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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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Essas aplicações, feitas de acordo com interesses opostos aos dos<br />

participantes, apresentavam alto risco e, com frequência, grandes<br />

prejuízos, inclusive com grande possibilidade de perda total, como é o<br />

caso do FIP Sondas, FIP OAS Empreendimentos e Gradiente. Todavia,<br />

usando-se de artifícios contábeis e financeiros esse prejuízo foi mascarado<br />

e, pelo contrário, ajudou a gerar superávit para bancar aumentos de<br />

benefícios, num primeiro momento, até 2011 e, adiar as medidas de<br />

equalização do déficit, que já seriam necessárias desde 2013, não fossem<br />

essas práticas ilegais.<br />

Tendo em vista a frágil governança da Funcef, são<br />

especialmente preocupantes as aplicações por meio de fundos de<br />

investimento e em recebíveis. No total, sua carteira registra 51 FIPs, que<br />

investem em mais de 100 empresas, com um valor patrimonial<br />

comprometido superior a R$ 6 bilhões, com alocação preponderante no<br />

REG/REPLAN saldado, plano de maior patrimônio, entretanto, com<br />

restrições de liquidez maiores, dado seu estágio de maturidade. Muitos<br />

desses investimentos vêm apresentando problemas.<br />

Recentemente, após a instalação desta CPI, alguns<br />

foram provisionados para perdas. Outros já estão no final do período de<br />

desinvestimentos sem perspectivas de cumprir com os compromissos<br />

acordados, mas seus Patrimônios Líquidos (PL) apresentam valores<br />

elevados, dando a falsa impressão que está tudo certo. Isso permite que,<br />

de um lado, os dirigentes da Funcef apresentem falsa impressão de<br />

sucesso no investimento, superestimando os ativos e reduzindo o<br />

verdadeiro déficit, e, de outro, garante aos administradores e gestores<br />

desses fundos uma remuneração maior, pois geralmente recebem um<br />

percentual do PL do fundo de investimento.<br />

Também preocupa a carteira de recebíveis, como<br />

debêntures conversíveis em ações da empresa emissora, visto que se a<br />

empresa falir e não pagar a debênture, a Funcef terá como garantia as<br />

ações dessa empresa, que nada valem e ainda podem trazer passivos<br />

com elas. Além disso, como essas debêntures geralmente têm uma taxa<br />

de juros bem acima da meta atuarial, elas são sempre corrigidas gerando<br />

um superávit irreal, só materializando o prejuízo quando vencerem e não<br />

forem pagas, daqui há vários anos.<br />

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