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Agenda da Cidade • Santo André
A bandeira do embaixador
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Com mãos habilidosas que
cuidam de flores, canteiros e
jardins do Parque Central, o
funcionário da manutenção
Jarede Figueiredo Gomes, 65
anos, nas horas vagas é guardião
de tradição nascida em
1958 na vizinha São Bernardo: o
grupo de Folia de Reis do Baeta
Neves. À frente do grupo como
embaixador ou mestre desde
2008, Jarede começou a seguir
os folguedos ainda na Bahia,
acompanhado da saudosa mãe.
O simpático folião explica,
didaticamente e com exagerada
paciência, o passo a passo do
grupo que comanda, os versos
que são trovados entre a saída
de uma casa e a chegada à nova
família pelas ruas do bairro.
A festa começa, de fato, uns
quinze dias antes do chamado
ciclo natalino, que vai de 24 de
dezembro a 6 de janeiro, o dia
de Santos Reis.
“Lá pro dia 14 de dezembro
já estamos saindo com o nosso
reisado a visitar as casas dos
nossos irmãos”, comenta. Pelas
contas de Jarede, são visitadas
de 120 a 140 residências.
A tradição reproduz o relato
do capítulo dois do Evangelho
de Mateus, no qual os três Reis
Magos (Baltasar, Gaspar e Melchior)
saem guiados por uma
estrela até o local onde nascera
Jesus e depositam ouro,
incenso e mirra. Da bíblia para
as ruas do reisado, Jarede conta
que a maior devoção é com
a bandeira, elemento sagrado
para todos do grupo.
No fim de semana seguinte
ao dia 6 de janeiro, o grupo volta
a se reunir para confraternização
na casa do festeiro, que geralmente
faz alguma promessa
a ser honrada nos dias da Folia.
No restante do ano, o grupo
atende a inúmeros convites
para participar de encontros
em cidades do interior paulista
e de Minas Gerais.
Na despedida, o mestre faz
um apelo: “Precisamos de jovens
em nossa Folia, pois corremos
o risco de essa tradição
não prosperar nos próximos
anos, sucumbir diante da falta
de renovação”.
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