RELATÓRIO FINAL
Relatorio-14-04-16 Relatorio-14-04-16
O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - E, no Spectra Trust que o senhor firmou, o Sr. Fabrizio Dulcetti consta como testemunha? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Como testemunha. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Por quê? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Não sei. O que me leva... O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Quer dizer, o senhor é dono de um fundo, de um grupo no exterior que tem como testemunha o Sr. Fabrizio, e o senhor não conhece, o senhor não sabe qual é o motivo pelo qual ele está como testemunha? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Isso é um contrato. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Mas isso foi submetido ao senhor, não foi? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Foi. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - E lá ele já constava como testemunha. Então, é do conhecimento do senhor. O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Não. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Ou o senhor simplesmente assinou um documento constitutivo, do qual o senhor é responsável, com uma testemunha que o senhor desconhecia, ou que o senhor não aceitava? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Excelência, é praxe assinar um contrato, e, normalmente, as testemunhas são de praxe. Elas não representam. Elas só, pelo Código Civil, dão validade ao contrato. Então, o que eu depreendo disso? Quem me indicou a AMICORP, que é essa empresa, foi o Fabrizio. A AMICORP mandou esses documentos. Eu firmei. Eles mandaram assinado por eles, e eu firmei o contrato. As testemunhas estavam em branco. Depois, pelas fraudes cometidas, eu chego à conclusão de que o Fabrizio tinha relação com alguém da AMICORP, para aceitarem abrir uma conta irregular, movimentarem essa conta de uma maneira irregular, e aceitarem ainda uma assinatura irregular. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Então, o senhor está acusando aqui o Sr. Fabrizio de estelionato. É isso? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Se for esse o crime. 145
O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Então o senhor o acusa de estelionato? Muito bem. O Senhor Fabrizio era responsável pelo fundo Atlântico, e, nesse fundo Atlântico, o senhor fez vários investimentos, inclusive com recursos da POSTALIS. O senhor não acha um tanto quanto estranho, eu pergunto ao senhor, o fato de o senhor agora acusar de estelionato alguém que no passado o senhor investiu de recursos dos carteiros, dos 110 mil carteiros da POSTALIS? O senhor não tinha informação? O senhor não sabia como isso... Como é que o senhor considera, como é que o senhor se autoavalia como executivo, se o senhor faz um investimento num fundo de um cidadão que agora o senhor está dizendo que falsificou documentos e que cometeu estelionato? O que é que o senhor tem a dizer? Como é que o senhor se autoavalia? O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Eu me avalio como uma pessoa normal e decente. Porque eu não tenho... A aplicação que foi feita 5, 6 anos, antes... Tudo isso que o Senhor está falando, que o senhor relatou, que o Sr. Fabrizio, hoje, que não era de meu conhecimento, que ele é fugitivo da polícia, que ele fez esse tack com a SEC, isso tudo foi feito em 2012 para 2013. E esse investimento existe desde 2005. E quando foi feita essa seleção — até bom que o senhor perguntou... A seleção dos gestores é feita dentro de um instituto. Existem uns pré-requisitos. Quem faz essa seleção é a Risk Office, que analisa a capacidade técnica, o histórico desses gestores, e, depois, submete, faz uma relação por setor, por vocação, e submete isso ao Banco Mellon. O Mellon, também, tem essa discricionariedade de operar os fundos, mas limitado àquele universo préescolhido pela Risk Office, uma terceira empresa especializada de gestores. O SR. DEPUTADO RAUL JUNGMANN - Sr. Alexi, eu agradeço. Tenho limitação de tempo. Eu quero apenas registrar que esse é um caso, realmente, que nos causa espécie, dado que o senhor tem um relacionamento ao longo do tempo, e negócios, inclusive testemunha numa empresa da qual o senhor é responsável, um estelionatário, segundo o senhor aqui nos disse. O senhor pode não ter conhecido anteriormente, mas caberia ao senhor, como a qualquer cidadão diante do ilícito, denunciar, como o senhor fez agora. O senhor não fez antes. Está fazendo agora. O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Eu fiz. 146
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simplesmente assinou um documento constitutivo, do qual o<br />
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desconhecia, ou que o senhor não aceitava?<br />
O SR. ALEXEJ PREDTECHENSKY - Excelência, é praxe<br />
assinar um contrato, e, normalmente, as testemunhas são<br />
de praxe. Elas não representam. Elas só, pelo Código Civil,<br />
dão validade ao contrato. Então, o que eu depreendo disso?<br />
Quem me indicou a AMICORP, que é essa empresa, foi o<br />
Fabrizio. A AMICORP mandou esses documentos. Eu firmei.<br />
Eles mandaram assinado por eles, e eu firmei o contrato. As<br />
testemunhas estavam em branco. Depois, pelas fraudes<br />
cometidas, eu chego à conclusão de que o Fabrizio tinha<br />
relação com alguém da AMICORP, para aceitarem abrir uma<br />
conta irregular, movimentarem essa conta de uma maneira<br />
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