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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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Portanto esses dois FIPs, assim como diversos outros<br />

fundos que têm aplicações da Funcef e estão com seus PLs<br />

superavaliados estão descumprindo esse normativo da CVM.<br />

3 – Conclusões<br />

A origem do déficit da Funcef foram os estímulos ao<br />

saldamento, a retirada do limite etário, as alterações decorrentes da lei LC<br />

nº 109/2001 (inserção dos institutos de resgate, portabilidade e Benefício<br />

Proporcional Diferido — BPD), a adequação de tábua de mortalidade e,<br />

principalmente, os aumentos reais dados em 2007, 2008, 2010 e 2011,<br />

financiados com recursos do próprio plano, entre eles o pagamento de<br />

dívida da CAIXA, os resultados regulares de 2003, 2004 e 2005 e a reserva<br />

de contingência. Essas medidas, que implicaram em benefícios para parte<br />

dos participantes, custaram cerca de R$ 13,774 bilhões, que a valores de<br />

DEZ/2015, atualizados apenas pela inflação equivalem a R$ 23,3 bilhões.<br />

Os contenciosos judiciais também têm importante<br />

impacto no déficit da Funcef. Já estão provisionados cerca de R$ 1,5<br />

bilhão e outros R$ 6,2 bilhões ainda não foram contabilizados tendo em<br />

vista a Funcef considerar o risco de perda inferior a 50%. Nesse montante<br />

destaca-se o CTVA, com impacto de R$ 3,5 bilhões. Trata-se de um<br />

contencioso de natureza trabalhista, assim como diversos outros. A<br />

responsabilidade por esses passivos é da CAIXA, não cabendo à FUNCEF,<br />

assumir o ônus das condenações judiciais delas decorrentes. Todavia, isso<br />

ainda não está totalmente equacionado.<br />

O instrumento utilizado para viabilizar gastos de longo<br />

prazo com aumentos reais de benefícios, foi a criação do Fundo para<br />

Revisão do Benefício Saldado (FRB), formado pelo resultado líquido do<br />

programa de investimentos equivalente a 50% do que exceder a meta<br />

atuarial, no exercício.<br />

No momento do saldamento, em 2006, a maior parte<br />

da carteira do REG/REPLAN estava em títulos públicos de longo prazo,<br />

com rentabilidade acima da meta atuarial e baixo risco, o que é<br />

adequado para um fundo maduro, sem novos entrantes, como ele.<br />

Portanto, não havia nenhum motivo para mudar o perfil da sua carteira de<br />

investimento.<br />

Todavia, logo após o saldamento, iniciou-se um<br />

movimento temerário de migração de investimentos atrelados a índices<br />

de preços CDI/Setic para investimentos atrelados a crescimento<br />

econômico, tais como participações diretas em empresas, FIPs debêntures<br />

e Investimentos Imobiliários. Essa mudança teve um duplo objetivo: de um<br />

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