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Jornal O Claustro - 4ª ed - 2016

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POLITICAMENTE INCORRETO<br />

O<br />

que é um aborto? Por definição, representa<br />

a paragem forçada de uma formação,<br />

algo que está em desenvolvimento.<br />

Interrupção é o tema retratado neste<br />

Politicamente Incorreto, que ao contrário do<br />

motivo abordado, segue o seu curso natural,<br />

sem intermissões, concluindo mais um ciclo<br />

letivo nos claustros da nossa faculdade.<br />

Certamente não vos é completamente<br />

descontextualizado o atual quadro<br />

político no Brasil, afinal é regular a cobertura<br />

dos média fazendo atravessar as notícias<br />

em tempo real nessa ponte atlântica.<br />

Todos sabemos que o Brasil é, ou era, liderado<br />

pela presidenta Dilma Rousseff, bem<br />

como soubemos, “em direto”, o resultado da<br />

votação na Camara dos Deputados que se<br />

debruçou sobre a aprovação do afastamento<br />

da mesma do cargo presidencial. Após o<br />

pleito o caso segue então para o Tribunal Superior<br />

F<strong>ed</strong>eral (TSF) e é dado o ver<strong>ed</strong>ito: Impeachment...<br />

Ou, “aborto politico”. Já há mais<br />

ou menos um ano, os cidadãos brasileiros<br />

têm se manifestado de maneira a exprimir a<br />

sua vontade em prol da saída ou permanência<br />

da presidente. Um período deveras instável,<br />

que tem abalado a estrutura do país<br />

em diversos setores, principalmente ao nível<br />

político, social e económico. Facto: Dilma<br />

Rousseff tem é acusada de estar envolvida<br />

em alguns casos de corrupção (o que, tendo<br />

em conta o histórico politico no Brasil, não é<br />

nenhuma surpresa), incluindo as chamadas<br />

“p<strong>ed</strong>aladas fiscais”, em 2014 e 2015, que são<br />

basicamente o ‘atraso’ de pagamento. Porém,<br />

pela longa bagagem de experiencia que o<br />

povo brasileiro tem a cerca da corrupção,<br />

r<strong>ed</strong>uzir as peladas fiscais ao mero atraso<br />

é fazer piada com coisas sérias; no fundo<br />

todos sabem que esse dinheiro que não<br />

foi pago, por exemplo, ao programa agrícola<br />

do Estado porque foi superfacturado, o<br />

que simplesmente significa que foi utilizado<br />

para outros fins que não o suposto e agora<br />

não haverá certamente como pagar. A<br />

praga alastra-se como rastilho de pólvora<br />

quando se fica a saber que também os<br />

principais bancos do país estão em divida,<br />

uma vez que a secretaria do Tesouro<br />

Nacional não fez circular o dinheiro do<br />

empréstimo sendo agora os mesmos<br />

bancos a terem que pagar essa linha de<br />

cr<strong>ed</strong>ito aberta, o que em resumo pode ser<br />

traduzido em: o cidadão é quem vai pagar.<br />

Contudo temos que ter em conta que ainda<br />

é um processo em andamento e as investigações<br />

não acabaram, e também por<br />

isso o afastamento da presidente é, numa<br />

primeira instância, de apenas 180 dias.<br />

Um outro acontecimento que já era<br />

de se esperar com o afastamento da Dilma<br />

Rousseff, era a colocação do vice-presidente<br />

no governo do país, como qualquer<br />

vice faria na ausência do presidente eleito.<br />

Michel Temer passou a assumir então<br />

como presidente interino; mas o mais interessante<br />

em toda essa historia é que<br />

presidenta e vice não se entendem. Líder<br />

e seu “braço direito” dificultam e tentam<br />

passar por cima do trabalho um do outro,<br />

tornando o que supostamente deveria<br />

ser um trabalho em equipa em uma competição<br />

pelo poder (mais uma vez questiono-me<br />

quem elegemos de verdade). Temer<br />

fez furor logo que assumiu o lugar de<br />

líder Estatal, justamente por causa da sua<br />

equipa composta por 23 ministros, todos<br />

homens e brancos. Até seria engraçado, ou<br />

mera coincidência reger tantos ministérios<br />

com apenas um grupo especifico, mesmo<br />

tendo tanta diversidade num país como<br />

o Brasil (ou qualquer outro, visto que em<br />

todas as nações temos negros, mulheres,<br />

nativos e jovens), mas possivelmente não<br />

foi obra do acaso, visto que o presidente,<br />

interino voltou a abalar as bases da<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 9

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