RELATÓRIO FINAL
Relatorio-14-04-16 Relatorio-14-04-16
1,265 bilhão, pois continua atualizando o patrimônio líquido do FIP pela estimativa de rentabilidade prevista no prospecto inicial, que era IGP-M mais 9% ao ano, a despeito de não se verificar na realidade daquele investimento. Verificou-se a participação do Senhor José Augusto Ferreira dos Santos que além de sócio da Multiner S.A. também era diretor da Vitória Asset, gestora do FIP, o que se traduz num inequívoco conflito de interesses. Destaca-se a participação do Senhor Humberto Grault, ex-gestor da Petros, que foi um dos responsáveis pela captação de recursos junto aos fundos de pensão e pela gestão do FIP pela Vitória Asset. Após a substituição da Vitória Asset pela Planner como gestora do FIP, ele assumiu o cargo de gerente de participações da Funcef e assinou parecer que recomendou à Diretoria daquela Fundação o aporte suplementar de recursos, apesar dos problemas já apresentados neste relatório. Também chama a atenção a relação entre a Vitória Asset e membros do grupo controlador original da Multiner, ambos ligados ao grupo BVA, o que denota também outro caso de conflito de interesses. Além do prejuízo financeiro decorrente do insucesso da reestruturação da empresa Multiner S.A., os investidores do Multiner FIP ainda têm de arcar com a taxas superestimadas. Melhor explicando: como a taxa de administração FIP é de 0,45% ao ano, quanto mais inflado estiver o patrimônio do fundo, maior será a rentabilidade da administradora e gestora. Ademais, tal ilusão contábil, se reproduz nos Fundos de Pensão que não apenas deixam de evidenciar em seus balanços o prejuízo causado pelo investimento malsucedido, como ainda usam esse artifício contábil para ajudar a cumprir a meta atuarial e escamotear a realidade desastrosa do investimento – o que, de fato, acaba sendo conveniente na medida em que a rentabilidade do investimento é superior à meta atuarial. Importante esclarecer que nem mesmo o período de maturação do investimento justificaria tal metodologia de correção do patrimônio do Multiner FIP. Em outras palavras, nem mesmo a análise do investimento a partir da “Curva J” serve como justificativa pois, desde 2013, os investimentos foram encerrados de modo que os Fundos de Pensão deveriam determinar à administradora que modificasse o método de atualização para equivalência patrimonial ou fluxo de caixa descontado. 629
É importante destacar que todas usinas investidas já estão em produção e que tanto as receitas quanto as despesas operacionais nos últimos anos mostram-se estáveis, o que sinaliza que os empreendimentos estão maduros. Nessa perspectiva, vale destacar regra da CVM (Instrução nº438/2006): “4 - Na hipótese de ativos sem negociação nos últimos 90 (noventa) dias, o valor do título deverá ser avaliado pelo menor entre os seguintes valores: a) custo de aquisição; b) última cotação disponível; c) último valor patrimonial do título divulgado à CVM; ou d) valor líquido provável de realização obtido mediante adoção de técnica ou modelo de precificação. 5 - O administrador, em qualquer hipótese, deverá ajustar a avaliação dos ativos componentes da carteira do fundo sempre que houver indicação de perdas prováveis na realização do seu valor.” (destaque nosso). O método do fluxo de caixa descontado é mais complexo de avaliar e provavelmente dará um resultado ainda pior que a equivalência patrimonial. Por este último método, no quadro abaixo demonstramos os valores que deveriam estar lançados nos fundos de pensão. Por outro lado, se desde 2013 o patrimônio do FIP estivesse atualizado por este método o valor gasto a título de taxa de administração até junho de 2015 teria sido R$ 3,746 milhões. Todavia, nesse período, foi pago um montante de R$ 9,988 milhões, o que significa um prejuízo de R$ 6,242 milhões para os Fundos de Pensão, com a conivência dos gestores dos fundos que não desejavam expor uma perda de ativos que iria demonstrar um déficit atuarial ainda maior: Cotista Saldo pelo método de Saldo contabilizado no equivalência patrimonial FIP Multiner PETROS 38,9 308,1 POSTALIS 30,7 243,1 FUNCEF 28,9 228,5 INFRAPREV 20,9 165,7 630
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É importante destacar que todas usinas investidas já<br />
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Nessa perspectiva, vale destacar regra da CVM<br />
(Instrução nº438/2006):<br />
“4 - Na hipótese de ativos sem negociação nos últimos 90<br />
(noventa) dias, o valor do título deverá ser avaliado pelo<br />
menor entre os seguintes valores:<br />
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b) última cotação disponível;<br />
c) último valor patrimonial do título divulgado à CVM; ou<br />
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5 - O administrador, em qualquer hipótese, deverá ajustar<br />
a avaliação dos ativos componentes da carteira do<br />
fundo sempre que houver indicação de perdas prováveis<br />
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O método do fluxo de caixa descontado é mais<br />
complexo de avaliar e provavelmente dará um resultado ainda pior que a<br />
equivalência patrimonial. Por este último método, no quadro abaixo<br />
demonstramos os valores que deveriam estar lançados nos fundos de<br />
pensão. Por outro lado, se desde 2013 o patrimônio do FIP estivesse<br />
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administração até junho de 2015 teria sido R$ 3,746 milhões.<br />
Todavia, nesse período, foi pago um montante de R$<br />
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Fundos de Pensão, com a conivência dos gestores dos fundos que não<br />
desejavam expor uma perda de ativos que iria demonstrar um déficit<br />
atuarial ainda maior:<br />
Cotista<br />
Saldo pelo método de Saldo contabilizado no<br />
equivalência patrimonial FIP Multiner<br />
PETROS 38,9 308,1<br />
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