RELATÓRIO FINAL

pela qual foi contratado aquele serviço até chegarmos à triste realidade
em que se encontra aquele Fundo de Pensão.
Ainda em 2005, quando da conclusão dos trabalhos
da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito instaurada para apurar
denúncias de corrupção nos Correios – comissão aquela que ficou
conhecida como “CPMI dos Correios” –, já se apontava problemas na
governança do Postalis.
Vale a pena abrir parênteses para destacar que a
CPMI dos Correios, em 2005, já colocava uma interrogação sobre o Sr.
Adilson Florêncio da Costas pois, se naquela época ainda não exercia o
cargo de Diretor, ocupava a gerência que assessorava diretamente o
então Diretor Financeiro, Sr. Hélio Pereira, apontando no relatório como
responsável por gerar prejuízos milionários ao Fundo dos Trabalhadores dos
Correios 19 :
No curso das investigações, verificou-se que os indícios de
irregularidades mais relevantes encontravam-se nas
transações ocorridas entre abril de 2004 e setembro de
2005, sob a diretoria financeira do Sr. Hélio Afonso Pereira,
assessorado pela gerência do Sr. Adilson Florêncio da
Costa, promovido à diretoria após o afastamento do Sr. Hélio
Pereira.
Não foi por outra razão que, dada a participação do
Sr. Adilson Florêncio da Costa ainda como Gerente Financeiro, o mesmo
foi apontado como um dos indiciados por aquela CPMI 20 :
O estudo dos dados contidos no presente Relatório final e
que dizem respeito ao comportamento das aplicações de
recursos de fundos de pensão nele mencionados também
mostra a existência de indícios de ocorrência de perdas
significativas para o patrimônio do Postalis – verificadas
entre abril de 2004 e setembro de 2005 – decorrentes de
operações atípicas no mercado de derivativos (BM&F) e
aplicações em CDBs junto ao Banco Santos, às vésperas da
decretação da intervenção pelo Banco Central do Brasil,
ocorrida em 2004.
19 Relatório Final da CPMI dos Correios, volume 3, pág. 1353.
20 Relatório Final da CPMI dos Correios, volume 3, pág. 1634-1635.
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