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Jornal O Claustro - 4ª ed - 2016

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JORNAL<br />

O <strong>Claustro</strong><br />

VOLUME 44| Junho <strong>2016</strong> | JORNAL GRATUITO<br />

E Falta se a pouco tua Opcional para o estudar fosse a participação<br />

acabar…<br />

numa (ou quase) Investigação?<br />

PÁG. 14 16 E 15 17<br />

Que Mestrado Escolher?<br />

PÁG.17 PÁG.18-20 E Poemas ao à beira-mar<br />

Verde<br />

PÁG.5 E 6<br />

5th EFCAP CONGRESS<br />

JuniRHUMO, a júnior empresa da FPCEUC<br />

PÁG. 17 2 E 3


VOLUME 4 | Junho <strong>2016</strong> | JORNAL GRATUITO<br />

EDITORIAL<br />

The winter is coming...<br />

Ah... o verão! Mesmo com as temperaturas a extrapolar o<br />

suportável e suarmos o tempo todo, é a estação do ano mais esperada<br />

pelos estudantes, e talvez por todos os outros também. É quando<br />

as aulas acabam, temos cerca de dois meses de férias e o Algarve<br />

fica cheio de turistas. Que época incrível! Ou era para ser, como de<br />

costume.<br />

Por mais que tenhamos mais tempo de sol e as praias estejam<br />

propícias às festas, pode ser um conforto volátil achar que o clima<br />

ameno seja a solução para tudo. Tanto Portugal como o resto do<br />

mundo passa por uma situação crítica, tanto política como económica,<br />

e isso deveria causar-nos preocupação. O que os governos estão<br />

a fazer queimar a paciência de qualquer um e deixam o nosso futuro<br />

à deriva.<br />

Como somos estudantes e o futuro a nós pertence, estudar<br />

faz parte também das nossas obrigações como bons cidadãos e agentes<br />

de um país justo e solidário com todos. O conhecimento sempre<br />

foi considerado arma mais potente e eficaz contra a ignorância, essa<br />

que insiste em encobrir o mundo. Assim, somos nós os responsáveis<br />

para que o verão seja agradável a toda gente, mesmo que a situação<br />

do país tenda a empurrar todos para a sombra.<br />

Parece estranho, e de fato é, pensar que nós, da FPCE, somos<br />

responsáveis pelo futuro, mas basta pensarmos que, tanto Psicologia,<br />

Ciências da Educação como Serviço Social são áreas de<br />

responsabilidade pública, formação de cidadãos e bem-estar geral.<br />

Cabe a nós estarmos atentos a todas as dificuldades de nossos pacientes,<br />

alunos e utentes para garantirmos a eles condições para<br />

aproveitarem o verão como nós.<br />

Para tanto, depois desse mês conturbado de exames e mais<br />

exames, repensa um pouco na praia ao comer uma bola de Berlim<br />

como podes ser a diferença dentro da tua área e como, ano que<br />

vem, podes transformar a realidade de alguém com pouco ou muito<br />

pouco.<br />

Estamos a entrar no verão, malta, mas o mundo está a esfriar cada<br />

vez mais.<br />

P<strong>ed</strong>ro Reis<br />

Direção Margarida Tomé Edição Francisco Santo Colaborou nesta <strong>ed</strong>ição Beatriz Moreira, Catarina<br />

Bettencourt, Daniela Melo, Francisco Santo, Huliana Sales, Isabela Barbosa, João Valério,<br />

Mariana Fernandes, Miguel Gonçalves, Patrícia Dantas, P<strong>ed</strong>ro Moreira, P<strong>ed</strong>ro Reis,<br />

Rafael Henriques Ferreira, Rui Carreira, Sara Marques, Sofia Friezas Agradecimentos<br />

Direção da FPCEUC Paginação Francisco Santo Conceção e Produção NEPCESS/AAC<br />

Contactos<br />

FPCE-UC<br />

Direção<br />

dir@fpce.uc.pt<br />

Serviços Académicos<br />

epg-fpce@fpce.uc.pt<br />

Gabinete de Apoio ao Estudante<br />

gae@fpce.uc.pt<br />

Rhumo<br />

Júnior Empresa de Recursos Humanos<br />

geral.rhumo@gmail.com<br />

Desconcertuna<br />

tuna.fpceuc@hotmail.com<br />

desconcertuna.2007@gmail.com<br />

InterDito<br />

Grupo de Expressão Dramática da FPCEUC<br />

interdito.fpceuc@gmail.com<br />

NEPCESS/AAC<br />

Direção<br />

nepcessaac.direcao@gmail.com<br />

Plenário<br />

plenario.nepcess.aac@gmail.com<br />

<strong>Jornal</strong> “O <strong>Claustro</strong>”<br />

jornaloclaustro@gmail.com<br />

Pelouro de Comunicação e Imagem<br />

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Pelouro de Desporto e Convívio<br />

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Social<br />

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Saídas Profissionais<br />

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Pelouro de Relações Internacionais e Relações Externas<br />

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O <strong>Claustro</strong> Página 1


5th EFCAP CONGRESS<br />

Nos dias 11, 12 e 13 de Maio decorreu, na Faculdade<br />

de M<strong>ed</strong>icina da Universidade do<br />

Porto (FMUP), o 5.º Congresso Internacional<br />

da European Association for Forensic<br />

Child and Adolescent Psychiatry, Psychology and<br />

other involv<strong>ed</strong> Professions (EFCAP). Este congresso,<br />

de periodicidade bienal, tem como objetivos<br />

apresentar e discutir as várias investigações,<br />

efe- tuadas a nível internacional, sobre os desafios<br />

que se colocam à Psiquiatria e Psicologia Forense,<br />

atualmente, assim como reunir conhecimentos e<br />

ganhar consciência acerca<br />

das necessidades inerentes<br />

a esta população.<br />

O EFCAP Congress<br />

deste ano foi organizado,<br />

em conjunto, pela<br />

Faculdade de Psicologia e<br />

Ciências da Educação da<br />

Universidade de Coimbra<br />

(FPCE-UC) e pelo Departamento<br />

de Educação e Psicologia<br />

da Universidade<br />

de Trás-os-Montes e Alto<br />

Douro (UTAD – Vila Real)<br />

e teve como principais responsáveis<br />

pelo evento o<br />

Professor Doutor Daniel<br />

Rijo e Mestre Nélio Brazão,<br />

da FPCE-UC e pelo Professor Doutor Ricardo Barroso,<br />

da UTAD.<br />

Durante os três dias do congresso, o auditório<br />

e cinco salas da FMUP receberam vários dos<br />

especialistas mais prestigiados no mundo nesta<br />

temática, reunindo cerca de 250 trabalhos científicos<br />

apresentados. Dividido em sete grandes temas,<br />

pôde assistir-se a comunicações orais sobre<br />

avaliação e tratamento de agressores juvenis, avaliação<br />

e tratamento de crianças e adolescentes vítimas,<br />

intervenções em jovens vítimas e agressores<br />

focadas na comunidade, práticas em centros <strong>ed</strong>ucativos<br />

de crianças e jovens, gestão da agressão<br />

em crianças e adolescentes, processos neurobiológicos<br />

nos jovens antissociais e questões legais<br />

dos agressores e vítimas. De frisar que, este ano,<br />

o congresso teve a particularidade de revelar, mais<br />

veemente, os estudos realizados acerca do tipo de<br />

intervenção terapêutica utilizada com os jovens<br />

agressores<br />

e vítimas, além da<br />

forte componente<br />

de avaliação psicológica<br />

e psicossocial,<br />

existente<br />

nestes contextos.<br />

O primeiro<br />

dia (11 de<br />

Maio) foi composto<br />

pela decorrência<br />

de quatro<br />

workshops, de<br />

manhã, lecionados<br />

por nomes<br />

bem conhecidos<br />

no mundo<br />

forense, como o<br />

Professor Doutor David Farrington (da<br />

Universidade de Cambridge) ou a Professora<br />

Doutora Essi Viding (da University<br />

College London), demonstrando numa<br />

perspetiva mais próxima o seu knowhow<br />

acerca dos assuntos estudados.<br />

De tarde houve a sessão presidencial<br />

de abertura do Congresso, presidida<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 2


pela Presidente da EFCAP, Professora Doutora<br />

Chijs van Nieuwenhuizen (da Universidade<br />

de Tilburg - Holanda), com o tema<br />

“New developments in youth forensic mental<br />

health care”, que expôs os estudos mais<br />

recentes realizados sobre a Psiquiatria e<br />

Psicologia Forense, bem como manifestou<br />

a sua preocupação com o que ainda falta<br />

explorar nestes campos de investigação.<br />

Seguidamente, os participantes no congresso<br />

foram presenteados com uns belíssimos<br />

acordes de fado e tiveram uma tarde<br />

repleta de comunicações orais, que decorreram<br />

em 6 salas simultaneamente (como<br />

anteriormente mencionado). No final do<br />

dia, os participantes foram convidados a<br />

saborear o vinho do Porto português, brindando<br />

ao bem-aventurado congresso.<br />

Segundo dia (12 de Maio) decorreu com<br />

a continuação das comunicações orais, juntamente<br />

com a exposição de posters científicos,<br />

que estavam em concurso para um prémio<br />

oferecido pela EFCAP e seriam avaliados por<br />

um júri pertencente às suas entidades. Igualmente,<br />

o segundo dia teve a participação de três<br />

keynotes de nomes convidados pelo EFCAP.<br />

entre eles o Professor Doutor Ton Liefaard<br />

(UNICEF Chair in Children’s Rights), que<br />

discursou acerca dos direitos dos jovens<br />

agressores e vítimas. Por fim, houve um<br />

jantar no restaurante da Casa da Música,<br />

no Porto, tendo sido um espaço intimista<br />

de contacto entre todos os participantes<br />

no congresso.<br />

Dia 13 de Maio, último dia, mantiveram-se<br />

as comunicações orais e a<br />

exposição de posters científicos. Pelas<br />

dezasseis horas, houve a cerimónia de<br />

encerramento do congresso, com a participação<br />

do Doutor Celso Manata (Diretor-Geral<br />

da DGRSP).<br />

Em suma, estes três dias foram fundamentais<br />

para que os vários centros de<br />

estudos dos países participantes observassem<br />

as novas tendências da investigação<br />

e trocassem experiências e ideias<br />

para o desenvolvimento e fomento de<br />

novos campos de análise. Em 2018, o 6th<br />

EFCAP Congress irá concretizar-se em<br />

Veneza (Itália), que desde já o <strong>Claustro</strong> vos<br />

convida a participar, sendo uma experiência<br />

enriquec<strong>ed</strong>ora a vários níveis.<br />

Rafael Henriques Ferreira<br />

interdito.fpceuc@gmail.com<br />

http://teatrointerdito.blogspot.com<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 3


SPOT DE CULTURA<br />

As Chaves do Castelo de Nietzsche<br />

‘’Os homens póstumos – eu, por exemplo – são mais mal compreendidos do que os homens atuais, mas<br />

melhor ouvidos. Com mais rigor: nunca somos compreendidos – e daí a nossa autoridade”<br />

Nietzsche, 1888<br />

O texto que escrevo tem como fim entregar<br />

as chaves para as portas do castelo de Fri<strong>ed</strong>rich<br />

Nietzsche, aos interessados em penetrar as muralhas<br />

do pensamento do que foi um dos mais importantes<br />

filósofos da modernidade, influência de obras<br />

como as de Fernando Pessoa e Sigmund Freud.<br />

A primeira chave: Niilismo. Normalmente, o<br />

niilista é visto como aquele que nega a existência de<br />

valores e de um sentido para a vida. Todavia, essa<br />

conceção é contrária àquela que Nietzsche utiliza,<br />

quando emprega a palavra (e o pior é que não avisa<br />

o leitor de que o faz). Segundo ele, o verdadeiro<br />

niilista é aquele que nega a vida, em prole de pretensos<br />

valores superiores, sejam eles a honestidade, o<br />

altruísmo, o não-matar. A argumentação desta tese<br />

é simples: se a vida muda; se nós não somos aqueles<br />

que éramos no instante que acabou de passar;<br />

então, cunhar valores que transcendem o tempo e o<br />

espaço (o contexto), só poderá ser erróneo, negando<br />

assim o óbvio devir (movimento permanente de mudança<br />

no estado das coisas) que se manifesta aos<br />

nossos olhos.<br />

A segunda chave: Os Ideais. O ideal representa<br />

na obra nietzschiana uma contaminação da<br />

realidade. Ao possuirmos ideias formadas acerca<br />

de como deve ser a vida, tendemos a desprezar o<br />

que temos. Suponhamos que alguém tem como<br />

objetivo estudar em Harvard, porque acha que para<br />

ser fantástico precisa de se formar por essa instituição,<br />

mas tudo o que consegue é estudar em<br />

Trás-os-Montes, daqui resultará uma depreciação<br />

daquilo que tem acompanhada de uma frustração.<br />

No livro ‘’O Crepúsculo dos Ídolos’’, o filósofo defende:<br />

a destruição dos ideais; o deixar de almejar<br />

o que não se tem (porque está fora da realidade); a<br />

aceitação da realidade tal qual ela é. O amor fatido<br />

qual Nietzsche nos fala é isto mesmo, o amor pelas<br />

coisas tal qual elas são, pelo que temos e somos,<br />

com todas as suas rugas, sardas e sinais.<br />

A terceira chave: Deus Está Morto. Em<br />

’Gaia Ciência’’, o filósofo surpreende o leitor com<br />

‘a afirmação, ‘’Deus está morto’’, uma frase suficientemente<br />

forte para fazer cair da cadeira os<br />

leitores desprevenidos. Ao proferir estas palavras,<br />

Nietzsche denuncia o fim de uma forma de pensar<br />

que aterrorizou a humanidade durante séculos<br />

– o término da estrutura de pensamento religioso.<br />

Com a morte de Deus, conceitos como o Bem e o<br />

Mal, o Céu e o Inferno, desaparecem. Desaparece<br />

também a perceção de que fora da Terra a vida<br />

é melhor do que na Terra, fulminam-se todas as<br />

formas de pensamento que opõe o real ao ideal.<br />

Chave última: O Eterno Retorno. A filosofia<br />

de Fri<strong>ed</strong>rich Nietzsche é gentil para quem não a<br />

segue, não há inferno, não há punição, não procura<br />

seguidores. É baseada no ‘’querer’’ pessoal.<br />

Somos por ela brindados com um mecanismo de<br />

uma genialidade incrível: O Eterno Retorno, que se<br />

baseia na sublime conceção da felicidade apresentada<br />

em ‘’Assim Falava Zaratustra’’, este livro<br />

diz-nos que a felicidade é aquele instante que<br />

queremos que dure para sempre. Viver de acordo<br />

com o Eterno Retorno significa passear pela vida<br />

fazendo somente aquilo que faríamos um número<br />

infinito de vezes, sem fórmulas, sem passado ou<br />

futuro.<br />

As obras de Nietzsche foram escritas<br />

consoante as coisas lhe vinham à<br />

cabeça, por isso não existem secções propriamente<br />

ditas em que possamos separar<br />

a moral, da beleza, de tudo o resto. Estamos<br />

em contacto com todo o pensamento<br />

nietzschiano em cada frase que lemos.<br />

Isto faz dos livros um desafio, como tal, a<br />

minha recomendação é que os potenciais<br />

leitores comecem por ler ‘’O Crepúsculo<br />

dos Ídolos’’, que poderá ser encomendado<br />

na Alm<strong>ed</strong>ina Arco (ou requisitado na<br />

biblioteca geral). A tentação de adquirir<br />

‘’Assim Falava Zaratustra’’, livro da moda, o<br />

apogeu da obra de Nietzsche, poderá ser<br />

grande, contudo, de que vale ler um livro<br />

que não entendemos?<br />

Rui Carreira<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 4


Poemas à beira-mar<br />

No Entardecer dos Dias de Verão<br />

Francisco Santo<br />

Comparar-te a um Dia de Verão?<br />

Comparar-te a um dia de verão?<br />

Há mais ternura em ti, ainda assim:<br />

um maio em flor às mãos do furacão,<br />

o foral do verão que chega ao fim.<br />

Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;<br />

outras, desfaz-se a compleição doirada,<br />

perde beleza a beleza; e o que perdeu<br />

vai no acaso, na natureza, em nada.<br />

Mas juro-te que o teu humano verão<br />

será eterno; sempre crescerás<br />

indiferente ao tempo na canção;<br />

e, na canção sem morte, viverás:<br />

Porque o mundo, que vê e que respira,<br />

te verá respirar na minha lira.<br />

William Shakespeare,<br />

in “Sonetos”<br />

No entardecer dos dias de Verão, às vezes,<br />

Ainda que não haja brisa nenhuma, parece<br />

Que passa, um momento, uma leve brisa...<br />

Mas as árvores permanecem imóveis<br />

Em todas as folhas das suas folhas<br />

E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,<br />

Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...<br />

Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!<br />

Fôssemos nós como devíamos ser<br />

E não haveria em nós necessidade de ilusão<br />

...<br />

Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida<br />

E nem repararmos para que há sentidos ...<br />

Mas graças a Deus que há imperfeição no<br />

Mundo<br />

Porque a imperfeição é uma cousa,<br />

E haver gente que erra é original,<br />

E haver gente doente torna o Mundo engraçado.<br />

Se não houvesse imperfeição, havia uma<br />

cousa a menos,<br />

E deve haver muita cousa<br />

Para termos muito que ver e ouvir ...<br />

Alberto Caeiro, in “O Guardador de<br />

Rebanhos - Poema XLI”<br />

Francisco Santo<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 5


O <strong>Claustro</strong> Página 6<br />

Poemas à beira-mar<br />

O Verão<br />

Francisco Santo<br />

Saudoso já deste Verão que Veio<br />

Saudoso já deste verão que veio,<br />

Lágrimas para as flores dele emprego<br />

Na lembrança invertida<br />

De quando hei de perdê-las.<br />

Transpostos os portais irreparáveis<br />

De cada ano, me antecipo a sombra<br />

Em que hei de errar, sem flores,<br />

No abismo rumoroso.<br />

E colho a rosa porque a sorte manda.<br />

Marcenda, guardo-a; murche-se comigo<br />

Antes que com a curva<br />

Diurna da ampla terra.<br />

Estás no verão,<br />

num fio de repousada água, nos espelhos perdidos<br />

sobre<br />

a duna.<br />

Estás em mim,<br />

nas obscuras algas do meu nome e à beira do<br />

nome<br />

pensas:<br />

teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó,<br />

sepultada rosa do desejo, um homem entre as<br />

mágoas.<br />

És o esplendor do dia,<br />

os metais incandescentes de cada dia.<br />

Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada<br />

reconheces<br />

o ardor das maçãs,<br />

as claras noções do pecado.<br />

Ouve a canção dos jovens amantes nas altas<br />

colinas dos<br />

meus anos.<br />

Quando me deixas, o sol encerra as suas pérolas,<br />

os<br />

rituais que previ.<br />

Uma colmeia explode no sonho, as palmeiras<br />

estão em<br />

ti e inclinam-se.<br />

Bebo, na clausura das tuas fontes, uma s<strong>ed</strong>e<br />

antiquíssima.<br />

Doce e cruel é setembro.<br />

Dolorosamente cego, fechado sobre a tua boca.<br />

José Agostinho Baptista,<br />

in “Paixão e Cinzas”<br />

Ricardo Reis,<br />

in “Odes”<br />

Francisco Santo


P<strong>ed</strong>ro Reis, Psicologia, 1º ano<br />

Cássia Dieguez, Psicologia, 1º ano<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 7


Filipa Ferreira, Psicologia, 1º ano<br />

Maria Inês Caçador, Psicologia, 1º ano<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 8


POLITICAMENTE INCORRETO<br />

O<br />

que é um aborto? Por definição, representa<br />

a paragem forçada de uma formação,<br />

algo que está em desenvolvimento.<br />

Interrupção é o tema retratado neste<br />

Politicamente Incorreto, que ao contrário do<br />

motivo abordado, segue o seu curso natural,<br />

sem intermissões, concluindo mais um ciclo<br />

letivo nos claustros da nossa faculdade.<br />

Certamente não vos é completamente<br />

descontextualizado o atual quadro<br />

político no Brasil, afinal é regular a cobertura<br />

dos média fazendo atravessar as notícias<br />

em tempo real nessa ponte atlântica.<br />

Todos sabemos que o Brasil é, ou era, liderado<br />

pela presidenta Dilma Rousseff, bem<br />

como soubemos, “em direto”, o resultado da<br />

votação na Camara dos Deputados que se<br />

debruçou sobre a aprovação do afastamento<br />

da mesma do cargo presidencial. Após o<br />

pleito o caso segue então para o Tribunal Superior<br />

F<strong>ed</strong>eral (TSF) e é dado o ver<strong>ed</strong>ito: Impeachment...<br />

Ou, “aborto politico”. Já há mais<br />

ou menos um ano, os cidadãos brasileiros<br />

têm se manifestado de maneira a exprimir a<br />

sua vontade em prol da saída ou permanência<br />

da presidente. Um período deveras instável,<br />

que tem abalado a estrutura do país<br />

em diversos setores, principalmente ao nível<br />

político, social e económico. Facto: Dilma<br />

Rousseff tem é acusada de estar envolvida<br />

em alguns casos de corrupção (o que, tendo<br />

em conta o histórico politico no Brasil, não é<br />

nenhuma surpresa), incluindo as chamadas<br />

“p<strong>ed</strong>aladas fiscais”, em 2014 e 2015, que são<br />

basicamente o ‘atraso’ de pagamento. Porém,<br />

pela longa bagagem de experiencia que o<br />

povo brasileiro tem a cerca da corrupção,<br />

r<strong>ed</strong>uzir as peladas fiscais ao mero atraso<br />

é fazer piada com coisas sérias; no fundo<br />

todos sabem que esse dinheiro que não<br />

foi pago, por exemplo, ao programa agrícola<br />

do Estado porque foi superfacturado, o<br />

que simplesmente significa que foi utilizado<br />

para outros fins que não o suposto e agora<br />

não haverá certamente como pagar. A<br />

praga alastra-se como rastilho de pólvora<br />

quando se fica a saber que também os<br />

principais bancos do país estão em divida,<br />

uma vez que a secretaria do Tesouro<br />

Nacional não fez circular o dinheiro do<br />

empréstimo sendo agora os mesmos<br />

bancos a terem que pagar essa linha de<br />

cr<strong>ed</strong>ito aberta, o que em resumo pode ser<br />

traduzido em: o cidadão é quem vai pagar.<br />

Contudo temos que ter em conta que ainda<br />

é um processo em andamento e as investigações<br />

não acabaram, e também por<br />

isso o afastamento da presidente é, numa<br />

primeira instância, de apenas 180 dias.<br />

Um outro acontecimento que já era<br />

de se esperar com o afastamento da Dilma<br />

Rousseff, era a colocação do vice-presidente<br />

no governo do país, como qualquer<br />

vice faria na ausência do presidente eleito.<br />

Michel Temer passou a assumir então<br />

como presidente interino; mas o mais interessante<br />

em toda essa historia é que<br />

presidenta e vice não se entendem. Líder<br />

e seu “braço direito” dificultam e tentam<br />

passar por cima do trabalho um do outro,<br />

tornando o que supostamente deveria<br />

ser um trabalho em equipa em uma competição<br />

pelo poder (mais uma vez questiono-me<br />

quem elegemos de verdade). Temer<br />

fez furor logo que assumiu o lugar de<br />

líder Estatal, justamente por causa da sua<br />

equipa composta por 23 ministros, todos<br />

homens e brancos. Até seria engraçado, ou<br />

mera coincidência reger tantos ministérios<br />

com apenas um grupo especifico, mesmo<br />

tendo tanta diversidade num país como<br />

o Brasil (ou qualquer outro, visto que em<br />

todas as nações temos negros, mulheres,<br />

nativos e jovens), mas possivelmente não<br />

foi obra do acaso, visto que o presidente,<br />

interino voltou a abalar as bases da<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 9


POLITICAMENTE INCORRETO<br />

soci<strong>ed</strong>ade brasileira quando tentou r<strong>ed</strong>uzir o<br />

ministério da cultura à uma secretaria vinculada<br />

ao Ministério da Educação. A ideia principal,<br />

segundo Temer, era inclusivamente até<br />

muito interessante: diminuir para expandir,<br />

possivelmente…. Enfim, o importante é tentar,<br />

não é? Vejam só que até declarou à imprensa<br />

que a ‘secretaria da cultura’ teria uma mulher<br />

como diretora, o que por si só já basta para<br />

não passar uma imagem de governo fechado<br />

e aristocrata. O que importa é tentar, não é?<br />

Todos os acontecimentos decorrem<br />

em consequências ou ações realizadas no<br />

passado. Tudo o que está a emergir agora<br />

no Brasil, não será certamente resultado dos<br />

últimos mandatos presidenciais. É só uma<br />

questão de lógica e raciocínio: o Brasil é muito<br />

grande (toda a gente sabe), são cerca de 200<br />

milhões de habitantes. Um país com uma<br />

geografia e clima riquíssimos que engloba<br />

26 Estados e 1 distrito F<strong>ed</strong>eral, o que implica<br />

27 governadores. O Estado com o maior<br />

número de municípios é Minas Gerais que<br />

conta com mais de 800 cidades e cada<br />

uma delas tem um prefeito, e cada prefeito<br />

tem o seu conjunto de colaboradores<br />

também designados vereadores, que tratam<br />

de questões Executivas e Legislativas<br />

dentro da autonomia de cada município,<br />

adicionando mais um número à equação<br />

entre 9 a 55 (consoante o numero de habitantes<br />

por cidade). Claro, isso tudo sem<br />

falar nos deputados, ministros, senadores,<br />

secretários, advogados, ascensores, papagaios<br />

e periquitos, todos os quais recebem<br />

quantias mensais muito generosas<br />

como salário (não incluindo caixa 2),<br />

enquanto o cidadão, simples mortal, é<br />

ludibriado com sistemas como o crédito,<br />

parcelas, empréstimos e sobrevive com<br />

um ordenado mínimo (788,00 R$). A pergunta<br />

crucial agora é: de quem é a culpa?<br />

Huliana Sales<br />

Ensaios: Quartas e Quintas-feiras, 21 Horas, FPCEUC<br />

Contactos: Andreia - 917846573<br />

Davide - 912780172<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 10


Entre segr<strong>ed</strong>os…<br />

O nosso segr<strong>ed</strong>o<br />

Será sempre a certeza<br />

De que me abandonarás,<br />

Todas as vezes que o sol nascer.<br />

O teu segr<strong>ed</strong>o<br />

Será sempre a certeza<br />

De que nenhum agradecimento<br />

Ficou para trás, entalado.<br />

E o meu segr<strong>ed</strong>o<br />

Será sempre a certeza<br />

De te saber esperar,<br />

Enquanto tantos sorrisos<br />

Vão passando, olhando,<br />

Sentindo a falta que sinto<br />

De ti e do teu Abraço.<br />

Daniela Melo, 2º ano Psicologia<br />

Reticências entre os extremos<br />

A minha razão é sentimental<br />

A minha matéria é colossal<br />

Não passo de um pregão<br />

Acérrimo entre o bem e o mal<br />

E tudo aquilo que eu sei? Ou penso saber?<br />

Para onde foi? Julgava entender... E o<br />

que sei será matéria afinal?<br />

Ou apenas uma miragem do factual? O<br />

que eu sinto é que é real!<br />

Eu não rebato se disserem por aí que eu<br />

estou errado<br />

Porque quem se debate está sozinho ou<br />

afogado<br />

Eu que não fico no meio, não começo e<br />

nem acabo<br />

Eu sou filha do amor da cabeça aos pés,<br />

não de Deus nem do Diabo<br />

Rodando entre as ondas que me puxam<br />

em alto mar<br />

Hoje sei bem que sou eu que faço a minha<br />

vida circular<br />

Essa roda viva que invento e faço tudo<br />

nela se encaixar<br />

É eu sou assim... Um infinito circunscrito<br />

em cada olhar.<br />

Sofia Friezas, 1º ano Psicologia<br />

Junta-te a nós nas nossas reuniões semanais,<br />

terça-feira às 21:00h, no <strong>ed</strong>ifício principal da FPCE-<br />

UC.<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 12


Íris Flamejante<br />

Estanho, quando minha íris fita o teu ser,<br />

tudo meu r<strong>ed</strong>or se<br />

Transcende, eleva, reluz<br />

Tudo vira sublime e agreste.<br />

Talvez pareça clichê ou não, dejavú talvez,<br />

Ou até karma...<br />

Mas, toda a vez que tento me aproximar<br />

mais<br />

Desse teu ser errante e quente,<br />

Desse verde penetrante desse teu olhar<br />

Cristalino, e flamejante, transbordando<br />

amor,<br />

Mais dou por mim a sentir que não foi nessa<br />

vida<br />

Que te conheci, que te via muito antes nos<br />

meus sonhos,<br />

Muito antes de vir ao mundo e de dar conta<br />

de mim como ser.<br />

Quando em meio à multidão, no banal quotidiano<br />

Passava por ti na rua, por acaso ou mero<br />

descaso,<br />

E caía lentamente na tua graça desm<strong>ed</strong>ida,<br />

Me deixava embeber pela tua passada<br />

melódica e rítmica,<br />

Nessa tua aura onírica...<br />

Sem querer e sem notar tu me absorvias,<br />

Desconhecidos e alheios trocávamos olhares<br />

e nada sabíamos de nós mesmos,<br />

Meros amantes distantes tentando se conhecer,<br />

através das entrelinhas e sarcasmos<br />

do destino...<br />

E agora? Fala-me nem que seja com o<br />

olhar,<br />

Que eu também toquei teu ser, sem disfarçar.<br />

Eu que nunca fui fácil de me apaixonar,<br />

Que sempre fui livre, não importava o que<br />

outros dissessem,<br />

Até onde posso ir pra te alcançar?<br />

Entreguei-me ao teu olhar, nele me perdi e<br />

ando a divagar,<br />

Acha-me dentro de ti e devolve-me ao teu<br />

respirar,<br />

A minha urgência é na sua vida me tornar.<br />

Sofia Friezas, 1º ano Psicologia<br />

Alcançado o nirvana, rendamo-nos ao<br />

chão<br />

E que por ele nos deixemos levar.<br />

Qual o propósito agora<br />

Se a cognição facilmente flutua num espaço<br />

Onde não é suposto estar, embora<br />

Seja tão sincero e honesto<br />

Amiga verdadeira, modesta, mas eu não<br />

presto.<br />

Angústias nascidas de um pomar de rosas<br />

que em cravos e espinhos se envolveram<br />

Como dois amantes que outrora se conheceram<br />

e do mesmo modo se esqueceram.<br />

João Valério, 3º ano Psicologia<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 13


DISCURSO INDIRETO<br />

A<br />

minha avó, quando soube que havia<br />

entrado em Psicologia, confiou-me,<br />

em surdina: “Estuda muito e acaba o<br />

teu curso, para daqui a uns anos tratares da<br />

minha cabeça”. Seguiu-se uma piscadela de<br />

olho atrevida e uma gargalhada pelas duas<br />

partilhada. Mal sabia ela - mal sabíamos nós<br />

todos - que passado uns meses ser-lheia<br />

diagnosticado um dos mais impi<strong>ed</strong>osos<br />

subjugadores da frágil mente humana: a<br />

Doença de Alzheimer.<br />

A cada 3 segundos, um novo caso de<br />

demência é diagnosticado no mundo. 45<br />

milhões é o numero de pessoas que sofrem<br />

atualmente de algum tipo de demência. Estima-se<br />

que, em 2050, esse número será o<br />

triplo - 185 milhões.<br />

Demência é um termo geral utilizado<br />

para descrever uma miríade de doenças caracterizadas<br />

pelo declínio progressivo da capacidade<br />

de funcionamento do indivíduo, envolvendo<br />

sintomas como perda de memória,<br />

de capacidade intelectual e de competências<br />

sociais e comunicacionais, bem como alterações<br />

nas reações emocionais. Alguns dos<br />

tipos mais comuns de demência incluem a<br />

Doença de Alzheimer, Demência Frontotemporal<br />

e a Doença de Parkinson. São doenças<br />

implacáveis e verdadeiramente aterradoras,<br />

tanto para quem delas padece, como para os<br />

que assistem ao seu rápido desenvolvimento.<br />

Infelizmente, sinto-o na pele - a cada regresso<br />

à minha terra natal vem anexado um<br />

crescente receio do inevitável dia em que<br />

a minha avó materna já não reconhecerá a<br />

neta mais nova. O sentimento de impotência<br />

de ver quem amamos debater-se com<br />

a Doença de Alzheimer, com um perpétuo<br />

estado de confusão, pautado, não raras<br />

vezes, por alucinações visuais e ideias delirantes<br />

enada poder fazer para ajudar é, no<br />

mínimo, avassalador e sufocante.<br />

Não se conhece cura para este tipo<br />

de doenças. Embora existam tratamentos<br />

que atenuem os efeitos nefastos e promovam<br />

uma melhoria na qualidade de vida,<br />

nenhum se mostrou capaz de retroc<strong>ed</strong>er ou<br />

imp<strong>ed</strong>ir o seu progresso, sendo o conhecimento<br />

atual das causas e mecanismos<br />

deste tipo de doença ainda ínfimo e lacunar.<br />

Todavia, é sabido que um dos primeiros<br />

sinais de demência é a gradual perda do<br />

sentido de orientação espacial.<br />

Foi nesse sentido que a empresa<br />

Deutsche Telekom, em parceria com a<br />

University College London, a Universidade<br />

de East Anglia e a Alzheimer’s Research,<br />

desenvolveu Sea Hero Quest, um jogo para<br />

telemóveis e tablets cujo derradeiro objetivo<br />

passa pela recolha de dados que auxiliem<br />

os investigadores a melhor compreenderem<br />

a natureza das demências. Segundo<br />

estimativas da equipa responsável pela<br />

criação do jogo, se este for jogado por 100<br />

mil pessoas durante apenas 2 minutos, obter-se-ão<br />

resultados equivalentes a mais de<br />

50 anos de pesquisa em laboratório!<br />

No decorrer do jogo, são recolhidas informações<br />

anónimas do modo como o jogador<br />

se orienta e desloca nos diferentes níveis,<br />

visando o estabelecimento de uma colossal<br />

base de dados a nível global da forma como<br />

as pessoas se orientam no espaço. Deste<br />

modo, os jogadores constituirão o grupo<br />

de controlo num estudo a ser desenvolvido<br />

sobre a capacidade de orientação espacial,<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 14


DISCURSO INDIRETO<br />

cujos resultados e conclusões desempenharão<br />

um papel basilar na conceção de<br />

formas inovadoras de diagnóstico demencial<br />

precoce. O conhecimento resultante<br />

da criação de métodos de diagnóstico<br />

mais acurados contribuirá, em última instância,<br />

para o desenvolvimento de novas<br />

técnicas e novos fármacos mais eficazes<br />

nos tratamentos de demências.<br />

Enquanto não o posso fazer, pretendo<br />

ajudar aqueles, indiretamente, d<strong>ed</strong>icam<br />

a sua vida a pessoas como a minha<br />

avó. E, por isso, deixo aqui o meu apelo:<br />

façam o download do Sea Hero Quest<br />

e contribuam para o avançar da Ciência.<br />

Catarina Bettencourt, 3º ano, Psicologia<br />

Hoje, neste momento de loucura, vou<br />

ver a lua. Ela está já ali, a seguir à janela<br />

que vai dar à varanda, é só levantar um<br />

bocadinho o rabo e arrastar-me até lá. Desta<br />

cadeira só vejo as luzes dos prédios, isso é<br />

chato. Não dá para ver a Lua, nem se inclinar<br />

a cabeça, nem que chegue com os ombros<br />

ao chão. Deve estar do outro lado, sim, só<br />

pode ser isso. Nem vale a pena confirmar:<br />

se ela não quer que eu a veja, quem sou<br />

eu para a chatear? Também não gosto que<br />

me chateiem, nem que vão atrás de mim<br />

quando eu fujo. Isso é só ser chato, desagradável.<br />

Tomei a decisão de não a ver,<br />

mas eu quero-a à mesma. Nem que seja<br />

para ver se está cheia, pá! Alguém me disse<br />

que a Lua ia estar cheia um destes dias.<br />

João Valério, 3º ano Psicologia<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 15


Falta pouco<br />

para o estudar acabar… (ou quase)<br />

Coimbra é conhecida como a cidade dos estudantes. As terças e quintas-feiras<br />

são reservadas a eles e, no verão, a tudo fica deserto aos turistas.<br />

Essa é uma tradição que perpetua mais de 700 anos, mas que, por mais que o<br />

clima seja totalmente de formação e aprendizado, os estudos nem sempre correm bem<br />

como gostaríamos. São cadeiras demais para um semestre, matéria acumulada, frequências<br />

por estudar e os nossos fins de semana sacrificados às sebentas e aos livros.<br />

Atenta-te às sete dicas d’O <strong>Claustro</strong> e não te desespera! O semestre ainda tem<br />

salvação.<br />

1.<br />

Organiza os materiais de que vais precisar!<br />

Sebentas, resumos, fichas, livros, o que for, organiza o material que vais utilizar<br />

(inclusive canetas e post-it) para que o ritmo de estudos não seja quebrado. Manter o<br />

fluxo de estudos auxilia o cérebro a não perder o rumo.<br />

2.<br />

Escolhe um sítio tranquilo!<br />

Talvez o teu quarto não seja o melhor lugar para estudar. Escolhe sítios diversos,<br />

um parque, biblioteca, um café, a fim de quebrares a rotina e teres mais interesse em<br />

estudar.<br />

3.<br />

Começa pelo conteúdo mais difícil, depois o mais fácil!<br />

É uma seca ter que estudar aquilo que tu não entendeste o semestre inteiro, mas<br />

acaba por ser inevitável o sacrifício. Começar pelo conteúdo que não é familiar faz com<br />

que o estudo seja mais agradável, já que o mais fácil fica para depois. Dá aquela sensação<br />

de saber mais e diminui a ansi<strong>ed</strong>ade.<br />

4.<br />

Não leias apenas, escreva!<br />

Vários estudos indicam que métodos sinestésicos auxiliam na memorização de<br />

conteúdos e na retenção de informações. Escrever é um deles! Tem em mente que<br />

aquilo que escreves faz parte de um pensamento teu e, mais tarde, te fará mais sentido.<br />

Escrever à mão parece fazer mais efeito ainda.<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 16


Falta pouco<br />

para o estudar acabar… (ou quase)<br />

5.<br />

Usa marcadores nos teus textos!<br />

As meninas que adoram essa dica. Sim, podes usar marcadores e post-it à vontade.<br />

Demarcar partes do texto que são mais importantes e te fazem mais sentido é uma<br />

forma de conduzir o ritmo de estudos. Nem sempre tudo o que está escrito nos livros<br />

e nos materiais do professor é informação primordial. Seleciona aquilo que parece ser<br />

mais fundamental de tudo e pinta da cor que quiseres. Detalhe, geralmente apenas um<br />

trecho de cada parágrafo carrega a informação principal a ser descrita.<br />

6.<br />

Força tua memória!<br />

Tenta lembrar-te daquilo que já sabes sem antes consultares qualquer material.<br />

Isso faz com que tu relembres parte da matéria e que não seja tudo novidade quando<br />

fores estudar. Fazer anotações daquilo que te aparece na mente ajuda também.<br />

7.<br />

Tem um tempo só para ti!<br />

Não penses que, mesmo o exame sendo amanhã, tens que estudar o dia todo.<br />

Tem um tempo para relaxar, beber um café com os amigos e dar uma caminhada. Quando<br />

o corpo está cansado – e isso vale para o cérebro também – compensa descansar<br />

um pouco e recuperar as energias.<br />

P<strong>ed</strong>ro Reis<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 17


Que mestrado escolher?<br />

À semelhança da <strong>ed</strong>ição anterior, trazemos-te testemunhos de estudantes<br />

do 2º ciclo de estudos que, tal como tu, passaram por esta fase de indecisão<br />

e incerteza. Esperemos que te ajudem a clarear o teu caminho!<br />

Mestrado em Ciências da Educação<br />

Como aluno do Mestrado em Ciências<br />

da Educação da Faculdade de Psicologia e<br />

Ciências da Educação da Universidade de<br />

Coimbra foi-me p<strong>ed</strong>ido que partilhasse a<br />

minha experiência académica.<br />

Pois bem, com o término da minha<br />

licenciatura, senti que fazia sentido não<br />

parar por aí a minha formação e seguindo<br />

os conselhos de algumas pessoas que já<br />

haviam dado este passo, fui pesquisando<br />

informação sobre as várias possibilidades<br />

e áreas com as quais mais me identificava.<br />

Tendo chegado à conclusão que ou seguiria<br />

uma linha de continuidade ou optaria pela<br />

Educação Especial, acabei por escolher a<br />

primeira por uma questão de comodidade<br />

e logística, permanecendo na nossa faculdade.<br />

Assim, iniciei esta nova aventura com<br />

a expetativa de ver aumentada a minha<br />

competência e poder aplicar de forma mais<br />

efetiva os meus conhecimentos. Penso<br />

que aqui existiu alguma desilusão porque a<br />

maioria das unidades curriculares dá seguimento<br />

ao que já havíamos estudado anteriormente<br />

sem existir um grande salto de dificuldade<br />

ou complexidade, apenas projetos/<br />

trabalhos maiores, mas na mesma base dos<br />

anteriores. No entanto existiram algumas<br />

outras que realmente me entusiasmaram e<br />

que já deixam um cheirinho do que pode vir<br />

a ser o estágio curricular que irei fazer para o<br />

ano. Embora ainda continue indeciso sobre<br />

qual será a área que irei escolher, se devo<br />

seguir o coração, se devo pensar mais na<br />

empregabilidade ou se devo levar em conta<br />

a proximidade. São tudo questões que espero<br />

responder acertadamente de forma a<br />

vingar no mercado de trabalho e na luta pelo<br />

desenvolvimento das Ciências da Educação.<br />

P<strong>ed</strong>ro Moreira<br />

Mestrado em Serviço Social<br />

Para mim o Serviço Social, mais que<br />

uma profissão é uma forma de agir e pensar<br />

em soci<strong>ed</strong>ade. É a minha forma de responder<br />

aos dilemas e desafios que as vicissitudes<br />

da vida apresentam. É a minha forma<br />

de dizer “estou aqui e ao seu dispor” independentemente<br />

de ser a título individual ou<br />

através de uma entidade empregadora.<br />

Mesmo antes de realizar a candidatura<br />

para o Mestrado em Serviço Social vários<br />

eram os anseios e as questões a colocar. Por<br />

um lado, terminara a licenciatura e a maior<br />

parte dos colegas estava a estagiar profissionalmente;<br />

por outro não havia um<br />

mestrado com o qual me identificasse<br />

de im<strong>ed</strong>iato e objetivamente. A oportunidade<br />

de um mestrado que ob<strong>ed</strong>ece<br />

à política de progresso para uma aprendizagem<br />

de nível avançado e a aquisição<br />

coerente de competências, que a natureza<br />

generalista e transversal da licenciatura<br />

não permite realizar, pareceu-me<br />

uma boa oportunidade e arrisquei.<br />

Sem dúvida que foi uma ótima<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 18


Que mestrado escolher?<br />

aposta: deu-me mais consistência no conhecimento<br />

em torno do serviço social, experiência<br />

através da escolha de oportunidade<br />

de um estágio curricular de três meses<br />

numa instituição por nós selecionada e as<br />

melhores aptidões para operar como ator de<br />

intervenção social.<br />

Em suma, só me resta acrescentar<br />

que o mestrado em Serviço Social é sinceramente<br />

uma aposta bastante profícua,<br />

direcionada a todos aqueles que se identificam<br />

com esta exposição e com a ótica<br />

de progr<strong>ed</strong>ir mais e melhor!<br />

Patrícia Dantas<br />

Mestrado em Psicogerontologia Clínica<br />

O ingresso no Mestrado de Psicogerontologia<br />

Clínica da FPCEUC revelou<br />

ser a escolha acertada para mim. Para quem,<br />

como eu, se sentia um pouco confusa pela<br />

diversificada oferta da nossa faculdade, e<br />

sem querer perder nada das especificidades<br />

de cada um, este mestrado ajudou-me a<br />

descobrir uma direção. Com um variado leque<br />

de temáticas, desde competências de<br />

ava- liação, intervenção em pessoas idosas,<br />

conhecimentos de biologia e ainda neuropsicologia,<br />

tive a oportunidade de aprofundar<br />

conhecimentos em assuntos-chave para<br />

a minha prática profissional e, embora focado<br />

na terceira idade, posso alargar muito os<br />

meus horizontes académicos aos mais<br />

variados temas. Além do mais, o corpo docente<br />

é extremamente disponível e as condições<br />

de aprendizagem estão muito bem estruturadas<br />

para nos dar a melhor base possível. Senti-me<br />

bem acolhida nesta nova etapa e realizada<br />

com a aprendizagem que estou a fazer,<br />

algo em apenas um ano quase. Espero com<br />

curiosidade as desafiantes e novas portas<br />

que esta área me poderá abrir. Cada vez mais<br />

a Psicologia e os psicólogos desempenham<br />

papel central na construção de estratégias e<br />

programas de prestação de cuidados às pessoas<br />

idosas, para promoção do bem-estar<br />

pessoal e da qualidade de vida dos mesmos.<br />

Isabela Barbosa<br />

Mestrado em Intervenções Cognitivo-Comportamentais<br />

nas Perturbações Psicológicas e Saúde<br />

Embora houvesse, inicialmente, aquele receio<br />

de não vir a gostar desta vertente psicológica<br />

ou tivéssemos expetativas elevadas<br />

acerca das TCC, vemos agora que todas<br />

foram superadas e cada vez mais estamos<br />

cativados com este mestrado.<br />

Primeiro de tudo, queremos dizer que,<br />

além das estratégias de intervenção, o modelo<br />

CC é um modo de compreensão da<br />

mente humana, quer seja funcional ou<br />

disfuncional, o que para nós está a ser<br />

uma experiência excelente compreender,<br />

cada vez melhor, o funcionamento do indivíduo,<br />

da sua mente e do seu comportamento,<br />

as várias perturbações e modos de<br />

intervir com as mesmas.<br />

Apesar de continuarem a ouvir falar<br />

de Beck, dos Esquemas ou da relação<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 19


Que mestrado escolher?<br />

pensamentos-sentimentos-comportamentos<br />

(como já aprenderam na licenciatura), irão<br />

aperceber-se das múltiplas áreas de intervenção<br />

e populações abrangidas (crianças,<br />

adolescentes, adultos e idosos, comunidade<br />

e até casais) em que um terapeuta com este<br />

modelo pode intervir.<br />

Do mesmo modo, o mestrado tem professores<br />

que praticam e investigam simultaneamente,<br />

mostrando-nos uma relação<br />

muito estreita entre a teoria e a prática. Algo<br />

fascinante nas nossas aulas é a partilha de<br />

experiências que os professores nos vão<br />

contando (dos seus casos, principalmente),<br />

ao mesmo tempo que lecionam a matéria, o<br />

que é uma mais-valia para o nosso crescimento<br />

enquanto futuros terapeutas.<br />

Contudo, nem tudo são vantagens.<br />

Durante o 4.º ano, o mestrado é maioritariamente<br />

teórico, essencial para aprender<br />

mais profundamente os pressupostos<br />

das TCC. Durante o 1.º semestre, sentirão<br />

também uma certa repetição de conceitos<br />

já abordados na licenciatura, o que pode<br />

ser aborrecido para alguns. No entanto,<br />

como Epicteto disse “Nós não reagimos às<br />

coisas em si, mas à visão que temos das<br />

mesmas”, a nossa visão deste mestrado<br />

é que é aquele que “nos enche as m<strong>ed</strong>idas”<br />

com o qual mais nos caracterizamos<br />

e que mais nos realiza a nível profissional<br />

e pessoal, neste momento.<br />

Rafael Henriques e Sara Marques<br />

Mestrado em Psicologia da Educação, Desenvolvimento e Aconselhamento<br />

Desde que entrei na faculdade sempre<br />

soube aquilo que queria, já vinha com<br />

um objectivo definido que nunca se alterou.<br />

Sabia que o mestrado de Educação, Aconselhamento<br />

e Desenvolvimento era aquele<br />

que mais se adequava ao que queria, mas<br />

ainda assim tive algum receio porque é um<br />

passo muito importante e que no fundo<br />

“decide” o rumo que vamos dar ao nosso<br />

futuro. Tive m<strong>ed</strong>o de estar com uma expectativa<br />

que depois não correspondesse. Mas<br />

felizmente não foi isso que aconteceu. Estou<br />

muito contente por ter escolhido este<br />

mestrado porque vai de encontro aquilo<br />

que eu queria, e além disso dá-nos a possibilidade<br />

de trabalhar em diversos locais,<br />

uma vez que abrange 3 áreas. A <strong>ed</strong>ucação<br />

é o futuro por isso acho que este mestrado<br />

faz todo o sentido! Em termos daquilo<br />

que é dado, penso que algumas cadeiras<br />

serão mais fáceis de entender e aprender<br />

pelas bases que já nos foram dadas na licenciatura.<br />

Em outras isso não acontece,<br />

mas isso permitiu-me descobrir áreas<br />

deste mestrado que não fazia ideia que<br />

existiam. Em resumo penso que foi um<br />

mestrado que superou as minhas expectativas<br />

que me alargou os horizontes em<br />

termos daquilo que são as áreas que este<br />

mestrado nos permite trabalhar. Além de<br />

tudo, fez-me criar amizades incríveis com<br />

pessoas que há um ano mal falava. Por<br />

tudo isto, vir para Educação, Aconselhamento<br />

e Desenvolvimento foi uma decisão<br />

muito acertada!<br />

Beatriz Moreira<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 20


JuniRHUMO, a júnior empresa da FPCEUC<br />

Os últimos meses foram repletos de novas experiências para a JuniRHumo da<br />

FPCE.<br />

Dada a intenção de se tornar oficialmente numa Júnior Empresa do ponto de vista<br />

internacional, alguns dos seus membros foram em sua representação ao JeniAL, uma<br />

convenção de Júnior Empresas de todo o país, organizado pela JADE Portugal, e que este<br />

ano decorreu no ISCTE em Lisboa, com a colaboração da Júnior Empresa local, ISCTE Junior<br />

Consulting. Foi um fim-de-semana recheado de conhecimento, que deu a oportunidade<br />

de estabelecer novos contactos com outras júnior-empresas e iniciativas, inclusive<br />

estabelecer parcerias.<br />

Posteriormente, como tem sido habitual em todos os semestres, a JuniRHumo organizou<br />

mais um recrutamento, o que permitiu um reforço geral na qualidade de serviços,<br />

nomeadamente na área de Marketing e Finanças. Este recrutamento foi marcado por<br />

uma renovação total do processo de seleção e forma de tratamento da informação dos<br />

candidatos.<br />

Finalmente, entre diversas formações fornecidas pela JuniRHumo, realizaram, pela<br />

primeira vez, uma palestra motivacional no ISCAC. O fe<strong>ed</strong>back foi muito satisfatório, constituindo<br />

mais uma motivação para continuar a criar, melhorar e inovar a prestação dos<br />

seus serviços.<br />

Miguel Gonçalves<br />

AGENDA<br />

CULTURAL<br />

Clube de Leitura Teatral com Sofia Lobo<br />

07 Junho - TAGV Teatro<br />

60_80: O antes e o depois<br />

06 de Junho - TAGV<br />

Feira cultural de Coimbra<br />

03 a 12 de Junho - Parque Dr. Manuel Braga<br />

Kanji no sótão<br />

9 de junho - Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto<br />

Encontro de Desenho livre no Talasnal<br />

18 de Junho - Lousã<br />

Música / Artes Plásticas<br />

Cultura<br />

Artes plásticas<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 21


SECÇÃO DE<br />

LAZER<br />

HORÓSCOPOS DO PROFESSOR MUAMBA<br />

TOURO: No seu mais fino trato, vai ser um fim de ano letivo em grande! Touro conseguiu<br />

chegar até a reta final e com excelência e nem será preciso desejar sorte para o<br />

próximo ano. Vejo nas estrelas muita dúvida, possivelmente a dos outros sobre as tuas<br />

capacidades, algo que é irrelevante, devendo então proc<strong>ed</strong>er ao afasta mau-olhado:<br />

“beijinho no ombro”.<br />

#recalquepassalonge<br />

GÉMEOS: Estará num dos auges do teu ano, em que serás capaz de derrubar as mesas<br />

e ‘cadeiras’ que estiverem a tua frente para escapares ao recurso. Nada mais comum<br />

para o signo de Gémeos que no fundo é como se valessem por dois.<br />

#Iwillsurvive<br />

CARANGUEIJO: É melhor parar de andar de um lado para o outro e concentrar nessa<br />

reta final, senão daqui a nada vais ver, mas é, a tua vida a andar para trás. Olha que os<br />

pescadores do Recurso andam aí.<br />

#liveharddieyoung<br />

LEAO: O posicionamento de Vénus indica novas relações se iniciando. Queira se sentir<br />

mais aberto e recetivo às pessoas que começam a aparecer nesse período e deixes de<br />

estar nessa posição de ataque; nem todo mundo que se oferece para te ajudar em estatística<br />

está necessariamente a chamar-te de burro.<br />

#ficaadica<br />

VIRGEM: Aproveita agora para calculares quanto tempo livre precisarás para ti. Já podes<br />

começar por entender que não tens nenhum superpoder e não podes, infelizmente, estar<br />

em todos os lados ao mesmo tempo.<br />

#aindanãodecidi<br />

BALANÇA: Vamos começar por “equilibrar” melhor as coisas: uma boa nota num exame<br />

não significa uma média de 20. Nunca se atira os foguetes antes da festa. E por falar<br />

em festa, melhor recusar pelo menos metade dos convites, senão, não haverá signo do<br />

zodíaco, chinês ou xamã que te ajude a colocar o estudo em dia.<br />

#mechamaqueeuvou<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 22


SECÇÃO DE<br />

LAZER<br />

HORÓSCOPOS DO PROFESSOR MUAMBA<br />

ESCORPIAO: É necessário ter muita calma, afinal ir a recurso pode não ser mau de todo<br />

(muito difícil, mas pode acontecer). Vejo na constelação a carta de Einstein: pode-se interpretar<br />

que nem sempre boas notas significam muito conhecimento. Resta desejar-te<br />

muito boa sorte.<br />

#odestinonasestrelas<br />

SAGITARIO: O melhor é manter as quatro patas no chão para o caso de uma catástrofe<br />

natural acontecer, como um terremoto, por exemplo, ou um tsunami, ou um furacão,<br />

chumbares de ano... Mas é claro que conseguirás saltar isso tudo. Esperemos.<br />

#osapotemquepular<br />

CAPRICORNIO: Os astros apontam em direção ao Astro Maior. Só há duas interpretações<br />

possíveis: ou vais arder na fogueira dos Recursos, ou vais brilhar radiante como<br />

os raios do poderoso Sol por conseguir fazer os 60% de aproveitamento.<br />

#shinebrightlikeadiamond<br />

AQUARIO: Nada de se afogar em pensamentos derrotistas. O ano letivo ainda não acabou<br />

verdadeiramente e você ainda tem muito tempo para encontrar Nemo. O caminho<br />

de volta para casa é longo, mas a caminhada valerá a pena, porque lá estará a tua espera<br />

aquele bolo favorito (que tu sabes que é o teu favorito) e vão todos comemorar mais<br />

um ano memorável em que não tiveste de ir a recurso.<br />

#sambeinacaradorecurso<br />

PEIXES: Agora que a maré estava a subir, e já começavas a esticar as escamas, veio<br />

aquela r<strong>ed</strong>e que se chama 9.4, e te apanhou de jeito. Parece estar sem escapatória,<br />

mas não temas: nesse período a biblioteca geral costuma ficar aberta até a meia noite.<br />

#acanoavirou #soupeixeenãoseinadar<br />

CARNEIRO: toda essa lã será útil para confortar a cabecinha pesada que tens de tanto<br />

forçar os miolos tentando estudar. Todo o esforço será recompensado, o revertimento<br />

não será monetário (o que é uma pena), mas pode te saber tão bem quanto ganhar na<br />

loteria.<br />

#contandocarneirinhos<br />

O <strong>Claustro</strong> Página 23


Até para o ano....<br />

JORNAL O CLAUSTRO<br />

VOLUME 4 | Junho <strong>2016</strong> | JORNAL GRATUITO

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