Revista Meus Peixes 04
Revista de aquarismo brasileiro Revista de aquarismo brasileiro
Nº 4 – Agosto/2016 Visite a Exposição Norte Americana de Discos 2016 Boa leitura! INTERZOO 2016 Descubra os hábitos e particularidades do peixe que está arrasando nas telas, e ajude a protegê-lo! Marcelo Jodar 1LOVE1VISION Conheça a história da United Flowerhorn Association 1
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Nº 4 – Agosto/2016<br />
Visite a Exposição Norte<br />
Americana de Discos 2016<br />
Boa leitura!<br />
INTERZOO 2016<br />
Descubra os hábitos e particularidades<br />
do peixe que está arrasando nas telas,<br />
e ajude a protegê-lo!<br />
Marcelo Jodar<br />
1LOVE1VISION<br />
Conheça a história da<br />
United Flowerhorn<br />
Association<br />
1
2
Finalmente saiu a edição número 4!!!<br />
Deu trabalho, muuuito trabalho a todos os amigos engajados<br />
neste projeto. Cada dia é um novo desafio para conciliar o tempo com<br />
nossas outras atividades e a pesquisa e redação da revista, a fim de<br />
sempre trazer novidades e temas interessantes a todos os aquaristas,<br />
seja de que área for.<br />
Pensando nisso, e prezando por uma revista de qualidade e não<br />
apenas um periódico sem conteúdo relevante, decidimos que a partir da<br />
próxima edição, a número 5, nossa publicação passará a ser bimestral.<br />
Assim garantimos a qualidade da revista e suas matérias, e<br />
teremos a certeza de estar contribuindo com o aquarismo nacional.<br />
Nesta edição contamos um pouco da história da UFA e dos<br />
homens que a criaram. Também cobrimos a exposição norte americana<br />
de discos, organizada pela NADA, com imagens de peixes incríveis!<br />
Outra grande novidade foi a chegada de mais um colaborador<br />
que agrega conhecimento técnico a nossa revista, estamos falando do<br />
amigo e veterinário Pedro Cardoso, especialista na área ictiológica.<br />
Além disso, nossas seções apresentam matérias muito<br />
interessantes, escritas com carinho e habilidade pelos nossos já<br />
tradicionais amigos.<br />
Mais uma vez espero que apreciem nosso trabalho, e até outubro<br />
pessoal!<br />
Marcelo C. Jodar<br />
3
SUMÁRIO<br />
5 Fale Conosco<br />
6 Notícias, novidades e lançamentos<br />
7 Personalidade - Albert De La Cruz e Hai Trinh<br />
12 A importância da quarentena para animais aquáticos<br />
ornamentais<br />
18 A diversidade de espécies de acará-disco na<br />
Amazônia<br />
24 Dactylogirus ou vermes das guelras – Doctor Fish<br />
26 Falta de apetite e perda de peso – É bom saber<br />
29 2016 North American Discus Show– Pelo mundo<br />
38 O mundo colorido do Blue Tang – Especial<br />
45 Fonte de fosfato, o que é?– Aquário marinho<br />
49 Os aquários da galera – Aquário do mês<br />
50 Lago Victoria– O mundo dos ciclídeos africanos<br />
53 Agradecimentos<br />
4
FALE CONOSCO<br />
Sua participação é muito importante para ajudar-nos a escrever<br />
esta revista. Afinal ela é feita de aquarista para aquarista e ninguém<br />
melhor do que você para dizer o que gostaria de ler na próxima edição!<br />
Pensando nisso disponibilizamos:<br />
• Endereço eletrônico: contatomeuspeixes@gmail.com<br />
• Telefone/whats app: (53)81131305<br />
OS LEITORES CUJAS SUGESTÕES DE MATÉRIAS FOREM<br />
APROVADAS E PUBLICADAS GANHARÃO PRÊMIOS DE<br />
NOSSA REVISTA!<br />
(Não é necessário escrever a matéria, apenas sugerir um tema)<br />
“Show de bola Marcelo!.<br />
Parabéns pela edição!” – Evandro<br />
5
NOTÍCIAS, NOVIDADES E<br />
LANÇAMENTOS<br />
A <strong>Revista</strong> MEUPEIXES.COM agora vai dar<br />
prêmios!<br />
Isso mesmo! Se você não leu a seção FALE CONOSCO, não ficou<br />
sabendo. Mas é isso mesmo! Os leitores que sugerirem matérias para<br />
serem publicadas e tiverem suas sugestões aprovadas e publicadas,<br />
ganharão prêmios da marca de produtos para aquários AQUA-HEALTH.<br />
ATENÇÃO: NÃO PRECISA ESCREVER A MATÉRIA NÃO, APENAS<br />
SUGERIR UM TEMA que gostaria de saber mais um pouco. Se ele for<br />
aprovado, um de nossos colaboradores irá preparar uma matéria com o<br />
assunto e quem vai ganhar o prêmio além de ter seu nome divulgado na<br />
revista será o leitor que sugeriu o assunto.<br />
Da mesma forma, os leitores que tiverem as fotos de seus aquários<br />
publicadas em nossa revista, ganharão prêmios que também serão<br />
produtos da marca AQUA-HEALTH.<br />
6
PERSONALIDADE<br />
Albert de La Cruz e Hai<br />
Trinh<br />
Org. Marcelo Jodar<br />
A história de como nasceu a UFA e a FFH<br />
Em 2011, Albert de La Cruz teve uma idéia que iria em breve<br />
revolucionar o hobby de flowerhorn. Seu amor e paixão com esta<br />
espécie começou quando ele começou a participar da maioria das<br />
páginas da net sobre flowerhorn.<br />
Em seguida, a popularidade do "Facebook" decolou e passou a<br />
ser o lugar para compartilhamento em tempo real. Como o Facebook se<br />
tornou tão popular e tão fácil de navegar, Albert decidiu criar um grupo<br />
sobre o assunto.<br />
Como ele reside no sul da Califórnia, suas primeiras intenções<br />
focavam nos criadores amadores da Califórnia . Ele fundou o grupo<br />
Flowerhorn Califórnia com seu amigo Roy Atulan,<br />
No entanto ainda faltava algo grande que devia acontecer, mas<br />
ele não conseguia identificar o que era. Vários administradores de sites<br />
7
de flowerhorn decidiram fazer um evento para entusiastas locais. Eles<br />
compartilharam muita informação, e Albert aprendeu mais sobre o peixe.<br />
Logo depois, eles tinham uma competição de flowerhorn na Califórnia.<br />
Foi emocionante para entusiastas locais terem a oportunidade de<br />
mostrar os seus peixes. Este foi também o momento em que Albert<br />
conheceu Hai Trinh e tornaram-se bons amigos.<br />
Eles conversaram e Albert convidou Hai para se juntar a ele como<br />
seu outro administrador no grupo Flowerhorn Califórnia no Facebook , já<br />
que Roy estava trocando de hobby. Como a popularidade do hobby<br />
flowerhorn explodiu, assim como sua popularidade no Facebook, Albert<br />
percebeu que era o momento de mudar o foco não só para<br />
"californianos", mas para hobistas em escala global.<br />
8
Assim, o Facebook Flowerhorn Hobbyist (FFH) nasceu. Albert e<br />
Hai saíram para conquistar o mundo, compartilhando o amor pelos<br />
flowerhorns. Eles queriam um lugar onde as pessoas pudessem<br />
aprender mais sobre flowerhorns, um lugar onde os membros pudessem<br />
compartilhar seus conhecimentos uns com os outros, um lugar onde<br />
nenhuma pergunta é uma pergunta estúpida, um lugar onde as<br />
perguntas tem respostas em tempo real, e um lugar para sentirem que<br />
são parte da família.<br />
Eles também queriam fazer o grupo interativo através do<br />
lançamento de concursos e jogos para premiar os participantes.<br />
Concursos como "imagem do mês", "membro do mês", "imagem do dia",<br />
"concurso de desenho", "concurso de vídeo", e muito mais foram<br />
criados.<br />
Ganharam muitos fãs e apoio de todo o mundo. Durante este<br />
tempo, muitos criadores de flowerhorn e empresas de alimentos<br />
juntaram-se em seu empreendimento e começaram a patrocinar peixes<br />
e produtos para os seus brindes.<br />
9
Foram até mesmo convidados a fazer um programa de rádio<br />
sobre flowerhorn como animal de estimação. Assim, o sonho tornou-se<br />
realidade, mas eles sabiam que sozinhos não poderiam manter toda a<br />
estrutura. Assim, Albert recrutou Juan Hernandez (aka Iceman), que na<br />
época ainda era um administrador do grupo FlowerhornCraze.com.<br />
Os três amigos começaram uma jornada que marcou para<br />
sempre a história dos flowerhorn. FFH começou a ganhar mais<br />
membros, centenas, em seguida milhares começaram a se juntar ao<br />
grupo. Pessoas de todo o mundo estavam se juntando e os resultados<br />
de seu sonho já eram nítidos.<br />
O próximo passo do sonho era conseguir que "Flowerhorn" fosse<br />
um nome familiar, é quando o United Flowerhorn Association (UFA)<br />
nasceu. A UFA foi criada para ser o grupo que patrocina e realiza<br />
concursos e eventos flowerhorn. A primeira competição “Flowerhorn<br />
UFA" foi realizada em Los Angeles, na Califórnia, na base dos<br />
administradores FFH .<br />
Eles foram às cegas, mas com todo o coração. Embora o evento<br />
fosse um enorme sucesso, os administradores FFH/UFA ainda não<br />
estavam satisfeitos. Eles queriam que mais pessoas dos Estados<br />
Unidos e de outros países conhecessem as competições UFA.<br />
10
Compartilhando a paixão e amor por flowerhorns, fazendo novas<br />
amizades expandiram-se para o norte da Califórnia e realizaram a<br />
primeira competição "NorCal" na operação de peixes de Julie Tran e<br />
Lucas Yang chamada AquaCraze em Sacramento. Foi um grande<br />
sucesso, mas ainda era apenas mais um passo até chegarem ao que<br />
hoje representa mundialmente a UFA/FFH.<br />
Eles não pararam por aí e com muita dedicação, visão e amor<br />
são hoje a maior referência mundial quando se precisa aprender sobre<br />
esta incrível espécie de peixe ornamental!<br />
Referências:<br />
https://www.facebook.com/United-Flowerhorn-Association-11636812514<strong>04</strong>20/home<br />
https://www.facebook.com/groups/ufabrasil/?fref=ts<br />
11
PRIMEIROS PASSOS<br />
A importância da<br />
quarentena para animais<br />
aquáticos ornamentais<br />
Pedro H. M. Cardoso<br />
As boas práticas de higiene e manejo<br />
A translocação de peixes ornamentais pode trazer consigo<br />
agentes patogênicos muitas vezes inaparentes ao exame clínico que<br />
não era problema no local de origem, mas que pode causar sérios<br />
prejuízos caso práticas de manejo e biosseguridade não sejam adotadas<br />
pelos atores responsáveis pela comercialização.<br />
As autoridades governamentais de muitos países preocupados<br />
com a introdução de agentes exóticos e prejudiciais às espécies nativas<br />
12
adotam medidas de quarentena no intuito de mitigar riscos da introdução<br />
de doenças a partir de peixes importados (WHITTINGTON; CHONG,<br />
2007). No Brasil, desde 2008, a importação de peixes ornamentais só é<br />
possível por meio de quarentenários credenciados pelo Ministério<br />
Agricultura Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2008), porém tal prática<br />
não é exigência legal para peixes ornamentais cultivados no país.<br />
Na logística da comercialização, é freqüente os peixes<br />
expressarem alterações de comportamento e desenvolvimento de<br />
lesões a partir de situações de estresse que permitem a fácil instalação<br />
de agentes patogênicos e oportunistas. O estresse é decorrente de<br />
problemas pós-captura, transporte e/ou condições adversas de<br />
parâmetros de água com má qualidade, entre outros (DAVIS; GRIFFIN;<br />
GRAY, 2002). Sempre que são recebidos peixes no estabelecimento<br />
comercial os animais devem ser minuciosamente inspecionados por<br />
profissional capacitado e, mesmo que nenhuma alteração seja<br />
13
perceptível a olho nu o lote deve ser mantido sob quarentena, isolado<br />
dos demais animais do estabelecimento, por um período de tempo antes<br />
de serem expostos para venda.<br />
A quarentena que tem por objetivo diminuir os riscos da<br />
introdução de doenças a partir de peixes recém adquiridos para o plantel<br />
já instalado, deve durar o tempo necessário para que se possa<br />
reconhecer sinais e alterações sugestivas de doenças. Esta é uma<br />
prática sob o meu ponto de vista obrigatória e crítica para qualquer<br />
pessoa que recebe um novo lote de animais, porém muitas vezes a<br />
prática não é adotada nem por estabelecimentos. E isso pode trazer<br />
sérios prejuízos sócio econômicos, com perda de emprego e renda em<br />
decorrência de doenças introduzidas no sistema.<br />
A<br />
B<br />
Figura 1 – A: Pomacanthusnarvachus e; B:Pomacanthussemicirculatus, apresentando<br />
sinais de opacidade corneal em decorrência de infecção bacterina secundária.<br />
14
Durante o período de quarentena é importante que seja feito<br />
rastreamento dos peixes para verificar e identificar possíveis agentes<br />
infecciosos aos quais os animais estejam expostos, incluindo-se exame<br />
clínico minucioso e raspado de pele e brânquias. Perante a observação<br />
de qualquer parasita, utilizando técnicas de biópsia. A partir do<br />
diagnóstico feito pelo Médico Veterinário ou profissional devidamente<br />
capacitado deve ser estabelecido o tratamento. Paralelamente é<br />
responsabilidade do estabelecimento comercial a adoção de contínuas<br />
boas práticas de manejo capazes de evitar, reduzir, inativar ou destruir<br />
patógenos (SÁNCHEZ-MORGADO et al., 2009).<br />
Muitas vezes com a simples observação dos sinais clínicos não é<br />
possível fazer diagnóstico preciso, pois muitas doenças em peixes tem<br />
sinais inespecíficos. É comum que peixes acometidos por doenças<br />
bacterianas mostrem sinais de opacidade corneal, nadadeiras corroídas<br />
ou erosões na pele (figura 1A e 1B). Porém geralmente essas doenças<br />
de etiologia bacteriana são secundárias a alguma causa primária (figura<br />
2), seja ela em decorrência de falhas de manejo ou doenças parasitárias<br />
e virais.<br />
<strong>Peixes</strong> ornamentais acometidos por qualquer tipo de doença<br />
devem ser removidos do sistema e isolados visando reduzir a<br />
disseminação e impacto da doença no plantel. Deve-se também<br />
proceder ao tratamento de todo o sistema, observando sempre como os<br />
animais reagem, já que os medicamentos não são específicos para cada<br />
espécie, podendo variar o grau de toxicidade de acordo com a espécie.<br />
A morbidade e mortalidade causadas por carga excessiva de<br />
parasitas não são incomuns em peixes de cativeiro e selvagens. <strong>Peixes</strong><br />
mantidos em aquários geralmente estão mais concentrados do que no<br />
ambiente natural, o que favorece a disseminação de diversos patógenos<br />
15
com facilidade e rapidez entre um hospedeiro e outro (TULLY, O &<br />
NOLAN, 2002).<br />
Todos os estabelecimentos que comercializam peixes ornamentais<br />
devem seguir as boas práticas de manejo, manter equipe técnica<br />
altamente capacitada e consciente da importância das suas práticas.<br />
Equipamentos usados para manusear os animais devem ser<br />
corretamente higienizados, para evitar situações de contaminações<br />
cruzadas. Todos os eventos de caráter sanitário devem ser registrados e<br />
arquivados(CARDOSO; BALIAN, 2016).<br />
Com relação ao consumidor, é importante a aquisição de animais<br />
de estabelecimentos regulamentados e que asseguram a qualidade<br />
sanitária dos produtos que comercializa. Recomenda-se a presença do<br />
Médico Veterinário e pessoal capacitado nos estabelecimentos<br />
comerciais, capazes de orientar clientes sobre como manter a sanidade<br />
e bem estar dos organismos aquáticos adquiridos (ARAÚJO; PÉREZ,<br />
2005).<br />
Os peixes ornamentais são o quarto grupo de animais mais<br />
prevalentes no mercado de animais de estimação no Brasil e a sua<br />
popularidade tem aumentado a cada ano em decorrência do crescente<br />
número de lojas com preços cada vez mais atrativos, facilidade de<br />
manejo e tecnologia na manutenção de aquários disponível (ABINPET,<br />
2014). Em contrapartida, ainda são escassos nas universidades<br />
brasileiras temas relacionados à sanidade de peixes ornamentais e<br />
reduzido o número de profissionais tecnicamente capacitados para atuar<br />
nessa área(ARAÚJO; PÉREZ, 2005).<br />
A inserção do Médico Veterinário em estabelecimentos comerciais<br />
de peixes ornamentais permite a criação e implantação do suporte<br />
técnico necessário para assegurar práticas que promovam a sanidade e<br />
o bem estar animal, consolidando o setor comercial e socialmente.<br />
16
Figura 2 – Microscopia do parasita Neobenedeniasp no aumento de 4x, que era a causa<br />
primária da doença nos peixes representados na Figura 1.<br />
O Médico Veterinário com sua formação multidisciplinar dispõe de<br />
todas as condições para atuar com competência, assertividade,<br />
eficiência e eficácia salvaguardando a saúde dos organismos aquáticos<br />
comercializados no país.<br />
Estudos envolvendo as condições sanitárias dos peixes<br />
ornamentais comercializados no Brasil devem ser desenvolvidos para o<br />
melhor entendimento da dinâmica de algumas doenças em diferentes<br />
espécies.<br />
O autor:<br />
Pedro H. M. Cardoso<br />
Doutorando no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e<br />
Saúde Animal, FMVZ/SP Médico Veterinário Responsável Técnico<br />
da empresa Ipiranga <strong>Peixes</strong> Ornamentais<br />
Referências:<br />
ABINPET. Dados de Mercado. Associação Brasileira da Indústria de produtos para Animais<br />
de Estimação. Disponível em: .>.<br />
ARAÚJO, A. P.; PÉREZ, A. C. A. O médico veterinário e o comércio de peixes ornamentais.<br />
Rev. Educ. Contin., v. 8, n. 2, p. 176–186, 2005.<br />
BRASIL. Instrução Normativa No 18, de 13 de maio de 2008. Ministério da Agricultura<br />
Pecuária e Abastecimento.Diário Oficial [da] União,Brasília, DF, 14 mai. de 2008, 2008.<br />
17
AMAZÔNIA, PÁTRIA DO<br />
AQUARISMO<br />
A diversidade de espécies<br />
de acará-disco na<br />
Amazônia<br />
Jhomaxon de S. Gonçalves<br />
Fantástico! Magnífico! Esplendido! São apenas<br />
alguns dos inúmeros adjetivos utilizados pelos<br />
aquaristas para descrever esta espécie tão<br />
peculiar e famosa mundialmente.<br />
Considerados por muitos como “O Rei do Aquário”, este peixe é<br />
um dos mais cobiçados no mercado de peixes ornamentais, podendo<br />
ser facilmente reconhecido por sua forma e corpo comprimido<br />
lateralmente.<br />
18
Segundo registros, não há no planeta, nenhum outro peixe sobre<br />
qual foi mais escrito, publicado, e fotografado como o acará-disco. A<br />
diversidade das espécies conhecidas, a variação de cores, e o status<br />
proporcionados aos aquaristas que o possuem, leva a sua apreciação e<br />
também ao cruzamento das espécies para tentar se chegar ao “ápice”<br />
da sua beleza, por isso, há exemplares no mercado ornamental que<br />
podem ser encontrados por cerca de 10.000 dólares.<br />
Na Amazônia, podem ser encontradas em diversas localidades,<br />
habitando preferencialmente lagos, florestas alagadas, e igarapés de<br />
águas calmas, repletos de galhos, troncos e raízes submersas.<br />
Encontrados da foz do rio Amazonas até o baixo rio Içá, rio Negro e<br />
abacaxis.<br />
Na natureza se alimentam basicamente de material vegetal,<br />
detritos orgânicos e invertebrados aquáticos. Sendo que os filhotes<br />
conseguem se alimentar de uma secreção cutânea especial fornecida<br />
pelos próprios pais, para que cresçam e se desenvolvam. Até onde se<br />
19
conhece, são os únicos ciclídeos (Família Cichlidae) neotropicais que<br />
formam agregações sociais (cardumes) de mais de 100 indivíduos.<br />
Em 2006, devido à<br />
grande variação e<br />
provável diversidade de<br />
espécies foi-se proposto<br />
que as espécies<br />
conhecidas como discoheckel<br />
fosse descrita<br />
como Symphysodon<br />
discus, para as<br />
espécies azuis e<br />
marrons e S.<br />
aequifasciatus e S.<br />
tarzoo para os<br />
indivíduos encontrados<br />
no oeste da Amazônia.<br />
Porém, em 2007, pesquisadores propuseram que os discos verdes<br />
com pontos avermelhados pelo corpo (encontrados no rio Purús e<br />
proximidades) sejam chamados de S. aequifasciatus; os de cores azuis<br />
e marrons (encontrados na foz do Amazonas até rio Içá) de S. haraldi; e<br />
os acarás-discos conhecidos como heckel pelos aquaristas, sejam<br />
descritos como S. discus (encontrados nos rios Negro e Abacaxis).<br />
Lembremos que essas nomenclaturas são baseadas nas variações de<br />
coloração entre os indivíduos.<br />
20
De fato, após pesquisas realizadas com moléculas de DNA de<br />
diversos acarás-discos, comprovou-se a existência de no mínimo três<br />
espécies para o gênero Symphysodon, porém, conclui-se que<br />
provavelmente as espécies S. aequifasciatus e S. haraldi tiveram origem<br />
híbrida, ou seja, surgiram a partir do cruzamento natural de<br />
determinadas espécies.<br />
O autor:<br />
Jhomaxon de S. Gonçalves<br />
Formado em Ciências Biológicas pela Universidade Nilton<br />
Lins em 2012. Atua como monitor no Museu da Amazônia<br />
desde 2012 na área de biologia geral com ênfase em ictiologia<br />
na assistência em tratamento e manutenção de aquários e<br />
coleções ictiológicas<br />
Referências:<br />
AMADO, M. V.; et al. Genetic characterization of Amazonian discus fishes of the<br />
genus Symphysodon based on microsatellite impplications for systematics and<br />
classification. Universidade Federal do Amazonas, Laboratório de Evolução e<br />
Genética Animal. Manaus, 2013.<br />
BLEHER, H. Bleher´s discus . vol. 1: Aquapress publishers, Milan – Italy, 2006.<br />
GROSS, Maria Claudia. Citogenética comparativa das variedades selvagens de<br />
acará-disco (Symphysodon spp. , Cichlidae, Perciformes) endêmicos da<br />
Amazônia: uma abordagem clássica e molecular dos cromossomos mitóticos e<br />
meióticos. Manaus : [s.n.], 2009.<br />
RESENDE, Fabrício Pereira. Intensificação da coloração em peixes ornamentais<br />
com uso de rações enriquecidas com pigmentos naturais. Viçosa-MG, 2010.<br />
21
22
DOCTOR FISH<br />
Falando de doenças<br />
Dactylogirus ou vermes<br />
das guelras<br />
Org. Marcelo Jodar<br />
Uma das causas de ninhadas com guelras<br />
deformadas<br />
Vermes de guelras são minúsculos parasitas que afetam<br />
primariamente a saúde de peixes jovens. Eles fazem com que as<br />
guelras produzam muco, fiquem vermelhas e inflamadas. Os sintomas<br />
incluem perda parcial da guelra, movimento rápido na guelra e o peixe<br />
tentado ir à superfície buscar ar, de acordo com o Fish Deals.<br />
23
Esses vermes podem se espalhar rapidamente entre os peixes e<br />
levar à morte, caso eles se multipliquem muito rápido. Apesar de ser<br />
difícil eliminá-los por completo, existem formas de tratar a infecção.<br />
Banho de sal no aquário<br />
Banhos de sal no aquário são um método conveniente e seguro<br />
de tratar vermes nas guelras de um único peixe. Poucos patógenos e<br />
bactérias toleram o sal, então, ele pode efetivamente retirá-los do<br />
ambiente. Para tratar um tanque, coloque 125 g de sal a cada 44 litros<br />
de água, instrui o Badman's Tropical Fish.<br />
Você pode tratar peixes<br />
individualmente, imergindo-os<br />
nesse banho de sal todo dia,<br />
por dois ou três dias<br />
consecutivos.<br />
Concomitantemente<br />
use FOUR IN ONE CURE, 1<br />
gota pra cada 2 litros a cada 48h com tpa de 50%, repondo o<br />
medicamento integralmente até obter a cura completa..<br />
Referências:<br />
Escrito por Wadia Whalen | Traduzido por Mariana Dsp<br />
Texto adaptado por Marcelo Jodar.<br />
24
O SEU PORTAL DE AQUARISMO<br />
COM MUITA INFORMAÇÃO DE FÁCIL ACESSO<br />
E TOTALMENTE GRÁTIS!<br />
TAMBÉM SOMOS A MAIOR LOJA VIRTUAL<br />
COM MAIS DE TRÊS MIL ITENS ATUALIZADOS<br />
SEMANALMENTE.<br />
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RECEBER NOSSA TABELA SEMANAL:<br />
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25
É BOM SABER<br />
Falta de apetite e perda de<br />
peso<br />
Org. Marcelo Jodar<br />
A falta de apetite nos peixes ornamentais poderá ser devido a<br />
inúmeros fatores, vejamos os mais recorrentes a seguir.<br />
A) Causas não infecciosas<br />
- causas externas : novo ambiente , competição de outros peixes mais<br />
ativos ou dominantes, comida inadequada<br />
- parâmetros da água incorretos: temperatura baixa, presença de<br />
compostos tóxicos (amônia, nitritos, metais pesados, nitratos),<br />
concentração baixa de oxigênio dissolvido<br />
- tumores, malformações genéticas<br />
26
B) causas infecciosas<br />
- Flagelados: Estão geralmente associados a outros sintomas como<br />
fezes esbranquiçadas e gelatinosas, “cospem a comida“, nos casos<br />
crônicos surgem buracos na cabeça e no órgão da linha lateral<br />
- Tênias: Vermes achatados segmentados<br />
- Nematódeos: Vermes redondos como a Capillaria .<br />
- Bactérias<br />
- Parasitas das guelras e da pele ( vermes ,protozoários ) . Nos últimos<br />
estágios da infecção os peixes param de comer.<br />
Portanto, fique de olho no seu peixe!<br />
27
OS VENCEDORES TERÃO SEUS AQUÁRIOS PUBLICADOS EM NOSSA<br />
REVISTA!<br />
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www.vidadeaquarista.com<br />
28
PELO MUNDO<br />
2016 North American<br />
Discus Show<br />
Marcelo Jodar<br />
A exposição “show” da Associação Norte<br />
Americana do Acará-disco<br />
“A maior coleção de discos, a partir do maior número de criadores<br />
internacionais, já visto no Centro-Oeste”. Este era o slogam que<br />
chamava expositores e amantes desta incrível espécie no site da NADA<br />
– North American Discus Association.<br />
A exposição é realizada a<br />
cada 2 anos e desta vez o local foi<br />
o incrível hotel Lombard Hotel<br />
Westin em Chicago.<br />
Para se ter uma idéia da<br />
importância do evento, oradores<br />
como Dick Au, autor do incrível livro<br />
sobre discos “Back to Nature”, Josie Christopher, fundador e presidente<br />
da Chicago Discus, Dr. Stephen A. Smith, Professor de Doenças<br />
Infecciosas de aquários, animais selvagens e animais exóticos e Ricardo<br />
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Vasquez, moderador do fórum Simply Discus estavam entre os oradores<br />
do evento.<br />
Dick Au<br />
Josie Christopher<br />
Ricardo vasquez<br />
Dr. Stephens A. Smith<br />
Os prêmios foram distribuídos em inúmeras classes ou<br />
categorias, mostrando o grau de seriedade e profissionalismo que um<br />
evento deste porte deve ter, a saber, as classes são: Solid, Thin Line<br />
Striated, Thick Line Striated, Spotted, Wild, Albino, Open Pigeon Blood,<br />
Open Non-Pigeon Blood e Bred by Exhibitor.<br />
Os animais foram avaliados sob inúmeros aspectos quanto aos<br />
aspectos gerais (60%) e quanto as cores e marcações no corpo (40%)<br />
30
de forma criteriosa a fim de se eleger os melhores peixes em cada<br />
classe.<br />
O site do evento dava todas as dicas aos expositores para<br />
trazerem seus peixes com segurança até o local da exposição, tipo<br />
como acondicionar, transportar e aclimatar os animais ao chegar no<br />
hotel, mostrando uma grande preocupação com expositores e animais.<br />
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Durante o evento, expositores oferecem acessórios e peças para<br />
compor o hardscape ideal de um aquário de discos.<br />
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A foto abaixo mostra uma visão geral da exposição<br />
Mas o que todos queremos ver são os incríveis discos, então<br />
vamos aos melhores em suas categorias, cuidado para não babar no<br />
teclado!<br />
33
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O grande campeão!<br />
E um lindo terceiro lugar!<br />
E o peixe que na nossa humilde opinião é o mais fantástico,<br />
vejam o padrão das estrias!!!!<br />
E terminamos por aqui, com uma única certeza, nós hobistas e<br />
criadores brasileiros, precisamos trabalhar muito e de forma séria para<br />
tentar um dia alcançar um nível semelhante na criação de acarásdiscos.<br />
Referências:<br />
North American Discus Association – NADA<br />
35
http://www.ipirangapeixes.com.br<br />
36
37
ESPECIAL<br />
O mundo colorido do Blue<br />
Tang<br />
Márcio Matis<br />
Paracanthurus hepatus, conhecido como Cirurgião-patela, é um<br />
peixe de tamanho médio, colorido e que vive em recifes. Pertence à<br />
família Acanthuridae, sendo o único membro do gênero Paracanthurus.<br />
É popular entre os peixes de aquário, sendo muito conhecido por<br />
ser a personagem Dory dos filmes Procurando Nemo e Procurando<br />
Dory, da Disney.<br />
Tem a pele dura, composta por pequenas escamas de cor azul<br />
"royal" no dorso, amarelas na cauda, e um símbolo semelhante a placa<br />
de madeira onde o pintor coloca porções de tinta paleta (de onde vem o<br />
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nome do peixe). Possui um ou mais pares de afiadas lâminas na base<br />
da barbatana caudal, que são utilizadas em situações de defesa e<br />
ataque.<br />
Vive em águas transparentes, em zonas de corrente adjacentes<br />
ao recife de coral. São encontrados ao longo do Indo-Pacífico. Podem<br />
ser vistos nos recifes do Leste da África, Havaí, Japão, Samoa, Nova<br />
Caledônia, e na Grande Barreira de coral australiana, locais como a<br />
Flórida, Caribe, e Bahamas são encontrados em maior quantidade.<br />
Foto: life-sea<br />
De fácil adaptação em aquários marinhos, se dá muito bem com<br />
outros peixes desde que ele não tenha sido o primeiro a ser colocado no<br />
aquário, pois eles podem ser territorialistas.<br />
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Eles são conhecidos também por<br />
Cirurgião Hepatus medem cerca de 20-30 cm e<br />
têm aproximadamente 75 espécies dessa<br />
família que levam esse nome por causa da<br />
forma de sua cauda que é pontiaguda<br />
lembrando um bisturi de cirurgião.<br />
Possuem três fases com cores distintas<br />
Fase Adolescente: Têm uma cor amarela bem vibrante que vai<br />
mudando para um amarelo misturado com azul.<br />
Fase Intermediária: O peixe vai amadurecendo e o azul do corpo<br />
da uma escurecida e a cauda começa a adquirir um tom amarelado<br />
meio pálido puxando ao branco. Surgem as linhas de cor cinza que vem<br />
dos olhos até a nadadeira caudal através dos flancos.<br />
Foto: Ipaq.org.br<br />
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Fase Adulta: Quando estão na fase adulta o azul fica mais<br />
intenso a cauda é bem amarela e as linhas que eram cinza se tornam<br />
bem expressivas chegando a coloração preta.<br />
Os Blue Tang dependem principalmente de algas marinhas para<br />
sobreviverem em seu habitat natural são elas que lhes fornecem o<br />
sustento basicamente, além de pequenos camarões. Esses recursos<br />
estão disponíveis em seu habitat e são freqüentemente objetos de<br />
competição entre eles.<br />
Os recifes de corais são onde costumam se abrigar durante a<br />
noite contra predadores, os peixes se escondem em seus entremeios e<br />
ficam lá para se protegerem. Os atuns e a maioria dos peixes grandes e<br />
carnívoros são seus principais predadores.<br />
Podem viver sozinhos, em pares ou pequenos grupos de 10 a 12<br />
indivíduos, estão sempre em águas com correntezas e que sejam<br />
transparentes.<br />
41
Eles são geralmente pescados por pessoas para vendê-los em<br />
pet shops, a carne em si não é boa podendo causar até envenenamento<br />
já que esse é um dos mecanismos de defesa contra seus predadores.<br />
Atingem a maturidade sexual em torno de 12 meses, são dióicos,<br />
ou seja, possuem os dois sexos separados. Fertilizam os ovos<br />
externamente e a produção ocorre durante o fim de tarde começo da<br />
noite. Esse evento é indicado pela mudança da cor azul vibrante que<br />
passa a ser um azul mais desbotado.<br />
Os machos de uma maneira estranha e agressiva cortejam a<br />
fêmea levando os ovos assim que depositados na água para a<br />
superfície.<br />
Esses peixes são maravilhosos e é uma ótima oportunidade para<br />
conhecê-los melhor se você já tiver ou estiver pensando em montar um<br />
aquário marinho.<br />
Para criar um cirurgião Hepatus serão necessárias algumas<br />
adaptações essenciais para que seu peixe tenha uma longa vida e como<br />
todo bom peixe de aquário marinho, vai exigir atenção e tempo. A sua<br />
manutenção é considerada mediana.<br />
O aquário deve ser de um tamanho grande o suficiente para que<br />
o peixe possa nadar livremente, recomenda-se que tenha 400 litros no<br />
mínimo e de preferência um que seja fundo. A bomba que vai circular a<br />
água recomenda-se que seja bem forte levando em conta que são<br />
animais que tem por costume viver em águas com correntezas. Coloque<br />
pedras, plantas, para que eles tenham também onde se esconder se<br />
precisarem.<br />
É recomendável sempre<br />
colocá-lo em um aquário de<br />
quarentena antes de pôr no<br />
aquário principal para evitar<br />
42
possíveis doenças para ele e os<br />
outros peixes do aquário.<br />
É um peixe que se<br />
aclimata bem ao ambiente onde<br />
é introduzido desde que esse<br />
ofereça as condições<br />
necessárias,<br />
por isso não<br />
devemos<br />
descuidar em<br />
algumas<br />
questões como<br />
fazer a troca<br />
periódica e<br />
parcial da água<br />
do aquário a cada duas semanas<br />
pelo menos.<br />
São animais bem<br />
sensíveis ao cobre por isso<br />
recomenda-se o uso de produtos<br />
que limpem a água e se possível<br />
a utilização de esterilizadores UV<br />
para eliminação de pragas que<br />
podem causar doenças.<br />
O pH da água deve estar<br />
em torno de 8,1- 8,3, a salinidade<br />
em torno de 35%, e a<br />
temperatura deve estar entre<br />
22º-29ºC.<br />
A alimentação é outro<br />
fator que é muito importante pois<br />
quanto melhor sua alimentação<br />
melhor serão os resultados de<br />
beleza do peixe.<br />
É uma espécie<br />
onívora, logo é<br />
imprescindível<br />
que tenham algas<br />
no aquário para<br />
que possam se<br />
alimentar da<br />
melhor forma. Há<br />
quem ofereça também folhas de<br />
alface, acelga e espinafre.<br />
Artêmias também são bem<br />
vindas pelos peixes, nori,<br />
spirulina, crustáceos e<br />
Bloodworms também. Existem<br />
ainda alimentos que você pode<br />
comprar em lojas especializadas.<br />
Eles têm um ótimo apetite<br />
então procure moderar a comida,<br />
43
pois quanto mais você der mais ele vai querer.<br />
A iluminação deve ser intensa de preferência com lâmpadas<br />
fluorescentes. Cuidado com as outras espécies que você vai colocar<br />
com seu Blue, pois embora ele seja pacifico ele tende a ser territorialista<br />
e isso as vezes pode ser um problema, eles vivem melhor sozinhos do<br />
que mais de um da mesma espécie no mesmo aquário.<br />
É um peixe lindo que realmente vai fazer uma grande diferença<br />
no seu aquário se você adquirir, mas nunca se esqueça de fornecer tudo<br />
que eles precisam para que não haja problemas nem decepções.<br />
Cuidando bem eles vivem 10 anos aproximadamente.<br />
E lembre-se, essa espécie não se reproduz em cativeiro, a<br />
captura excessiva, principalmente pela popularidade alcançada pelo<br />
sucesso do filme Procurando Dory, poderá colocar a espécie em risco,<br />
portanto, avalie muito bem se você realmente quer e pode ter um peixe<br />
desses em seu aquário!<br />
O autor:<br />
Marcio Matis<br />
Márcio Matis, 37 anos, formação Comunicação Social e Pós graduação<br />
em Administração industrial pela USP, Atualmente CEO da empresa<br />
AcquaPro importação e distribuição<br />
44
AQUÁRIO MARINHO<br />
Fonte de fosfato, o que é?<br />
Tâmide Szulkin<br />
Resumidamente o fosfato é um ânion de carga negativa,<br />
constituído de um átomo de fósforo mais quatro de oxigênio, eis a<br />
fórmula PO4-3<br />
O excesso de fosfato ocasiona a morte dos corais, bem como o<br />
surgimento de algas marrons, entre outras, e ainda temos a queda da<br />
reserva alcalina.<br />
O fosfato é introduzido, ou seja, através da água de reposição até<br />
mesmo pela ração que é dada aos peixes e corais.<br />
45
Lembrando que a ração em excesso ou um sistema deficiente de<br />
remoção como um Skimmer que não atende a litragem recomendada,<br />
também mantém os níveis elevados de fosfato no sistema.<br />
Por isso devemos sempre fazer os testes da água, já que em<br />
níveis altos, o fosfato, pode ser percebido pela perda de coloração dos<br />
corais, sejam eles SPS, LPS ou Soft, desaparecimento das algas<br />
calcárias e o aparecimento em grande quantidade de algas<br />
fotossintéticas.<br />
É importante frisar, que o fosfato está presente em todos os<br />
organismos vivos, através do fósforo, que por agente externo (aquarista)<br />
entra no sistema pela ração oferecida aos animais.<br />
Eis a importância da TPA pelo menos mensal, a 20% do volume<br />
do sistema, pois essa troca ajuda a repor uma água mais limpa para<br />
dentro do sistema, com atenção especial para a qualidade do skimmer,<br />
reposição de bactérias aeróbias e anaeróbicas, e o oferecimento de<br />
ração aos peixes e corais, sem sobras.<br />
Outro fator importante que se recomenda é o uso de um refúgio<br />
juntamente com um ATS (algae turf scrubbers) elementos<br />
indispensáveis, que removem o fosfato do sistema.<br />
Nos testes que já fizemos, o refúgio apresenta melhor resultado,<br />
mas devemos detectar a fonte de fosfato.<br />
As microalgas que ficam no refúgio têm um limite para absorção<br />
destes fosfatos. Com estes cuidados evita-se a utilização de removedor<br />
a base de oxido de ferro, que além de custarem caro, funcionam de<br />
forma emergencial, não sendo recomendados o seu uso a longo prazo.<br />
Neste refúgio (antes do sump) onde se mantém as microalgas, a<br />
iluminação deve ser de 10 horas em foto período invertido, ou seja , liga<br />
46
quando as luzes do sistema apagam, é assim que deve funcionar e por<br />
gravidade a água retorna para o sump principal, fazendo a recirculação<br />
no sistema superior.<br />
Este método mostra que a recirculação da água, juntamente com<br />
esse sistema, diminui a 90% o fosfato e o nitrato, sendo que a remoção<br />
por completo do fosfato acarretará na morte dos corais, então uma<br />
pequena quantidade deve ser mantida.<br />
De forma resumida, a combinação do sistema ATS + refúgio,<br />
removem o fosfato e o nitrato do sistema, um pela fixação das algas e o<br />
outro pelo consumo dos nutrientes em excesso.<br />
Esse modelo apresentado é o coração do sistema, já que nele<br />
temos tudo o que e indispensável para o controle total do sistema, ou<br />
seja, se tivermos falhas aqui em baixo, fatalmente lá em cima teremos<br />
um desastre!<br />
O autor:<br />
Tâmide Szulkin<br />
Hobysta marinho, proprietário da Forever Fish em SP, aquicultor,<br />
palestrante, colunista de matérias marinhas e desenvolvedor de<br />
projetos auto-sustentáveis para o aquário marinho, Manager Reef<br />
Marinho tamidemovel@gmail.com<br />
Referências<br />
Extraído do livro Estratégias para um aquário marinho sustentável 1ª edição - 2016<br />
47
48
AQUÁRIO DO MÊS<br />
Os aquários da galera<br />
O aquário ao lado é<br />
do amigo Maurício<br />
Araújo:<br />
Medidas:<br />
150x50x40<br />
Filtragem: sump 60L<br />
com bomba boyu<br />
fp48, Mídias: 9 litros<br />
de cerâmica Ista e<br />
manta acrílica,<br />
aquecedor 300w.<br />
Controlador feito<br />
com arduíno que<br />
controla iluminação,<br />
Co2, com display<br />
que mostra<br />
temperatura, data.<br />
Hora de fabricação do próprio Maurício. Fauna: 5 acaras disco jovens, mais de 120 neons, 1 cascudo leopardo<br />
L114, 2 flyn fox, 8 lápis, 2 petricola, algumas ampulárias. Flora: carpete marsilea hirsuta, Higrophila corymbosa<br />
stricta, Higrophila corymbosa Compact, Cryptocoryne, Echinodorus kleiner bar, Rotala macandra, Anubia nana,<br />
Microssorum, Higrophila sunset, - ludwigia glandulosa.<br />
Acima o belo aquário do amigo Pedro Vilhena: 120x45x55. Filtragem: hang on Hagen AquaClear 70 de 1200 l/h,<br />
Iluminação: 2 calhas super power led 220 watts dyi, 8 horas de foto período por dia, sistema CO2 completo com<br />
cilindro 2 kg e 1 bolha por segundo, 1 termoestato 300 w Atman + 1 termostato 100 w Vigo Ar, temperatura 28°C.<br />
Fauna: 12 Discos, 5 corydoras, 1 Papilochromis, 4 Tetra Takasei, 4 Neon negro, 4 Neon comum, 4 Rodostomus.<br />
Flora: Anubias nana, Anubia coffeefolia, Anubia nana petite, Cryptocoryne becketti, Echinodorus kleiner bar,<br />
Echinodorus quadricostatus, Hygrophila polisperma Rosavernig, Myriophyllum mattogrossense, Sagittaria<br />
subulata, TPA semanal de 50%, água de tpa tratada com Seachem Prime, Seachem Stability, Seachem Acid e<br />
Alkaline Buffer, Seachem Equilibrium, Discos Trace da Aqua-Health, Raçao: 4x ao dia variadas: mix de<br />
granulado Tetra Color + Dallio plus + Super Spirulina + D-50 + Krill Aqua-Health, flocos Algae 3 + Asatacolor, 2x<br />
semana patê caseiro base coração de boi onde inclui GH e Vitaplus Discus, 1x semana Artêmia ou Blood Worms<br />
da OF, filtro UV 15 watts durante o foto período, fertilização líquida 2x semana de K (potássio), Fe e Elementos<br />
traço da RC Flora.<br />
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William Melo<br />
Lago Victoria<br />
O Lago Victória é o maior lago<br />
do continente africano, sendo<br />
também o maior lago tropical e o<br />
segundo maior lago de água<br />
doce do mundo. Seu pH varia de<br />
7,2 a 8,6 e sua dureza total, de 2<br />
a 8dH. A temperatura do lago<br />
está sujeita às variações de<br />
temperatura do ambiente, por<br />
isso a temperatura média do lago<br />
é 23°C, sendo que sua variação<br />
se dá de 21 a 26°C.<br />
Ele já foi o lar de mais de 500 espécies do gênero Haplochromis.<br />
Porém, com a introdução em 1954 da Perca do Nilo em suas águas,<br />
mais de 200 espécies foram extintas em decorrência da depredação e<br />
competição por alimentos causadas pela nova espécie que se adaptou<br />
50
perfeitamente às condições do lago. Ainda hoje muitas espécies<br />
continuam sob o risco de extinção.<br />
Perca do Nilo<br />
Além das<br />
espécies do<br />
gênero<br />
Haplochromis<br />
que ainda<br />
restam no lago,<br />
podemos dizer<br />
que os outros<br />
principais habitantes do lago são também diversas espécies de Tilápias<br />
e Paralabidocromis.<br />
51
Os três pertencem a<br />
espécies de peixes cujos<br />
hábitos<br />
alimentares<br />
predominantes são onívoros,<br />
alimentando-se também de<br />
pequenos invertebrados.<br />
Haplochromis zebra obliquidens<br />
Nessas quatro primeiras<br />
edições conhecemos um pouco dos principais lagos africanos. A partir<br />
de agora, nas próximas edições<br />
passaremos a abordar temas<br />
como o aquário ideal, layouts,<br />
sistemas de filtragem e espécies<br />
específicas de ciclídeos africanos,<br />
não percam!<br />
Paralabidochromis chromogynos<br />
O autor:<br />
Willian Melo<br />
Estudante de administração, desde sua infância teve o<br />
aquarismo presente em sua vida. Hoje dedica-se<br />
principalmente à criação de ciclídeos africanos e administra um<br />
canal no YOUTUBE, sobre o tema, “ O MUNDO DOS<br />
CICLÍDEOS AFRICANOS”.<br />
Acesse: https://www.youtube.com/channel/UC2F0yaBWlgEEzLPehEeylXA<br />
52
Agradecimentos<br />
Novamente ao final desta edição queremos e precisamos<br />
agradecer a todos que de uma forma ou de outra colaboraram para a<br />
realização deste projeto!<br />
Aos amigos que escreveram suas matérias como, Tâmide<br />
Szulkin, Jhom Gonçalves, Márcio Matis, Willian Melo e Pedro Cardoso,<br />
queremos externar nossa imensa gratidão e pedir que permaneçam<br />
conosco por muitas e muitas edições!<br />
As empresas que confiaram suas marcas às nossas páginas,<br />
como a FOREVER FISH, IPIRANGA PEIXES ORNAMENTAIS,<br />
ACQUAPRO, MUNDO DO ACARÁ-DISCO e AQUARIUM GROUP<br />
queremos também deixar nosso muito obrigado!<br />
Também não podemos deixar de agradecer a UFA e a UFA<br />
BRASIL e também a NADA que enriqueceram nossas páginas com<br />
histórias e imagens lindíssimas!<br />
E finalmente a você que chegou até esta última página, lendo,<br />
prestigiando, fazendo parte deste projeto, queremos agradecer<br />
imensamente, pois esta revista é feita justamente pra você, que gosta e<br />
vive o aquarismo como sempre vivemos, porque nós fazemos o que<br />
amamos!<br />
Até a próxima edição!<br />
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