Acesso a pol?ticas p?blicas melhora a qualidade de vida da fami?lia ara?jo

A agricultora Maurina conta a historia de sua famlia aps acessar as polticas pblicas de convivncia com o semirido e de acesso gua, atravs dos programas Um Milho de Cisterna (P1MC) e Uma Terra e duas guas (P1+2). Aps a chegada das cisternas a famlia passa a produzir e consumir alimentos livres de agrotxicos e transgnicos. A agricultora Maurina conta a historia de sua famlia aps acessar as polticas pblicas de convivncia com o semirido e de acesso gua, atravs dos programas Um Milho de Cisterna (P1MC) e Uma Terra e duas guas (P1+2). Aps a chegada das cisternas a famlia passa a produzir e consumir alimentos livres de agrotxicos e transgnicos.

21.08.2016 Views

Maurina Francisca dos Santos Araújo tem 57 anos, ela nasceu e se criou até os 7 anos de idade na cidade de Baraúna- PB, no sí o Baixio. Na década de 70 foi morar com seus pais ado vos no Sí o Massapê, no município de Picuí-PB, região de divisa entre o Seridó e Curimataú, onde vive até hoje. Enquanto Maurina frequentava a escola, conheceu Cícero Ferreira Araújo que hoje tem 58 anos. Os dois se casaram em abril de 1978. Cícero foi morar com Maurina na propriedade dos pais dela e assim como eles, trabalhou por muito tempo com agricultura nas propriedades vizinhas. Maurina e Cícero veram 4 filhos, sendo um ado vo. Maricélio, de 35 anos, Maria Nazaré, de 32 anos, Marivânia, de 23 anos e José Adriano, de 20 anos, mas nenhum dos filhos vive mais com o casal. Antes dos pais de Maurina falecerem, passaram a propriedade de 1 hectare de terra para o seu nome e hoje eles vivem na terra na companhia da neta de 14 anos, que se chama Andressa Mayara, filha de Maria Nazaré. No ano de 2004, o casal conquistou sua primeira cisterna de água de beber do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) com ajuda do Fundo Rota vo Solidário da comunidade. O P1MC tem como obje vo garan r o acesso a água de beber e cozinhar de qualidade e em quan dade adequada. An gamente, a gente acordava ainda de madrugada pra ir pegar água, às vezes ia de burrinho ou carregava os baldes na cabeça, não dava nem tempo de pensar no café. Só nha água a quase 20km daqui, nos barreiros, nas cacimbas. Era o jeito pegar, se não a gente não cozinhava e nem tomava banho. Quando a primeira cisterna chegou foi uma alegria, conta Maurina. Para contribuir com o direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde , a família foi beneficiada com o Programa Bolsa Família até o ano de 2015. Em 2013, Maurina e Cícero receberam a sua cisterna-calçadão para garan r a produção de alimentos, através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) com apoio do Centro de Educação e Organização Popular – CEOP, que tem como obje vo incrementar a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e aumentar a renda familiar. Depois dessa cisterna,

Maurina Francisca dos Santos Araú<strong>jo</strong> tem 57 anos, ela nasceu e se criou até os 7 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> B<strong>ara</strong>úna-<br />

PB, no sí o Baixio. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 foi morar com seus pais ado vos no Sí o Massapê, no município <strong>de</strong> Picuí-PB, região <strong>de</strong><br />

divisa entre o Seridó e Curimataú, on<strong>de</strong> vive até hoje.<br />

Enquanto Maurina frequentava a escola, conheceu Cícero Ferreira Araú<strong>jo</strong> que hoje tem 58 anos. Os dois se cas<strong>ara</strong>m<br />

em abril <strong>de</strong> 1978. Cícero foi morar com Maurina na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pais <strong>de</strong>la e assim como eles, trabalhou por muito tempo<br />

com agricultura nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s vizinhas.<br />

Maurina e Cícero veram 4 filhos, sendo um ado vo. Maricélio, <strong>de</strong> 35 anos, Maria Nazaré, <strong>de</strong> 32 anos, Marivânia, <strong>de</strong><br />

23 anos e José Adriano, <strong>de</strong> 20 anos, mas nenhum dos filhos vive mais com o casal. Antes dos pais <strong>de</strong> Maurina falecerem,<br />

pass<strong>ara</strong>m a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1 hectare <strong>de</strong> terra p<strong>ara</strong> o seu nome e hoje eles vivem na terra na companhia <strong>da</strong> neta <strong>de</strong> 14 anos,<br />

que se chama Andressa May<strong>ara</strong>, filha <strong>de</strong> Maria Nazaré.<br />

No ano <strong>de</strong> 2004, o casal conquistou sua primeira cisterna <strong>de</strong> água <strong>de</strong> beber do Programa Um Milhão <strong>de</strong> Cisternas<br />

(P1MC) com aju<strong>da</strong> do Fundo Rota vo Solidário <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. O P1MC tem como obje vo g<strong>ara</strong>n r o acesso a água <strong>de</strong><br />

beber e cozinhar <strong>de</strong> <strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> e em quan <strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. An gamente, a gente acor<strong>da</strong>va ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong> pra ir pegar<br />

água, às vezes ia <strong>de</strong> burrinho ou carregava os bal<strong>de</strong>s na cabeça, não <strong>da</strong>va nem tempo <strong>de</strong> pensar no café. Só nha água a<br />

quase 20km <strong>da</strong>qui, nos barreiros, nas cacimbas. Era o jeito pegar, se não a gente não cozinhava e nem tomava banho.<br />

Quando a primeira cisterna chegou foi uma alegria, conta Maurina. P<strong>ara</strong> contribuir com o direito à alimentação e o acesso à<br />

educação e à saú<strong>de</strong> , a famí<strong>lia</strong> foi beneficia<strong>da</strong> com o Programa Bolsa Famí<strong>lia</strong> até o ano <strong>de</strong> 2015.<br />

Em 2013, Maurina e Cícero receberam a sua cisterna-calçadão p<strong>ara</strong> g<strong>ara</strong>n r a produção <strong>de</strong> alimentos, através do<br />

Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) com apoio do Centro <strong>de</strong> Educação e Organização Popular – CEOP, que tem como<br />

obje vo incrementar a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e aumentar a ren<strong>da</strong> <strong>fami</strong><strong>lia</strong>r. Depois <strong>de</strong>ssa cisterna,


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – P<strong>ara</strong>íba<br />

Maurina conta como as coisas mu<strong>da</strong>ram na sua casa. Quando a cisterna chegou, foi tudo diferente, eu e meu marido<br />

começamos a plantar e a gente não precisa mais comprar na<strong>da</strong> na rua, tudo vem <strong>da</strong>qui, do que a gente planta.<br />

Com água p<strong>ara</strong> produzir, o casal foi diversificando a plantação e Maurina diz que é uma riqueza só. Eles plantam<br />

couve, coentro, pimentão, tomate cereja, cebolinha. De fru feras eles têm m<strong>ara</strong>cujá, acerola, coqueiro, umbu, l<strong>ara</strong>nja,<br />

seriguela, romã e mamão. Maurina também cul va plantas medicinais, como a hortelã <strong>da</strong> folha miú<strong>da</strong>, benzetacil, alecrim,<br />

erva doce, cânfora e quebra pedra. Com minhas plan nhas medicinais eu faço chá, faço lambedor. Meus vizinhos vêm aqui<br />

em casa me pedir, porque dizem que só o meu que é bom. Mas aqui é assim, quando um precisa, aju<strong>da</strong> o outro. Em 2013 a<br />

famí<strong>lia</strong> também acessou o Pronaf B, e atualmente acessam o Seguro Safra,<br />

linhas <strong>de</strong> créditos volta<strong>da</strong>s ao fortalecimento <strong>da</strong> agricultura <strong>fami</strong><strong>lia</strong>r.<br />

Cícero e Maurina também criam galinhas <strong>de</strong> capoeira, guiné, pato e<br />

peru. Os dois começ<strong>ara</strong>m a criar ovelhas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015. O casal tem algumas<br />

sementes <strong>de</strong> milho, fava e feijão armazenados. Na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

guar<strong>da</strong> a sua semente mas, quando precisam, eles trocam. Maurina cercou a<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tela com a aju<strong>da</strong> do Fundo Rota vo Solidário <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com par cipação <strong>de</strong> algumas mulheres, mas diz que preten<strong>de</strong> aumentar p<strong>ara</strong><br />

po<strong>de</strong>r cul var mais. Eles também são fi<strong>lia</strong>dos ao Sindicato Rural <strong>de</strong> Picuí e<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> cisterna Maurina par cipa do grupo <strong>de</strong> mulheres. Eu gosto<br />

muito <strong>de</strong> ter minha plantação, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, meu marido cui<strong>da</strong> dos animais,<br />

alimenta, minha neta me aju<strong>da</strong> a regar e também tem o terreno aqui <strong>da</strong> igreja,<br />

que eu cuido, planto no arredor e ain<strong>da</strong> limpo a igreja com água <strong>da</strong> cisterna.<br />

Graças a Deus dá pra fazer <strong>de</strong> tudo, disse Maurina.<br />

Maurina disse que gosta <strong>de</strong> tudo que planta, mas que seu chamego<br />

são as flores, a que mais gosta é a rosa Benedita. Ela recebeu uma mu<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

rosa em um dos intercâmbios <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> que par cipou. Quando a<br />

gente vai p<strong>ara</strong> os intercâmbios, a gente apren<strong>de</strong> muita coisa. Eu aprendi a<br />

cui<strong>da</strong>r mais dos meus canteiros econômicos, colocando uma lona em baixo<br />

pra não gastar tanta água. Troco sementes <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s e ganho outras e<br />

também aprendi a fazer extrato <strong>de</strong> nim, que eu uso pra pulverizar a<br />

plantação, porque aqui é tudo natural e tudo sem veneno, disse Maurina. O<br />

casal também já recebeu visitas <strong>de</strong> intercâmbio na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Realização<br />

Apoio

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!