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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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acompanhei outro dia no jornal —, uma preocupação dela<br />

com relação a esses laudos produzidos, porque esses<br />

laudos produzidos por empresas têm repercussões<br />

financeiras muito grandes para muita gente, inclusive para<br />

cisões, retirada de participação em Bolsa. Ou seja, os<br />

minoritários têm que ter uma segurança de que os laudos<br />

que são produzidos têm um mínimo de confiança.<br />

O modelo que a Funcef utilizou para precificação das<br />

ações da Vale, um dos seus maiores investimentos, chegou a superestimar<br />

o valor desse ativo em 127%. A título de exemplo, em 2011, as ações da<br />

Vale estavam em R$ 39,45 e a Funcef avaliou pela sua metodologia em R$<br />

82,40. O relatório da PREVIC demonstra que, não fosse esse artifício<br />

contábil, a Funcef teria fechado os exercícios 2009, 2010 e 2011 com<br />

déficit, o que obrigaria a realização de aportes e outras medidas de<br />

equalização desde 2013. Algo similar foi feito com a Invepar e Desenvix.<br />

Todavia, como essas empresas não têm ações comercializadas na bolsa,<br />

apenas um laudo poderia comprovar a fraude.<br />

Após o esgotamento dos efeitos contábeis da Vale e<br />

outros ativos precificados a laudo, a curva de equilíbrio retomou seu curso<br />

já sinalizado em 2008, registrando déficit de cerca de R$ 14,700 bilhões em<br />

fins de 2015. Todavia, ainda há um enorme valor a ser a corrigido, que<br />

indica que o déficit atuarial é muito maior que o anunciado, visto que<br />

diversos fundos de investimento como o Multiner FIP, FIP Sondas, FIP OAS<br />

Empreendimentos e FIP Brasil Óleo e Gás estão com valor muito acima do<br />

real. Também há dúvidas sobre o valor real de diversos recebíveis e dos<br />

imóveis, bem como de participações de empresas avaliadas por meio de<br />

laudos.<br />

A crise econômica e a rentabilidade nos investimentos<br />

muito abaixo das expectativas, inclusive com colapso de alguns, se<br />

somaram às causas do déficit do triênio 2012/2014. Entretanto, os<br />

incentivos, as alterações legais, o encarecimento do plano e a gestão<br />

temerária e fraudulenta de um grande conjunto de investimentos, que<br />

implicaram no consumo dos recursos que formariam as reservas de<br />

contingência, fizeram com que os planos ficassem sem qualquer sobra<br />

para possíveis cenários desfavoráveis, configurando, então, eventos de<br />

natureza estrutural que contribuíram de forma definitiva para a gravidade<br />

do momento.<br />

Como já explicado anteriormente, viabilizar aumentos<br />

reais de benefícios via o FRB foi o pretexto para poder vender títulos<br />

públicos para poder fazer aplicações diversas no mercado de capitais.<br />

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