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Jornal O Claustro - 4ª ed - 2016

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Íris Flamejante<br />

Estanho, quando minha íris fita o teu ser,<br />

tudo meu r<strong>ed</strong>or se<br />

Transcende, eleva, reluz<br />

Tudo vira sublime e agreste.<br />

Talvez pareça clichê ou não, dejavú talvez,<br />

Ou até karma...<br />

Mas, toda a vez que tento me aproximar<br />

mais<br />

Desse teu ser errante e quente,<br />

Desse verde penetrante desse teu olhar<br />

Cristalino, e flamejante, transbordando<br />

amor,<br />

Mais dou por mim a sentir que não foi nessa<br />

vida<br />

Que te conheci, que te via muito antes nos<br />

meus sonhos,<br />

Muito antes de vir ao mundo e de dar conta<br />

de mim como ser.<br />

Quando em meio à multidão, no banal quotidiano<br />

Passava por ti na rua, por acaso ou mero<br />

descaso,<br />

E caía lentamente na tua graça desm<strong>ed</strong>ida,<br />

Me deixava embeber pela tua passada<br />

melódica e rítmica,<br />

Nessa tua aura onírica...<br />

Sem querer e sem notar tu me absorvias,<br />

Desconhecidos e alheios trocávamos olhares<br />

e nada sabíamos de nós mesmos,<br />

Meros amantes distantes tentando se conhecer,<br />

através das entrelinhas e sarcasmos<br />

do destino...<br />

E agora? Fala-me nem que seja com o<br />

olhar,<br />

Que eu também toquei teu ser, sem disfarçar.<br />

Eu que nunca fui fácil de me apaixonar,<br />

Que sempre fui livre, não importava o que<br />

outros dissessem,<br />

Até onde posso ir pra te alcançar?<br />

Entreguei-me ao teu olhar, nele me perdi e<br />

ando a divagar,<br />

Acha-me dentro de ti e devolve-me ao teu<br />

respirar,<br />

A minha urgência é na sua vida me tornar.<br />

Sofia Friezas, 1º ano Psicologia<br />

Alcançado o nirvana, rendamo-nos ao<br />

chão<br />

E que por ele nos deixemos levar.<br />

Qual o propósito agora<br />

Se a cognição facilmente flutua num espaço<br />

Onde não é suposto estar, embora<br />

Seja tão sincero e honesto<br />

Amiga verdadeira, modesta, mas eu não<br />

presto.<br />

Angústias nascidas de um pomar de rosas<br />

que em cravos e espinhos se envolveram<br />

Como dois amantes que outrora se conheceram<br />

e do mesmo modo se esqueceram.<br />

João Valério, 3º ano Psicologia<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 13

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