RELATÓRIO FINAL

- em setembro de 2009 a FUNCEF aportou R$ 260 milhões
na CEVIX ENERGIAS RENOVÁVEIS, por intermédio do FIP
Cevix;
- em setembro de 2010 a FUNCEF aportou R$ 80 milhões,
à título de reestruturação do investimento no FIP Cevix, na
DESENVIX ENERGIAS RENOVÁVIEIS, por intermédio do
FIP Desenvix;
- em setembro de 2010 a FUNCEF investiu R$ 100 milhões
na compra do estaleiro W Torre, situado na cidade de Rio
Grande-RS, em conjunto com a Engevix.
Ao que compete a esta Comissão Parlamentar de
Inquérito investigar – ciente dos limites e dos instrumentos que dispõe –,
verificou-se que o investimento da Funcef no FIP Cevix, e posteriores
reestruturações, foram feitos de forma apressada e temerária e que
acabaram beneficiando empresas controladas pelo Grupo Engevix.
Conforme já analisado, há indícios e evidências
concretas de que a empresa Upside foi contratada por Demósthenes
para, em conluio com Fábio Maimoni, elaborar um relatório de avaliação
que superestimasse os empreendimentos da Desenvix que respaldasse, ao
final, o valor de R$ 600 milhões.
Isso fica claro quando considerado que a taxa de
desconto que teria algum respaldo técnico (8,46%) ensejaria ao valor de
R$ 592 milhões, muito próximo do inicialmente referido pelo então Diretor
de Investimentos na proposta de negócio que recomendou.
Ademais, a documentação relativa ao aporte inicial
no Caixa FIP Cevix e às duas reestruturações que se seguiram contém
vasto material probatório de atuação, dolosa de Fábio Maimoni
Gonçalves, Demósthenes Marques e Carlos Augusto Borges; e no mínimo
culposa dos demais membros da diretoria, além de evidências que
permitem estimar, com segurança, que tais atos foram responsáveis em
gerar prejuízo financeiro à Funcef de no mínimo R$ 237 milhões (em valores
de janeiro de 2015).
Evidente que na seara da Funcef existem outros
agentes diretamente envolvidos se compararmos com os casos
investigados pela Operação Lava Jato. Todavia, o fato é que,
contemporaneamente à tramitação interna da análise e aprovação do
investimento e das reestruturações destes, o ex-Tesoureiro do PT, Sr. João
Vaccari Neto, recebia propina do Grupo Engevix por meio de esquema
de corrupção apurado pela Operação Lava Jato.
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