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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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No segundo laudo, realizado em 2014, utilizou-se o<br />

mesmo padrão de superavaliação dos ativos. Desta vez não foi<br />

considerada para a valorização do FIP a Usina de Bom Jesus do<br />

Itabapoana, mas foi considerada a Usina da Quissamã, uma usina<br />

inexistente com avaliação fantasiosa, no cenário intermediário de R$ 269,4<br />

milhões. Na mesma forma, ignorou-se a situação já relatada da Usina<br />

Sobrasil e considerou-se que a partir de 2016 era estaria em plena<br />

produção, valendo R$ 148,4 milhões. Em relação à Álcool Química<br />

Canabrava utilizou o mesmo modelo de superavaliação do relatório<br />

anterior, com uma pequena redução.<br />

Esta reavaliação fez com que as ações da<br />

Canabrava Bioenergia S.A. pertencentes ao FIP Bioenergia fosse<br />

reavaliada para R$ 709,5 milhões. Com isso, a taxa de administração<br />

ficaria maior, bem como o resultado dos fundos de pensão apresentaria<br />

um resultado positivo, apesar da situação crítica do investimento.<br />

Outra operação repleta de fraudes, foi a compra da<br />

Usina Santa Cruz por R$ 64 milhões, sendo parte à vista e o restante<br />

parcelado até 2018. Para pagar aos antigos proprietários e tornar a usina<br />

operacional foram emitidas debêntures em nome da empresa criada, a<br />

Usina Sobrasil. Porém, como atestado na diligência, as máquinas estavam<br />

em péssimo estado de conservação. Portanto, a usina não valia nem de<br />

longe o valor citado. Ao analisar os sigilos bancários foi identificado o<br />

pagamento de apenas R$ 22,4 milhões para a Companhia Brasileira se<br />

Açúcar e Álcool. Além disso, nenhum recurso foi utilizado para recuperar<br />

a usina ou adquirir novos equipamentos e fazê-la produzir. Portanto, cerca<br />

de R$ 44,3 milhões reais, em valores nominais, foram desviados pelos<br />

gestores da Empresa Sobrasil S.A, para fins estranhos aos previstos nas<br />

debêntures.<br />

As empresas do grupo Canabrava vêm apresentando<br />

prejuízos sistemáticos, estando algumas delas com passivo a descoberto.<br />

Em diligência, constatou-se que a situação financeira das empresas é préfalimentar:<br />

não pagou a rescisão salarial dos empregados demitidos; está<br />

com salário atrasado dos poucos funcionários que continuam<br />

trabalhando; está devendo todo o FGTS de 2015 e o parcelamento<br />

referente a anos anteriores; está devendo a fornecedores de cana e a<br />

arrendatários de terras. Não tem recursos em caixa para realizar<br />

operações básicas para o início da moagem da safra atual. Todavia, o<br />

patrimônio do FIP estava em R$ 819 milhões em janeiro de 2016.<br />

Com isso o administrador, o BNY Mellon, e o Gestor, a<br />

Artis Gestora de Recursos S.A., passaram a receber uma taxa de<br />

administração ainda maior, já que eles recebem 0,75% do Patrimônio<br />

Líquido (PL) do FIP Bioenergia por ano pelos serviços que deveriam realizar.<br />

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