Trabalho e saúde mental dos profissionais da saúde
Trabalho_e_saude_mental_dos_profissionais_da_saude
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Bioética e <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>profissionais</strong> de <strong>saúde</strong><br />
Claudio Cohen<br />
Gisele Joana Gobbetti<br />
Introdução<br />
A bioética, como campo de reflexão sobre a <strong>saúde</strong> e a vi<strong>da</strong> humanas,<br />
tem a preocupação de priorizar a dimensão ética nas ciências em geral e nas<br />
ciências <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> em particular, buscando nortear as discussões sobre os conflitos<br />
existentes nessas relações humanas.<br />
Tendo como foco ético o respeito ao ser humano, a especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s relações<br />
humanas que envolvem o profissional de <strong>saúde</strong> gera um amplo campo<br />
de reflexões bioéticas.<br />
Para entender a complexa relação que existe entre a bioética e a <strong>saúde</strong><br />
<strong>mental</strong> <strong>dos</strong> <strong>profissionais</strong> de <strong>saúde</strong>, devemos avaliar o que é um sujeito ético e o<br />
que é ter <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong>. Na sequência lançamos luz sobre a motivação do que<br />
poderia levar um indivíduo a escolher uma profissão na área <strong>da</strong> <strong>saúde</strong> e analisar<br />
quais são as aptidões que este tipo de profissional deve possuir.<br />
Outro ponto a ser abor<strong>da</strong>do será o <strong>da</strong> ética na relação do profissional <strong>da</strong><br />
<strong>saúde</strong> com o paciente, entendendo que ser ético e manter a <strong>saúde</strong> <strong>mental</strong> e<br />
emocional são atributos complementares que este profissional deverá ter.<br />
Por outro lado, não devemos nos esquecer de que o paciente também tem<br />
sua responsabili<strong>da</strong>de na manutenção dessa relação.<br />
A principal relação humana <strong>da</strong> área de <strong>saúde</strong>, a profissional de <strong>saúde</strong>-paciente,<br />
traz vários conflitos éticos, desde a preocupação de colocar o paciente<br />
no lugar de sujeito e não objeto <strong>da</strong>s práticas clínicas até o questionamento <strong>dos</strong><br />
limites e <strong>da</strong> autonomia do profissional.<br />
Essa vertente assume fun<strong>da</strong><strong>mental</strong> importância já na formação do profissional<br />
de <strong>saúde</strong>, na qual o atendimento ao paciente faz parte do aprendizado<br />
<strong>dos</strong> futuros <strong>profissionais</strong>.<br />
O modo como os estu<strong>da</strong>ntes encaram esta relação e como as escolas podem<br />
atuar no sentido de colaborar com o desenvolvimento <strong>da</strong> formação ética<br />
<strong>dos</strong> alunos vão repercutir na vi<strong>da</strong> profissional de ca<strong>da</strong> um.<br />
Entendemos que o indivíduo não nasce ético, e sim se torna ético com<br />
o seu desenvolvimento psicossocial. Ca<strong>da</strong> ser humano deve possuir recursos<br />
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