O Grande Conflito por Ellen G Harmon-White
O Grande Conflito há de assumir proporções cada vez maiores até o seu final desenlace. Em todas as épocas a ira de mal esteve voltada contra a o bem. À medida que cada geração se aproxima da seu tempo de crise, o mal há de agir com redobrada energia - devotado a uma obra de repressão, destruição, corrupção, crueldade e engano. Contudo, toda vez, campeões bravos da direita tenham surgido que lutaram com força sobre-humana para a causa da verdade. E o conflito agudo e amargo desenvolvido nessa luta de longos séculos culminará no conflito final. É nesse tempo cheio de perigos no qual ele vai irromper uma intervenção poderoso e maravilhosa. O Grande Conflito há de assumir proporções cada vez maiores até o seu final desenlace. Em todas as épocas a ira de mal esteve voltada contra a o bem. À medida que cada geração se aproxima da seu tempo de crise, o mal há de agir com redobrada energia - devotado a uma obra de repressão, destruição, corrupção, crueldade e engano. Contudo, toda vez, campeões bravos da direita tenham surgido que lutaram com força sobre-humana para a causa da verdade. E o conflito agudo e amargo desenvolvido nessa luta de longos séculos culminará no conflito final. É nesse tempo cheio de perigos no qual ele vai irromper uma intervenção poderoso e maravilhosa.
O Grande Conflito Os representantes de Roma, exultantes pelo triunfo antecipado, tinham ido a Bade ornamentados com as mais ricas vestes e resplendentes de jóias. Viviam luxuosamente e sua mesa era servida com as mais custosas iguarias e seletos vinhos. O peso de seus deveres eclesiásticos era aliviado através de divertimentos e festejos. Em assinalado contraste apareciam os reformadores, que eram vistos pelo povo como sendo pouco melhores do que um grupo de pedintes, e cuja alimentação frugal os conservava apenas pouco tempo à mesa. O hospedeiro de Oecolampadius, procurando ocasião de observá-lo em seu quarto, encontrava-o sempre empenhado no estudo ou em oração e, maravilhandose grandemente, referiu que o herege era, ao menos, “muito religioso”. Na conferência, “Eck altivamente subiu a um púlpito esplendidamente ornamentado, enquanto o humilde Oecolampadius, mediocremente vestido, foi obrigado a tomar assento defronte de seu oponente, em um banco tosco.” — D’Aubigné. A voz tonitruante e ilimitada confiança de Eck nunca lhe faltaram. Seu zelo era estimulado pela esperança do ouro bem como de renome; pois o defensor da fé deveria ser recompensado com paga liberal. Quando melhores argumentos falhavam, recorria a insultos e mesmo a blasfêmias. Oecolampadius, modesto e não confiante em si próprio, arreceara-se do combate, e para ele entrara com esta solene confissão: “Não reconheço outra norma para julgar a não ser a Palavra de Deus.” — D’Aubigné. Posto que gentil e cortês nas maneiras, mostrou-se capaz e persistente. Enquanto os católicos, romanos, segundo seu hábito, apelavam para os costumes da igreja como autoridade, o reformador apegava-se firmemente às Escrituras Sagradas. “O costume”, dizia ele, “não tem força alguma em nossa Suíça, a menos que esteja de acordo com a constituição; ora, em assunto de fé, a Bíblia é a nossa constituição.” — D’Aubigné. O contraste entre os dois contendores não era destituído de efeito. O raciocínio calmo, claro, do reformador, tão gentil e modestamente apresentado, falava aos espíritos que se desviavam desgostosos das afirmações jactanciosas e violentas de Eck. A discussão continuou por dezoito dias. Em seu termo, os representantes do papa, com grande confiança, pretenderam a vitória. A maior parte dos delegados ficaram ao lado de Roma, e a Dieta declarou vencidos os reformadores, e notificou que eles, juntamente com Zwínglio, seu chefe, estavam separados da igreja. Mas os frutos da conferência revelaram de que lado estava a vantagem. A contenda resultou em forte impulso para a causa protestante, e não muito tempo depois, as importantes cidades de Berna e Basiléia se declararam pela Reforma. 119
O Grande Conflito Capítulo 10 — A Europa Desperta O desaparecimento misterioso de Lutero excitara consternação em toda a Alemanha. Ouviam-se por toda parte indagações a respeito dele. Circulavam os mais disparatados rumores, e muitos criam que ele tivesse sido assassinado. Houve grande lamentação, não somente por seus amigos declarados, mas por milhares que não haviam abertamente assumido atitude pela Reforma. Muitos se comprometiam, sob juramento solene, a vingar-lhe a morte. Os chefes romanistas viram com terror até que ponto haviam atingido os sentimentos contra eles. Conquanto a princípio jubilosos com a suposta morte de Lutero, logo desejaram ocultar-se à ira do povo. Seus inimigos não haviam sido tão perturbados com seus arrojadíssimos atos enquanto se achava entre eles,como o foram com o seu afastamento. Aqueles que em sua cólera haviam procurado destruir o ousado reformador, estavam cheios de temor agora que ele se tornara um cativo indefeso. “O único meio que resta de nos salvarmos”, disse um, “consiste em acendermos tochas e sairmos à procura de Lutero pelo mundo inteiro, a fim de reintegrá-lo à nação que por ele está chamando.” — D’Aubigné. O edito do imperador parecia tornar-se impotente. Os legados papais estavam cheios de indignação, ao ver que o edito se impunha muito menos à atenção do que a sorte de Lutero. As notícias de que ele estava em segurança, embora prisioneiro, acalmavam os temores do povo, ao passo que ainda mais suscitavam o entusiasmo a seu favor. Seus escritos eram lidos com maior avidez do que nunca dantes. Um número crescente de pessoas aderia à causa do heróico homem que, em tão terrível contenda, defendera a Palavra de Deus. A Reforma estava constantemente ganhando forças. Germinara por toda parte a semente que Lutero lançara. Sua ausência cumpriu uma obra que sua presença não teria conseguido realizar. Outros obreiros sentiram nova responsabilidade, agora que seu grande chefe fora removido. Com nova fé e fervor, avançaram para fazer tudo que estivesse em seu poder, a fim de que não fosse impedida a obra tão nobremente iniciada. Mas Satanás não estava ocioso. Passou a tentar o que havia experimentado em todos os outros movimentos de reforma — enganar e destruir o povo apresentando-lhe uma contrafação em lugar da verdadeira obra. Assim como houve falsos cristos no primeiro século da igreja cristã, surgiram também falsos profetas no século XVI. Alguns homens, profundamente impressionados com a agitação que ia pelo mundo religioso, imaginavam haver recebido revelações especiais do Céu, e pretendiam ter sido divinamente incumbidos de levar avante, até à finalização, a Reforma que, declaravam, apenas fora iniciada debilmente por Lutero. Na verdade,estavam desfazendo o mesmo trabalho que ele realizara. Rejeitavam o grande princípio que era o próprio fundamento da Reforma — que a Palavra de Deus é a todo-suficiente regra de fé e prática; e substituíram aquele guia infalível pela norma mutável, incerta, 120
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O desaparecimento misterioso de Lutero excitara consternação em toda a Alemanha. Ouviam-se<br />
<strong>por</strong> toda parte indagações a respeito dele. Circulavam os mais disparatados rumores, e muitos criam<br />
que ele tivesse sido assassinado. Houve grande lamentação, não somente <strong>por</strong> seus amigos declarados,<br />
mas <strong>por</strong> milhares que não haviam abertamente assumido atitude pela Reforma. Muitos se<br />
comprometiam, sob juramento solene, a vingar-lhe a morte.<br />
Os chefes romanistas viram com terror até que ponto haviam atingido os sentimentos contra eles.<br />
Conquanto a princípio jubilosos com a suposta morte de Lutero, logo desejaram ocultar-se à ira do<br />
povo. Seus inimigos não haviam sido tão perturbados com seus arrojadíssimos atos enquanto se achava<br />
entre eles,como o foram com o seu afastamento. Aqueles que em sua cólera haviam procurado destruir<br />
o ousado reformador, estavam cheios de temor agora que ele se tornara um cativo indefeso. “O único<br />
meio que resta de nos salvarmos”, disse um, “consiste em acendermos tochas e sairmos à procura de<br />
Lutero pelo mundo inteiro, a fim de reintegrá-lo à nação que <strong>por</strong> ele está chamando.” — D’Aubigné.<br />
O edito do imperador parecia tornar-se impotente. Os legados papais estavam cheios de indignação,<br />
ao ver que o edito se impunha muito menos à atenção do que a sorte de Lutero.<br />
As notícias de que ele estava em segurança, embora prisioneiro, acalmavam os temores do povo,<br />
ao passo que ainda mais suscitavam o entusiasmo a seu favor. Seus escritos eram lidos com maior<br />
avidez do que nunca dantes. Um número crescente de pessoas aderia à causa do heróico homem que,<br />
em tão terrível contenda, defendera a Palavra de Deus. A Reforma estava constantemente ganhando<br />
forças. Germinara <strong>por</strong> toda parte a semente que Lutero lançara. Sua ausência cumpriu uma obra que<br />
sua presença não teria conseguido realizar. Outros obreiros sentiram nova responsabilidade, agora que<br />
seu grande chefe fora removido. Com nova fé e fervor, avançaram para fazer tudo que estivesse em<br />
seu poder, a fim de que não fosse impedida a obra tão nobremente iniciada.<br />
Mas Satanás não estava ocioso. Passou a tentar o que havia experimentado em todos os outros<br />
movimentos de reforma — enganar e destruir o povo apresentando-lhe uma contrafação em lugar da<br />
verdadeira obra. Assim como houve falsos cristos no primeiro século da igreja cristã, surgiram também<br />
falsos profetas no século XVI. Alguns homens, profundamente impressionados com a agitação que ia<br />
pelo mundo religioso, imaginavam haver recebido revelações especiais do Céu, e pretendiam ter sido<br />
divinamente incumbidos de levar avante, até à finalização, a Reforma que, declaravam, apenas fora<br />
iniciada debilmente <strong>por</strong> Lutero. Na verdade,estavam desfazendo o mesmo trabalho que ele realizara.<br />
Rejeitavam o grande princípio que era o próprio fundamento da Reforma — que a Palavra de Deus é<br />
a todo-suficiente regra de fé e prática; e substituíram aquele guia infalível pela norma mutável, incerta,<br />
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