lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes<br />
dera a conhecer, ao partir o pão. (Lc 24, 32-35)<br />
“É possível alargar o coração para nele caber o projecto de<br />
Deus.<br />
Era dia do Coração de Jesus…<br />
Trazem pão e vinho.<br />
E a vida nunca mais iria ser a mesma, nunca mais se<br />
sentariam à mesa sem estarem cansadas por darem<br />
alimento a quem precisa. Que ninguém morra de fome de<br />
pão e de Deus!<br />
Jesus dá-se-nos para nunca deixarmos de dar!”<br />
14<br />
O Grupo e a Congregação formam uma mesma família, por<br />
isso o Grupo apoiará as Irmãs com a oração e o trabalho,<br />
contribuindo generosamente com o seu tempo e os seus<br />
dons para o crescimento do Reino.<br />
14 OBLATAS, Nascidas no Alentejo, Paulinas Editora, Maio 2009.<br />
43
6 - Fomentar espírito de comunhão com outros grupos<br />
eclesiais<br />
“O Espírito Santo enriquece toda a Igreja evangelizadora<br />
(…) com diferentes carismas. São dons para renovar e<br />
edificar a Igreja. Não se trata de um património fechado,<br />
entregue a um grupo para que o guarde; mas são presentes<br />
do Espírito integrados no corpo eclesial, atraídos para o<br />
centro que é Cristo, donde são canalizados num impulso<br />
evangelizador. Um sinal claro da autenticidade dum<br />
carisma é a sua eclesialidade, a sua capacidade de se<br />
integrar harmoniosamente na vida do povo santo de Deus<br />
para o bem de todos. Uma verdadeira novidade suscitada<br />
pelo Espírito não precisa de fazer sombra sobre outras<br />
<strong>espiritual</strong>idades e dons para se afirmar a si mesma. Quanto<br />
mais um carisma dirigir o seu olhar para o coração do<br />
Evangelho, tanto mais eclesial será o seu exercício. É na<br />
comunhão, mesmo que seja fadigosa, que um carisma se<br />
revela autêntica e misteriosamente fecundo. Se vive este<br />
desafio, a Igreja pode ser um modelo para a paz no mundo.”<br />
O Grupo do Divino Coração deverá estar imbuído deste<br />
espírito de comunhão, tão sublinhado pelo Papa Francisco.<br />
Em primeiro lugar é tarefa de cada elemento do Grupo<br />
fomentar as relações de amizade fraterna entre si; como<br />
Grupo, age em comunhão com a Igreja, nomeadamente<br />
com o Bispo diocesano e com a Congregação; integrado na<br />
Igreja, deve estar aberto a relações de amizade fraterna, ao<br />
intercâmbio de experiências e à colaboração com outros<br />
grupos eclesiais, participando sempre que possível, em<br />
iniciativas e atividades que lhe sejam propostas.<br />
15 Papa Francisco, Evangelii Gaudium, nº130<br />
15<br />
44
Capitulo V<br />
Compromisso<br />
“De longe, o Senhor se lhe manifestou: Amei-te com um<br />
amor eterno. Por isso, dilatei a misericórdia para contigo.”<br />
(Jer 31, 3)<br />
“«Esta é a aliança que estabelecerei com eles, diz o Senhor:<br />
‘Porei as minhas leis nos seus corações e gravá-las-ei nas<br />
suas mentes; e não mais me recordarei dos seus pecados<br />
nem das suas iniquidades.’»” (Heb 10,16)<br />
“Mesmo que os teus pecados sejam como escarlate, tornarse-ão<br />
brancos como a neve. Mesmo que sejam vermelhos<br />
como a púrpura, ficarão brancos como a lã.” (Is 1, 18)<br />
45
O princípio da fidelidade<br />
Desde o momento em que fazem o seu compromisso<br />
conservam-se “…firmemente apegados à esperança,<br />
porque O que faz a promessa é fiel.” (Heb 10, 23) “…para<br />
guardar o depósito que Lhe fizemos da nossa própria vida.”<br />
(2 Tim 1, 12).<br />
Compromisso é um acordo entre duas partes. Quando não é<br />
entre pessoas, é da pessoa consigo mesma em relação a<br />
outra realidade. O compromisso implica um ato inicial que<br />
fica como marco entre um antes e um depois desse ato.<br />
Depois de um compromisso começa outra vida naquilo a<br />
que o compromisso se refere.<br />
A base que o sustenta é a fidelidade. Mantê-lo é manter-se<br />
fiel àquilo com que nos comprometemos. A história do<br />
povo bíblico do Antigo Testamento e também a do povo<br />
cristão no Novo, é feita de compromissos com Deus e das<br />
pessoas entre si. E o alento para que os compromissos se<br />
mantenham assenta no apelo à fidelidade e nos modos<br />
como se deve ser fiel.<br />
A fidelidade é uma das virtudes mais importantes da vida<br />
cristã. Nasce da mesma raiz que a fé. Fidelidade contém em<br />
si a fé, o acreditar naquele ou naquilo com quem se<br />
estabelece um compromisso. Só esse crédito permite<br />
continuar, persistir naquilo com que nos comprometemos.<br />
Por isso as pessoas quando desistem de alguma coisa<br />
dizem: já não acredito nisso. E descomprometem-se. Mas é<br />
d i f e r e n t e d e s c o m p r o m e t e r- s e e s e r i n f i e l .<br />
46
Descomprometer-se é romper com o compromisso por já<br />
não se acreditar na realidade com que nos comprometemos.<br />
Ser infiel é faltar ao compromisso quando ainda o temos.<br />
Vivemos numa sociedade em que o compromisso é por<br />
vezes encarado com ligeireza, como uma experiência que<br />
se pode abandonar se não promete fornecer o que se<br />
idealizou. Não é um projeto para a vida mas uma<br />
oportunidade de bem-estar, de prazer, sem concessões, sem<br />
grande esforço, sem dilemas.<br />
A perenidade, a persistência, o esforço com continuidade,<br />
são afastados com a mesma inconsciência com que se<br />
evitam leituras ou estudos prolongados. O que é efémero<br />
prende mais a atenção e o desvelo do que o que exige planos<br />
e trabalho a longo prazo. Como o prazer destas escolhas é<br />
de curta duração tenta-se outra coisa, procura-se variar para<br />
lutar contra o tédio de nunca se alcançar nada mais<br />
profundo.<br />
O que ameaça os nossos compromissos e ameaça<br />
simultaneamente toda a vida social é o egoísmo, o abafar do<br />
impulso altruísta que Deus inscreveu no nosso íntimo.<br />
Os compromissos não têm que ser coisas espetaculares mas<br />
pequenas decisões comuns do dia-a-dia: rezar juntos as<br />
Vésperas aos Domingos; comprometermo-nos com a<br />
paróquia; ajudar os outros…<br />
A questão que se nos coloca hoje é: como podemos<br />
testemunhar ao Mundo à nossa volta a Esperança que nos<br />
anima, sem ser levianos, pessoas que esperam que tudo lhes<br />
corra bem, que os finais sejam sempre cor-de-rosa?<br />
47
Avaliando, diagnosticando, estabelecendo alternativas,<br />
escolhendo uma que seja realista para as nossas forças,<br />
planeando a sua execução e pondo em prática as mudanças<br />
em nós próprios!<br />
Muitas vezes os nossos velhos hábitos escangalham a<br />
melhor das intenções, porque acentuamos tiques que nos<br />
afastam do compromisso ou porque somos perfeccionistas,<br />
ou demasiado tolerantes, precipitados ou excessivamente<br />
cautelosos, etc. Quantas vezes, com a melhor das intenções<br />
obtemos o resultado contrário ao que desejaríamos…<br />
Aceitarmo-nos como somos, certamente com qualidades,<br />
mas também com imperfeições, não é apenas dizê-lo, é ser<br />
capaz de “encaixar” uma crítica e examinar a situação para<br />
evitar um erro semelhante, mais tarde.<br />
O desafio do nosso compromisso é conciliar Amor e<br />
Verdade. A Verdade que se alcança pelo exercício da razão<br />
exige rigor, disciplina, transparência, etc. mas se não for<br />
acompanhada de Amor, conduz à tirania. O Amor, que<br />
requer acolhimento, tolerância, cumplicidade, lealdade,<br />
perdão etc., se desprovido de Verdade, conduz à anarquia.<br />
Aliar Amor e Verdade é um equilíbrio sempre em<br />
construção, mas é a esperança desta procura permanente<br />
que somos chamados a dar, como pessoas e como Grupo,<br />
evangelizadores, portadores de uma Boa Nova, que não é<br />
uma fórmula mágica e sim um estilo de vida em que se<br />
cresce sempre com exigência mas em que a inquietação<br />
dessa busca incessante de intimidade e responsabilidade é<br />
fonte de serenidade e Sacramento no meio dos homens.<br />
48
A história da fidelidade na Bíblia mostra duas realidades<br />
em confronto: de um lado, Deus sempre fiel para com o seu<br />
povo e paciente com as suas permanentes infidelidades; do<br />
outro, o permanente arrependimento do povo e o regresso<br />
aos seus compromissos. Deus é sempre fiel (1 Cor 1, 9; 2<br />
Tim 2, 13) e é Seu desejo que nós o sejamos também. “O<br />
fruto do Espírito é (...) fidelidade” (Gal 5, 22). A fé exige<br />
fidelidade. Esta é mesmo um teste sobre a nossa fé. Não só<br />
fidelidade para com Deus mas também com tudo aquilo<br />
com que nos comprometemos. Aliás, é nos compromissos<br />
concretos que decorrem da nossa vida que a fidelidade para<br />
com Deus é verificada.<br />
Para que o compromisso seja mantido, a exigência de<br />
fidelidade é permanente. Quando se quebra terá de ser<br />
reatada, porque a transgressão não é um corte mas fruto de<br />
uma fragilidade de momento. Não é uma atitude fruto de<br />
uma outra opção, é um ato natural na fragilidade humana.<br />
Mas a exigência de fundo deve permanecer.<br />
No Apocalipse 2, 10, o Senhor diz: "Sê fiel até a morte e Eu<br />
te darei a coroa da vida”. Ser fiel até à morte é, antes de<br />
mais, querer ser, ter sempre a convicção de querer manterse<br />
fiel apesar das quedas e fraquezas. É a determinação em<br />
fazer as coisas da melhor maneira, por mais difíceis ou<br />
insignificantes que pareçam. Está nisso o êxito de um<br />
compromisso, muito mais de um compromisso de cristãos.<br />
São abundantes nos textos bíblicos os casos relacionados<br />
com a fidelidade a compromissos. Em primeiro lugar o<br />
próprio povo bíblico no seu todo. As figuras são muitas<br />
49
desde Abraão a Noé, de Moisés a David, passando pelos<br />
profetas e sábios, mulheres e homens. Um caso não muito<br />
mencionado mas notável é o de Daniel, profeta.<br />
Daniel é um dos servos de Deus mais destacados pela sua<br />
fidelidade, perseverança e lealdade. No meio de uma nação<br />
idólatra e pagã como a Babilónia, e estando ali encarcerado,<br />
manteve-se sempre perto do Senhor. Tal como José no<br />
Egipto com o Faraó, Daniel chegou a ser o primeiroministro<br />
de Nabucodonosor, o monarca que governava o<br />
grande mundo de então naquela região. Teve que enfrentar<br />
duras e pesadas adversidades mas soube persistir e assim<br />
vencer.<br />
A inveja e os ciúmes dos seus adversários quiseram destruílo<br />
mas ele aguentou. “Não conseguiam arranjar qualquer<br />
motivo ou falta porque ele era fiel e não havia nele erro nem<br />
falta” (Dan 6,5). Nem a ameaça dos leões famintos e<br />
furiosos conseguiu enfraquecer a sua fidelidade e a sua<br />
dedicação ao seu Deus.<br />
No Novo Testamento, Maria, José e todos os discípulos,<br />
após a ressurreição de Cristo, foram fiéis. Paulo, que de<br />
perseguidor passou a evangelizador, é talvez o exemplo<br />
com maior visibilidade. Mas podemos mencionar alguém<br />
como nós: Timóteo, o grande e fiel companheiro de Paulo<br />
em todas as circunstâncias. Sempre disponível, incansável<br />
na sua missão e irrepreensível na fidelidade ao seu<br />
compromisso, Paulo diz acerca dele: "Por isso mesmo vos<br />
enviei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor; o<br />
qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por<br />
50
toda parte eu ensino em cada igreja” (1Cor 4,17). Educado<br />
na fé por sua avó e sua mãe, desde tenra idade aprendeu as<br />
Sagradas Escrituras e a sua fé e fidelidade eram muito<br />
elogiadas (2Tim 1,5).<br />
Se virmos na história a grande lista dos que deixaram rastos<br />
indeléveis, veremos que, geralmente, não se distinguiram<br />
pelas suas grandes ideias ou por dons extraordinários.<br />
Muitos deles nem prometiam muito no início das suas vidas<br />
mas consagraram-se ao Senhor, perseveraram na sua<br />
fidelidade cumprindo os compromissos estabelecidos pela<br />
sua fé em Jesus. O seu incansável trabalho e o esforço em<br />
servir o Senhor, fê-los sobressair nas mãos de Deus e no<br />
coração dos homens.<br />
“Não descuides o dom da graça que há em ti, que te foi<br />
conferido mediante profecia e pela imposição das mãos.”<br />
(1Tim 4, 14)<br />
Ritual do compromisso<br />
1. O rito de compromisso pode fazer-se numa celebração da<br />
Eucaristia. Se o Bispo preside à celebração, fazem-se as<br />
devidas adaptações. Na escolha do formulário da Missa<br />
devem-se observar as normas seguintes:<br />
a) nas solenidades e nos domingos do Advento,<br />
Quaresma e Páscoa, diz-se a Missa do dia;<br />
b) nos domingos do Tempo do Natal e do Tempo<br />
Comum, nas festas e nas memórias, diz-se a Missa do<br />
dia ou a Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus.<br />
51
2. Na Liturgia da Palavra faz-se tudo na forma habitual,<br />
excepto o seguinte:<br />
a) segundo as rubricas, as leituras são tomadas da<br />
Missa do dia ou da Missa Votiva do Sagrado Coração<br />
de Jesus;<br />
b) depois da proclamação do Evangelho, é muito<br />
conveniente apresentar os candidatos, na forma<br />
adiante descrita.<br />
3. Depois do Evangelho, a Superiora da Congregação<br />
anuncia aos ?éis os nomes daqueles que vão realizar os<br />
seus compromissos:<br />
Querendo ser agregados na nossa Congregação das<br />
Oblatas do Divino Coração, num gesto de amor e<br />
consagração ao Sacratíssimo Coração de Jesus e<br />
movidos pela caridade, fazem o seu compromisso no<br />
Grupo do Divino Coração:<br />
(diz o nome de cada um).<br />
4. Os candidatos respondem ao chamamento, levantandose<br />
e dizendo Presente.<br />
5. Terminado este momento, os candidatos tornam a sentarse<br />
e o celebrante faz a homilia, na qual explica as leituras<br />
bíblicas e o significado da celebração.<br />
52
Oração de bênção<br />
6. Depois da homilia, todos se levantam. Os candidatos<br />
aproximam-se do celebrante e colocam-se diante dele. O<br />
celebrante, de braços abertos, diz:<br />
Nós Vos louvamos e bendizemos, Senhor do céu e da terra,<br />
que, segundo o desígnio inefável da vossa misericórdia,<br />
enviastes ao mundo o vosso Filho,<br />
para libertar da escravidão do pecado todos os homens<br />
com o sangue que jorrou do seu Coração trespassado<br />
e enriquecê-los com os dons do Espírito Santo;<br />
e, depois de ter vencido a morte,<br />
antes de subir para Vós, Pai santo,<br />
enviou os Apóstolos como mensageiros<br />
do seu amor e do seu poder,<br />
para anunciarem a todos os povos o Evangelho da vida.<br />
Olhai benignamente, Senhor, para estes vossos servos:<br />
dirigi os seus passos com a vossa mão protectora,<br />
fortalecei o seu espírito com o poder da vossa graça<br />
e sede o seu jugo suave e a carga leve<br />
quando se sentirem cansados ou oprimidos.<br />
Fazei que aprendam a viver<br />
os sentimentos do Coração de Cristo:<br />
53
a mansidão, segundo a bem-aventurança<br />
que lhes garante a posse da terra,<br />
e a humildade, conforme a promessa<br />
de herdarem o Reino dos Céus,<br />
para que, por meio deles, se aproximem<br />
e sejam atraídos a Vós todos os homens.<br />
Derramai nos seus corações o vosso Espírito Santo,<br />
de modo que, transformando<br />
os seus corações de pedra em corações de carne,<br />
conduzam para Vós muitos ?éis<br />
que Vos louvem sem cessar na santa Igreja.<br />
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,<br />
que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.<br />
R. Ámen.<br />
Compromisso<br />
7. Os candidatos, diante do celebrante, dizem em conjunto<br />
as seguintes palavras, adaptando-as no ínicio com o seu<br />
nome próprio:<br />
Eu, N.,<br />
levado(a) pelo único desejo de amar e servir o Coração de<br />
Jesus,<br />
segundo a <strong>espiritual</strong>idade da Congregação das Oblatas<br />
54
do Divino Coração,<br />
comprometo-me a viver e proceder conforme os<br />
Estatutos e o Manual do Grupo do Divino Coração da<br />
Diocese de Beja.<br />
Benção da Insígnia<br />
8. Seguidamente o celebrante abençoa a insígnia que cada<br />
um dos novos membros tem nas mãos, dizendo:<br />
Dignai-Vos, Senhor, + abençoar estas insígnias,<br />
a fim de que possam ser sinal do vosso amor<br />
misericordioso,<br />
a todos aqueles que as contemplarem e usarem.<br />
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,<br />
que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.<br />
Todos respondem:<br />
Ámen.<br />
Entrega da Insígnia<br />
9. Depois o celebrante impõe a insígnia a cada um dos<br />
novos membros, dizendo as seguintes palavras de uma só<br />
vez ou a cada membro em particular:<br />
Recebe(ei) esta insígnia,<br />
pelo qual és(sois) admitido(a/os) no Grupo do Divino<br />
55
Coração<br />
da família religiosa da Congregação<br />
das Oblatas do Divino Coração,<br />
e procura(ai) viver de tal modo<br />
que, com o auxílio da Virgem Maria,<br />
para glória da Santíssima Trindade<br />
e para o bem da Igreja e dos homens,<br />
te(vos) empenhes(eis) cada vez mais<br />
em revestir-te(vos) de Cristo,<br />
que nos remiu com o seu sangue.<br />
O(s) membro(os) responde(em): Ámen.<br />
Após receberem a insígnia, os novos membros regressam<br />
ao seu lugar.<br />
10. Entretanto pode cantar-se um cântico apropriado.<br />
11. Terminada a entrega da insígnia, a Superiora Geral<br />
confirma a agregação dos novos membros dizendo:<br />
E eu, na qualidade de Superiora Geral da Congregação<br />
das Oblatas do Divino oração, confirmo que sois<br />
membros do Grupo do Divino Coração para que, a partir<br />
de agora, vivais e procedais de acordo com os seus<br />
Estatutos e a Espiritualidade contida no Manual do<br />
Grupo.<br />
56
12. Segue-se a Oração Universal segundo a forma aqui<br />
proposta (salvo as excepções in 3a).<br />
O Sacerdote diz:<br />
Irmãos e irmãs caríssimos:<br />
O amor do Coração de Cristo revelou-se plenamente na<br />
Cruz. Elevemos as nossas súplicas ao Redentor, dizendo<br />
com toda a confiança:<br />
R. Atraí todos a Vós, Senhor.<br />
1. Pela Igreja, que nasceu na Cruz de Cristo,<br />
para que seja Esposa santa e imaculada<br />
e ensine os homens a contemplar o Redentor,<br />
oremos ao Senhor.<br />
2. Pelo Papa N. e o nosso Bispo N.,<br />
por todos os bispos, presbíteros e diáconos,<br />
para que anunciem, com a palavra e com a vida,<br />
as insondáveis riquezas de Cristo,<br />
oremos ao Senhor.<br />
3. Pelas vítimas da violência e da injustiça,<br />
para que as palavras de Jesus ao expirar<br />
lhes ensinem a grandeza do perdão,<br />
oremos ao Senhor.<br />
57
4. Pelos idosos, pelos doentes e moribundos,<br />
para que sintam que Deus nos trata como filhos,<br />
nos toma em seus braços e nos atrai ao seu amor,<br />
oremos ao Senhor.<br />
5. Pela Congregação das Oblatas do Divino Coração,<br />
para que continue a ser o pequenino escol de corações<br />
oferecidos generosamente<br />
à missão da reparação e do apostolado,<br />
mesmo que o mundo muitas vezes não o pressinta,<br />
oremos ao Senhor.<br />
6. Pelos membros do Grupo do Divino Coração,<br />
para que, orando, sejam conduzidos pelo Espírito<br />
e entre eles cresça a amizade e a ajuda mútua,<br />
oremos ao Senhor.<br />
Jesus Cristo, nosso Redentor,<br />
que nos abristes as fontes da salvação,<br />
fazei que, olhando para Vós, trespassado no madeiro,<br />
descubramos as dimensões do vosso amor.<br />
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.<br />
R. Ámen.<br />
58
Capitulo VI<br />
Formação<br />
"Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizandoos<br />
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinandoos<br />
a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que<br />
Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos." (Mt<br />
28,19-20)<br />
59
Grupo em crescimento<br />
O Grupo do Divino Coração, como corpo vivo no seio da<br />
Igreja, deve crescer na qualidade e número dos seus<br />
membros.<br />
Em qualidade, deve crescer pelo progresso na santidade<br />
dos seus elementos, proporcionando os meios de formação,<br />
que os capacite cada vez mais para o desempenho da sua<br />
missão de testemunhar e servir o Evangelho.<br />
16<br />
Em número, pelo fluxo constante de admissão de novos<br />
membros, que o Senhor suscitará na medida da oração e do<br />
exemplo contagiante.<br />
“ …importa sublinhar na formação os valores humanos<br />
de base, a consciência das motivações sobrenaturais, a<br />
integração dos aspectos formativos, a maturidade afectiva,<br />
a progressiva assimilação das atitudes evangélicas e<br />
carismáticas, a efectiva identificação com a história e vida<br />
do Grupo”.<br />
A ter em conta:<br />
- A vida <strong>espiritual</strong> (aprofundamento da fé e do<br />
compromisso no Grupo);<br />
- A participação na vida da Igreja (atualização dos métodos<br />
e conteúdos das atividades pastorais);<br />
- Reciclagem doutrinal e profissional (aprofundamento<br />
16 Constituições da Congregação das ODC, nº 60<br />
60
teológico, inculturação, atualização técnica);<br />
- Estudo e aprofundamento da Sagrada Escritura através da<br />
Lectio Divina;<br />
- Conhecimento aprofundado do fundador e co-fundadora<br />
da Congregação ;<br />
- Conhecimento de escritos do Fundador ou sobre o<br />
Fundador;<br />
- Estudo dos Documentos da Igreja;<br />
- Conhecimento da vida e obra dos guias espirituais da<br />
Congregação.<br />
61
62
Capitulo VII<br />
Oração<br />
“Deus é Amor, e quem permanece no Amor permanece em<br />
Deus e Deus nele.” (1 Jo 4, 16)<br />
“Porque Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu<br />
Filho único (..) para que o mundo seja salvo por Ele.” (Jo<br />
3,16-17)<br />
53
A oração é um impulso do coração. É um grito de gratidão<br />
e amor no meio das dificuldades como no meio das<br />
alegrias.<br />
(S.ta Teresinha)<br />
Leitura Orante da Sagrada Escritura<br />
- A Palavra de Deus: a vida do Grupo precisa de ser<br />
alimentada da escuta da palavra de Deus. Seguir Jesus<br />
Cristo supõe conhecer o seu mistério e traduzi-lo<br />
experimentalmente na vida de hoje. Devemos centrar-nos<br />
em Deus como o único absoluto, descoberto nas pessoas e<br />
nos acontecimentos.<br />
- Lectio Divina: ajuda a descobrir o verdadeiro rosto de<br />
Jesus e as exigências do seguimento. A doutrina e a história<br />
lêem-se para nelas se encontrar o sentido da vida. Ela é<br />
«verdadeiramente capaz não só de desvendar ao fiel o<br />
tesouro da Palavra de Deus, mas também de criar o<br />
17<br />
encontro com Cristo, Palavra divina viva.»<br />
Os seus passos fundamentais, no dizer de Bento XVI:<br />
1º A leitura (lectio) do texto, que suscita a interrogação<br />
sobre um autêntico conhecimento do seu conteúdo: o que<br />
diz o texto bíblico em si? Sem este momento, corre-se o<br />
risco que o texto se torne somente um pretexto para nunca<br />
ultrapassar os nossos pensamentos.<br />
2º A meditação (meditatio), durante a qual nos<br />
18<br />
17 BENTO XVI, Exortação Sinodal Verbum Domini, nº 87<br />
18 Ibidem<br />
64
perguntamos: que nos diz o texto bíblico? Aqui cada um,<br />
pessoalmente mas também como realidade comunitária,<br />
deve deixar-se sensibilizar e pôr em questão, porque não se<br />
trata de considerar palavras pronunciadas no passado, mas<br />
no presente.<br />
3º A oração (oratio), que supõe a pergunta: que dizemos ao<br />
Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto<br />
pedido, intercessão, acção de graças e louvor é o primeiro<br />
modo como a Palavra nos transforma.<br />
4º Finalmente, a lectio divina conclui-se com a<br />
contemplação (contemplatio), durante a qual assumimos<br />
como dom de Deus o seu próprio olhar, ao julgar a<br />
realidade, e interrogamo-nos: qual é a conversão da mente,<br />
do coração e da vida que o Senhor nos pede? São Paulo, na<br />
Carta aos Romanos, afirma: «Não vos conformeis com este<br />
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa<br />
mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é<br />
bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito» (12, 2). De<br />
facto, a contemplação tende a criar em nós uma visão<br />
sapiencial da realidade segundo Deus e a formar em nós «o<br />
pensamento de Cristo» (1Cor 2, 16).<br />
5º Porém a lectio divina não está concluída, na sua<br />
dinâmica, enquanto não chegar à ação (actio), que impele a<br />
cada um a doar-se aos outros na caridade.<br />
- Ser Grupo orante: significa viver sacramentalmente e<br />
liturgicamente, fazendo da vida um culto agradável a Deus,<br />
expresso na liturgia e na celebração dos sacramentos como<br />
itinerário de fé, esperança e caridade ao longo de cada ciclo<br />
liturgico.<br />
65
Itinerário para orar<br />
1. Começa por reservar um tempo<br />
Tudo requer tempo e terás sempre algo que fazer… Procura<br />
reservar um tempo diário para a tua oração, escolhendo o<br />
tempo mais propício do teu dia: em que o teu espírito esteja<br />
desperto e o teu corpo descansado e sereno.<br />
2. Escolhe um lugar<br />
Deus está em toda a parte mas sempre que possas escolhe<br />
para teu espaço de oração um local cheio de silêncio e de<br />
paz (pode ser a Igreja, o teu quarto, a natureza…).<br />
3. Relaxa e recolhe-te<br />
Ao iniciar a oração há que integrar corpo e espírito:<br />
procurar uma posição confortável, respirar profunda e<br />
calmamente. Calar os ruídos que habitualmente nos<br />
habitam e fazer silêncio interior.<br />
4. Coloca-te na presença de Deus<br />
Pensa que é Deus que vem ao teu encontro, que está em ti!<br />
Rezar é sobretudo isto: descobrir que Deus está contigo e<br />
em ti, na tua história e em tudo o que te envolve. Sente-te na<br />
Sua presença. Ele quer estar contigo.<br />
66
5. Querer estar com Ele<br />
Quem sou eu que vou rezar? Quem é Deus a Quem vou<br />
rezar? Com que sentimentos e humildade o vou fazer?<br />
Pensa que sem o Espírito Santo nada podes fazer, nem<br />
sequer orar.<br />
Formula o teu desejo de estar com Ele, de Lhe ofereceres o<br />
teu tempo e de quereres escutá-Lo: “Senhor, que todas as<br />
minhas intenções, ações e projetos, bem como este tempo<br />
de oração, se orientem para Ti e para fazer a Tua vontade.”.<br />
6. Já no momento de intimidade...<br />
… ao pegares no texto, lê-o lentamente;<br />
… imagina a cena, o lugar, os intervenientes, escuta as<br />
palavras que dizem, como se estivesses lá presente;<br />
… vai saboreando cada palavra e dialogando com Deus,<br />
com Jesus;<br />
… aplica a ti o que vais entendendo, sem pressa, parando<br />
naquilo que mais te interpela.<br />
… Cala e deixa que ressoe em ti a Palavra;<br />
… podes escrever os sentimentos, as passagens<br />
importantes, os desejos e propósitos que te inspira. Assim<br />
vais encontrando o que mais te ajuda a estar com Ele.<br />
… Contempla. Olha com paz e com amor para Jesus e<br />
para tudo o que te quis dizer neste tempo de oração. Olha-O<br />
e deixa-te olhar, para poderes aprender a olhar como Ele a<br />
tua vida, os teus pensamentos, sentimentos e recordações.<br />
67
7. Orar é comprometer-se<br />
Nada é menos alienante que o amor e por isso nada o é<br />
menos que a oração. Oramos, não para que Deus realize os<br />
nossos planos mas para conhecer e sermos capazes de<br />
realizar os planos de Deus. Ao concluir o teu momento de<br />
oração pergunta-Lhe o que quer de ti e dispõe-te a caminhar<br />
nessa direção.<br />
8. Para terminar…<br />
Uma conversa com um amigo nunca se termina de repente,<br />
voltando as costas.<br />
Despede-te, mostrando ao Senhor a tua gratidão pelo tempo<br />
que pudeste estar com Ele.<br />
Faz uma pequena oração final (pode ser um Pai-Nosso, uma<br />
Avé-Maria ou outra).<br />
9. Avalia<br />
Depois de terminada a oração, ajuda sempre pensar:<br />
“Como é que correu? O que mais me ajudou ou prejudicou?<br />
O que faltou?”<br />
Aprende-se a orar, orando, reflectindo sobre a própria<br />
oração e melhorando.<br />
Nunca avalies o proveito <strong>espiritual</strong> da tua oração.<br />
O mais importante é teres querido estar com Ele e<br />
manteres-te fiel a esses momentos de Encontro. Mesmo<br />
quando parece que estás a perder o teu tempo, esse tempo é<br />
precioso aos olhos do Senhor. E Ele trabalha sempre em<br />
nós!<br />
68
Capitulo VIII<br />
Devoções próprias<br />
“«Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os<br />
seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei:<br />
‘Pai santificado seja o »Teu nome...'»" (Lc 11, 1-2)<br />
“Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis;<br />
batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede,<br />
recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.”<br />
(Lc 11, 9-10)<br />
69
O Grupo do Divino Coração cultivará as devoções mais<br />
condizentes com o Carisma e Espiritualidade da<br />
Congregação das Oblatas do Divino Coração.<br />
O mistério central da fé e da vida cristã<br />
O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da<br />
Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados no nome do<br />
Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ficam a ser morada e<br />
pertença de Deus para fazer as obras do Pai, do Filho e do<br />
Espírito Santo.<br />
(Catecismo da Igreja Católica)<br />
Pai Nosso (oração de todo o cristão)<br />
Pai Nosso,<br />
que estais nos céus<br />
santificado seja o Vosso nome,<br />
venha a nós o vosso reino,<br />
seja feita a Vossa vontade<br />
assim na Terra como no Céu.<br />
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,<br />
perdoai-nos as nossas ofensas<br />
assim como nós perdoamos<br />
a quem nos tem ofendido<br />
70
e não nos deixeis cair em tentação,<br />
mas livrai-nos do mal.<br />
(Lucas 11, 1-4)<br />
Símbolo dos Apóstolos (Credo)<br />
São fórmulas articuladas, também chamadas «profissões<br />
de fé» ou «Credo», mediante as quais a Igreja, desde as suas<br />
origens, exprimiu resumidamente e transmitiu a própria fé,<br />
numa linguagem normativa e comum a todos os fiéis.<br />
(Catecismo da Igreja Católica)<br />
Creio em Deus,<br />
Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra;<br />
e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor,<br />
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;<br />
nasceu da Virgem Maria;<br />
padeceu sob Pôncio Pilatos,<br />
foi crucificado, morto e sepultado;<br />
desceu à mansão dos mortos;<br />
ressuscitou ao terceiro dia;<br />
subiu aos Céus,<br />
onde está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,<br />
de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos.<br />
Creio no Espírito Santo.<br />
na santa Igreja Católica;<br />
na comunhão dos Santos;<br />
na remissão dos pecados;<br />
71
na ressurreição da carne;<br />
na vida eterna.<br />
Ámen.<br />
Ámen<br />
A palavra hebraica Ámen, que conclui o último livro da<br />
Sagrada Escritura, algumas orações do Novo Testamento e<br />
as orações litúrgicas da Igreja, significa o nosso «sim»<br />
confiante e total a tudo o que professamos crer, confiando<br />
totalmente n’Aquele que é o «Ámen» (Ap 3,14) definitivo:<br />
Cristo Senhor.<br />
Ao Espírito Santo<br />
(Catecismo da Igreja Católica)<br />
“O Espírito de Deus movia-se "sobre" a superfície<br />
das águas…” (Gn 1, 2)<br />
“Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se<br />
todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo<br />
do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que<br />
encheu toda a casa onde eles se encontravam. Todos<br />
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar<br />
outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se<br />
exprimissem.” (Act 2,1-4)<br />
V. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos<br />
fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor.<br />
72
Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado.<br />
R. E renovareis a face da terra.<br />
Oremos:<br />
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a<br />
luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas<br />
as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por nosso<br />
Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade<br />
do Espírito Santo.<br />
R. Ámen.<br />
Glória ao Pai<br />
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,<br />
como era no princípio, agora e sempre. Ámen.<br />
Novena ao Espírito Santo<br />
Fazei, ó Espírito Divino, Espírito do Pai eterno e do<br />
Unigénito Filho, que eu sempre e em toda a parte Vos diga:<br />
falai Senhor, que o/a vosso/a servo/a escuta!<br />
Espírito de Sabedoria, dirigi todos os meus pensamentos,<br />
palavras e obras, desde o momento presente até à hora da<br />
minha morte.<br />
Espírito de Inteligência, esclarecei-me e ensinai-me.<br />
Espírito de Conselho, dirigi a minha inexperiência.<br />
73
Espírito de Força, fortificai-me na minha fraqueza.<br />
Espírito de Ciência, dissipai a minha ignorância.<br />
Espírito de Piedade, fazei-me perseverar no bem.<br />
Espírito de Temor, livrai-me de todo o mal.<br />
Espírito de Paz, dai-me a Vossa paz dulcíssima.<br />
Espírito Divino, tornai-me fiel no serviço de Deus e<br />
concedei-me a graça de em tudo proceder com bondade e<br />
benevolência, mansidão e fidelidade, caridade e paciência,<br />
alegria e longanimidade.<br />
Adornem as celestes virtudes de modéstia e de pureza o<br />
templo que escolhestes para morada Vossa.<br />
Concedei-me, enfim, ó Espírito de Santidade, que a Vossa<br />
graça omnipotente preserve para sempre a minha alma da<br />
desgraça suprema do pecado. Assim seja.<br />
Pai Nosso; Avé Maria; Glória.<br />
A Nossa Senhora<br />
Como as Oblatas, o Grupo terá a Santíssima Virgem, sob a<br />
invocação de Nossa Senhora de Fátima, como sua Mãe e<br />
Senhora. Nos primeiros Sábados e no dia 13 de cada mês,<br />
celebrar-se-ão especiais atos em honra de Nossa Senhora.<br />
Nesse dia, renove-se a Consagração ao seu Coração<br />
19<br />
Imaculado.<br />
Maria é modelo para toda a vida cristã. Aparece como<br />
19 Cf. Constituições da Congregação das ODC, nº 15<br />
74
aquela que viveu totalmente para Cristo e para o Reino de<br />
Deus, escutando a sua palavra, acreditando nela e vivendo<br />
as suas exigências em todas as circunstâncias, sem entender<br />
muitas coisa mas guardando tudo no seu coração (Lc<br />
2,19.51) e caminhando como peregrina de fé e de<br />
esperança.<br />
Ao mesmo tempo ensina o Grupo do Divino Coração a<br />
viver perto dos outros, interessando-se pelos seus<br />
problemas materiais (Lc 1, 39-45; Jo 2, 1-12) e espirituais<br />
(Act 1, 14). No magnificat convida-nos também a descobrir<br />
Deus presente na história e a reconhecer as maravilhas que<br />
nela realiza.<br />
Imaculada Conceição<br />
Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade<br />
para que fosse a Mãe de seu Filho: para cumprir tal missão,<br />
foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graça de<br />
Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi<br />
preservada do pecado original desde a sua conceição.<br />
(Catecismo da Igreja Católica)<br />
Novena à Imaculada Conceição<br />
Virgem Santíssima, que tanto agradaste ao Senhor e foste<br />
Sua Mãe Imaculada no corpo, na alma, na fé e no amor, por<br />
piedade volvei benigna os olhos para os infelizes que<br />
imploram o Vosso poderoso patrocínio. A serpente<br />
maligna, contra quem foi lançada a primeira maldição,<br />
75
teima em combater e tentar os míseros filhos de Eva. Eia,<br />
bendita Mãe, nossa Rainha e Advogada, que desde o<br />
primeiro instante da Vossa Conceição esmagaste a cabeça<br />
do inimigo! Acolhei as súplicas que, unidos a Vós num só<br />
coração, Vos pedimos apresenteis ante o trono do<br />
Altíssimo, para que nunca nos deixemos cair nas<br />
emboscadas que se nos preparam e para que todos<br />
cheguemos ao porto de salvação. E, no meio de tantos<br />
perigos, a Igreja e a sociedade cantem de novo o hino do<br />
resgate, da vitória e da Paz. Assim seja.<br />
V. Toda sois formosa ó Maria.<br />
R. Toda sois formosa ó Maria.<br />
V. E mácula original não há em vós.<br />
R. E mácula original não há em vós.<br />
V. Vós sois a glória de Jerusalém.<br />
R. Vós a alegria de Israel.<br />
V. Vós a honra do nosso povo.<br />
R. Vós a advogada dos pecadores.<br />
V. Ó Maria.<br />
R. Ó Maria.<br />
V. Virgem prudentíssima.<br />
R. Mãe clementíssima.<br />
V. Rogai por nós.<br />
R. Intercedei por nós junto de Nosso Senhor Jesus Cristo.<br />
76
V. Vós fostes, ó Maria, Imaculada em Vossa Conceição.<br />
R. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes à luz.<br />
Oremos:<br />
Ó Deus, que pela Imaculado Conceição da Virgem Maria,<br />
preparastes a Vosso Filho digna morada, nós Vos pedimos<br />
que, pois A preservastes de toda a mancha pela previsão da<br />
morte de seu mesmo Filho, nos concedais por sua<br />
intercessão, que também puros até Vós cheguemos. Pelo<br />
mesmo Jesus Cristo, Nosso Senhor. Ámen.<br />
Orações que invocam N.ª Sr.ª para os vários<br />
momentos do dia<br />
- "Ângelus" (ou Trindades)<br />
V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.<br />
R. E Ela concebeu do Espírito Santo.<br />
Ave Maria…<br />
V. Eis a escrava do Senhor.<br />
R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.<br />
Ave Maria…<br />
V. E o Verbo Divino encarnou.<br />
R. E habitou no meio de nós.<br />
Ave Maria…<br />
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.<br />
77
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.<br />
Oremos<br />
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas<br />
nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo<br />
conhecemos a Encarnação de Cristo, Vosso Filho, pela sua<br />
Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da<br />
ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho<br />
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.<br />
- Regina Coeli (no Tempo Pascal)<br />
V. Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!<br />
R. Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio.<br />
Aleluia!<br />
V. Ressuscitou como disse. Aleluia!<br />
R. Rogai por nós a Deus. Aleluia!<br />
V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!<br />
R. Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente.<br />
Aleluia!<br />
Oremos<br />
Ó Deus, que enchestes o mundo de alegria com a<br />
ressurreição do Vosso Filho, nosso Senhor Jesus<br />
78
Cristo, concedei, nós vo-lo pedimos, que pela intercessão<br />
da Virgem Maria, Sua Mãe, alcancemos as alegrias da vida<br />
eterna.<br />
Por Cristo, Senhor nosso.<br />
Mistérios do Rosário<br />
Mistérios Gozosos (Segundas e Sábados)<br />
1.º A anunciação do Anjo à Virgem Maria.<br />
2.º A visita de Maria a Santa Isabel.<br />
3.º O nascimento de Jesus em Belém.<br />
4.º A apresentação de Jesus no Templo.<br />
5.º A perda e encontro de Jesus no Templo.<br />
Mistérios Luminosos (Quintas)<br />
1.º O batismo de Jesus no Jordão.<br />
2.º A auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná.<br />
3.º O anúncio do Reino e o convite à conversão.<br />
4.º A transfiguração de Jesus no Tabor.<br />
5.º A instituição da Eucaristia.<br />
Mistérios Dolorosos (Terças e Sextas)<br />
1.º A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras.<br />
79
2.º A flagelação de Jesus.<br />
3.º A coroação de espinhos de Jesus.<br />
4.º Jesus carrega a cruz a caminho do Calvário.<br />
5.º A crucifixão e morte de Jesus na cruz.<br />
Mistérios Gloriosos (Quartas e Domingo)<br />
1.º A ressurreição de Jesus.<br />
2.º A ascensão de Jesus ao céu.<br />
3.º A descida do Espírito Santo.<br />
4.º A assunção da Santíssima Virgem ao céu.<br />
5.º A coroação de Nossa Senhora, como Rainha do céu e da<br />
terra.<br />
Salve Rainha<br />
Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida,<br />
doçura, esperança nossa, salve!<br />
A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.<br />
A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de<br />
lágrimas.<br />
Eia, pois, advogada nossa,<br />
esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei.<br />
E, depois deste desterro, nos mostrai Jesus,<br />
bendito fruto do Vosso ventre.<br />
Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.<br />
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,<br />
80
para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Ámen.<br />
Consagração a Nossa Senhora<br />
Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço todo(a) a<br />
vós, e em prova da minha devoção para convosco, Vos<br />
consagro neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus<br />
ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o<br />
meu ser. E porque assim sou vosso(a), ó incomparável<br />
Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa.<br />
Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa.<br />
Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.<br />
"Lembrai-vos" (Oração de S. Bernardo)<br />
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu<br />
dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa<br />
protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o<br />
vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu,<br />
pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas<br />
singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo<br />
sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos<br />
pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de<br />
Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de<br />
me alcançar o que Vos rogo.<br />
Assim seja<br />
81
Consagração ao Imaculado Coração de Maria<br />
Virgem Santíssima, poderosa Mãe de Deus e terna Mãe dos<br />
homens, Senhora, Rainha e Mãe do povo português,<br />
quando, por um excesso de maternal carinho, Vos dignaste<br />
aparecer em Fátima a três humildes e inocentes<br />
pastorinhos, manifestastes o ardente desejo de que o mundo<br />
se voltasse para o Vosso Coração e a ele se consagrasse, a<br />
fim de aplacar a justiça divina ofendida e obter a Paz.<br />
Desejando nós, como filhos submissos, corresponder na<br />
medida das nossas forças aos vossos reiterados pedidos, e<br />
para melhor chegarmos ao Coração de Jesus, para o qual<br />
Vós sois o caminho fácil e seguro, vimos hoje, ó Mãe<br />
amorosíssima, consagrar-nos plena e irrevogavelmente ao<br />
Vosso Imaculado Coração. Reinai pois, Senhora, sobre esta<br />
família que Vos pertence e sobre cada um de nós, que somos<br />
vossos e vossos queremos ser na prosperidade e na<br />
adversidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,<br />
na vida e na morte.<br />
Reinai, Coração Imaculado, nas nossas inteligências, que<br />
serão sempre dóceis aos ensinamentos do Vosso Filho e da<br />
Sua Igreja; reinai em nossas vontades, conduzindo-as pelo<br />
caminho da virtude que nos traçaste com Vossos exemplos,<br />
numa submissão plena à vontade de Deus; reinai em nossos<br />
corações, que só desejam arder de amor para convosco e<br />
para com Jesus.<br />
Ó Coração de Maria, Coração de Mãe piedosíssima e de<br />
Rainha das Virgens, guardai em Vós o nosso coração.<br />
Nós queremos ser puros como Vós, queremos desagravar-<br />
82
Vos de tantos crimes contra vós e contra Jesus cometidos;<br />
queremos atrair sobre nós e sobre o mundo o reinado da<br />
Paz, na justiça e na caridade. Por isso aqui prometemos<br />
imitar as vossas virtudes na prática de uma vida cristã sem<br />
respeitos humanos.<br />
Aceitai, Mãe amorosíssima, a homenagem desta nossa<br />
consagração. Guardai-nos sempre em Vosso Coração<br />
materno, não nos deixeis cair na tentação, defendei-nos de<br />
todos os perigos e, ao terminar o nosso exílio na terra, abrinos<br />
de par em par as portas do Céu, onde cantaremos para<br />
sempre com os Anjos e os Santos, os Vossos louvores e a<br />
glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim seja.<br />
Ladainha de Nossa Senhora<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, tende piedade de nós.<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, ouvi-nos.<br />
Jesus Cristo, atendei-nos.<br />
Pai celeste que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade<br />
de nós.<br />
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade<br />
de nós.<br />
Santa Maria, rogai por nós.<br />
Santa Mãe de Deus, rogai por nós.<br />
Santa Virgem das virgens, rogai por nós.<br />
(Catecismo da Igreja Católica)<br />
83
Mãe de Jesus Cristo, rogai por nós.<br />
Mãe da divina graça, rogai por nós.<br />
Mãe puríssima, rogai por nós.<br />
Mãe castíssima, rogai por nós.<br />
Mãe imaculada, rogai por nós.<br />
Mãe intacta, rogai por nós.<br />
Mãe amável, rogai por nós.<br />
Mãe admirável, rogai por nós.<br />
Mãe do bom conselho, rogai por nós.<br />
Mãe do Criador, rogai por nós.<br />
Mãe do Salvador, rogai por nós.<br />
Mãe da Igreja, rogai por nós.<br />
Virgem prudentíssima, rogai por nós.<br />
Virgem venerável, rogai por nós.<br />
Virgem louvável, rogai por nós.<br />
Virgem poderosa, rogai por nós.<br />
Virgem clemente, rogai por nós.<br />
Virgem fiel, rogai por nós.<br />
Espelho de justiça, rogai por nós.<br />
Sede de sabedoria, rogai por nós.<br />
Causa da nossa alegria, rogai por nós.<br />
Vaso <strong>espiritual</strong>, rogai por nós.<br />
Vaso honorífico, rogai por nós.<br />
Vaso insigne de devoção, rogai por nós.<br />
Rosa mística, rogai por nós.<br />
Torre de David, rogai por nós.<br />
Torre de marfim, rogai por nós.<br />
Casa de ouro, rogai por nós.<br />
Arca da aliança, rogai por nós.<br />
84
Porta do céu, rogai por nós.<br />
Estrela da manhã, rogai por nós.<br />
Saúde dos enfermos, rogai por nós.<br />
Refúgio dos pecadores, rogai por nós.<br />
Consoladora dos aflitos, rogai por nós.<br />
Auxílio dos cristãos, rogai por nós.<br />
Rainha dos anjos, rogai por nós.<br />
Rainha dos patriarcas, rogai por nós.<br />
Rainha dos profetas, rogai por nós.<br />
Rainha dos apóstolos, rogai por nós.<br />
Rainha dos mártires, rogai por nós.<br />
Rainha dos confessores, rogai por nós.<br />
Rainha das virgens, rogai por nós.<br />
Rainha de todos os santos, rogai por nós.<br />
Rainha concebida sem pecado original, rogai por nós.<br />
Rainha elevada ao céu em corpo e alma, rogai por nós.<br />
Rainha do sacratíssimo Rosário, rogai por nós.<br />
Rainha da paz, rogai por nós.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
perdoai-nos Senhor.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
ouvi-nos Senhor.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
tende piedade de nós.<br />
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,<br />
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.<br />
85
Oremos:<br />
Concedei, Senhor, aos vossos servos perpétua saúde de<br />
alma e de corpo para que pela gloriosa intercessão da bemaventurada<br />
Virgem Maria, sejamos livres da presente<br />
tristeza e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso<br />
Senhor.<br />
Ámen<br />
Ao Coração de Jesus<br />
Jesus<br />
Dado pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome<br />
«Jesus» significa «Deus salva». Exprime a sua identidade e<br />
a sua missão,"porque é Ele que salvará o seu povo dos seus<br />
pecados" (Mt 1, 21). Pedro afirma que «não existe debaixo<br />
do céu outro Nome dado aos homens pelo qual possamos<br />
ser salvos» (Act 4,12).<br />
Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração humano.<br />
O Seu coração trespassado para nossa salvação é o símbolo<br />
daquele infinito amor com o qual Ele ama o Pai e cada um<br />
dos homens.<br />
O Grupo tem como seu titular o Sagrado Coração de Jesus.<br />
Celebrará com solenidade a Sua festa litúrgica e dedicarlhe-á<br />
todo o mês de Junho e as primeiras sextas-feiras de<br />
20<br />
cada mês.<br />
20 Cf. Constituições da Congregação das ODC, nº 14<br />
86
Novena ao Sagrado Coração de Jesus<br />
V. Deus, vinde em nosso auxílio.<br />
R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.<br />
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,<br />
R. Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.<br />
Adorações profundas do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Amor ardente do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Zelo fervoroso do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Reparações do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Acções de graças do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Firme confiança do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Orações abrasadas do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Humildade do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Silêncio eloquente do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Obediência do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Doçura e paz do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Bondade inefável do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Recolhimento profundo do Coração de Jesus, eu me uno a<br />
Vós.<br />
Sofrimentos e sacrifícios do Coração de Jesus, eu me uno a<br />
Vós.<br />
Paciência infinita do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
87
Dores interiores do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Resignação do Coração de Jesus, eu me uno a Vós.<br />
Intenções, desejos e vontades do Coração de Jesus, eu me<br />
uno a Vós.<br />
Oremos: Senhor Jesus, ofereço-Vos esta devoção, durante<br />
a qual desejo amar-Vos, glorificar-Vos e mais que tudo,<br />
consolar com o meu amor o Vosso adorável Coração.<br />
Aceitai nesta intenção os meus pensamentos, ações e<br />
sofrimentos. Recebei, sobretudo, o meu coração que Vos<br />
entrego totalmente para ser consumido no fogo do Vosso<br />
puro amor.<br />
Ámen.<br />
Ladainha do Sagrado Coração de Jesus<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, tende piedade de nós.<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, ouvi-nos.<br />
Jesus Cristo, atendei-nos.<br />
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade<br />
de nós.<br />
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,<br />
tende piedade de nós.<br />
Coração de Jesus, Filho do Pai eterno,<br />
88
tende piedade de nós.<br />
Coração de Jesus,<br />
formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,<br />
tende piedade de nós.<br />
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de<br />
Deus, tende piedade de nós.<br />
Coração de Jesus, majestade infinita, tende piedade de<br />
nós.<br />
Coração de Jesus, templo santo de Deus, tende piedade<br />
de nós<br />
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, tende<br />
piedade de nós<br />
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do Céu,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,<br />
tende piedade de nós.<br />
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus,<br />
no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência,<br />
tende piedade de nós<br />
89
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da<br />
divindade,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, no qual o Pai põe todas as suas<br />
complacências,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, de cuja plenitude todos nós<br />
participamos,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, desejado desde toda a eternidade,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, paciente e de muita misericórdia,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, rico para todos que vos invocam,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, propiciação por nossos pecados,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, saturado de opróbrios,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, esmagado de dor por causa dos nossos<br />
pecados,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, feito obediente até a morte,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, atravessado pela lança,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,<br />
90
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, vítima dos pecadores,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, esperança dos que morrem em vós,<br />
tende piedade de nós<br />
Coração de Jesus, delícias de todos os santos,<br />
tende piedade de nós<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
perdoai-nos, Senhor.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
ouvi-nos Senhor.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
tende piedade de nós.<br />
R. Jesus, manso e humilde de coração.<br />
V. Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.<br />
Oremos: Deus Omnipotente e Eterno, olhai o Coração do<br />
vosso amado Filho e os louvores e reparações que pelos<br />
pecadores vos tem tributado; e aos que invocam a Vossa<br />
91
misericórdia, Vós, aplacado, sede fácil no perdão, pelo<br />
mesmo Jesus Cristo que Convosco vive e reina para<br />
sempre, na unidade do Espírito Santo.<br />
Ámen.<br />
A S. José<br />
A vós, São José, recorremos em nossa tribulação, e cheios<br />
de confiança, solicitamos o vosso patrocínio. Pelo laço<br />
sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe<br />
de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino<br />
Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar<br />
benigno sobre nós, que somos a herança que Jesus Cristo<br />
conquistou com o seu sangue, e nos socorrais nas nossas<br />
necessidades, com o vosso auxílio e poder.<br />
Protegei, ó guarda providente da divina família, o povo<br />
eleito de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó pai<br />
amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos, do alto<br />
do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o<br />
poder das trevas, e assim como outrora salvastes a vida<br />
ameaçada do Menino Jesus, defendei agora a santa Igreja<br />
de Deus das ciladas dos seus inimigos e de toda a<br />
adversidade.<br />
Amparai a cada um de nós com o vosso constante<br />
patrocínio, a fim de que, sustentados com o vosso<br />
auxílio, possamos viver virtuosamente, piedosamente<br />
morrer e obter no Céu a eterna bem-aventurança.<br />
Ámen.<br />
92
Ladainha de S. José<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, tende piedade de nós.<br />
Senhor, tende piedade de nós.<br />
Jesus Cristo, ouvi-nos.<br />
Jesus Cristo atendei-nos.<br />
Pai do Céu que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade<br />
de nós.<br />
Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.<br />
Santíssima Trindade que sois um só Deus,<br />
tende piedade de nós.<br />
Santa Maria, rogai por nós.<br />
S. José, rogai por nós.<br />
Honra da família de David, rogai por nós.<br />
Glória dos Patriarcas, rogai por nós.<br />
Esposo da Mãe de Deus rogai por nós.<br />
Castíssimo guardião da Virgem, rogai por nós.<br />
Amparo do Filho de Deus, rogai por nós.<br />
Vigilante defensor de Cristo, rogai por nós.<br />
Chefe da Sagrada Família, rogai por nós.<br />
José justíssimo, rogai por nós.<br />
José castíssimo, rogai por nós.<br />
José prudentíssimo, rogai por nós.<br />
José fortíssimo, rogai por nós.<br />
José fidelíssimo, rogai por nós.<br />
Espelho de paciência, rogai por nós.<br />
Amante da pobreza, rogai por nós.<br />
Modelo dos trabalhadores, rogai por nós.<br />
93
Glória dos lares, rogai por nós.<br />
Guardião das virgens, rogai por nós.<br />
Sustentáculo das famílias, rogai por nós.<br />
Consolo dos infelizes, rogai por nós.<br />
Esperança dos enfermos, rogai por nós.<br />
Advogado dos moribundos, rogai por nós.<br />
Terror dos demónios, rogai por nós.<br />
Protetor da Santa Igreja, rogai por nós.<br />
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,<br />
perdoai-nos Senhor!<br />
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,<br />
ouvi-nos Senhor!<br />
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,<br />
tende piedade de nós Senhor!<br />
V/ Ele o constituiu Senhor da sua casa.<br />
R/ E o fez príncipe de todos os seus bens.<br />
Oremos: Ó Deus, cuja inegável providência se dignou<br />
escolher o bem-aventurado S. José para esposo de Vossa<br />
Mãe Santíssima, fazei que venerando-o como protector na<br />
terra, mereçamos tê-lo como nosso intercessor no Céu.<br />
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus<br />
convosco, na unidade do Espírito Santo. Ámen.<br />
Novena<br />
Período de devoção e oração pública ou particular com a<br />
94
duração de nove dias, dedicando-se em cada dia um tempo<br />
indeterminado até se completar a Novena.<br />
É empregada no catolicismo como um período no qual se<br />
obtêm graças especiais. A tradição começou pelo facto de<br />
os Apóstolos se terem reunido para rezar durante os nove<br />
dias entre a Ascensão de Jesus Cristo ao Céu e a descida do<br />
Espírito Santo (cf. Act 1, 3; 2,1), com a comunidade cristã,<br />
com Maria e algumas mulheres. Foi a primeira novena<br />
cristã.<br />
O número 9 possui ainda um significado especial no culto<br />
católico, por ser igual ao quadrado de 3, número esse<br />
considerado perfeito por estar relacionado com a<br />
Santíssima Trindade.<br />
Outras Orações<br />
Oração Sacerdotal<br />
Coração Sacerdotal de Jesus, multiplicai os Sacerdotes<br />
Coração Sacerdotal de Jesus, santificai os Sacerdotes<br />
Coração Sacerdotal de Jesus, actuai pelos Sacerdotes<br />
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Rainha do Clero,<br />
rogai pelo Santo Padre, pelos nossos Bispos,<br />
pelo Clero e pelos nossos Seminários.<br />
95
Oração para as Refeições<br />
Antes das refeições:<br />
Abençoai-nos, Senhor e ao alimento que vamos tomar. Que<br />
repare as nossas forças para melhor Vos servir e amar.<br />
Glória ao Pai…<br />
Depois das refeições:<br />
Nós Vos damos graças, Senhor, pelos vossos benefícios, a<br />
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.<br />
Ámen.<br />
Oração pela Diocese de Beja (adaptada)<br />
Amabilíssimo Redentor!<br />
Só Vós, que tendes palavras de vida eterna, podeis iluminar<br />
as inteligências sequiosas de verdade e podeis encher o<br />
vazio imenso dos corações sempre inquietos na procura da<br />
felicidade, que não encontram nas criaturas, porque só Vós<br />
a podeis dar.<br />
Eis-nos, pois, a vossos pés a implorar para a Diocese de<br />
Beja a luz divina da Fé e a abundância da vida sobrenatural<br />
que a transforme e santifique.<br />
Amabilíssimo Jesus! Pelo Vosso Coração adorável, pelo<br />
Vosso Sangue e pelas Vossas Chagas benditas, por<br />
intercessão da Virgem Senhora da Conceição, de S. José, de<br />
S. Sisenando e de S. Nuno de Santa Maria, convertei a<br />
Diocese ao fervor de outros tempos, à profissão verdadeira<br />
da fé, à vivência dos Sacramentos e à atenção e amor ao<br />
96
próximo.<br />
Ámen.<br />
Oração pelas Vocações<br />
Senhor da messe e pastor do rebanho:<br />
faz ressoar em nossos ouvidos<br />
o teu forte e suave convite: “Vem e segue-Me”!<br />
Derrama sobre nós o Teu Espírito:<br />
que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho<br />
e generosidade para seguir a tua voz.<br />
Senhor que a messe não se perca por falta de operários.<br />
Desperta as nossas comunidades para a missão.<br />
Ensina a nossa vida a ser serviço.<br />
Fortalece os que querem dedicar-se ao reino na vida<br />
religiosa.<br />
Senhor da messe e pastor do rebanho,<br />
chama-nos para o serviço da Tua Igreja.<br />
Maria mãe da Igreja ajuda-nos a responder “sim”.<br />
Ámen.<br />
(Comissão Episcopal das vocações e ministérios,<br />
49ª semana das vocações, 22 a 29 de Abril de 2012)<br />
97
98
Capitulo IX<br />
Datas Históricas<br />
“Os aniversários felizes inundam-nos de alegria e devem<br />
ser sempre princípio de um futuro que começa com<br />
promessas de vida nova.”<br />
(D. José do Patrocínio Dias, 1937)<br />
99
Síntese de uma vida<br />
22 de Fevereiro de 1922 – D. José entra na Diocese de Beja como<br />
Bispo<br />
15 de Maio de 1926 – Nasce na cidade de Beja a Congregação das<br />
Oblatas do Divino Coração<br />
Ano de 1936 – Organização do grupo como Congregação religiosa<br />
16 de Fevereiro de 1944 – Inauguração da Casa de Stª Maria<br />
24 de Maio de 1948 – Inicio da vida de Comunidade da Casa de Stª<br />
Maria<br />
03 de Janeiro de 1949 – Foi dado ao grupo o nome: Congregação<br />
das Oblatas do Divino Coração e o dia em que pela primeira vez<br />
vestiram o hábito<br />
13 de Janeiro de 1951 – Chegou de Roma a regra aprovada com<br />
data de 29 de Dezembro de 1950 (ano Santo)<br />
08 de Dezembro de 1953 – D. José do Patrocínio Dias escreve a<br />
carta Pastoral “Veemente apelo pastoral – o Amparo dos pobres”<br />
15 de Maio de 1990 – Revisão das primeiras Constituições, com D.<br />
Manuel Falcão, Bispo de Beja e sua consequente aprovação<br />
Julho de 1991 – Aprovação do Diretório em Assembleia Geral da<br />
Congregação das Oblatas do Divino Coração<br />
15 de Maio de 2006 – Nasce o Grupo do Divino Coração, no<br />
Santuário de Cristo Rei, Almada<br />
04 de Fevereiro de 2012 – Celebração e Exposição comemorativa<br />
dos 90 anos da entrada de D. José na Diocese<br />
15 de Maio de 2016 – Celebração dos 90 anos da Fundação da<br />
Congregação das Oblatas do Divino Coração<br />
15 de Maio de 2016 – Celebração dos 10 anos do nascimento do<br />
Grupo do Divino Coração<br />
100
Bibliografia<br />
Arquivo histórico da Congregação das Oblatas do Divino Coração.<br />
BENTO XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 2010.<br />
BENTO XVI; Insegnamenti, vol. IX/2; Carta ao Padre Peter-Hans<br />
Kolvenbach, S.J., nos 50 anos da Encíclica Haurietis aquas; 1986,<br />
pg. 843.<br />
Bíblia Sagrada.<br />
Catecismo da Igreja Católica.<br />
Constituições das Oblatas do Divino Coração, 1951.<br />
Constituições das Oblatas do Divino Coração, 1990.<br />
Devocionário das Oblatas do Divino Coração.<br />
DIAS, José do Patrocínio, Alocução Pastoral da entrada solene em<br />
Beja; 5 de Fevereiro de 1922.<br />
DIAS, José do Patrocínio, Carta Pastoral Veemente apelo pastoral;<br />
1953.<br />
Diretório das Oblatas do Divino Coração.<br />
Estatutos do Grupo do Divino Coração.<br />
FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium; 24 de<br />
Novembro de 2013.<br />
MAGALHÃES, Vasco Pinto in Cuidar da Casa Comum. Revista<br />
Mensageiro do Coração de Jesus; Fevereiro de 2016.<br />
OBLATAS, Nascidas no Alentejo, Paulinas Editora; Maio de 2009.<br />
PAULO VI, Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi; 8 de<br />
Dezembro de 1975.<br />
WIKIPÉDIA<br />
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