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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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lado realizar resultados financeiros positivos e turbinar o FRB, para dar<br />

aumentos nos benefícios, e, de outro possibilitar o investimento em<br />

operações de alto risco como Invepar, Belo Monte e Sete Brasil, bem<br />

como operações com fortes indícios de fraudes e tráfico de influência<br />

com FIP OAS Empreendimentos, Multiner FIP e FIP Cevix.<br />

Portanto, o processo que culminou no enorme e ainda<br />

parcialmente subnotificado déficit da Funcef, teve interesses da CAIXA e<br />

dos participantes como o ponto de partida e a base do problema. Porém,<br />

isso foi utilizado por gestores da Funcef e agentes públicos e privados para<br />

atender interesses contrários à boa gestão, à segurança dos recursos e,<br />

em alguns casos, às normas vigentes.<br />

Como a venda de títulos públicos não foi suficiente<br />

para cobrir o impacto dos reajustes e também havia pressão para novos<br />

investimentos temerários, a Funcef iniciou a manipulação dos balanços,<br />

fazendo “pedaladas” tanto no passivo quanto no ativo. Além disso,<br />

descumpriu as regras do FRB e lançou valores referentes a resultados<br />

positivos apenas contábeis e não financeiros para viabilizar aumentos de<br />

benefícios.<br />

A manipulação do passivo, conforme atestado pela<br />

Previc, se deu por meio de subestimar o crescimento real dos benefícios<br />

do Plano REG/REPLAN, levando a um cálculo das provisões matemáticas<br />

inferiores à real, portanto, reduzindo seu passivo em 27%.<br />

Todavia, mais séria ainda que a manipulação do<br />

passivo da FUNCEF, é a dos ativos, conforme constatado tanto pela<br />

auditoria da PREVIC, quando pelas investigações desta CPI. A estratégia<br />

tem sido inflar o valor de determinados investimentos a partir de laudos ou<br />

de regras de atualização totalmente desvinculadas do valor real do ativo.<br />

A esse respeito o Diretor da Funcef Max Mauran<br />

Pantoja da Costa fez o seguinte comentário nesta CPI:<br />

Aí a reflexão que eu trago é: quando a gente age,<br />

literalmente, pelo reflexo do laudo, reconhecendo aquilo que<br />

o laudo elevou patrimonialmente, sem que tenha entrado<br />

financeiro de fato... “Valuation não paga benefícios.” Não<br />

adianta nada eu dizer que a Vale chegou a 10 bi, precisar<br />

realizar esses 10 bi, e agora ele não valer nem 5 bi. Essa é<br />

uma reflexão profunda nessa relação que, talvez nas<br />

legislações a serem construídas, nas mudanças, tem que<br />

ser levada em consideração. A CVM tem que levar em<br />

consideração a qualidade principalmente desses laudos que<br />

são produzidos. Já existe uma discussão na CVM — eu<br />

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