RELATÓRIO FINAL

3.4. Diligências realizadas pela CPI
Esta Comissão convocou a prestarem depoimentos
representantes de associações dos beneficiários e os dirigentes do Postalis,
a respeito deste e de outros investimentos malsucedidos realizados
durante o período compreendido entre os anos de 2003 e 2015.
Antônio Carlos Conquista, atual Diretor-Presidente do
Postalis, ouvido em 25.08.2015, prestou os seguintes esclarecimentos sobre
o caso ora em exame:
O SR. DEPUTADO SERGIO SOUZA - Também há notícia
de investimentos em títulos na Venezuela e na Argentina.
Por que o POSTALIS investiu em títulos nesses países?
O SR. ANTONIO CARLOS CONQUISTA - Então,
Excelência, é uma oportunidade. Esse investimento é um
fundo que foi criado entre 2005 e 2008, e foram investidos
370 milhões nele. Nesse fundo, chamado fundo Atlântica,
havia uma obrigação do gestor à época que ele tinha que
comprar, obrigatoriamente, 80% de títulos da dívida externa
brasileira, da dívida soberana. E isso foi, eu consigo
imaginar, que foi vindo, está certo? Quando chegou em
2011, esse gestor, à revelia, trocou os títulos por papéis da
dívida argentina, da Venezuela e da PDVSA. A partir do
momento em que nós tivemos conhecimento — isso, já em
2012 —, nós fizemos a contratação do escritório de um ex-
Presidente da CVM, chamado Cantidiano, o Dr. Marcelo
Martin, e passamos a olhar, porque nós ainda não tínhamos
esse reflexo dessa situação da troca dos títulos efetivamente
registrado nos nossos balanços. A partir de 2014, quando a
Mellon trocou a sua gestão, houve a primeira reprecificação.
Aí já era um provisionamento que afetaria os nossos
números, inclusive equacionamento, num valor de 197
milhões. Nós entramos com uma ação na Justiça e
ganhamos, ganhadora, uma ação vencedora; ganhamos
uma carta de fiança paga pela Mellon junto ao Banco
BRADESCO, e esse valor está depositado, aguardando a
decisão judicial que ainda vai ocorrer. Passado algum tempo
— não sei se exatamente; o Sandro pode me ajudar —,
passados 2 ou 3 meses, eles fizeram uma reprecificação de
mais 50 milhões. Entramos na Justiça e, mais uma vez,
ganhamos. E aí, hoje, por volta de 250 milhões estão
guardados, através de uma carta de fiança que o Mellon
paga para o BRADESCO para que esse dinheiro
seguramente retorne aos caixas do…
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