RELATÓRIO FINAL

2.1. Da análise de risco do negócio:
Diante das considerações feitas anteriormente, restanos
analisarmos o único documento existente e encaminhado pelo Postalis
sobre o risco do negócio que envolvia a aquisição das Letras Financeiras
do Banco BVA, qual seja, o Relatório de Classificação de Risco elaborado
pela empresa LF Rating.
Vale esclarecer que as agências de rating (ou
classificadoras de risco) são usualmente contratadas por proponentes de
negócios/investimentos com o único propósito: demonstrar a viabilidade
do investimento a partir da análise do binômio risco/rendimento para
convencer os investidores a investir no negócio.
Desse modo, acredita-se que o relatório elaborado
pela LF Rating encaminhado a esta Comissão Parlamentar de Inquérito
pelo Postalis foi, também, apresentado ao Gestor e Administrador do FIC
Serengeti no momento da apresentação do investimento e, certamente,
deve ter tido papel preponderante na tomada de decisão de investir nas
Letras Financeiras do Banco BVA.
Todavia, o fato é que esta Comissão Parlamentar de
Inquérito, ao se debruçar sobre o Relatório de Rating, apurou
inconsistências objetivas nos dados utilizados pela LF Rating tendo em vista
que esta utilizou dados desatualizados.
O fato é que, tivesse havido mínima análise e um
pouco menos de displicência na realização do investimento em tela,
certamente ele não teria ocorrido ou, pelo menos, o segundo aporte de
R$25 milhões na compra das Letras Financeiras do Banco BVA não teria
sido efetivado.
Tal assertiva, frisa-se, não se faz de forma aleatória no
conforto de quem analisa os fatos pretéritos sabendo dos eventos que
sucederam após a compra das Letras Financeiras emitidas pelo Banco
BVA.
Pelo contrário, analisando o cenário econômico da
época, verifica-se objetivamente que a saúde financeira do BVA vinha se
deteriorando desde o início de 2012.
Para fundamentar nossa assertiva, ilustra-se abaixo a
evolução dos principais números relacionados a situação financeira do
104