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RELATÓRIO FINAL

Relatorio-14-04-16

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trabalho, na forma de salários indiretos – os chamados fringe benefits.<br />

Essa tendência também originou, no Brasil, a partir da<br />

década de 90, os atuais Planos Geradores de Benefício Livre, um produto<br />

bancário mais conhecido como PGBL, com incentivo fiscal por meio de<br />

diferimento do pagamento de imposto de renda sobre aplicações em<br />

planos de previdência complementar. Houve nítida inspiração nos<br />

difundidos planos 401-K dos Estados Unidos da América da década de 80,<br />

cuja denominação foi devida à inclusão de uma alínea “k” ao art. 401 do<br />

regulamento do imposto de renda daquele país.<br />

Seja nos fundos de pensão oferecidos como salários<br />

indiretos, nos planos 401-K, nos nossos planos do tipo PGBL ou nos Fundos<br />

de Pensão, a concepção segue a mesma lógica: benefícios de<br />

aposentadoria concedidos sobre reservas financeiras acumuladas a partir<br />

de contribuições de participantes e, quando cabíveis, de patrocinadores.<br />

É um regime de capitalização, portanto. Como tal, depende do<br />

desempenho obtido pelos gestores para as carteiras que compõem os<br />

planos.<br />

A crença em um mercado sempre pujante, sustentado<br />

por economias em permanente crescimento que, por sua vez, seriam<br />

movidas por contínuos ganhos de produtividade, inovações tecnológicas<br />

e consequente aumento de consumo das famílias e bem-estar das<br />

populações, acabou por induzir os gestores de décadas passadas a<br />

acreditar na total viabilidade dos denominados modelos de benefício<br />

definido. Por eles, fixa-se um valor para a renda mensal de benefícios de<br />

aposentadoria a serem concedidos ao longo de um horizonte de três<br />

décadas ou mais e se assume a hipótese de que a rentabilidade obtida<br />

nesse tempo cobrirá qualquer necessidade de aumento perene de<br />

contribuições ou de aportes emergenciais de socorro.<br />

No entanto, a prática mostrou que os agentes<br />

econômicos tendem a superestimar períodos de crescimento e<br />

valorização, ao mesmo tempo em que subestimam a ocorrência cíclica<br />

de crises e a possibilidade de épocas prolongadas de recessão e baixo<br />

crescimento. Desse modo, naturalmente, as entidades de previdência<br />

complementar abandonaram paulatinamente os planos de benefício<br />

definido, que ainda subsistem por força de contratos de trabalho antigos,<br />

e, não raro, demandaram aportes extraordinários, por parte do<br />

patrocinador, para manter o equilíbrio atuarial e financeiro frente aos<br />

déficits gerados.<br />

Houve, então, uma migração para uma modalidade<br />

sem compromisso com as consequências introduzidas por risco e<br />

incerteza: os planos de contribuição definida. A contribuição é conhecida<br />

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